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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, confirmou nesta quinta-feira, 18, em Salvador, que participará do Congresso da União Africana (UA) na Etiópia em fevereiro. De acordo com Lula, o Brasil precisa começar a retribuir a dívida histórica com o povo africano.

Antes de ir à cúpula, que ocorrerá entre os dias 17 e 18 de fevereiro, o chefe do Executivo planeja embarcar do Brasil rumo ao Egito na noite do dia 13.

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"O Brasil precisa, de uma vez por todas, começar a retribuir a dívida histórica que nós temos com o povo africano", declarou Lula, em evento de assinatura do acordo de parceria firmado pelo governo federal, por meio do Ministério da Defesa e do Comando da Aeronáutica, com o Estado da Bahia e o Senai Cimatec para a criação do Parque Tecnológico, que será instalado, futuramente, na Base Aérea de Salvador. "Como o Brasil é um país pobre que não pode pagar sua dívida em dinheiro, a gente paga em transferência de dinheiro, de política pública e tecnologia", comentou.

Na ida à Etiópia, há a previsão de Lula ter um encontro bilateral com o presidente do país, Sahle-Work Zewde.

A viagem do presidente, contudo, ocorre em um ano em que o foco do chefe do Executivo será em visitar os Estados brasileiros.

A ideia da gestão petista, contudo, é que o presidente continue suas agendas internacionais e que isso não irá interferir nas viagens pelo País.

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um inquérito civil que pretende apurar as responsabilidades e a participação do Banco do Brasil na escravidão e no tráfico de pessoas negras no século 19. O objetivo da ação é promover a reflexão sobre o tema para garantir que crimes contra a humanidade como esse jamais se repitam, além de garantir mecanismos de reparação com um olhar voltado para o presente e o futuro, em uma discussão sobre memória, verdade e justiça.

O inquérito foi instaurado pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Rio de Janeiro (PRDC/RJ) após uma manifestação apresentada por um grupo de 15 professores e universitários, oriundos de diversas universidades brasileiras e estrangeiras, que realizaram uma pesquisa que aponta para a negação e o silêncio sobre a participação das instituições brasileiras na escravização de pessoas.

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No caso do Banco do Brasil, os historiadores apuraram que havia uma relação de “mão dupla” da instituição financeira com a economia escravista da época, que se revelava no quadro de sócios e na diretoria do banco, formados em boa parte por pessoas ligadas ao comércio clandestino de africanos e à escravidão.

O despacho assinado pelos procuradores Jaime Mitropoulos, Julio José Araujo Junior e Aline Caixeta, dá um prazo de 20 dias para que o banco apresente suas considerações sobre a pesquisa que subsidiou a investigação; informe sua posição a respeito da sua relação com o tráfico de pessoas negras escravizadas; informe a existência de pesquisas financiadas pelo Banco do Brasil para avaliar a narrativa sobre a sua própria história; preste informações sobre a relação do banco com traficantes de pessoas e sobre financiamentos relacionados com a escravidão.

Por fim, o MPF pede que sejam informadas as iniciativas do banco com finalidades específicas de reparação em relação a esse período. Pede também o agendamento de reunião com presidência do Banco do Brasil no próximo dia 27 de outubro. Os Ministérios de Direitos Humanos e Cidadania e da Igualdade Racial foram informados da instauração do inquérito e poderão acompanhar as discussões, se assim tiverem interesse.

Mobilização internacional

Nos últimos anos, em países como Estados Unidos e Inglaterra, têm ganhado força um movimento por reparação histórica de grandes instituições que participaram da escravidão.

Nos Estados Unidos, pesquisas têm demonstrado que traficantes e donos de pessoas escravizadas foram os fundadores de faculdades, apontando o papel ativo dessas instituições na manutenção daquela dominação, ao lado da Igreja e do Estado. Como resposta, essas instituições estão sendo pressionadas a estabelecer formas de reparação.

No caso do Reino Unido, existe também uma forte pressão pelo estabelecimento de reparações. Nesse sentido, nações caribenhas organizaram comissões e estão preparando cartas formais que solicitam o pedido de desculpas e reparações por parte da família real britânica, do Lloyd’s of London (instituição que cuida do mercado de seguro) e da Igreja em razão do tráfico de pessoas negras escravizadas.

Um exemplo desse esforço foi o pedido de desculpas do jornal inglês The Guardian pelo papel de seus fundadores no tráfico transatlântico, seguido do anúncio de um programa de justiça restaurativa a ser executado durante uma década. O jornal estima investir mais de 10 milhões de libras nesse programa, que será especificamente voltado a comunidades que descendem de vítimas da atuação dos fundadores no tráfico.

Escravidão

O tráfico transatlântico de pessoas negras escravizadas foi uma das maiores atrocidades cometidas na história da humanidade, com impactos duradouros em nossa sociedade e na constituição das diversas manifestações do racismo estrutural e institucional nas relações sociais.

Pintura de Jean-Baptiste Debret sobre escravidão no Brasil (Domínio Público)

“Revisitar a escravidão implica desnaturalizar a forma como tratamos o papel das instituições e de pessoas que se constituíram e enriqueceram à custa dessa mancha em nossa história. Se, por um lado, devemos reconhecer o papel do negro na construção das riquezas materiais e na estrutura econômica do país para repensarmos a própria história da formação do Estado brasileiro, é necessário, por outro, enfatizar que a diáspora africana é resultado de um projeto de desumanização, violências e dores que contou com a complacência de pessoas, famílias e instituições, as quais se beneficiaram proativamente dessas atrocidades, sem qualquer tipo de manifestação de reconhecimento ou responsabilização”, pontua o inquérito do MPF.

Legislação

O Estado brasileiro se compromete em âmbito internacional a discutir e enfrentar as consequências da escravidão e do tráfico de pessoas negras escravizadas. É um tema que demanda uma atuação permanente no sentido de elucidar violações e também buscar formas de reparação.

A Constituição de 1988 adotou como princípio nas relações internacionais repúdio ao racismo (artigo 4º, VIII), tornando-o crime imprescritível e inafiançável. Além disso, a Constituição ressalta o caráter plural da sociedade brasileira e estabelece um programa para superar as desigualdades sociais e regionais.

Para o MPF, discutir a escravidão e formas de reparação também se insere na busca pela superação do racismo institucional e estrutural. Para essa empreitada, promover a reflexão sobre o tema jamais deve se limitar ao importante olhar para o passado trágico, mas também nos conduzir a uma reflexão sobre o nosso presente e futuro, em uma perspectiva de memória e verdade sobre a nossa história.

Segundo a Corte Interamericana de Direitos Humanos, há cinco conjuntos de medidas importantes para viabilizar os processos de memória-verdade-justiça e nesse sentido enfrentar o racismo e o negacionismo dos efeitos da escravidão. São eles: a investigação e elucidação das situações de violência ocorridas; a responsabilização dos agentes que praticaram as violações; a reparação dos danos suportados pelas vítimas; a promoção da memória; e a adoção de medidas destinadas a prevenir a repetição das violações no futuro.

