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O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP), morreu aos 89 anos no Recife na manhã desta quarta-feira (15). A causa da morte não foi informada.

Severino Cavalcanti foi prefeito por duas vezes de sua cidade, João Alfredo, deputado estadual por sete mandatos consecutivos e eleito três vezes deputado federal, onde alcançou o posto de presidente da Casa. Ele também era o presidente de honra do PP em Pernambuco.

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O político renunciou ao mandato de deputado em 2005, quando era presidente da Casa, para evitar processo de cassação. Ele chegou à presidência em vitória inesperada contra o candidato do ex-presidente Lula, Luiz Eduardo Greenhalgh, devido a uma divisão interna entre os petistas. 

Severino foi acusado de cobrar R$ 10 mil por mês a um dono de restaurante que funcionava na Câmara para manter a cessão do espaço. O caso foi chamado de 'mensalinho'.

Em 2006, ele tentou mais uma vez ser deputado federal, mas não se elegeu. Venceu a segunda eleição para prefeito em 2008, porém teve a reeleição em 2012 barrada pela Lei da Ficha Limpa. Ele lançou sua vice para sucedê-lo, mas a candidata foi derrotada.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), emitiu uma nota de pesar nesta manhã. "Severino teve uma trajetória de muito trabalho", disse o governador no texto. O presidente do PP em Pernambuco, o deputado federal Eduardo da Fonte também lamentou o falecimento, chamando Severino de "defensor da democracia". 

O ex-presidente da Câmara deixa esposa, três filhos e netos. Ele deverá ser sepultado nesta quarta-feira em João Alfredo.

O desembargador Rogério de Oliveira Souza, do Tribunal de Justiça do Rio, determinou que a Assembleia Legislativa dê posse aos deputados estaduais Chiquinho da Mangueira (PSC) e Marcos Abrahão (Avante), que foram presos na Operação Furna da Onça, que apura suspeito de "mensalinho" na Casa.

Ambos foram soltos por decisão da Assembleia, em outubro de 2019, após o Supremo Tribunal Federal decidir que cabe ao Legislativo despachar sobre prisões de parlamentares. A Casa, no entanto, manteve o afastamento dos deputados do cargo. Abrahão deixou o presídio de Bangu 8 no dia 24 de outubro; Chiquinho estava em prisão domiciliar.

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"Ao também decidir sobre o impedimento de exercer seus mandatos, a Alerj ingressou em grave ofensa à Constituição Federal e estadual, porquanto retirou dos impetrantes o direito ao devido processo legal, especialmente a ampla defesa", afirmou o desembargador.

As defesas dos dois deputados estaduais não foram localizadas para comentar a decisão do TJ do Rio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Quinze vereadores da cidade de Coari, no Amazonas, estão sendo investigados pelo Ministério Público do estado pela suspeita de recebimento de propina em troca de favores ao prefeito Adail Filho (PP). O município fica a 363 quilômetros da capital Manaus.

O caso, batizado de ‘mensalinho’, aponta que os vereadores recebiam dinheiro para permitir que o prefeito aprovasse todas as suas propostas junto aos parlamentares. Os dados apresentados pelo Ministério Público dizem que cada vereador recebia cerca de R$ 10 mil por mês.

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A quantia era desviada de verbas da Prefeitura. O vereador cassado Samuel Castro admitiu que os parlamentares se reuniam para "sortear" o dinheiro todo o mês. Segundo ele, a prática era comum para que não houvesse boicote a nenhum dos políticos.

O atual presidente da Câmara de Coari, Keitton Pinheiro (PTB), nega as acusações do ‘mensalinho’.

O ex-deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso José Geraldo Riva (PSD) acusa o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), de autorizar R$ 260 milhões em precatórios - pagamentos de causas judiciais - para a construtora Andrade Gutierrez a fim de abastecer um sistema financeiro que tinha por objetivo comprar apoio de parlamentares. Riva relatou a denúncia em acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), fechada na semana passada.

Os pagamentos de precatórios foram realizados entre março de 2009 e dezembro de 2012. Blairo foi governador de Mato Grosso por dois mandatos consecutivos, entre 2003 e 2010. O dinheiro, segundo o ex-parlamentar, abasteceu uma conta-corrente usada para pagar deputados estaduais e integrantes da base em troca de apoio ao governo. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que a negociação do acordo de colaboração de Riva com a PGR foi finalizado na sexta-feira passada. O ministro negou as acusações e afirmou que os pagamentos de precatórios seguiram o "rito legal".

