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O deputado federal Daniel Coelho (Cidadania-PE) é, talvez, a escolha política mais evidente da governadora Raquel Lyra (PSDB) para o novo secretariado de Pernambuco. Perto de completar uma semana de mandato, a gestora tem sido alvo de debates acerca de sua decisão por compor os representantes do governo através de um viés mais técnico. Ou seja, com poucas nomeações da política e mais servidores que já possuem atuação direta em suas áreas designadas. Muitos deles, atuantes também em Caruaru, município do Agreste no qual Lyra foi prefeita reeleita. 

O quadro técnico, porém, não é um claro indicador de que o governo possui pouca leitura política. Essa é uma possibilidade a ser desbravada a médio prazo, e que provavelmente não vai obter insucesso no começo da gestão. Quem explica as nuances dessas escolhas é a cientista política Priscila Lapa, entrevistada pelo LeiaJá, e que evidencia: político e técnico dão se desassociam, pelo contrário, se misturam e complementam, em uma relação fundamental para entender as demandas do estado. 

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“Foi criada uma falsa dicotomia entre técnico e político. Isso não é uma coisa do governo de Raquel, já veio da primeira gestão de Eduardo [Campos] e depois do movimento do PSB, de buscar técnicos no Tribunal de Contas e em outros órgãos para exercer cargos políticos, dando a ideia de que uma escolha que atenda critérios políticos é insuficiente para entregar as políticas públicas que a sociedade e o Estado precisam. Criou-se essa dicotomia de 'ou se dá ênfase ao técnico ou ao político' quando, na verdade, essas coisas estão completamente misturadas. O que a gente pode dizer é que ela não recrutou, na classe política, - que são os atores de mandato ou aqueles que não se elegeram, mas exercem liderança política -, o perfil para o seu secretariado”, esclareceu a especialista. 

De acordo com a leitura de Priscila, é possível observar essa movimentação na prática através do Governo Federal, com os ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por exemplo, tem formação em Direito e Economia, e perfil técnico para assumir a pasta, mas o critério de escolha foi mais político do que técnico, levando em conta que ele possui agenda política e é um antigo aliado de Lula. 

“O fato dela ter escolhido esse perfil não significa que ela não tem uma visão de construção de governo. Há dois lados, porém; esse de dizer que ela inovou em não trazer essa visão política mais cansada e, por outro lado, isso pode gerar um esvaziamento político no governo. E há outra crítica estruturadora: até que ponto a ausência de políticos não reflete uma falta de visão política mais estruturada de Raquel, Priscila e do governo eleito, sobre as grandes questões no estado? Qual a agenda do desenvolvimento, as ênfases prioritárias? A partir do momento que ela nivela todas as secretarias nesse perfil, fica difícil perceber as escolhas prioritárias e a marca do mandato dela, parece que não tem carro-chefe e nem programas estruturadores”, acrescentou Lapa. 

Dos 40 gestores gerais, somando 27 secretarias e 13 outros órgãos, 17 são mulheres, o que equilibra e supre uma promessa de campanha, de formar um “governo feminino”. No recorte das secretarias, são 14 mulheres, além das chefes de segurança pública e controladorias. Em termos de preenchimento, de fato, é um governo de mulheres também, mas não necessariamente com o perfil militante, como visto em outras gestões mais abertamente progressistas. 

“Ela ter contemplado mulheres foi um aspecto completamente positivo, a gente tem um equilíbrio grande na composição de gêneros. Porém, não é um perfil de mulheres a partir de suas militâncias, ou que atuam nas causas de ampliação dos espaços de mulheres na política. São mulheres com suas áreas de expertise, com provável vivência junto a Raquel, e que cumprirão um papel nas suas áreas de atuação, mas sem visar questões ligadas à mulher. É natural ver um reflexo de ocupação, mas a diversidade de gênero não é uma agenda marcada no governo Raquel Lyra”, pontuou a entrevistada. 

Priscila acrescentou, ainda pontuando a questão da diversidade: “É por isso que outros recortes que deem conta da diversidade fazem falta no mandato dela, como o racial. Isso não significa que vai haver um esvaziamento dessas políticas, mas elas não são estruturadoras e nem o pano de fundo. Durante a campanha, a não-vinculação de Raquel a nenhuma das candidaturas majoritárias no âmbito nacional - nem a Bolsonaro e nem a Lula- deu essa isenção da visão política e as escolhas de agora não são incoerentes. Incoerente seria ela ter apoiado um dos dois e agora, estivesse levando as coisas dessa forma”, concluiu. 

Expectativas 

Considerando tudo, é possível dizer que Raquel inovou em não levar ao primeiro escalão políticos que foram eleitos e têm a ideia de usar as secretarias como vitrine política. Sem essa necessidade política, o secretariado pode, neste primeiro momento, ter uma atuação mais focada em sua expertise e equipes, apesar de toda secretaria ter sua estância política. 

“Vendo os perfis, considerando essa falsa dicotomia, me parece que o que vai acontecer é um tom mais gerencial, que também aconteceu em Caruaru. Um governo 'arrumado' do ponto de vista de indicadores e metas, uma clareza de como fazer o estado funcionar. É uma lembrança da gestão municipal. Pode ser que isso gere, no médio prazo, um secretariado que não é capaz de fazer as leituras políticas. Imagine, o Governo Federal está em curso e tem suas narrativas, como o governo de Raquel vai responder a isso?”, deixou o questiomento que deve ser respondido pela atuação da governadora no decorrer de seu mandato. 

LeiaJá também 

- - ‘Confira a lista de secretários de Raquel e o que foi abordado durante a posse’ 

 

A polícia de Las Vegas, no oeste dos Estados Unidos, informou na quarta-feira que prendeu, pela morte de um jornalista, um homem que a mídia local apontou como sendo um político cuja gestão o repórter havia denunciado.

Jeff German estava trabalhando em uma série de matérias para o Las Vegas Review-Journal sobre supostas irregularidades do administrador público do condado de Clark, Robert Telles, segundo o jornal.

German, de 69 anos, foi encontrado morto em frente à sua casa no sábado, com a mídia local informando que ele havia sido esfaqueado várias vezes.

"O suspeito do homicídio ocorrido em 2 de setembro de 2022 foi levado sob custódia", informou o Departamento da Polícia Metropolitana de Las Vegas em um breve comunicado.

O Review-Journal identificou o suspeito como sendo Telles, de 45 anos, citando o xerife do condado de Clark, Joe Lombardo.

Os registros da prisão do condado de Clark mostram que Telles estava detido em conexão com uma investigação de assassinato em andamento.

