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O ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, informou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que o governo fará um desbloqueio parcial das despesas do Orçamento na próxima semana. Ele antecipou que o governo deixará uma reserva técnica bloqueada para acomodar os riscos fiscais que cercam as contas do governo federal até o final do ano. Esses riscos estão contemplados na nova meta fiscal que prevê um déficit de R$ 170,5 bilhões em 2016.

Segundo Oliveira, o valor do descontingenciamento está sendo definido pela equipe técnica, mas é muito inferior à indicação de relatório extemporâneo de avaliação de receitas e despesas do Orçamento de ampliação de R$ 194,46 bilhões dos limites de empenho e movimentação financeira de despesas deste ano. "Não há previsão de liberação integral do valor", afirmou.

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Ele explicou que esse valor leva em consideração o espaço fiscal da soma da antiga meta de superávit de R$ 24 bilhões nas contas do governo e o novo limite aprovado pelo Congresso que permite um déficit de R$ 170,5 bilhões. Os valores da reserva técnica serão liberados à medida que os riscos forem sendo eliminados.

A revisão dos limites em relação ao relatório anterior foi feita depois da aprovação pelo Congresso da nova meta fiscal. O relatório, encaminhado ao Congresso, aponta a reversão da indicação do contingenciamento adicional de R$ 137,887 bilhões que teria que ser feito caso a nova meta não tivesse sido aprovada pelo Congresso. Também prevê uma ampliação adicional dos limites de empenho e movimentação financeira de R$ 56,608 bilhões, conforme havia informado o Ministério da Fazenda no anúncio da revisão da meta.

O governo tinha feito este ano um contingenciamento de R$ 44,6 bilhões dos limites de movimentação e empenho. Um primeiro de R$ 23,4 bilhões, em fevereiro, e outro de R$ 21,2 bilhões, em março. O governo terá que baixar um decreto para fazer o desbloqueio. Esse desbloqueio vai permitir o governo começar a pagar as despesas atrasadas em dia, como definiu a equipe econômica.

O projeto enviado ao Congresso Nacional pela presidente Dilma Rousseff que altera o Orçamento de 2016 é um remanejamento de recursos, segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. A ação, chamada de suplementação orçamentária, foi enviada pela presidente e pelo Ministério do Planejamento aos parlamentares, mas não teve seu conteúdo divulgado ainda.

A mensagem de envio está publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira, dia 20.

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Esse tipo de medida serve para remanejar recursos entre as pastas a fim de, por exemplo, pagar despesas que estão com o vencimento mais próximo do que de outras.

O Ministério do Planejamento deverá se pronunciar, ainda nesta quarta, sobre o teor do projeto.

O Ministério do Planejamento informou nesta terça-feira, 1, que a estimativa das receitas extraordinárias em 2016 é de R$ 47,497 bilhões. A Pasta não detalhou quanto estava previsto para esse tipo de receita anteriormente.

Dentro desse valor, segundo a Pasta, foram incluídas "a título de medidas adicionais" alterações propostas na legislação tributária, como a entrada em vigor da CPMF, que ainda precisa de aprovação do Congresso, operações com ativos com reflexo na arrecadação tributária e a regularização de ativos mantidos no exterior. No último caso, o impacto está distribuído no Imposto de Renda e em Outras Receitas Administradas.

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Decorridos apenas dois meses de 2016, o governo já projeta uma queda de R$ 19,365 bilhões (-2,2%) neste ano na arrecadação de tributos cobrados pela Receita Federal. O Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, divulgado nesta terça-feira, 01, pelo Ministério do Planejamento, apontou ainda um aumento de R$ 9,757 bilhões nas despesas obrigatórias.

De acordo com o Planejamento, esse aumento foi puxado, sobretudo, pelos gastos com abono salarial e seguro-desemprego, que subiram R$ 4,840 bilhões na projeção atual, comparado com o que estava previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA). A conta, com esses dois benefícios, chegará a R$ 59,866 bilhões neste ano pelas novas previsões.