História

O primeiro Banco do Brasil, criado por alvará régio em 12 de outubro de 1808, teria surgido para enfrentar a escassez de crédito e de moeda no Império Português, porém sua atuação se reduzia ao financiamento público. Os historiadores indicam que o banco se valeu de recursos como a arrecadação de impostos sobre embarcações dedicadas ao tráfico de pessoas escravizadas e destacam que o capital para a formação do banco provinha da economia da época, que tinha na escravidão e no comércio negreiro um papel central. Assim, por exemplo, as subscrições para a integralização do capital do banco provinham dessas atividades, sendo que as maiores fortunas do Rio de Janeiro estavam claramente associadas ao comércio transatlântico de africanos.

Litogravura do Banco do Brasil por P. G. Bertichem, na rua da Alfândega, esquina com Candelária, no Rio de Janeiro, em 1854.

A despeito de o banco ter se constituído em três momentos ao longo do século 19, a própria narrativa da instituição financeira sobre a sua história pressupõe uma linearidade histórica e sua presença bicentenária no Brasil. Apesar dos vínculos históricos do banco com o tráfico de pessoas escravizadas, grande parte da historiografia sobre sua formação reproduziu um apagamento sobre o tema.

Da assessoria do MPF

A Procuradoria Geral da República (PGR) determinou neste sábado, 23, que o Supremo Tribunal Federal (STF) tome depoimento do deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) a respeito de declarações discriminatórias que ele proferiu contra a população africana. O parlamentar se tornou alvo de dois peticionamentos eletrônicos no Supremo depois de questionar a capacidade cognitiva de africanos e brasileiros.

As declarações de Gayer foram feitas durante entrevista para um podcast em 23 de junho. Na ocasião, o deputado relacionou a existência de ditaduras em países da África a uma suposta falta de "capacidade cognitiva" da população, e ainda disse que o "Brasil está emburrecido" e "segue o mesmo caminho das nações africanas". As falas ocorreram logo depois de o apresentador do programa, Rodrigo Barbosa Arantes, comparar o QI da população da África com o de macacos. Ambos foram acusados de racismo e de discriminação contra a população africana.

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O STF abriu dois peticionamentos para apurar as acusações contra o parlamentar. O primeiro deles foi no dia 30 de junho, sob a relatoria da ministra Carmén Lúcia, e tem como requerentes as deputadas federais do PSOL Luciene Cavalcante (SP), Talíria Petrone (RJ), Célia Xakriabá (MG) e Erika Hilton (SP), todas do PSOL.

O segundo foi aberto em 3 de julho. O PET tem como relator o ministro Luís Roberto Barroso e, como requerentes, as deputadas federais Tabata Amaral (PSB-SP), Carol Dartora (PT-PR), Reginete Bispo (PT-RS), Camila Jara (PT-MS), Dandara Tonantzin (PT-MG) e Duda Salabert (PDT-MG), que, à época, acusou Gayer de racismo em suas redes sociais, "A Câmara não pode ser espaço para racista! Deveria ser preso além de perder o mandato", afirmou.

Ambos os peticionamentos foram enviados à PGR ainda em julho e retornaram juntos ao STF no sábado, 23 de setembro, três meses depois das declarações discriminatórias do deputado.

Segundo afirmado pela assessoria da PGR ao Estadão, ainda não há inquérito contra o parlamentar. Os dois peticionamentos tratam-se apenas de investigações preliminares e o pedido da PGR faz parte das primeiras diligências para dar encaminhamento ao assunto.

Entenda as declarações do deputado Gustavo Gayer sobre a população africana

Em conversa durante um podcast, em 23 de junho, Gayer falava sobre o QI dos brasileiros, quando um dos apresentadores, Rodrigo Barbosa Arantes, chegou a insinuar que o QI médio da população africana seria menor do que o de macacos. Imediatamente, o deputado complementou a fala discriminatória dizendo que a suposta falta de capacidade cognitiva influenciaria o surgimento de regimes totalitários.

"Aí você vai ver na África, quase todos os países têm ditadores. Quase tudo lá é ditadura. Democracia não prospera na África. Por quê? Para você ter uma democracia, você tem que ter o mínimo de capacidade cognitiva de entender o bom e o ruim e o certo e o errado. Então, tentaram fazer democracia na África várias vezes. Mas o que acontece? Um ditador toma conta de tudo e o povo ‘êêê’. O Brasil está desse jeito, o Lula chegou na Presidência e o povo ‘êê, picanha e cerveja", afirmou Gayer.

As falas foram consideradas racistas e, além dos peticionamentos no STF, levaram a críticas de organizações da sociedade civil, reclamações ao Conselho de Ética da Câmara, pedidos de cassação de mandato e manifestação do ministro de Direitos Humanos, Silvio Almeida, que disse que acionaria a Polícia Federal, a PGR e a Câmara dos Deputados contra Gayer. "Imunidade parlamentar não é escudo para quem pratica crimes", afirmou o ministro, à epoca.

A Advocacia-Geral da União (AGU) também se manifestou. Ainda em julho, apresentou queixa-crime contra o deputado por associar "africanos a quociente de inteligência baixo, inclusive o comparando a de macacos". O órgão pediu à Procuradoria-Geral da República que investigue o parlamentar por suposto racismo. O apresentador Rodrigo Barbosa Arantes também é citado na queixa.

"A manifestação é claramente discriminatória, pois diferencia a capacidade cognitiva de seres humanos considerando a origem africana, continente em que sabidamente a maioria da população é negra, concluindo que não teriam aptidão para compreender regime democrático", ressaltou a AGU.

Em resposta às acusações, Gayer publicou um vídeo dizendo que a frase dele foi tirada de contexto. Alegou que o QI dos países africanos seria menor que outros por conta da subnutrição, "que afetaria a educação e o conhecimento" e seria espalhada de forma proposital pelos ditadores.

Semanas depois de sua nomeação na assembleia do condado de Kwale, sudeste do Quênia, Judy Kengo se viu 'no olho de um furacão' por uma foto manipulada na qual supostamente beijava outra mulher.

"Olhem, aqui sua dirigente. Que exemplo é esse para nossas filhas?", comentou uma internauta na imagem publicada nas redes sociais.

Kengo sabe qual foi a intenção desta divulgação: forçá-la a renunciar ao cargo em uma das regiões mais conservadoras do país.

Este tipo de ataque não é incomum na África, indicam especialistas à AFP.

Muitas mulheres que desejam entrar para a política enfrentam campanhas de desinformação online para dissuadi-las de se apresentarem às eleições ou desacreditá-las perante os eleitores.

Para resistir a estas pressões, é preciso ter "casca grossa", afirma a política queniana de 35 anos, que formou uma equipe para responder às campanhas de difamação nas redes sociais.

"A política sempre foi um mundo dominado por homens e para entrar nela é preciso ser muito agressiva", explica.

E para uma mulher, exercê-la é delicado. "Se for agressiva na forma de abordar os problemas, as pessoas dizem que é exagerada e linguaruda", afirma.