Mais cedo, na quarta-feira, a emissora local KTNV informou que a polícia havia revistado a casa do funcionário público.

O Review-Journal disse que German estava informando sobre a gestão de Telles há vários meses.

Seus artigos relatavam queixas contra Telles por intimidação, favoritismo e outros supostos delitos em um escritório do governo local que administra as propriedades de pessoas que morrem sem deixar testamento.

"Estamos aliviados que Telles está sob custódia e indignados que um colega aparentemente foi morto por reportar sobre um funcionário eleito", declarou o editor executivo do jornal, Glenn Cook.

German havia recentemente apresentado pedidos de acesso a registros públicos de comunicações entre Telles e três outros funcionários do condado, informou o Review-Journal.

Telles deve comparecer ao tribunal na tarde desta quinta-feira, de acordo com documentos da prisão do condado de Clark.

O ex-presidente Lula, durante evento no Vale do Anhagabaú. (Ricardo Stuckert)

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Neste sábado (20), durante evento no Vale do Anhagabaú, em São Paulo, o ex-presidente Lula defendeu o estado laico e criticou quem faz uso político da fé. Na ocasião, o petista dividiu palanque com Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice em sua chapa, e Márcio França (PSB), que concorrerá ao Senado no pleito paulista.

"Tem muita fake news religiosa correndo por esse mundo; tem demônio sendo chamado de Deus e gente honesta sendo chamada de demônio. Tem gente usando igreja como palanque político [...] Quando quero conversar com Deus, não preciso de padre ou pastor", declarou Lula.

Para o ex-presidente, Igrejas não devem ter partido político. "Não deixem passar nenhuma mentira, não aceitem provocação na rua. Se pastor tiver mentindo, a gente tem de enfrentar", afirmou.

Imposto de Renda

Lula também prometeu, caso seja eleito, reajustar tabela do Imposto de Renda. "Salário mínimo vai aumentar acima da inflação todo ano. Bolsonaro que pegue a carteira verde e amarela dele e enfie onde ele quiser. Queremos minha casa minha vida. Vamos fazer política externa altiva e ativa", comentou. 

Por fim, o petista disse que o presidente Jair Bolsonaro rói as unhas a cada pesquisa eleitoral. "Ele está tentando comprar voto com a quantidade de dinheiro que está liberando, até gasolina começou a baixar, é medo do Lula. Meu caro capitão, esse povo não é besta. Bolsonaro vai entregar a faixa presidencial, sim. Dia 2 de outubro o povo brasileiro vai tirar Bolsonaro da presidência e eleger Lula e Alckmin", provocou.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Luiz Mendonça, pediu vista do julgamento que avalia se o governo federal pode monitorar redes sociais de jornalistas e parlamentares. O julgamento teve início na sexta-feira (4), pelo plenário virtual, quando os magistrados dão os votos em um sistema interno durante sete dias. No entanto, no sábado, Mendonça fez o pedido de vista que suspendeu o julgamento. 

Cármen Lúcia, a relatora, votou para considerar inconstitucional que o governo faça “produção de relatórios de monitoramento sobre as atividades de parlamentares e jornalistas em suas redes sociais”. A ação foi aberta pelo Partido Verde (PV) em novembro de 2020, depois de o caso ter sido revelado em reportagens da revista Época e do UOL. Na ocasião, Luiz Mendonça era ministro da Justiça do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). 

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A data do julgamento foi decidida depois de mais de um ano de andamento do processo. Em 14 de dezembro de 2021, o STF marcou o início da solução do caso. A sessão virtual deveria começar na última sexta-feira (4) e terminaria nesta sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022. 

Mendonça assumiu o cargo de ministro do STF indicado por Bolsonaro em dezembro do ano passado, mas ontem pediu vista do julgamento que, há 53 dias, já estava marcado para acontecer. 

Monitoramento

Por sua vez, o monitoramento do governo atingiu 77 jornalistas e influenciadores e 116 políticos. Um tipo de “mapa” classificava jornalistas “detratores”, “neutros informativos” e “favoráveis”. O trabalho era realizado por uma empresa terceirizada. 

De acordo com a ação do PV, dos 116 políticos sob monitoramento do governo federal, 105 são deputados federais, nove senadores, uma deputada estadual e um vereador. As atividades dos parlamentares eram acompanhadas diariamente em relatório pela Secretaria de Comunicação (Secom), que hoje é o Ministério das Comunicações. As informações ficavam numa seção do relatório “Publicação dos parlamentares”. Lá, a Secom analisava notas e postagens dos quatro deputados e senadores que mais publicaram no dia, de acordo com a revista Época. 

O voto da relatora Cármen Lúcia foi considerado inconstitucional e evidenciou que o monitoramento serve para pesquisar a “base de apoio” do governo, utilizando-se dinheiro público. “Com recursos públicos, ao invés de se dar cumprimento ao comando republicano obrigatório de se promoverem políticas públicas no interesse de toda a sociedade, o Poder Executivo federal valeu-se da contratação de empresa para pesquisar redes sociais sobre a base de apoio”, afirmou. 

Ela informou que, dentre as funções da Secom, não é permitido o monitoramento de mídias sociais de cidadãos e empresas. “Não está entre atribuições da Secretaria Especial de Comunicação - nem seria lícito - a função de monitorar redes sociais de pessoas, físicas ou jurídicas, até porque dessa natureza descumpre o caráter educativo, informativo e de orientação social que legitimam a publicidade dos atos estatais”, declarou no voto. 

O governo teve o apoio do Ministério Público durante a tramitação da ação. O procurador da República, Augusto Aras, que foi indicado ao cargo por Bolsonaro, afirmou que “é claro que o Estado não pode monitorar quem quer que seja - principalmente parlamentares e jornalistas -, confeccionando dossiês secretos, para fins de perseguição política ou algum outro tipo de constrangimento pessoal”, explicou. 

Apesar disso, Aras contou que as pesquisas da Secom se tratam de atividades com interesse público. “Cuida-se de trabalho de comunicação digital, que se utiliza dados inteiramente públicos (fontes abertas) e com finalidade de atender ao interesse público (ou, ao menos, o requerente não se desincumbiu do ônus de provar o uso fraudulento dos relatórios contratados pela União)”. 

Suspensão do monitoramento 

A Advocacia Geral da União (AGU), que representa o governo federal, pediu a rejeição do processo aberto pelo Partido Verde. Ela destacou, em petição aos ministros, que “desde setembro de 2020, não há contratos vigentes para monitoramento de redes sociais”. O órgão informou que a “finalidade institucional dos relatórios de monitoramento digital” foi provada. 