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Outros fatores de pressão para a elevação das despesas são o aumento dos gastos com benefícios da Previdência, em R$ 3,957 bilhões, e subsídios, em R$ 3,395 bilhões. A estimativa dos gastos com subsídios subiram para R$ 30,328 bilhões.

Também subiu a expectativa de gastos com a compensação aos Estados pela lei Kandir, que desonerou o ICMS das exportações. Essas despesas subiram R$ 1,957 bilhão, para R$ 3,917 bilhões. O governo também incluiu gastos extraordinários de R$ 4,024 bilhões na previsão para 2016, mas não detalhou essa projeção.

As despesas com pessoas e encargos foram elevadas em R$ 1,308 bilhão. A estimativa é que o governo gastará R$ 255,341 bilhões em 2016 para pagar os servidores públicos.

Outro item que pesou para as despesas obrigatórias ficarem ainda mais salgadas foi a compensação ao INSS pela desoneração da folha de pagamento. Esse gasto, que o governo buscou reduzir no ano passado, subiu R$ 1,848 bilhão, para R$ 18,489 bilhões.

Para mitigar o impacto do crescimento das despesas obrigatórias, o governo já resolveu incluir no relatório encaminhado ao Congresso Nacional uma redução de R$ 12 bilhões nas despesas com precatórios, decorrente de projeto encaminhado ao Legislativo, e que ainda precisa ser aprovado. O texto muda a forma de utilização dos recursos depositados pela União nos bancos públicos para o pagamento dos débitos.

Receitas

Do lado das receitas, o impacto negativo só não foi maior porque o governo reavaliou para cima, em R$ 4,052 bilhões, a arrecadação com as contribuições para a Previdência. Apesar disso, a previsão de receita primária total é de uma queda de R$ 16,608 bilhões, se comparado com o que foi previsto na LOA.

O governo também prevê queda de R$ 2,955 bilhões na transferência obrigatória de recursos para os governos regionais.

Entre os tributos, o maior peso foi a queda de R$ 14,327 bilhões com Imposto de Renda, seguido pela Cofins, cuja previsão de arrecadação caiu R$ 5,121 bilhões neste ano.

O governo ainda elevou em R$ 904 milhões a estimativa de arrecadação com a CPMF, tributo que ainda não foi aprovado pelo Congresso, mas que já está nas contas do Orçamento. A expectativa é que a arrecadação com CPMF some em 2016 R$ 13,644 bilhões.

Esse valor não inclui o impacto da queda da alíquota, que será adotada quando a CPMF for aprovada. O governo estimou queda na arrecadação de IOF de R$ 1,493 bilhão no ano.

Nas receitas não administradas, houve uma queda de R$ 1,295 bilhão na previsão para 2016. Esse desempenho foi puxado pela estimativa menor em R$ 3,854 bilhões com dividendos. O governo agora espera R$ 12,370 bilhões de dividendos. Por outro lado, a previsão com concessões subiu R$ 2,450 bilhões, para R$ 30,957 bilhões.

As operações com venda de ativos, que o governo não detalha, ficaram estáveis em R$ 30,862 bilhões. As demais receitas, também não explicitadas, ficaram em R$ 36,728 bilhões.

De acordo com o Ministério do Planejamento, a publicação do relatório em data extraordinária visa adequar os números ao contingenciamento anunciado pelo governo há pouco mais de uma semana. O relatório bimestral ordinário está previsto para ser divulgado dia 22 de março.

No último dia 19, em anúncio do corte no Orçamento de 2016, os ministros da Fazenda e do Planejamento já haviam trazido novos parâmetros para a economia brasileira. A previsão para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), antes com uma queda de 1,88%, passou a apontar uma retração de 2,94%. A projeção de inflação também havia sido revisada, de 6,47% para 7,10% neste ano. A Selic média para 2016 foi revista de 13,99% ao ano para 15,18% ao ano.