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Segundo Riva, o pagamento dos precatórios era apenas parte de uma manobra financeira para comprar a adesão dos deputados à base. Esse sistema financeiro paralelo era operado pelo empresário Valdir Piran. O delator narrou um encontro do qual participaram Maggi, o então secretário da Fazenda de Mato Grosso Éder Moraes e o ex-governador Silval Barbosa, sucessor do ministro da Agricultura no Executivo mato-grossense. Foi nessa reunião que ficou acertado o esquema do precatório.

Segundo Riva, o então governador era contrário à manobra financeira em um primeiro momento, mas, após a reunião, cedeu e aceitou autorizar a transação. Para que os valores chegassem até o operador, a Andrade Gutierrez teve de assinar, segundo o delator, um contrato de cessão de créditos com a Piran Participações e Investimentos, empresa da família do empresário Valdir Piran.

O acordo previa, de acordo com os relatos de Riva, que a construtora cedesse seu crédito de precatórios a Piran com deságio de 54%. Com isso, dos R$ 260 milhões pagos pelo governo de Mato Grosso à empreiteira, R$ 104 milhões foram parar nas contas usadas pelo operador do esquema.

'Mensalinho'

Nos últimos meses, enquanto aguardava o acordo, Riva começou a confessar em depoimento à Justiça estadual de Mato Grosso ter participado da arrecadação e do pagamento de um "mensalinho", que somente nas gestões de Blairo pagou propina para 33 deputados estaduais.

O ex-deputado afirmou à Justiça de Mato Grosso que o ex-governador sabia dos pagamentos. A transação envolvendo os precatórios liberados por Blairo já havia sido alvo da Operação Ararath - conhecida como a Lava Jato pantaneira.

Uma cópia do contrato de cessão de créditos assinado entre a Andrade Gutierrez e a Piran foi encontrada com o ex-secretário da Fazenda e chefe da Casa Civil nos governos Blairo e Silval, Éder Moraes. Presente na reunião em que Blairo autorizou o pagamento, Moraes foi preso quatro vezes na Ararath pelos delegados federais Wilson Rodrigues de Souza Filho e Guilherme Augusto Torres.

Defesa

Por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa, o ministro Blairo Maggi afirmou que "todos os pagamentos de precatórios sempre seguiram o rito legal".

Os cálculos, segundo a nota, eram feitos pela Procuradoria-Geral do Estado e conferidos pela Auditoria-Geral do Estado (AGE). Segundo Blairo, "jamais houve favorecimento a empresas ou pessoas físicas" nas liberações de precatório.

O advogado Valber Melo, responsável pela defesa de Silval Barbosa, afirmou que seu cliente não vai comentar. O Estado não conseguiu contato com a defesa de Éder Moraes.

O advogado Nabor Bulhões, que representa Piran, afirmou que não conhece os termos de delação, mas que a versão do ex-deputado é incompatível com a realidade documental dos fatos. "O pagamento do precatório foi uma operação absolutamente lícita", afirmou Bulhões.

A construtora Andrade Gutierrez informou que não vai comentar o caso.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) está ouvindo os vereadores de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, suspeitos de pedir propina para aprovar projetos de lei do executivo. Dois parlamentares serão ouvidos hoje.

Oito vereadores já foram ouvidos e apresentaram novas versões para a tentativa de extorsão à Prefeitura. De acordo com a promotora Bianca Stella, que fez a ouvida, alguns informaram sobre envolvimento de pessoas da gestão municipal.

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Bianca Stella explicou que o processo no MP é mais amplo e que outras pessoas, além dos vereadores serão ouvidas, sem informar quem será chamado.

“Pretendemos chamar outras pessoas. No Ministério Público é mais ampla: primeiro, estamos abertos para ouvir outras pessoas. Depois é a moralidade da administração dentro da Câmara”, informou a promotora.

Ainda de acordo com a promotora, o inquérito policial está sendo convertido em inquérito civil e em seguida será pedida a improbidade administrativa para os vereadores envolvido no escândalo já denominado “mensalinho caruaruense”.

Já foram ouvidos Val (DEM), Jadiel Nascimento (PROS), Jajá (PPS), Val das Rendeiras (PROS), Louro do Juá (SDD), Eduardo Cantarelli (SDD), Sivaldo Oliveira (PP) e Cecílio Pedro (PTB). Na tarde de hoje comparecem ao Ministério Público em Caruaru, Neto (PMN) e Evandro Silva.

A entrevista da promotora foi concedida na manhã de hoje à uma rádio local.

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