“Essa atividade serviria para compreender os principais assuntos e temas de interesse do governo, não seria pessoalmente direcionada a nenhuma categoria e teria por escopo direcionar e orientar a administração das políticas públicas, especialmente em relação à comunicação governamental”, disse. 

O Metrô de São Paulo repudiou, em nota assinada pelo diretor-presidente da Companhia, Silvani Pereira, um vídeo publicado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) nas redes sociais com declarações misóginas sobre a contratação de mulheres pela empresa responsável por uma obra na Linha-6 Laranja. O Metrô ressaltou a importância da presença das mulheres em diversas áreas e pediu respeito “a todas aquelas que dedicam sua vida à infraestrutura urbana”.  

As declarações do deputado federal foram feitas após um acidente em uma obra em São Paulo, que provocou a abertura de uma cratera na Marginal Tietê, na Zona Norte da capital. Na sexta-feira (4), ele postou um vídeo no Twitter ridicularizando a fala de mulheres que trabalham na empresa Acciona, que integra a concessionária que faz obras da Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo, falando sobre a obra. No vídeo, a analista de direitos humanos, Vilma Dias, afirma procurar “sempre contratar mulheres”. O político questiona se “homem é pior engenheiro” e critica a fala da analista.  

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"'Procuro sempre contratar mulheres', mas por qual motivo? Homem é pior engenheiro? Quando a meritocracia dá espaço para uma ideologia sem comprovação científica o resultado não costuma ser o melhor Escolha sempre o melhor profissional, independente da sua cor, sexo, etnia e etc", disse no Twitter.

Em nota de repúdio ao filho do presidente Bolsonaro, a empresa considerou o vídeo “misógino” e “desrespeitoso”. “A Acciona, como uma empresa que tem respeito à diversidade como um dos pilares de sua política ESG, lamenta profundamente o teor dessa videomensagem que circula em redes sociais. A empresa considera o conteúdo misógino e extremamente desrespeitoso com nossas colaboradoras”, disse.  

“A Acciona tem programas especiais de estímulo à contratação de mulheres, inclusive na área de construção, e se orgulha dos seus profissionais. A empresa estuda as medidas judiciais cabíveis ao caso”, complementou a empresa, em defesa dos seus valores.  

Por sua vez, o Instituto de Engenharia também divulgou uma nota de repúdio ao vídeo, “que desmoraliza colaboradoras de empresa que atua nas obras da Linha-6 Laranja do Metrô”, e classificou como um “desserviço à sociedade”. “É inadmissível que esse tipo de mensagem seja compartilhada por qualquer pessoa. É um desserviço à sociedade, à evolução e um verdadeiro DESRESPEITO e DISCRIMINAÇÃO às profissionais envolvidas, quer engenheiras ou não. O Instituto Engenharia, por meio de seu Comitê para Valorização das Mulheres na Engenharia e Tecnologia, pede por respeito. Esse é o ingrediente essencial na construção de um futuro melhor em qualquer esfera da sociedade”, pontuou.  

Desabamento  

Na última terça-feira (1º), uma cratera se abriu na Marginal Tietê depois do asfalto ter cedido ao lado da obra do Metrô da Linha 6-Laranja, na Marginal Tietê, Zona Norte de São Paulo.  

Não houve feridos no desabamento, mas dois funcionários que tiveram contato com a água que jorrou do acidente foram socorridos pelos bombeiros.  

O secretário de Transportes Metropolitanos, Paulo José Galli, informou que o vazamento de uma galeria de esgoto causou o acidente. De acordo com Galli, o solo não suportou o peso da galeria, que passava três metros acima da máquina conhecida como “tatuzão”, e acabou se rompendo.  

 

Após o ataque virtual que alterou o nome de parte dos restaurantes cadastrados no iFood na noite dessa terça-feira (2), a plataforma confirmou que a invasão se deu através da conta de um dos funcionários de uma prestadora de serviço com acesso aos dados cadastrais dos estabelecimentos.

As informações divulgadas em nota reduzem as chances de atividade hacker diretamente à plataforma, mas não descartam a possibilidade da conta do funcionário ter sido invadida.

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Ao tentar fechar pedidos de entrega, os clientes de diversas cidades do país perceberam que os nomes dos restaurante e lanchonetes foram trocados por frases de cunho político à favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). 

O iFood calcula que 6% das empresas parceiras foram afetadas, mas os nomes já estão sendo modificados e garante que as informações pessoais dos clientes não foram vazadas.

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 Por volta das 12h deste sábado (2), um homem atropelou uma militante que participava do ato a favor do impeachment do presidente Jair Bolsonaro, no Centro do Recife. Testemunhas afirmam que o suspeito se trata de Luciano Matias Soares, que foi candidato a vereador da capital pernambucana pelo PSC. O caso aconteceu na Avenida Martins de Barros, nas proximidades do Armazém do Campo do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST).

Após se negar a respeitar o bloqueio feito pelos manifestantes, o suspeito acelerou o carro em cima da vítima, arrastando-a no capô por cerca de 50 metros. Ainda segundo os depoimentos concedidos ao LeiaJá, o homem, então, freou o veículo, fazendo com que a manifestante caísse no chão. “Foi quando ele passou por cima das pernas e do quadril dela. O cara acelerou com tudo e fugiu em direção ao Palácio do Campo das Princesas. Foi uma tentativa de homicídio”, declara o youtuber e militante Jones Manoel, que presenciou a ocorrência.

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Luciano Matias Soares dirigia um Jeep Renegade preto, de placa QYB1494. Jones Manoel informou que prestará depoimento às autoridades policiais e que um Boletim de Ocorrência será registrado.

A vítima era advogada e acompanhou o protesto ao lado da Comissão de Direitos Humanos da OAB. A família da ativista pede que sua identidade não seja divulgada.

A advogada sofreu fraturas nas pernas e na cabeça, tendo sido conduzida para o Hospital Português, onde passa por exames. Seu estado de saúde ainda não foi divulgado. A Ordem informou que cobrará a Secretaria de Defesa Social (SDS-PE) para que as providências jurídicas sejam tomadas.

Se a internet mudou o jeito de interagir, com os políticos não foi diferente. Em adaptação à dinâmica do universo digital, os eventos de anúncio das Prefeituras deram vez a publicações nas redes sociais das gestões e nos perfis dos próprios gestores. Embora compartilhados com certo ar de naturalidade, mesmo com a intenção de informar, os posts devem atender ao interesse coletivo, como indicam os princípios da Administração Pública.