No mesmo dia do contingenciamento, o governo anunciou medidas fiscais, como a criação de uma banda flexível para o cumprimento da meta. Na prática, o governo vai trabalhar para terminar o ano com saldo positivo de R$ 24 bilhões, como define a meta vigente, mas poderá obter um resultado menor, ou até negativo, caso a arrecadação fique abaixo do esperado ou caso seja necessário aumentar gastos com investimentos ou na área de saúde. Na prática, será permitido que as contas da União deste ano fechem com um saldo negativo de até R$ 60,2 bilhões, o equivalente a quase 1% do PIB.

O governo federal publicou no Diário Oficial da União (DOU) decreto para permitir que o saldo remanescente das autorizações para provimento de cargos, empregos e funções no Poder Executivo em 2015 possa ser utilizado no exercício de 2016. O remanejamento, no entanto, está condicionado aos limites previstos na Lei Orçamentária Anual de 2016.

Conforme o decreto, o saldo remanescente para cargos e funções para provimentos ordinários é de 22.463. Já para cargos e funções para substituição de terceirizados é de 1.399.

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O ato é assinado pela presidente Dilma Rousseff e o ministro do Planejamento, Valdir Simão.

O novo decreto provisório antes do contingenciamento definitivo do Orçamento não foi publicado pelo governo no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (12), como esperado. A expectativa agora é que o decreto "tampão" seja divulgado em edição extraordinária do DOU, ainda nesta sexta.

Segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, esse decreto trará um limite mais apertado para os gastos do governo até que o corte final do Orçamento seja anunciado em março. A norma vai fixar um limite de 3/18 avos até março, o equivalente a 1/18 avos por mês - janeiro, fevereiro, março.

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Este é o segundo decreto desse tipo no ano. Em 18 de janeiro, o governo publicou um primeiro decreto limitando a 1/12 avos os valores para empenho e movimentação pelos órgãos do Executivo até esta sexta-feira.

A decisão do governo de adiar para março o anúncio do corte no Orçamento fez com que piorasse a percepção de risco do mercado financeiro com a economia brasileira. No mercado financeiro e entre os analistas, o corte no Orçamento é considerado fundamental para sinalizar se a equipe econômica vai conseguir cumprir a promessa de entregar este ano o superávit primário (a economia para pagamento dos juros da dívida) prometido, de 0,5% do PIB.

"O adiamento do anúncio pode mostrar que não existe uma certeza sobre o número", diz Fabio Klein, economista da Tendências Consultoria.

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O anúncio do adiamento foi um dos componentes que provocaram a queda da Bovespa na quinta-feira (11) junto com a deterioração no mercado internacional. A bolsa paulista fechou em queda de 2,62%. O dólar, por sua vez, fechou em alta de 1,43%.

Um contingenciamento estimado entre R$ 23 bilhões e R$ 30 bilhões, de acordo com a Tendências, ainda faria com que o governo tivesse um déficit primário de 0,7% do PIB a 0,8% do PIB. "A situação é dramática. O governo não tem meios no curto prazo para fazer com que a despesa caia tanto quanto a receita", afirma Klein. "Na maioria das vezes, o gasto está enrijecido e comprometido", diz.

Dívida em alta

A dificuldade em entregar um superávit primário razoável deverá levar a um novo aumento da dívida pública em relação ao PIB. Nas contas da MB Associados, a dívida bruta deverá chegar a 75% do PIB este ano - encerrou 2015 em 66,2% do PIB. Se o governo realmente quisesse estabilizar a dívida, o superávit primário teria de ser de 4,8% do PIB.

"Poderia eventualmente ser (um superávit) menor se o governo sinalizasse um ajuste forte que permitisse uma queda mais rápida dos juros e a possibilidade de crescimento econômico no momento seguinte", afirma Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados. "Mas estamos longe desse cenário. O esforço fiscal necessário hoje está além do que foi feito em 99 e 2003 (anos de ajuste) e não parece haver disposição nem força política por parte do governo para tocar seriamente no problema", afirma.