"Não é assim com nossos homólogos masculinos".

- "Medo" -

"Os ataques sexualizados são muito agressivos e buscam claramente minar a qualificação delas" para o cargo, explica Kristina Wilfore, cofundadora da ONG #ShePersisted (Ela persistiu), que combate a desinformação sexista e abusos online.

Um estudo com a participação de sua organização demonstrou que durante as eleições gerais do Quênia de 2022, as redes sociais permitiram "um discurso de ódio sobre as mulheres", disse Wilfore.

E embora sejam verificadas e corrigidas, as informações falsas "sempre deixam a sensação de que as mulheres não têm espaço em alguns locais públicos", lamenta.

No continente africano, elas ocupam apenas 24% dos 12.100 postos parlamentares, segundo um estudo de 2021 do projeto pan-africano "Women in political participation" (A participação política das mulheres, em tradução livre).

No Quênia, embora a Constituição determine que ao menos um terço das cadeiras da Assembleia Nacional seja ocupado por mulheres, esta cota não é preenchida.

- Nudez e fitas de sexo -

Em Ruanda, a empresária e opositora Diane Rwigara se deparou com supostas imagens suas nua na internet dias após anunciar sua candidatura às presidenciais de 2017. Mais tarde, declarou à CNN que essas imagens foram manipuladas e parte de uma campanha para que não desafiasse o presidente Paul Kagame, no poder desde o ano 2000.

Sua candidatura foi posteriormente recusada devido a supostas falsificações em sua solicitação. Em 2018, um tribunal a absolveu das acusações "infundadas".

Em abril, a ex-senadora queniana Millicent Omanga enfrentou pedidos de demissão de seu cargo de ministra adjunta após a divulgação de vídeos de uma suposta fita sexual. A AFP rastreou a origem de um destes vídeos e chegou à conta de uma atriz amadora de filmes adultos. Omanga nunca comentou publicamente o assunto e não respondeu ao contato da AFP.

Vários especialistas advertem que estas acusações, especialmente as de conotação sexual, podem se tornar mais frequentes com a ascensão da Inteligência Artificial.

Em 2019, o aplicativo DeepNude, que deixa mulheres virtualmente nuas, foi desativado diante de possíveis abusos.

"As redes sociais têm a principal responsabilidade de garantir que os espaços online não sejam usados (...) com o objetivo de causar dano", estima Leah Kimathi da ONG Conselho Queniano para as Redes Sociais Responsáveis.

"As plataformas investem muito menos em segurança na África em comparação com o resto do mundo", acrescenta.

Em seu discurso no segundo dia de reunião do Brics, nesta quarta-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que o empoderamento feminino é uma característica fundamental para o “pleno desenvolvimento” econômico e social dos países. O líder brasileiro exaltou a atuação conciliadora das mulheres em espaços de decisão e condenou o sexismo em sociedade por, em suas palavras, “silenciar metade da população”. 

"Em muitos lugares, enquanto os homens fazem a guerra, são as mulheres que lutam pela conciliação. A valorização e o fortalecimento do papel das mulheres na resolução dos conflitos será cada vez mais central para o mundo em paz. Mais do que isso, o empoderamento das mulheres é pré-condição para o pleno desenvolvimento econômico e social", afirmou. 

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Ao discursar, reconheceu a presença de algumas das mulheres na reunião, como a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff, e a representante da Aliança Empresarial de Mulheres do Brics, Lebogang Zulu. O petista também parafraseou no discurso o ex-presidente de Burkina Faso Thomas Sankara. "Não podemos almejar uma sociedade onde a metade da população é silenciada pelo machismo e pela discriminação na participação política e no mundo do trabalho". 

Esta edição da reunião da cúpula do Brics acontece em Joanesburgo, na África do Sul. O grupo econômico é composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Os líderes estão reunidos para debater diversas pautas, dentre elas, a adição de novos países ao Brics, questões ambientais e o confronto entre Rússia e Ucrânia. 

Esforço pelo “cessar-fogo” 

Desde que assumiu o Planalto, Lula é vocal sobre o conflito no Leste europeu. Nesta terça-feira (23), o mandatário voltou a defender uma solução de paz para Rússia e Ucrânia, apesar de reconhecer que “alcançar a paz” não é uma tarefa simples. O presidente ressaltou a importância da atuação dos demais países na busca dessa articulação e indicou potenciais caminhos para uma nova abordagem nas relações multilaterais.  

“Não podemos nos furtar a tratar o principal conflito da atualidade, que ocorre na Ucrânia e tem efeitos globais. O Brasil tem uma posição histórica de defesa da soberania, da integridade territorial e de todos os propósitos e princípios das Nações Unidas. Achamos positivo que um número crescente de países, entre eles os países do BRICS, também esteja engajado em contatos diretos com Moscou e Kiev”, afirmou. 

Líder brasileiro também citou que o conflito atinge outros países, em especial os sob desenvolvimento: “Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz. Tampouco podemos ficar indiferentes às mortes e à destruição que aumentam a cada dia. Estamos prontos a nos juntar a um esforço que possa efetivamente contribuir para um pronto cessar-fogo e uma paz justa e duradoura. Todos sofrem as consequências da guerra. As populações mais vulneráveis nos países em desenvolvimento são atingidas desproporcionalmente”. 

 

Em Selembao, um bairro pobre de Kinshasa, não há energia elétrica. À luz da lua, uma atleta da luta livre enumera as técnicas que utiliza, invocando os espíritos de seus ancestrais para ajudá-la a "enfeitiçar" seus adversários e vencer os "combates".

Com uma peruca vermelha e um bastão com "poderes místicos", Ornella Lukeba, conhecida nos ringues como "Maitresse Libondans", dedica a vida à "luta livre vodu", uma mistura de esporte e entretenimento, originária da República Democrática do Congo (RDC).

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Como na luta livre tradicional, os participantes competem imitando lutas violentas. Mas na RDC, os lutadores também recorrem a rituais e à magia.

Segundo os participantes, a 'luta livre vodu' é julgada por técnica, valor e "magia". Há poucas regras, exceto entreter o público e quebrar tabus.

"Maitresse Libondans", de 28 anos, garante que só sobe ao ringue se os seus antepassados lhe garantirem a vitória. Ela também costuma mostrar os seios para hipnotizar os adversários.

Segundo contou à AFP, ela venceu sua última luta ao forçar sua adversária a "chupar seus seios".

As origens precisas do esporte, praticado nos bairros mais pobres de Kinshasa, não são claras. Os lutadores entrevistados dizem que simplesmente seguiram o exemplo dos mais velhos.

Mas alguns especialistas dizem que esses confrontos místicos remontam à década de 1970 e à lendária luta de boxe "Rumble in the Jungle" entre Muhammad Ali e George Foreman, de 1974, em um estádio da capital do país, que na época ainda era o Zaire.

Antes de sua luta, a lutadora sussurra feitiços sobre uma série de cervejas que bebe com outros participantes e organizadores, sentada em uma rua movimentada e escura. De repente, seus olhos se arregalam. Os espíritos chegaram e, em poucos minutos, ela enfrentará um adversário chamado Masamba.