Historicamente, o Brasil é um país em que as pessoas participam pouco do processo político. Geralmente o interesse surge e passa junto com o período eleitoral, mas as novas demandas aumentaram a cobrança por informações confiáveis e instantâneas. Em um momento em que a credibilidade é atentada por fake news, os holofotes aos prefeitos “celebridades” pesam ainda mais e obrigaram uma readequação da estratégia de promoção pessoal.

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Participação dos eleitores

Tal pressa faz com que os mais afobados publiquem feitos da gestão antes mesmo dos perfis das Prefeituras, como no anúncio de novas etapas das campanhas municipais de vacinação contra a Covid-19, por exemplo. Em troca, eles são duramente criticados por usuários, que alegam descumprimento dos princípios éticos do cargo para conquistar influência nas redes. 

A cientista política Priscila Lapa lembra que "isso não é carta branca para que os políticos possam extrapolar os limites institucionais de atuação" descritos no art. 37 da Constituição. Nem para o eleitor cometer crimes como ameaças, injúria ou difamação, previstos nos art. 147, 139, 140 do Código Penal.

Acompanhar a agenda nas redes é positivo para o cidadão, que pode "participar de forma direta, sem maiores intermediários, podendo fazer sua cobrança diretamente. Ele passa a tratar o político como alguém próximo", assegura Lapa.

Pronto para suportar a avaliação pública

Como defendido pelo analista de marketing digital, Valter Rito, as mídias funcionam como uma prestação de contas e não podem atrapalhar a produtividade do prefeito. "O político contrata um profissional para gerenciar as redes, porque as atividades são muito intensas e elas requerem muito foco, dedicação e doação de tempo. Então, o político não deve embarcar de vez nesse mundo, que é viciante", adverte.

Ele ressalta o cuidado com a linguagem, já que uma colocação errada pode confundir o público. De qualquer forma, a regra prevalece e uma informação oficial deve ser repassada como tal. Sem se apoiar em coloquialismos e, principalmente, de forma ampla.

"Precisa ter um equilíbrio e um cuidado entre o que vou expor como personalidade, para que as pessoas se reconheçam e crie uma identidade com o eleitor, ao mesmo tempo com o que vou passar enquanto gestor e que agenda vou tratar e como enfrentar as críticas", avaliou a cientista política. 

Para utilizar as redes de forma saudável, o gestor não pode se eximir do debate e precisa de uma estratégia que se conecte com a atuação no mundo real. "Não vai ser possível em uma rede social você expor apenas o que é positivo. Você vai ter que defrontar, vai ter que debater", apontou Lapa.

O uso político das redes sociais ainda é um movimento recente, por isso a garantia de uma boa atuação deve se submeter ao respeito de certos limites. "Antecipar informações oficiais, deturpar informações, fazer uso de informações oficiais para promoção pessoal, isso tudo continua sendo condenável tanto do ponto de vista jurídico, quanto do ponto de vista político. Existem os limites éticos dessa atuação", complementa a estudiosa.

Mas é crime usar as redes para promoção pessoal?

A advogada eleitoralista Anne Cabral indica que, embora possa haver ilicitude administrativa pelo desvio da moralidade e da pessoalidade por confundir a figura do gestor com os feitos, no geral, esse tipo de atividade tem finalidade pública e não configura crime. Exceto quando os materiais são publicados no período eleitoral, como determina o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"Eu não tenho uma legislação que diga que isso é burla. Algumas Administrações podem ter um código de conduta mais rígido: 'primeiro poste no perfil oficial para depois repostar no pessoal', mas esse detalhe a legislação não aborda", explica.

Cabral pontua que as redes sociais são um canal de comunicação como qualquer outro e a promoção pessoal pode vir junto com a publicidade das atividades de gestão, desde que não fuja da finalidade pública.

No entanto, quando surge alguma suspeita de improbo, o adequado é que o cidadão denuncie à ouvidoria. Ela fica responsável por apurar as infrações e abrir processo administrativo. Em seguida, notifica o Ministério Público em ação civil pública.

"Como a legislação é muito omissa em relação a regramento das redes sociais, isso é uma coisa que a gente não vê na prática", relata a advogada. Ainda assim, mesmo que em casos raros de condenação por atividade nas redes sociais, o político pode ser punido com advertência, multa e até mesmo ficar inelegível para o processo eleitoral.

O empresário do ramo de usinas, ex-senador e ex-deputado federal por Alagoas, João Lyra, faleceu, aos 90 anos, nesta quinta-feira (12), em um hospital particular de Maceió (AL). Ele estava internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) em decorrência de um processo chamado “broncoaspiração”, que ocorre quando o alimento entra pelas vias aéreas. As informações são do G1.

Nos últimos 3 meses, Lyra foi infectado pela Covid-19, teve pneumonia e passou por uma cirurgia de apêndice. Segundo o G1, a família afirmou que, após se recuperar da infecção pelo coronavírus, o político precisou ser internado novamente com problemas respiratórios. As complicações são apontadas como razão do óbito.

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João Lyra foi deputado entre os anos 2003 e 2007, retornando de 2011 até 2015. Ele também era conhecido por ostentar o título de “parlamentar mais rico do país”, com um patrimônio avaliado em cerca de R$ 400 milhões. Além disso, foi senador pelo PSD entre os anos 1989 e 1991.

O ex-parlamentar chegou a contestar o resultado das eleições de 2006, quando foi candidato ao governo de Alagoas e acabou derrotado por Teotonio Vilela (PSDB). Após o processo eleitoral, Lyra ajuizou processo na Justiça eleitoral, alegando fraude ou erro nas urnas eletrônicas. Não conseguiu, contudo, provar a suposta falha, e foi processado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em 2014 o grupo de empresas do usineiro decretou falência, e soma uma dívida de mais de R$ 3 bilhões em processos de credores e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Naquele mesmo ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu uma ação penal contra o ex-deputado por trabalho escravo em uma de suas usinas.

João José Pereira de Lyra nasceu no Recife (PE) e formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

Na manhã deste sábado (12), o governador Paulo Câmara decretou luto oficial de sete dias em Pernambuco em homenagem a Marco Maciel, ex-governador do Estado e ex-vice-presidente da República, que morreu nesta madrugada. Câmara prestou solidariedade à viúva Anna Maria Maciel, aos filhos Gisela, Cristiana e João Maurício, e aos demais parentes e amigos do político.