Por ora, a projeção da MB Associados é a de que a economia brasileira vai encerar o ano com um déficit primário de 1%. "Há chance de aumentarmos essa projeção para números próximos de 1,5% do PIB", afirma Vale.

No ano passado, o governo previa inicialmente um superávit primário de 1,1% do PIB, mas, com a deterioração do cenário, o número foi mudado, em julho, para apenas 0,15% do PIB. Mas nem isso foi possível entregar. No final do ano, foi registrado um déficit primário de R$ 120 bilhões, ou cerca de 2% do PIB.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Durou pouco mais de uma hora e meia a reunião da presidente Dilma Rousseff com a junta orçamentária, composta pelos ministros Nelson Barbosa (Fazenda), Jaques Wagner (Casa Civil) e Valdir Simão (Planejamento), nesta quinta-feira (11). O encontro teve como objetivo acertar os detalhes do contingenciamento que será anunciado até esta sexta-feira (12).

Como já foi antecipado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o contingenciamento pode ficar em torno de R$ 24 bilhões, segundo os últimos cenários traçados pelo governo. Além da fixação de um limite para a expansão dos gastos públicos, o governo federal discute a possibilidade de descontar da meta fiscal parte da queda da arrecadação de impostos em anos de baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do País. Dessa forma, a meta poderá ser ajustada ao ciclo econômico. No entanto, não é intenção da equipe econômica anunciar a proposta de reforma junto com o corte do Orçamento deste ano.

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Pelas contas do governo ainda há previsão de arrecadação com a recriação da CPMF, mesmo sabendo das dificuldades de aprovação do tributo pelo Congresso Nacional. A equipe econômica não quer abrir mão do recurso em meio à crise e queda da arrecadação. A previsão inicial é que o governo consiga arrecadar R$ 10 bilhões ainda em 2016 com o chamado imposto do cheque.

Antes da reunião com a junta, Dilma recebeu Eduardo Braga, ministro de Minas e Energia. No fim do dia, a presidente tem um encontro com Luiz Fernando Pezão (PMDB), governador do Estado do Rio de Janeiro.

O governo pretende esperar o prazo de 12 de fevereiro, preestabelecido pela lei orçamentária, para apresentar o corte definitivo no orçamento de 2016. Nesta quarta-feira, 3, duas reuniões da Junta Orçamentária foram realizadas no Palácio do Planalto quando foram examinados os recursos de cada ministério. O documento do contingenciamento ainda está em preparação, de acordo com o Planalto, sem querer informar de quanto poderia ser o corte este ano.

Nas reuniões, cada pasta indicou despesas que podem ser contingenciadas de forma a contribuir com o esforço fiscal deste ano. O objetivo é chegar a um número que proteja programas sociais e esteja em linha com a necessidade fiscal em meio à crise econômica. A junta orçamentária é formada pelos ministros da Fazenda, Nelson Barbosa, da Casa Civil, Jaques Wagner, e do Planejamento, Valdir Simão.

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Mesmo com dificuldades para fechar as contas em 2016, o governo decidiu preservar do contingenciamento os orçamentos do programa Bolsa Família, do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e do programa Minha Casa Minha Vida.

A presidente Dilma Rousseff tem reforçado a intenção do governo de manter os programas sociais. "Fizemos um esforço imenso para manter o Minha Casa Minha Vida e o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego)", reiterou Dilma hoje em discurso durante cerimônia de entrega de moradias do Minha Casa Minha Vida em Indaiatuba (SP). Ela fez esta ressalva porque, desde que foi anunciado o programa de ajuste econômico e fiscal pelo ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, lideranças de movimentos sociais e membros do Partido dos Trabalhadores (PT) mostraram preocupação em relação à possibilidade de que estes programas sociais fossem prejudicados.

O governo tem até o dia 12 de fevereiro para apresentar o contingenciamento que será feito no orçamento deste ano para perseguir a meta de superávit primário, que é de R$ 30,5 bilhões, ou 0,5% do PIB. Valor que, depois de dois anos seguidos de déficit e com a atividade econômica em queda, especialistas acreditam ser improvável de ser alcançado.

A ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, afirmou, nesta segunda-feira (14), que o corte de R$ 10 bilhões no programa Bolsa Família “chega a ser uma burrice”. O programa teria R$ 28,2 bilhões no próximo ano, mas a redução foi confirmada pelo relator do projeto da Lei Orçamentária (LOA) para 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), na última sexta-feira (11). Campello disse que a presidente Dilma Rousseff (PT) é contrária ao corte e pediu sensibilidade aos parlamentares para rejeitar o dispositivo. 

"Cortar do Bolsa Família chega a ser uma burrice, porque não só está tirando o pouco dinheiro dos pobres como acaba afundando a economia. Esse dinheiro vai para a população mais pobre, ele tem um impacto na economia. Cada R$ 1,00 que a gente gasta no Bolsa família, retorna para a economia brasileira R$ 1,78. Aqui no Nordeste, retorna mais ainda", frisou, em entrevista a uma rádio local. O projeto da LOA deve ser votado na próxima quarta (16). 

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A ministra pediu para que a bancada nordestina se mobilizasse e votasse contra o texto. "A Comissão Mista de Orçamento é formada por muitos deputados, de muitos partidos. Quase todos os partidos têm nos apoiado contra o corte. A presidente Dilma é contra o corte. Aproveito o espaço para fazer um apelo aos deputados. Nós temos uma bancada forte, combativa, que conhece a situação do Nordeste brasileiro, que não vai deixar, ainda mais num momento de crise, que isso aconteça”, observou a ministra.

Pelas contas do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), 23 milhões de pessoas seriam retiradas do programa com o corte, cerca de 7 milhões de famílias, pela média do Bolsa Família. "Não podemos jogar em cima da população pobre o custo de uma crise", disse Tereza Campello. Em Pernambuco, o número de beneficiados pelo programa é de 3,6 milhões de pessoas.

 

Nesta quarta-feira (25), a Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) discutiu e votou a Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2016. Em sua relatoria, o deputado Júlio Cavalcanti (PTB) propôs que fosse remanejado um montante de R$ 57 milhões da Secretaria de Administração do Estado para a área da Saúde. A verba sairia de rubricas como contratação de consultorias, investimentos em tecnologia da informação e reforma de prédios públicos, por exemplo, e seriam destinadas para hospitais, como o Regional de Arcoverde e outros.

O parlamentar destacou que durante as visitas feitas pelo Pernambuco de Verdade, os deputados da oposição tiveram a oportunidade de conhecer a realidade de alguns dos Hospitais Regionais do Estado e conferir o caos no qual eles se encontram. Quando indagado sobre a importância do investimento em TI para o bom funcionamento da máquina administrativa do Estado, o deputado Júlio respondeu com um questionamento aos pares: “me respondam os senhores a essa pergunta: é melhor esperar um ou dois meses para receber um documento do Estado, ou esperar o mesmo tempo para poder ser atendido por um médico, fazer uma cirurgia ou um exame de saúde?”, questionou.

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Diante dos argumentos apresentados pelo deputado Júlio Cavalcanti, o relatório foi aprovado por cinco votos favoráveis. Apenas dois parlamentares foram contrários ao remanejamento proposto. “É preciso investir nas áreas que realmente são importantes, como saúde, educação e segurança. A crise está grande, então vamos usar o dinheiro público no que faz a diferença para a população. Essa é a hora de mostrar ao povo que realmente sabe fazer mais com menos e gastar racionalmente, da forma mais eficaz para o povo”, concluiu.

 

A presidente Dilma Rousseff encaminhou ao Congresso Nacional proposta de modificação do projeto de lei que "estima a receita e fixa a despesa da União para o exercício financeiro de 2016", ou seja, o projeto do Orçamento do próximo ano.