Ao redor de um ringue dilapidado montado no pátio da escola local, cerca de 200 pessoas se reúnem para assistir o espetáculo.

- Espetáculo total -

A entrada custa 3.000 francos congoleses (US$ 1,24 ou R$ 6) para adultos e 1.500 para crianças. Cigarros passam de mão em mão, homens bebem licores locais e uma banda de música dá ritmo ao show sob aplausos e gritos do público.

No primeiro combate, um lutador vestido de mulher vence seu adversário com um feitiço e lança chamas no ringue.

Depois é a vez de "Maitresse Libondans". Ela arranca a peruca e começa a desfilar na frente do adversário ao som da banda. Seu combate contra Masamba é difícil. Eles lutam com braços e pernas. Se revezam no chão e imitam agressões sexuais entre aplausos e risos da plateia.

A lutadora abaixa a camisa, mostra os seios para o adversário e para o árbitro, que começam, como possuídos, a chupar seus mamilos freneticamente.

Ao som de trompetes e trombones, a dupla começa a dançar, quase hipnotizada, e ela sai vitoriosa do ringue, muito aclamada.

Naquela noite, o combate final foi vencido por um oficial do exército congolês, vestido com um tutu rosa e um top apertado.

- "O templo da morte" -

Muitos lutadores afirmam viver dos ganhos de seus combates. As recompensas podem chegar a vários milhares de dólares para eventos maiores.

A maioria complementa sua renda trabalhando como curandeiros tradicionais.

"Pantera", outro lutador de Selembao, afirma que as pessoas vêm de longe em busca de suas curas. Ele não participou do combate desta noite, porque a renda foi pequena.

O homem de 48 anos, com o rosto coberto de talco, realiza rituais em seu "templo", decorado com figuras e velas, onde se lê nas paredes "templo da morte" e "demônio negro".

Ele lança encantamentos e coloca um cigarro na boca de uma estatueta, que aspira a fumaça e depois a cospe.

Os ritos tradicionais e o cristianismo estão profundamente enraizados na RDC. Às vezes eles se misturam, mas nem todo mundo vê esses "magos" com bons olhos.

"Algumas pessoas têm medo de mim", diz "Maitresse Libondans". Mas "também tenho muitos fãs", acrescenta.

Depois de encolher suas operações internacionais e abandonar o continente africano após 40 anos de atividades, a Petrobras planeja voltar para a África, sobretudo se o licenciamento ambiental para explorar a Margem Equatorial for novamente negado. De momento, há uma aposta firme na exploração de reservas ricas em gás descobertas em blocos da companhia na Colômbia. A empresa também não descarta ir à Guiana e ao Suriname para explorar a Margem fora do país com sócias.

A intensidade dessa ida ao exterior vai depender da evolução da licença para explorar a bacia da Foz do Amazonas, hoje travada pelo Ibama. O movimento tem por objetivo aumentar as reservas da empresa, e assim garantir a continuidade da produção em bom nível na próxima década.

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Em entrevista à reportagem, o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Joelson Mendes, diz que a produção dos reservatórios gigantes do pré-sal vai declinar a partir do pico da produção, em 2032. Segundo Mendes, se novas reservas não forem descobertas o Brasil começará a importar petróleo a partir de 2040, o que considera retrocesso num contexto de preocupação global com segurança energética, sobretudo para um País que atingiu a autossuficiência no setor.

O novo Plano Estratégico da companhia para o período 2024-2028, a ser divulgado em novembro, já terá novamente a internacionalização presente, ainda que de maneira apenas indicativa. Será o pontapé inicial para recompor uma área que foi abandonada pela gestão anterior. Em janeiro de 2020, com a venda de ativos na Nigéria, a Petrobras saiu do continente africano, conhecido por ter geologia similar à da costa brasileira.

"A gente vai colocar de uma forma macro (no plano estratégico) a internacionalização. Há descobertas no mundo importantes, como na Nigéria, Angola, Namíbia. A Petrobras saiu, mas pode voltar. Sim, a gente quer voltar", afirma Mendes.

A presença da Petrobras na África começou ainda nos anos 1970, nos governos militares. Depois, somente nos anos 2000, sob os governos Lula e Dilma Rousseff, é que a área de E&P da estatal entrou mais decididamente na África.

Segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, partindo de Angola e Nigéria, a estatal chegou gradativamente a outros oito países, lista que inclui Líbia, Moçambique, Senegal e Namí.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (25), que o atual dinamismo da África exige que o Brasil atualize sua política para o continente. “A África é uma das regiões que mais cresce no mundo. Sua relevância no comércio global é expressiva”, disse, reafirmando o apoio do Brasil para entrada da União Africana no G20.

Segundo o presidente, a Zona de Livre Comércio Continental Africana, que entrou em vigor em 2021, é a maior do mundo, com 1,3 bilhão de pessoas e Produto Interno Bruto (PIB – soma de bens e serviços produzidos) de US$ 3,4 trilhões. Já o comércio bilateral do Brasil com a África, em 2022, foi um terço menor que o valor de 2013, quando o fluxo chegou a quase US$ 30 bilhões.

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Lula participou de um almoço para marcar o Dia da África e pelo encerramento do seminário Brasil-África: Relançando Parcerias, no Palácio do Itamaraty, em Brasília. Entre os convidados estavam ministros de Estado, parlamentares e os embaixadores e encarregados de países africanos. 

Ao longo de quatro dias, os participantes do seminário debateram questões sobre cooperação para o desenvolvimento, intercâmbio educacional, equidade de gênero, empreendedorismo, inclusão social, economia criativa, diversidade e desafios internacionais contemporâneos. O evento foi promovido pelo Ministério das Relações Exteriores e a Fundação Alexandre de Gusmão, vinculada ao Itamaraty. 

“Nossa relação com a África é uma política de Estado que perpassa o conjunto da sociedade brasileira. Será conduzida como prioridade pelas distintas pastas do governo, com o engajamento ativo da academia, dos meios de comunicação e da sociedade civil”, disse Lula ao acrescentar que o Brasil precisa ampliar a presença na África de forma duradoura, com a abertura de embaixadas, centros culturais e escritórios de instituições brasileiras como a Embrapa, a Apex, o Senai e a Fiocruz. 

“Significa, também, apoiar a internacionalização de empresas brasileiras, de forma a responder ao chamado africano por investimentos e gerar conhecimento, emprego e renda”, destacou. 

O presidente citou ainda as agendas comuns e oportunidades de parcerias nas questões ambiental, transição energética, comunicações, acesso à saúde e combate à fome. 

Combate ao racismo

Para Lula, a promoção da igualdade racial também é um eixo contínuo ligando as políticas nacionais à atuação internacional dos países. Mais uma vez, ele repudiou os ataques racistas direcionados ao atacante brasileiro Vinicius Júnior, do Real Madrid, no último domingo (21), no duelo com o Valência pelo Campeonato Espanhol.  “Não toleraremos racismo nem contra brasileiros, nem contra africanos no Brasil”, disse. “Vamos reassumir o protagonismo em iniciativas internacionais em favor de populações afrodescendentes”, acrescentou o presidente. 