Em nota de pesar, o governador relembra a carreira do também ex-senador por Pernambuco. “Com a morte de Marco Maciel, o Brasil perde um político que sempre esteve aberto ao diálogo e ao entendimento. Ao longo de sua trajetória como deputado, governador, senador, ministro e vice-presidente da República defendeu suas posições com ética e elevado espírito público. Características que também o destacaram na Academia Brasileira de Letras”, disse o governador.

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Recife de luto

O prefeito do Recife, João Campos, decretou luto oficial de três dias na cidade. Em nota, ele homenageou o ex-governador e prestou solidariedade à família. “O Brasil e Pernambuco perdem um grande político, o recifense Marco Maciel. Em 45 anos de vida pública ocupou diversos cargos, culminando com a vice-presidência da República, por dois mandatos. Sempre fazendo política buscando construir pontes e entendimentos. Minha solidariedade à família e aos amigos. Que possam encontrar conforto neste momento de dor. Estou decretando luto oficial por três dias no Recife”, declarou o prefeito.

A vitória do democrata Joe Biden contra o republicano Donald Trump na eleição dos Estados Unidos deu espaço a uma disputa entre políticos brasileiros pelo domínio da imagem do líder moderado capaz de derrotar, em 2022, o presidente Jair Bolsonaro. Nos últimos dias, a busca pelo "Biden brasileiro" despertou articulações, conversas de bastidores e mesmo debates nas redes sociais.

A realidade de Washington, porém, pode não se transpor a Brasília. Nenhum dos que hoje se apresentam como presidenciáveis reúne as principais características do perfil ou da trajetória de Biden. Há 48 anos na vida pública, o presidente eleito é um conhecedor profundo do Legislativo e centrista convicto que acumula uma imagem conhecida pela sociedade norte-americana. Além dos mandatos em série como senador e dois como vice-presidente (2009-2017), havia disputado as prévias presidenciais do Partido Democrata em 1988 e 2008.

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"Um cara mais da política, né? Olha, não surgiu, não", avalia o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, ao pensar nos traços comuns entre nomes na corrida pelo Planalto e o democrata. "Tem que aguardar. Não é o João Doria, não é o Luciano Huck. O Ciro Gomes não tem esse perfil (agregador)", afirma, avaliando que o cenário eleitoral de 2022 começa a se consolidar na virada do ano. Interlocutor de Bolsonaro, Kassab aposta que o esforço para a implantação de uma frente unificada contra o presidente não deve vingar.

Esse é o receio de lideranças de oposição ao Planalto. Embora se fale na formação de "frentes" para 2022, até agora, interesses partidários e personalismos bloquearam as composições e mantiveram o cenário de 2018, com a polarização entre Bolsonaro e o PT. Há dois anos, houve grande número de candidatos se apresentando como alternativas às duas campanhas, mas que não atingiram 5% dos votos válidos. O único a desgarrar desse grupo foi Ciro Gomes (PDT), com 12,5%.

Dirigentes partidários e cientistas políticos avaliam que contra Bolsonaro devem se definir uma ou mais composições de centro, entre partidos à direita e à esquerda, como DEM, MDB, PDT, PSB, PSDB, Podemos, Rede, PV, e pelo menos mais uma na esquerda, com PT, PSOL e PCdoB. Nessas frentes, já estão explícitas as resistências à participação dos desiludidos do bolsonarismo, como mostraram as reações adversas a conversas entre o ex-juiz Sergio Moro e o apresentador Luciano Huck. Ambos não têm partido.

De Biden se esperam atitudes previsíveis, observam analistas. Sua vitória é produto de uma campanha plebiscitária do desempenho de um governo mal avaliado, em que se votou menos no democrata e mais contra Trump. Ele sempre encarnou a imagem de "homem comum". Por anos deslocava-se de trem de casa ao Senado. Vem de família simples e que enfrentou dificuldades financeiras. Ainda teve a vida marcada por tragédias, com a morte da primeira mulher e de filhos.

A ideia do "plebiscito" aproxima-se do que ocorreu em 2018 no Brasil, quando eleitores de Bolsonaro justificaram a escolha pelo candidato como um veto ao retorno do PT ao poder.

Uma frente ampla de centro precisa ir além de uma aliança eleitoral, segundo o cientista político Antônio Lavareda, para o que ele chama de "confederação dos insatisfeitos". Ele avalia que as forças de centro poderão mais uma vez amargar uma terceira posição. "Ou se junta o maior espectro da sociedade ou não consegue sobrepujar o presidente e a base dele", disse. "A aliança terá que ter lógica centrípeta, vir em nome de um candidato ‘mais Biden’", completa. "Ela só tem chance de êxito se liderar uma confederação mais social, com professores, funcionários públicos, o agronegócio, industriais, trabalhadores, Igreja Católica, segmentos evangélicos, gays, negros, índios, ecologistas."

Lavareda observa ainda a capacidade do governo de negociar cargos e benesses para formar uma base ampla, num sistema político pulverizado. "A grande diferença e a dificuldade de se encontrar um Biden no Brasil é o nosso sistema partidário. Fragmentado, o campo da oposição não tem mecanismos de atração e cooptação como o governo, uma magnetização."

Pesquisador do Núcleo de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo, Emmanuel Nunes de Oliveira prevê uma demanda pela experiência política. "Depois de Dilma Rousseff e Bolsonaro, o eleitor tende a pinçar alguém de dentro do sistema político e com experiência em administração pública." O professor de Ciência Política da USP José Álvaro Moisés também aposta num nome conhecido. "São os líderes com tradição democrática, com carreira e história dentro dos seus partidos e com folha de serviços para oferecer aos eleitores uma contraposição aos populistas", disse.

Por sua vez, o ex-ministro Roberto Freire, presidente do Cidadania, avalia que os políticos que despontaram no século passado não têm condições de atrair as novas gerações. "Quem imaginar que os protagonistas do século 20 vão ter vez em 2022 está equivocado. Em 2018, pensávamos que a aliança em torno de Geraldo Alckmin podia significar uma resposta para a sociedade. Mas ela não queria mais ouvir esses ‘sábios’ do passado", disse.

Freire pretende filiar Huck, quem ele enxerga como capaz de reunir centro-direita e centro-esquerda em único projeto. Apesar da disposição em agregar vozes distintas, Huck é um empresário do "show business", como Trump. Tem se movimentado politicamente sem o ônus de uma filiação partidária e evita o confronto direto com Bolsonaro.

Na corrida de 2022 estão os governadores João Doria (SP), Flávio Dino (MA) e Eduardo Leite (RS), todos sem longa trajetória na política. Por outro lado, a ex-ministra Marina Silva (Rede) não procura protagonismo entre opositores. Já Ciro Gomes (PDT), três vezes candidato ao Planalto, se esforça para aparar arestas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas mantém a aposta no conflito.