A informação consta de mensagem publicada na edição desta quarta-feira (18) do Diário Oficial da União (DOU). O documento, no entanto, não traz quais seriam as modificações sugeridas pelo Executivo ao projeto, que está em tramitação na Comissão Mista de Orçamento (CMO).

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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), confirmou a realização de uma sessão do Congresso Nacional na terça-feira (17), às 19h, para a análise dos vetos da presidente Dilma Rousseff. Atualmente a pauta conjunta do Senado e da Câmara contém 13 vetos à espera de votação — seis destaques pendentes da última sessão e sete vetos incluídos nas últimas semanas.

Renan destacou que é preciso limpar a pauta para votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária de 2016. “Falei com a presidente da Comissão Mista de Orçamento [senadora Rose de Freitas, PMDB-ES] para que a comissão agilizasse os projetos, porque nós precisamos votá-los até o final do ano, senão não haverá recesso. É importante a agilização dessas propostas da CMO para que nós possamos, depois da sessão do dia 17, apreciar todas essas matérias que são urgentíssimas. O país espera que elas sejam apreciadas”, declarou.

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Orçamento

Renan Calheiros disse ainda que o Orçamento precisa ser “o mais verdadeiro possível”. Em sua avaliação, esse é um avanço institucional pelo qual o País precisa passar. Renan lembrou que a Lei Orçamentária deste ano foi votada em março. “Foi uma estratégia para que o Congresso Nacional verdadeiramente colaborasse com o ajuste das contas públicas com um Orçamento menor, num prazo menor. No ano passado, nós votamos a redução da meta em dezembro, foi uma batalha. Nós esperamos que a batalha legislativa seja diferente neste ano”, afirmou.

Desburocratização

Renan disse também que conversará com o jurista Mauro Campbell, presidente da Comissão da Desburocratização, criada para propor simplificação e melhorias na relação do Estado com os cidadãos e as empresas. “Isso é uma coisa muito importante: a desburocratização, a simplificação dos procedimentos no Brasil, porque as crises, vocês sabem, são oportunidades para que a gente possa fazer mudanças e essa mudança é fundamental, é prioritária”, reforçou.

A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, disse nesta sexta-feira (13) que um corte no Bolsa Família pode aumentar a pobreza, a extrema pobreza e o trabalho infantil no país, e levar à retirada de 23 milhões de pessoas do programa.

Os recursos previstos para o programa na proposta de Lei Orçamentária da União para 2016 são de R$ 28,8 bilhões. O relator do Orçamento do ano que vem, deputado Ricardo Barros (PP-PR), está analisando um possível corte de R$ 10 bilhões na verba do Bolsa Família.

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“Acho que impactaria fortemente a extrema pobreza e a pobreza no Brasil, essa redução de R$ 10 bilhões. Como se distribuiria esses R$ 10 bilhões que o governo é contra cortar? Como a gente reduziria? De quem é menos pobre para quem é mais pobre, olhando a renda familiar? Teríamos um impacto, não só no nível de renda da população pobre, na extrema pobreza, como a gente teria, no curto prazo, impacto no trabalho infantil e na presença dessas crianças na escola”, disse Tereza Campello.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa, classificou como absurda e inaceitável a proposta do relator do Orçamento Geral da União de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), de cortar R$ 10 bilhões do Bolsa Família. Em discurso na tribuna do plenário nesta quarta-feira (21), o senador afirmou que a sugestão "é covarde e completamente descabida, principalmente porque retira dos mais pobres e preserva os mais ricos em um momento de crise".

“Parece até uma piada de extremo mau gosto apresentar a ideia exatamente ontem, dia em que esse programa de êxito internacional na redução da pobreza e no combate à fome completou 12 anos de existência”, criticou.

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Humberto tem convicção de que o deputado poderia buscar outros caminhos, como sugerir o corte, por exemplo, dos R$ 10 bilhões de emendas parlamentares impositivas a que os congressistas têm direito. Segundo ele, só essa medida já tornaria desnecessário mexer no Bolsa Família.