Lula afirmou que vai propor a prorrogação da Década Internacional de Afrodescendentes convocada pelas Nações Unidas (ONU). O ano de 2024 marca o fim dessa campanha. “Sua implementação, no Brasil, foi comprometida pelo descaso das autoridades. Vamos propor a prorrogação da iniciativa na próxima Assembleia Geral [em setembro]”, disse. 

Vaga no G20

Como parte da retomada das relações internacionais, no último domingo (21), durante a visita ao Japão, o presidente Lula teve uma reunião com o presidente de Comores, Azali Assoumani, atual presidente da União Africana. Na ocasião, ele anunciou o apoio do Brasil à demanda do grupo de 54 países africanos por uma vaga no G20, a exemplo da União Europeia, que é membro do Grupo.

“Já contamos com a participação da África do Sul, mas a representatividade do grupo pode ser ampliada com o ingresso da União Africana e de outros países do continente”, disse Lula. 

Em novembro deste ano, o Brasil vai assumir a presidência temporária do G20, que atualmente está com a Índia. O Grupo dos Vinte (G20) é composto por 19 países (Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Coreia do Sul, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos) e a União Europeia. Os membros representam cerca de 85% do Produto Interno Bruto (PIB) global, mais de 75% do comércio global e cerca de dois terços da população mundial. 

Ao defender a ampliação da participação de países emergentes na governança global, Lula afirmou que algo semelhante ocorre com as instituições financeiras internacionais, que não têm atendido às necessidades dos países em desenvolvimento.

“Muitos ainda se veem pressionados por condicionalidades e asfixiados por dívidas impagáveis. Queremos que o Banco dos Brics [bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul] se consolide como alternativa de financiamento e vamos fortalecer nosso engajamento com o Banco Africano de Desenvolvimento”, completou o presidente.

O Ministério das Relações Exteriores realiza até quinta-feira (25) o seminário Brasil-África: Relançando Parcerias, no Palácio Itamaraty, em Brasília. O evento faz parte das comemorações do Dia da África, em 25 de maio. Em debate, a cooperação para o desenvolvimento das nações, o intercâmbio educacional, a equidade de gênero, o empreendedorismo, a inclusão social, a economia criativa, a diversidade e os desafios internacionais contemporâneos.

Na abertura do encontro, nesta segunda-feira (22), a presidente da Fundação Alexandre de Gusmão, embaixadora Marcia Loureiro, destacou os quatro eixos em discussão: agricultura e segurança alimentar, economia criativa, digitalização e educação.

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A ministra interina das Relações Exteriores, embaixadora Maria Laura da Rocha, enfatizou as semelhanças entre o Brasil e a África, que apresentam desafios comuns, oportunidades comparáveis e, ainda, estratégia de inserção internacional semelhante. “Em conjunto com os parceiros africanos, a política externa do presidente Lula busca estabelecer bases renovadas para as relações bilaterais e multilaterais.“

Sobre o momento atual, Maria Laura disse que o objetivo é trazer um potencial transformador para as sociedades brasileira e dos países africanos, além de promover a democratização do sistema internacional, elevando a participação dos países em desenvolvimento em termos globais como clima, segurança alimentar e nutricional, paz e segurança.

Segundo a embaixadora, a ancestralidade africana dos brasileiros e a retomada da prioridade que o Brasil dará à África no governo atual vão permitir, neste momento, o intercâmbio de conhecimento e experiências para fortalecer essas relações. “Juntos, o Brasil e o continente africano têm capacidade de potencializar o crescimento econômico e o desenvolvimento social, com inovação tecnológica e preservação do meio ambiente.”

No encontro, ainda foi lembrada a chamada cooperação Sul-Sul, promovida pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores com o continente africano para troca de experiências e boas práticas.

“Temos uma rede de 32 acordos básicos de cooperação técnica com países africanos e com a própria União Africana, que dão suporte a mais de 70 projetos em andamento, sobretudo nas áreas de saúde, agricultura, segurança alimentar e nutricional, pecuária, pesca, educação e capacitação profissional”, ressaltou Maria Laura.

A fome se espalha pelo Chifre da África e por Sahel, uma região árida que faz fronteira com o sul do Saara, devido à seca, às mudanças climáticas e aos conflitos, segundo a ONU e várias ONGs nesta quinta-feira (27).

O total de mortes por fome contabilizadas na Etiópia, Somália e no Quênia, juntos, chegam em uma a cada 36 segundos, segundo um relatório feito pelo Unicef e as ONGs Care e Oxfam.

No Sahel (que atravessa o Senegal, Gâmbia, Mauritânia, Guiné, Mali, Burkina Faso, Níger, Chade, Camarões e Nigéria), cerca de 18,6 milhões de pessoas vivem em situação grave de insegurança alimentar.

A seca excepcional, as mudanças climáticas e os conflitos explicam a gravidade da crise, apontaram os autores do relatório em uma entrevista coletiva em Paris.

Em Burkina Faso, desestabilizado por uma insurreição jihadista, três vezes mais crianças morreram entre janeiro e setembro de 2022 do que no mesmo período de 2021. Já o número de crianças tratadas por desnutrição aguda aumentou 50%, segundo o Unicef.

A seca, as inundações e os conflitos no Níger complicam cada vez mais as colheitas, o que causa uma "queda na produção de cereais de quase 40%", lamentou Louis-Nicolas Jandeaux, da Oxfam France.

Na vizinha Nigéria, 430.000 crianças sofrem de desnutrição aguda e espera-se que 154.000 grávidas e lactantes sofram com isso neste ano, um aumento de 141% em relação a 2022, disse Lucile Grosjean, porta-voz do Unicef.

Na vasta península oriental do continente conhecido como Chifre da África (Etiópia, Eritreia, Somália, Djibuti, Quênia e Sudão), cinco temporadas de chuvas insuficientes dizimaram o gado e destruíram as colheitas.

A ONU indica que 22 milhões de pessoas estão ameaçadas pela fome na Etiópia, no Quênia e na Somália.

"Entre abril e junho, mais de um terço da população somali", cerca de 6,5 milhões de pessoas, "deverá estar em crise alimentar, com projeção de fome" em certas regiões do país, alertou Mathilde Casper, da ONG Care.

Essa situação, que revela uma "injustiça" a nível global, é "consequência de uma permanente inércia dos países ricos", declarou Jandeux.

Em 2022, "apenas 62% das necessidades de financiamento humanitário" foram atendidas nessas regiões.

A contagem de votos começou neste sábado (25) na Nigéria, após a realização de eleições presidenciais sem um favorito claro entre os três principais candidatos para chefiar o país mais populoso da África, mergulhado em uma grave crise econômica e de segurança.