História

O triunfo de um político com perfil moderado nos Estados Unidos pode inspirar um retorno ao passado brasileiro. Nos delicados momentos de transição do País, personagens de centro e experiência no Legislativo tiveram destaque, ainda que acidentalmente.

Em 1985, o ex-governador de Minas Tancredo Neves costurou uma ampla aliança que garantiu a vitória no Colégio Eleitoral, selando o fim da ditadura militar. Em 1992, Itamar Franco, vice de Fernando Collor, aglutinou forças suficientes para retomar a governabilidade pós-impeachment. Com passagem pelo Senado, o empresário José Alencar compôs chapa com Lula, em 2002, e o chancelou no setor produtivo.

O cientista político Fernando Pignaton aposta que reflexos de uma demanda por um "basta" a lideranças extremadas podem surgir das eleições municipais. "Há de se chegar a nomes que proponham transformação social por vias mais moderadas, com avanços seguros", observou. "Olhando para o Brasil, nos municípios as pessoas não querem prefeitos que sejam extremados."

O ex-deputado Miro Teixeira (Rede) afirma que só uma reformulação profunda no sistema partidário seria capaz de agregar projetos democráticos. "Quando você olha para organização partidária brasileira tem a sensação de estar na antessala do inferno", disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP), morreu aos 89 anos no Recife na manhã desta quarta-feira (15). A causa da morte não foi informada.

Severino Cavalcanti foi prefeito por duas vezes de sua cidade, João Alfredo, deputado estadual por sete mandatos consecutivos e eleito três vezes deputado federal, onde alcançou o posto de presidente da Casa. Ele também era o presidente de honra do PP em Pernambuco.

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O político renunciou ao mandato de deputado em 2005, quando era presidente da Casa, para evitar processo de cassação. Ele chegou à presidência em vitória inesperada contra o candidato do ex-presidente Lula, Luiz Eduardo Greenhalgh, devido a uma divisão interna entre os petistas. 

Severino foi acusado de cobrar R$ 10 mil por mês a um dono de restaurante que funcionava na Câmara para manter a cessão do espaço. O caso foi chamado de 'mensalinho'.

Em 2006, ele tentou mais uma vez ser deputado federal, mas não se elegeu. Venceu a segunda eleição para prefeito em 2008, porém teve a reeleição em 2012 barrada pela Lei da Ficha Limpa. Ele lançou sua vice para sucedê-lo, mas a candidata foi derrotada.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), emitiu uma nota de pesar nesta manhã. "Severino teve uma trajetória de muito trabalho", disse o governador no texto. O presidente do PP em Pernambuco, o deputado federal Eduardo da Fonte também lamentou o falecimento, chamando Severino de "defensor da democracia". 

O ex-presidente da Câmara deixa esposa, três filhos e netos. Ele deverá ser sepultado nesta quarta-feira em João Alfredo.

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) divulgou, nesta segunda-feira (29), que o ex-candidato à presidência da República e vice-presidente do Partido Democrático Trabalhista (PDT), Ciro Gomes, participará de uma aula magna. Abordando o tema “Direito e Desenvolvimento”, o evento será on-line, no dia 3 de julho, às 19h.

A aula magna é uma promoção do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ)/Faculdade de Direito do Recife (FDR) e do Programa de Pós-Graduação em Direito (PPGD) da UFPE. O professor Walber de Moura Agra fará a mediação da iniciativa, que também contará com as participações dos professores Francisco Queiroz e Mariana Fischer.

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De acordo com a instituição de ensino, o evento é aberto ao público e poderá ser acompanhado via YouTube. Em seu site, a Universidade detalhou a experiência de Ciro no universo político. “Ciro Gomes é formado em Direito pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Ao longo de sua vida pública, ele já foi deputado estadual, deputado federal, prefeito de Fortaleza (CE), governador do Ceará, ministro da Fazenda durante o mandato do então presidente Itamar Franco e ministro da Integração Nacional do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também comandou a Secretaria de Saúde do Ceará durante a gestão do governador Cid Gomes. Ciro Gomes foi candidato ao cargo de presidente da República nas eleições de 1998, 2002 e 2018. Além disso, atuou na iniciativa privada”, informou a UFPE.

A triste marca de 1.473 mortos por Covid-19 em 24 horas, anunciada pelo Ministério da Saúde no fim da noite dessa quinta-feira (4), levou o ex-juiz e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, a voltar a pedir, no Twitter, que a população mantenha o isolamento social e os cuidados diante do novo coronavírus.

“1473 mortos por Covid-19 nas últimas 24 horas. Cuide-se. Se puder, fique em casa. Se não puder, use máscara e mantenha distância”, escreveu Moro na rede social. 

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Juntamente com o pedido para a população, o ex-aliado do presidente Jair Bolsonaro acrescentou que o alerta não era político. “Não é política, é responsabilidade e prudência”, observou.

Apesar de muitos Estados já iniciaram a retomada das atividades econômicas, após pouco mais de dois meses de medidas mais restritivas, o Brasil tem registrado números altos de mortos e nessa quinta ultrapassou a Itália no ranking mundial, sendo agora o terceiro país no mundo com mais mortos por Covid-19. Já são 34.021 brasileiros com suas vidas ceifadas pela doença.

Um deputado japonês pediu desculpas nesta segunda-feira (9) por embolsar cerca de 76.000 euros ao leiloar máscaras cirúrgicas on-line, muito escassas no país por causa da epidemia de coronavírus.

Hiroyuki Marota, membro da assembleia regional de Shizuoka (centro do país) e proprietário de uma empresa de importação, declarou em entrevista coletiva que havia leiloado on-line, durante um mês, muitas máscaras - cerca de 2.000 - e que com isso, ganhou 8,88 milhões de ienes (75.900 euros).

Cada lote foi vendido por entre 34.000 e 170.000 ienes (291 a 1.456 euros), disse ele à imprensa japonesa.

Marota explicou que havia comprado o equipamento há dez anos na China por 15 ienes por peça (0,13 euros), segundo o jornal regional Shizuoka Shimbun, de modo que um lote de 2.000 máscaras lhe custaram 30.000 ienes (257 euros).

"Eram reservas que eu tinha na minha empresa há anos. Não posso dizer que o lucro que obtive foi injustificado", disse ele. "Mas, como membro da assembleia da prefeitura, tenho uma responsabilidade moral".

O deputado foi muito criticado e disse que o preço correspondia ao do mercado.