As seções eleitorais fecharam às 14h30 locais (10h30 de Brasília), em um dia sem grandes incidentes, mas com atrasos na abertura de alguns locais de votação.

A publicação da apuração final deve ocorrer no prazo de duas semanas, embora a Comissão Eleitoral tenha prometido se esforçar para divulgá-la o mais rapidamente possível.

Tampouco são conhecidos os dados de participação entre os 87 milhões de nigerianos aptos a votar em um país com altas taxas de absenteísmo. Nas presidenciais de 2019, apenas 33% dos inscritos foram às urnas.

O presidente em fim de mandato, Muhammadu Buhari, de 80 anos, há oito no poder, não está na disputa porque atingiu o limite determinado pela Constituição de dois mandatos.

Sua presidência foi marcada por um aumento explosivo da violência e da pobreza no país, maior produtor de petróleo do continente, onde 60% de seus 216 milhões de habitantes têm menos de 25 anos.

Pela primeira vez desde a instauração da democracia em 1999, o pleito, com três candidatos fortes, pode ser definido no segundo turno.

"Um, dois, três!", contava um grupo de eleitores em uma seção em Port Hartcourt (sudeste), à medida que os agentes eleitorais contavam os votos.

"Quero garantir que estas eleições sejam transparentes, livres e justas", disse Juliette Ogbonda, de 30 anos, uma recepcionista que decidiu permanecer em uma seção após votar para acompanhar a apuração, em um país marcado no passado por problemas de fraude eleitoral.

- Surgimento de um candidato alternativo -

A campanha foi marcada pelo avanço de Peter Obi, 61 anos, popular ex-governador de Anambra (sudeste). O candidato do Partido Trabalhista (PL) apresentou promessas de mudança e ameaça a hegemonia dos dois partidos tradicionais na ex-colônia britânica, independente desde 1960.

"Se estas eleições forem livres e confiáveis, acredito que posso vencer", disse Obi à AFP após ter votado em sua cidade natal, Amatutu.

O Congresso de Todos os Progressistas (APC), partido de Buhari, apresenta como candidato à sucessão Bola Tinubu, 70 anos, apelidado de "o padrinho" por sua enorme influência política.

O Partido Democrático Popular (PDP) apresenta a candidatura do ex-vice-presidente (1999-2007) Atiku Abubakar, 76 anos, que tentará pela sexta vez chegar ao posto de chefe de Estado.

"Estas eleições são mais confiáveis do que as anteriores", afirmou Abubakar após votar.

Além dos três favoritos, outros 15 candidatos se apresentaram nestas eleições.

Em caso de segundo turno, a votação deve acontecer 21 dias após o anúncio dos resultados.

As eleições são acompanhadas com atenção fora da Nigéria, depois dos golpes de Estado no Mali e em Burkina Faso que colocaram em xeque a democracia na África Ocidental, que também enfrenta a propagação dos grupos armados islamitas.

- Desafios -

O vencedor da eleição terá que enfrentar os muitos problemas da maior economia da África, que vão da inflação e aumento da pobreza até a falta de segurança e a violência fundamentalista, passando por um movimento separatista no sudeste.

"Não temos combustível, não temos comida. Todos sofrem", declarou na véspera da votação Abdulahi Audu, 31 anos, morador de Lagos, capital econômica do país. Ele disse que pretendia votar porque "o país precisa de uma mudança".

A campanha também foi marcada por ataques contra candidatos, ativistas, delegacias de polícia e locais de votação.

O governo mobilizou 400.000 membros das forças de segurança em todo o país.

A Comissão Eleitoral reportou alguns incidentes durante o dia de votação, como tentativas de intimidação e agressões por parte de criminosos em algumas seções.

A identificação dos eleitores por reconhecimento facial e digital, e a transmissão dos resultados por via eletrônica, devem limitar o risco de fraudes como as que afetaram as eleições anteriores, destacou a Comissão Eleitoral.

Mas o uso de novas tecnologias, algo inédito em escala nacional, provoca o temor de falhas no sistema.

Também influenciam fatores étnicos e religiosos, em um país que abriga 250 etnias, divididas entre o norte, majoritariamente muçulmano, e o sul, de maioria cristã.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) obrigou a Guiné Equatorial, localizada da África Central, a declarar alerta sanitário após confirmar o surto do vírus Marbug. Da mesma família do Ebola, a média de mortalidade da doença é de 50% dos contaminados. A depender da variante, o índice pode disparar para 88% dos casos. 

O ministro da Saúde do país, Ondo'o Ayekaba, classificou o surto como uma "situação epidemiológica atípica", confirmada em amostras enviadas para laboratórios no Senegal. Ele também informou que nove mortes foram contabilizadas entre 7 de janeiro e 7 de fevereiro, a princípio nos distritos Nsok Nsomo. Outros 16 casos estão sob suspeita e 21 pessoas foram isoladas após contato com os mortos. Segundo a DW, 4.325 pessoas estão em quarentena domiciliar. 

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"O vírus de Marburg é altamente contagioso. Graças à ação rápida e decisiva das autoridades da Guiné Equatorial na confirmação da doença, a resposta de emergência pode chegar rapidamente para salvar vidas e parar o vírus o mais rapidamente possível", avaliou a diretora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti. 

Entres os sintomas estão: febre, fraqueza, vômitos e diarreia com sangue. O vírus é transmitido entre morcegos e primatas e, em seguida, para humanos. O contágio entre humanos no contato de fluídos corporais ou com superfícies e materiais usados por pessoas infectadas. Ainda não há vacinas e medicamentos para o Marburg. Assim como foi com a Covid-19, o tratamento inicial consiste em aliviar os sintomas. 

Origem europeia

Apesar da relação com a África, o vírus foi descoberto na Alemanha, em 1967, na cidade que deu seu nome. Ele causou surtos em laboratórios de Marbug e Belgrado, na atual Sérvia.  

 Na época, sete pessoas morreram durante as pesquisas. Em 2004, a doença resultou na morte de 90% dos 252 infectados em Angola. No ano passado, ela foi responsável por dois óbitos em Gana. Outros países do continente como Guiné-Conacri, República Democrática do Congo, Quênia, África do Sul e Uganda também tiveram histórico com a Marbug. 

O papa Francisco criticou o "colonialismo econômico", nesta terça-feira (31), durante visita à capital da República Democrática do Congo (RDC), onde foi recebido com fervor, na primeira etapa de uma viagem pela África que também o levará ao Sudão do Sul.

Diante de políticos e diplomatas e acompanhado pelo presidente congolês, Felix Tshisekedi, o pontífice argentino fez um forte apelo contra a "ganância" e a depredação dos recursos naturais.

"Não toque na República Democrática do Congo, não toque na África. Pare de sufocá-la, porque a África não é uma mina para explorar ou uma terra para saquear. Deixe a África ser protagonista de seu próprio destino", declarou Francisco em um discurso no palácio presidencial em Kinshasa.

"Depois do colonialismo político, desencadeou-se um 'colonialismo econômico', igualmente escravizador. Assim, este país, abundantemente depredado, não consegue se beneficiar suficientemente de seus imensos recursos", disse o religioso de 86 anos.

Com riquezas como cobre, cobalto, ouro, diamantes, urânio, coltan e estanho, a RDC tem uma história marcada por colonialismo, escravidão e abusos.

"O veneno da ganância ensanguentou seus diamantes. É um drama diante do qual o mundo economicamente mais avançado tende a fechar os olhos, os ouvidos e a boca. Este país e este continente merecem ser respeitados e ouvidos", acrescentou o bispo de Roma, em seu aclamado discurso.

O papa iniciou nesta terça uma visita de quatro dias à RDC, um enorme país da África central que conquistou a independência da Bélgica em 1960 e onde a Igreja Católica teve grande influência política.

Desde o meio da manhã, os moradores de Kinshasa tinham começado a se reunir em torno do aeroporto internacional, onde o avião do papa aterrissou às 14h35 locais (10h35 em Brasília).

Ao som de cânticos, tambores, fanfarras e outros instrumentos típicos, a multidão foi aumentando na medida em que as horas se passavam, cada vez mais densa e impaciente.

No trajeto de cerca de 25 km até o centro da cidade, o comboio oficial foi recebido por dezenas de milhares de pessoas que se aglomeravam nas principais avenidas desta grande cidade de aproximadamente 15 milhões de habitantes.

"Não queria perder a oportunidade de vê-lo de frente", declarou à AFP Maggie Kayembe, uma mulher com cerca de 30 anos. "Onde quer que ele vá, ele sempre reza pela paz, e paz é o que necessitamos de verdade", acrescentou.

Inicialmente prevista para julho de 2022, a visita foi adiada devido às dores no joelho que afetam Francisco, que utiliza uma cadeira de rodas em seus deslocamentos, assim como pelos problemas de segurança em Goma, no nordeste do país, etapa da viagem que foi cancelada.

- Violência e Pobreza -

Em sua 40º viagem internacional desde que assumiu o papado em 2013, e a quinta ao continente-mãe, o pontífice argentino pediu que se silenciem as armas em um país abalado pela violência e no qual dois terços de seus 100 milhões de habitantes vivem com menos de 2,15 dólares por dia.

O país africano enfrenta há vários meses o ressurgimento do grupo armado M23, que conquistou amplas faixas do território de Kivu Norte, na fronteira com Ruanda, que o governo da RDC acusa de interferência.

Nesse sentido, Francisco encorajou os esforços de paz, nos quais Angola e Quênia estão tentando promover iniciativas, e enfatizou que "não podemos nos acostumar com o sangue que corre neste país há décadas".

Dirigindo-se às elites locais, Francisco pediu ainda "eleições livres, transparentes e credíveis".

O país prevê a realização de eleições em 20 de dezembro, cinco anos depois das contestadas eleições de 2018, que permitiram a chegada ao poder de Felix Tshisekedi, agora candidato à reeleição.

"Não devemos nos deixar manipular ou comprar por quem quer manter o país na violência, explorá-lo e fazer negócios vergonhosos", disse Francisco em seu discurso no palácio presidencial.

- Vigília e missa multitudinária -

Durante a noite, dezenas de milhares de pessoas devem participar de uma vigília de oração no aeroporto N'dolo de Kinshasa, onde passarão a noite, antes de uma grande missa na quarta-feira, com a previsão de mais de um milhão de fiéis.

Com 52 milhões de católicos, a ex-colônia belga representa o futuro para o catolicismo, que está perdendo fiéis na Europa e na América Latina.

Na sexta-feira, o papa viajará para Juba, capital do Sudão do Sul, o país mais jovem do mundo e um dos mais pobres do planeta, onde permanecerá até 5 de fevereiro.

O continente africano pode alcançar um feito histórico no Catar e, pela primeira vez, ter mais de dois representantes nas oitavas de final de uma Copa do Mundo. Senegal e Marrocos já estão classificados e, nesta sexta-feira (2), Gana e Camarões ainda disputam outras vagas.

Foi na Copa do Mundo de 1990, na Itália, que uma seleção africana passou pela primeira vez para o mata-mata. Camarões, liderados por Roger Milla, foi eliminado nas quartas pela Inglaterra. Os camaroneses jogam com o Brasil nesta sexta e alimentam chances remotas de avançar na competição. Eles precisam vencer a seleção brasileira e torcer para a Sérvia vencer a Suíça, sem tirar a diferença de um gol de saldo.

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Já Gana também encontrará dificuldades, mas tem um caminho mais simples: vencer o Uruguai é suficiente para a classificação. Em caso de empate, os ganeses precisam torcer para a Coreia do Sul não vencer Portugal.

Mas ainda que não alcance a marca inédita, o futebol africano já pode considerar essa sua maior participação em Copas apenas pelo fato de ter 4 equipes com chances reais de chegar às oitavas.

No último fim de semana, 187 gols foram marcados em apenas duas partidas da segunda divisão do Campeonato de Serra Leoa: 95 a 0 do Kahula Rangers sobre o Lumbenbu United e 91 a 1 do Gulf FC diante do Koquima Lebanon. Após os confrontos, a Federação de Futebol de Serra Leoa (SLFA) comunicou ao público a abertura de investigações a respeito de placares suspeitos.

Segundo a nota divulgada pela entidade, as partidas foram realizadas pela "Super 10 Eastern Regional", que será investigada junto com os árbitros envolvidos nos dois jogos, todos os jogadores e as respectivas comissões técnicas.

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A SLFA reforçou sua tolerância zero diante manipulação de partidas ou resultados. "A SLFA gostaria de informar o público geral que abriu uma investigação oficial sobre o resultado das referidas partidas. Em conformidade com as regras da Fifa e da CAF contra manipulação de partidas ou qualquer coisa do tipo, a SLFA reforça sua tolerância zero diante do tema. O público em geral está, portanto, assegurado de que o referido assunto será completamente investigado e qualquer pessoa considerada culpada enfrentará toda a força da lei", afirma a entidade.

As equipes que venceram seus jogos brigavam pelo acesso e estavam com o mesmo número de pontos chegando para a rodada. Para garantir a classificação para a próxima fase da competição, precisavam se superar no saldo de gols.

Apenas uma goleada maior foi registrada na história do futebol, além dos dois placares deste fim de semana. Em 2002, em Madagascar, o AS Adema venceu o Olympique l'Emyrne por 149 a 0. Na ocasião, o placar foi possível por conta de um protesto do técnico da equipe perdedora, que mandou seus jogadores marcarem gols contra em seguida, devido a sua revolta com a arbitragem.

O time Nsami Mighty Bird, da África do Sul, foi banido do futebol após marcar 41 gols contra na derrota por 59 x 1 para o Matiyasi FC, clube que brigava pela liderança da quarta divisão do país. Além disso, a equipe ainda terminou a partida com apenas sete jogadores em campo. Dirigentes e árbitros também estavam envolvidos nos esquemas e receberam punições.