O único deputado de extrema direita em Portugal, André Ventura, provocou um escândalo ao pedir a uma deputada negra que "volte para seu país de origem", por defender a restituição de obras de arte às antigas colônias portuguesas.

"Proponho que a deputada Joacine seja ela mesma devolvida para seu país de origem. Seria muito melhor para todo o mundo", disse Ventura ontem no Facebook.

Nesta quarta, o jornal "Publico" publicou um editorial, classificando como "abjeta" a afirmação de Ventura, líder do Partido Chega.

Joacine Katar Moreira, do partido de esquerda Livre, nascida em Guiné-Bissau, registrou ontem no Parlamento um projeto de lei para criar uma lista do patrimônio que Portugal deveria devolver para suas antigas colônias.

Ventura foi eleito em outubro de 2019 e se tornou o primeiro deputado de extrema direita no país desde a recuperação da democracia, em 1974. É conhecido por seus comentários depreciativos sobre negros e ciganos.

Boris Johnson se tornou primeiro-ministro com a promessa de concretizar o Brexit e, após a reeleição com uma vitória esmagadora, deseja acabar com as divisões no Reino Unido, embora seja uma das figuras mais polarizantes do país.

A vitória eleitoral é um mandato "não apenas para tornar efetivo o Brexit, mas para unir este país e levá-lo adiante, concentrados nas prioridades dos britânicos", afirmou Johnson.

Mas, embora seja um dos políticos mais populares do país, este homem de 55 anos com uma cabeleira loira revolta, desperta muitas críticas por uma retórica populista que lhe valeu a comparação com Donald Trump e uma falta de rigor que muitos denunciam como mentiras.

"A verdade importa?", questionou a moderadora durante um debate eleitoral. "Acho que sim", respondeu Johnson, arrancando risadas do público.

No poder desde julho, sofreu uma série de reveses em seus primeiros meses de mandato: 21 deputados conservadores se rebelaram contra ele, a justiça anulou por considerar "ilegal" sua suspensão dos trabalhos parlamentares e acabou obrigado a pedir um terceiro adiamento do Brexit, apesar de ter dito que preferia "estar morto em uma vala".

Apesar das polêmicas, o país decidiu dar uma carta branca a Johnson para que possa cumprir sua grande promessa: retirar o país da União Europeia.

- Bisavô turco -

No referendo de 2016, este grande fã de Winston Churchill - sobre quem escreveu uma biografia - surgiu como um dos principais defensores do Brexit, mas só após realizar um exercício incomum.

Colunista do jornal conservador The Daily Telegraph, havia preparado um artigo anunciando que apoiava a permanência no bloco e outro afirmando o contrário, o que deu a impressão de que sua decisão escondia um cálculo político.

"O único em que Boris Johnson acredita é Boris Johnson", disse à AFP o ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) Pascal Lamy, que conhece a família Johnson desde que Boris era um rapaz que estudava na Escola Europeia de Bruxelas, onde seu pai foi um eurodeputado.

Conhecido popularmente como "BoJo", Alexander Boris de Pfeffel Johnson nasceu em 1964 em Nova York, no seio de uma família de políticos, jornalistas e celebridades. Um de seus bisavós era turco e foi ministro do último Império Otomano.

E ele sempre se refere a ele quando é acusado de islamofobia. Como quando comparou as mulheres vestidas de burca a caixas dos correios, declarações que junto com outras lhe renderam também a acusação de misoginia, embora seus partidários as qualifiquem como simples brincadeiras.

- "Rei do mundo" -

Segundo sua irmã, Rachel, quando criança, ele queria ser "rei do mundo". Seguindo a trajetória clássica das elites britânicas, estudou nas prestigiosas Eton e Oxford.

Em 1987 iniciou uma carreira de jornalista no 'The Times', que o demitiu um ano depois por inventar algumas declarações. Entre 1989 e 1994 foi correspondente do Telegraph em Bruxelas, onde escreveu artigos que ridicularizaram as regulações europeias.

"Não inventava as histórias, mas sempre caía no exagero", lembra Christian Spillmann, jornalista da AFP em Bruxelas nestes anos.

Eleito deputado em 2001, ele perdeu um cargo na cúpula conservadora três anos depois por mentir sobre um caso extraconjugal. Um dos vários escândalos pessoais de um político que não quer dizer quantos filhos tem... além dos quatro reconhecidos.

Divorciado duas vezes, agora mora em Downing Street com a namorada, Carrie Symonds, de 31 anos. Ganhou status de estrela após ser eleito prefeito de Londres em 2008 e, embora lhe atribuam alguns projetos desastrosos, brilhou com os bem sucedidos Jogos Olímpicos de 2012.

Na mente de todos ficou a imagem do prefeito Johnson, engasgado em uma tirolesa durante os Jogos e agitando uma bandeirinha enquanto aguardava ser despendurado, uma situação ridícula que, graças ao seu carisma, conseguiu tornar favorável.

Foi nomeado ministro das Relações Exteriores por Theresa May em julho de 2016. É acusado de ter cometido erros diplomáticos graves antes de pedir demissão dois anos depois por desavenças sobre a estratégia do Brexit.

O ano de 2020 se aproxima e com ele vem as eleições municipais. Na tentativa de saírem vitoriosos, alguns políticos se aproveitam da flexibilidade do domicílio eleitoral para trocarem a sua residência eleitoral para votarem e serem votados. Viver politicamente na itinerância não é algo proibido e, de acordo com o cientista político Elton Gomes, é mais comum do que se imagina. 

Em Pernambuco temos alguns exemplos de políticos que já foram prefeitos em várias cidades diferentes. Elias Gomes, por exemplo, já conseguiu governar o município do Cabo de Santo Agostinho, cidade onde foi prefeito em três mandatos, Fernando de Noronha e Jaboatão dos Guararapes, sendo esse o último município liderado por Elias e seu domicílio eleitoral de 2009 a 2016. Em outubro deste ano, Gomes retornou o seu título para o Cabo, onde pretende disputar - pela quarta vez - a prefeitura da cidade

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Elias já deu a largada para 2020. Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens/Arquivo

Outro exemplo de prefeito que já 'rodou' algumas cidades da Região Metropolitana do Recife é Yves Ribeiro. O político já governou Itapissuma, Igarassu, local onde nasceu, e Paulista - sendo esta a cidade que pretende voltar ao comando em 2020. Yves, inclusive, conseguiu ser prefeito de todas essas cidades, consecutivamente, por dois mandatos.

“Com a emancipação de Itapissuma eu me tornei o primeiro prefeito da cidade. Depois o doutor Arraes (ex-governador de Pernambuco) me chamou para ser prefeito de Igarassu. Como eu já tinha sido o vereador mais votado de Igarassu, em 96 eu transferi o meu título e fui eleito prefeito”, explica Yves Ribeiro.

Yves atualmente é assessor especial do Governo de Pernambuco. Imagem reprodução

A sua ida para a cidade de Paulista, segundo explica, se deu depois que participou de uma palestra no município e o povo o chamou para disputar a prefeitura da cidade. De acordo com Yves, na época, foi feito uma pesquisa na cidade para saber se a população queria que o então prefeito de Igarassu fosse governar Paulista. “O sim deu 66%, não 22% e o resto não quis opinar. Então eu enfrentei a luta e graças a Deus fui eleito e reeleito”, salienta.

O cientista político Elton Gomes explica que essas mudanças são a forma que os políticos encontram para maximizar os seus ganhos eleitorais e ter mais capacidade do ponto de vista eleitoral. “Isso é uma estratégia e uma grande jogada dos políticos para poder potencializar as suas chances de vitória. Quando eles se dão conta que as suas chances eleitorais podem ser majoradas mediante o domicílio eleitoral, eles assim o fazem para que possa, muitas vezes, até exportar a sua franquia de poderes”, pontua o especialista.

Diferente de seu marido, Michele teve sucesso na corrida eleitoral. Imagem reprodução

Um outro exemplo famoso em Pernambuco é o casal Collins. Em 2016, Cleiton Collins disputou a prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, enquanto a sua esposa Michele Collins tentava a reeleição para o cargo de vereadora do Recife. A pergunta que muitos eleitores fizeram foi “onde mora o casal?”. A repercussão foi tamanha que eles tiveram que lançar nota de posicionamento sobre a situação. Na época, Michele Collins disse que, por desenvolver um trabalho social no Recife, era legítimo o pleito ao cargo de vereadora na cidade, já que exercia atividade política na capital pernambucana. 

-> Prefeitos alimentam desejo de eleger seus sucessores

De acordo com o artigo 9º da Lei número 9.504/1997, para disputar um pleito, o candidato deve possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pela qual deseja concorrer, pelo prazo de seis meses e estar com a filiação deferida pelo partido no mesmo prazo. 

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) explica que o conceito para o Direito Eleitoral não coincide com o domicílio para o Direito Civil. O Direito Eleitoral requer a necessidade de um "vínculo especial". O tribunal aponta que não é necessária a vontade de centralizar a vida em determinado lugar para considerá-lo um domicílio eleitoral. Basta o requisito objetivo conjugado com o vínculo especial.

"Essa vinculação especial surge a partir de um elo, seja ele familiar, social, afetivo, comunitário, patrimonial, negocial, econômico, profissional ou político com o lugar. Nesse contexto, ainda que os eleitores ou candidatos não morem efetivamente no local, eles poderão votar e se candidatar", explica o tribunal.

Gastos para a corrida eleitoral em 2020

Em outubro deste ano, o Senado aprovou o projeto que estabelece um teto para os gastos de campanha nas eleições municipais de 2020. A medida define como limite de gastos para os candidatos o mesmo valor determinado em 2016 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), só que corrigido pela inflação. Naquele ano, candidatos a prefeito de São Paulo, por exemplo, puderem gastar R$ 45,4 milhões no primeiro turno da disputa. Nas campanhas para o segundo turno, cada candidato poderá gastar até 40% desse limite.

A proposta também limita o autofinanciamento a 10% do valor total autorizado para o cargo. Ou seja, para cada R$ 100 mil de teto de gastos, o candidato só poderá usar R$ 10 mil do próprio bolso na campanha.

Um político da União Democrata Cristã (CDU), partido da chanceler federal alemã, Angela Merkel, foi encontrado morto no terraço de sua casa em Wolfhagen, no centro-oeste da Alemanha, afirmou a polícia. O caso está sendo investigado como homicídio.

Walter Lübcke, de 65 anos, foi encontrado no terraço por um familiar. Apesar de tentativas de reanimação, ele não resistiu aos ferimentos e morreu.

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Segundo o promotor, Horst Streiff, a autópsia confirmou que Lübcke morreu com um tiro na cabeça, disparado a curta distância. A hipótese de suicídio teria sido descartada, e uma investigação de homicídio foi aberta.

"Não há ainda indícios sobre suspeito ou motivo", afirmou a chefe da polícia criminal do estado de Hessen, Sabine Thurau. "Estamos investigando em todas as direções", acrescentou.

Membro de longa data da CDU, Lübcke era o encarregado da região administrativa de Kassel, uma subdivisão do governo estadual de Hessen, há dez anos. Em 2015, ele chegou a receber ameaças de morte depois de defender refugiados.

O político apoiou, na época, a abertura de um abrigo para requerentes de asilo planejado na cidade de Lohfelden. Diante de vaias, ele respondeu que determinados valores precisavam ser defendidos e que todo alemão tinha liberdade para deixar o país se não concordasse com esses valores.

Thurau, afirmou, no entanto, que não há, no momento, uma ligação entre as ameaças de morte e o crime. Não foram dados detalhes sobre a arma usada ou se houve testemunhas. "Essa primeira fase é decisiva para o sucesso da investigação. Não queremos que especulações coloquem em risco a investigação", disse.

O vice-prefeito do município de Trairi, no Ceará, foi preso nessa segunda-feira (13), ao atirar contra policiais civil que realizavam uma ação para inibir o tráfico de drogas no distrito de Canaã. Ele foi eleito em 2016.

De acordo com um policial, que preferiu sigilo, Erinaldo Freitas, do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) disparou duas vezes contra a guarnição que estava em um carro descaracterizado. A viatura estava parada na CE-085, aguardando um veículo de suspeitos que passariam pela rodovia. Um dos tiros ainda atingiu a porta traseira do carro das autoridades, embora nenhum agente foi ferido.

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Após o pedido de socorro, os agentes identificaram o remetente dos tiros e capturam o vice-prefeito dentro da própria residência. Lá, foi encontrado um revólver calibre 38, com restrição por roubo.

O advogado do político informou que seu cliente não vai se pronunciar sobre o caso. Segundo ele, o assunto será abordado por um deputado na sessão desta terça-feira (14), na Assembleia Legislativa do Ceará, apontou o G1.

Erinaldo Freitas do PRTB foi encaminhado para a Delegacia Metropolitana de Caucaia. Ele foi interrogado pelo delegado e autuado por tentativa de homicídio contra os policiais e receptação.

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