Outros três times sul-africanos da quarta divisão também foram banidos do futebol, após arranjar jogos. Shivulani Dangerous Tigers, Matiyasi FC e Kotoko Happy Boys são os nomes das três equipes que não poderão disputar mais nenhuma partida de futebol. Uma vez que estes times foram banidos, o time que se encontrava em quarto lugar na tabela, o Gawula Classic, se sagrou o campeão do torneio.

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O técnico do Mighty Birds, Neil Thwala, relatou que até os árbitros estavam envolvidos no escândalo. “Na partida anterior que jogamos, nos disseram que o árbitro fazia parte do Shivulane Dangerous Tigers (o juiz expulsou quatro jogadores)”, comentou.

Os clubes receberam banimentos eternos, enquanto os dirigentes dos clubes receberam banimentos entre cinco e oito anos e os árbitros não vão poder trabalhar com futebol por 10 temporadas.

"O que é triste é que há jogadores jovens envolvidos porque as regras da competição estipulam que cada equipe deve colocar pelo menos cinco jogadores com menos de 21 anos. Nosso principal objetivo na organização de ligas é garantir que os jovens jogadores se tornem potenciais futuros jogadores do Bafana Bafana’’, pontuou o presidente da região de Mopani, Vincent Ramphago, à BBC Sport Africa.

Por Thiago Seabra

As 10 crises de deslocados "mais esquecidas" do mundo estão na África, afirma a ONG Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC) em um relatório publicado nesta quarta-feira, no qual expressa preocupação com as consequências da guerra na Ucrânia para este continente.

O NRC publica uma lista anual das 10 "crises de deslocamento mais esquecidas" com base em três critérios: falta de vontade política da comunidade internacional para encontrar soluções, falta de cobertura da imprensa e falta de financiamento para as necessidades humanitárias.

A classificação de 2021 "reflete o fracasso crônico das autoridades políticas, dos doadores e dos meios de comunicação no momento de abordar os conflitos e o sofrimento humano neste continente", afirmou o secretário-geral do NRC, Jan Egeland, em um comunicado.

Embora normalmente uma grande proporção de países africanos seja incluída (8 de 10 em 2020), 2021 é o primeiro ano em que "todos os 10 estão em África", segundo o relatório.

Assim como no ano anterior, a República Democrática do Congo (RDC), "um caso de manual de abandono, que aparece na lista pela sexta vez consecutiva" - destaca o NRC -, aparece em primeiro lugar, com 5,5 milhões de deslocados, especialmente no nordeste do país.

"Trata-se de uma das piores crises humanitárias deste século e, no entanto, aqueles dentro e fora da África que têm o poder de mudar a situação ignoram as ondas de ataques brutais e seletivos contra a população civil que estão desintegrando as comunidades", afirmou a ONG.

No oeste da África, Burkina Faso, que tem mais de 1,75 milhão de deslocados, sobretudo no norte do país, cenário de atentados de grupos extremistas, ocupa o segundo lugar, à frente de Camarões, Sudão do Sul, Chade, Mali, Sudão, Nigéria, Burundi e Etiópia.

A fome aumenta na maioria destes países, em particular com o agravamento da situação alimentar após o "aumento dos preços dos trigo e dos combustíveis provocado pela guerra na Ucrânia", alerta o NRC.

"Além disso, vários países doadores estão decidindo ou considerando cortar a ajuda à África para redirecionar os recursos à Ucrânia e ao acolhimento de refugiados em seus países", completa o relatório.

Navio-Patrulha Oceânico “Amazonas” atraca em Recife após conclusão da Operação Obangame Express 2022 na África O Navio-Patrulha Oceânico (NPaOc) “Amazonas”, da Marinha do Brasil, atracou no Porto do Recife (PE), nesta quarta-feira (13), após participar da Operação Obangame Express 2022, na África.

Antes de atracar em Recife (PE), o NPaOc “Amazonas” permaneceu no continente africano por 58 dias, tendo saído do Rio de Janeiro no dia 15 de fevereiro para participar do exercício internacional.

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A Operação Obangame Express 2022 tem o propósito de treinar os países africanos da costa ocidental e central para fortalecimento da segurança marítima na região do Golfo da Guiné, por meio de treinamentos de simulação de combate à pesca ilegal, à poluição no mar, à pirataria, ao terrorismo, e de busca e salvamento.

A operação é conduzida pela Marinha dos Estados Unidos e conta com a participação do Brasil, da Espanha, da Holanda, da Itália, de Portugal, além de outros 25 países.

A região do Golfo da Guiné tem especial interesse para o Brasil, pois além de fazer parte do entorno estratégico brasileiro, registra diversas ocorrências que acarretam uma conjuntura de insegurança marítima.

Uma comitiva do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Pernambuco (Senai-PE), formada por profissionais da instituição, embarca, nesta sexta-feira (8), para São Tomé e Príncipe, na África Ocidental. O objetivo é implantar o ensino de cursos técnicos no país.

A viagem marca o início da segunda fase da parceria entre a Agência Brasileira de Cooperação e o governo local, firmada por meio do Programa das Nações Unidades para o Desenvolvimento (PNUD), sendo o Senai Pernambuco a instituição selecionada para executá-la. 

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No atual momento, será realizado o monitoramento do projeto e construído o planejamento estratégico para a oferta dos cursos de eletrotécnica, redes de computadores e administração à população local.  

A expectativa é que as aulas sejam ministradas no Centro de Formação Profissional Brasil - São Tomé e Príncipe, que foi inaugurado em 2014, também resultado dessa parceria.  

“Nós vamos exportar todo o modelo da educação profissional do SENAI, tanto no que diz respeito à organização de uma escola técnica quanto no que se refere ao nosso modelo de educação, voltado para a construção de competências profissionais, que é uma marca forte que o SENAI tem no Brasil”, explica a diretora de Educação do Senai Pernambuco, Carla Abigail, uma das integrantes da comitiva pernambucana. Além dela, seguem também para o país africano o gerente de Educação, Júlio Lopes, e o analista de Educação Profissional Danilo Soares. 

Segundo o Senai, a próxima etapa é a capacitação dos docentes que serão responsáveis por ministrar os cursos escolhidos e de toda a equipe de gestão da escola. “Serão ministrados cursos nas áreas de Administração, Redes de Computadores e Eletrotécnica, que foram sinalizados pelo próprio Governo como importantes para incentivar o desenvolvimento das áreas de gestão, inovação tecnológica e energia elétrica. Com isso, será possível estimular a mão de obra para atrair empresas e, consequentemente, promover o desenvolvimento local”, explica Danilo Soares.   

No ano de 2014, quando o centro foi inaugurado, a instituição ofereceu cursos de curta duração em áreas como Construção Civil, Eletricidade, Mecânica de Automóveis e Motocicletas e Processamento de Alimentos. “Naquele ano, repassamos a infraestrutura da unidade para que o governo de São Tomé e Príncipe pudesse fazer a gestão dessa escola. Agora, vamos voltar e iniciar essa segunda etapa”, explica Júlio Lopes, que também é coordenador do projeto no Senai Pernambuco.

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