“Não seja, deputado, um Robin Hood às avessas, não tire dos pobres para manter o dos ricos. Tenha a firmeza de ser duro com os mais fortes e suave com os mais fracos”, comentou. 

O parlamentar pediu ousadia por parte do relator para contrariar os mais ricos e defender outras iniciativas, como a volta da CPMF por um período de dois anos, tributo por meio do qual quem tem mais, paga mais; a ideia do imposto sobre grandes fortunas; e o destravamento da votação da repatriação dos recursos que estão no exterior. “Enfim, avance sobre onde o dinheiro sobra e não sobre onde ele falta”, cobrou. 

O líder do PT ressaltou ainda que o Brasil caminhou muito desde 2003 para vencer a pobreza extrema e sair do Mapa da Fome Mundial e que o PT e o Governo Dilma vão lutar para impedir esse retrocesso social. 

“Essa é uma medida que se traduz em falta de coragem política: no primeiro momento de crise, se quer cortar o maior programa de transferência de renda e de mobilidade social do mundo, que deu ao povo deste país o direito de deixar a pobreza para trás”, observou. 

Nesses momentos, de acordo com Humberto, é que os agentes políticos devem ter a altivez de fazer a opção pelos que mais precisam como forma de equilibrar o jogo. Para o congressista, é completamente inaceitável mexer, em um momento de crise como o atual, em um programa que retirou mais de 36 milhões de brasileiras e brasileiros da pobreza extrema e reduziu em 64% a pobreza no país. 

“É inadmissível alterar um programa em que 97% das crianças e adolescentes beneficiários frequentam regularmente a escola e 99% das gestantes e das crianças atendidas têm seu pré-natal e sua vacinação em dia, respectivamente”, complementou.

O Orçamento Geral da União de 2016 tramitará até o fim do ano e está sujeito a alterações propostas pelos parlamentares. Por isso, o líder do PT avalia que a ideia de cortar dinheiro do Bolsa Família não vai prosperar. 

“Mas, se o relator insistir nessa visão estreita de trucidar uma das políticas de Estado mais exitosas deste país, vai contar com toda a nossa oposição para que possamos rejeitar essa medida no plenário do Congresso Nacional”, avisou.

Preconceito

Humberto avalia que o relator ainda demonstrou enorme desconhecimento sobre o programa ao justificar a ideia do corte com base no que o próprio governo reconhece: que 72% dos beneficiários do Bolsa Família trabalham.

"Quando fala isso, o relator repete o discurso preconceituoso de quem diz que são vagabundos aqueles inscritos no Bolsa Família. De fato, sete em cada dez adultos beneficiários do programa estão no mercado de trabalho", afirmou. 

O senador explicou que eles estão no cadastro único do programa porque estão procurando emprego ou exercem atividades precárias em que ganham de forma insuficiente para a sua sobrevivência. 

"É por isso que necessitam de um complemento de renda que lhes garanta o mínimo de dignidade humana, sonegada descaradamente por mais de cinco séculos neste país", disparou.

O parlamentar ressaltou que 55% dos beneficiários do programa são crianças e adolescentes, que, graças ao Bolsa Família, passaram a ter direito à alimentação, à saúde e à educação.

"Pela primeira vez na nossa história, vemos a primeira geração sem fome e na escola. Diante disso, pergunto: são esses os brasileiros aos quais nós não daremos mais acesso ao Bolsa Família, caso precisem ingressar no programa?", questionou.

Lideranças da oposição vão se reunir, nesta terça-feira (1°), para discutir o Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2016, apresentada pelo Governo Federal ao Congresso Nacional com rombo de R$ 30 bilhões. Segundo o senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, os oposicionistas devem traçar estratégias para enfrentar a questão. Para o tucano, a gestão petista governa sem planejamento e à base do improviso.

"Vamos nos reunir para ver de que forma vamos enfrentar essa questão. É tão inusitado, pelo menos na nossa democracia recente, um governo não ter a capacidade de apontar as fontes de receitas que deverão financiar as suas despesas. Depois de 13 anos de governo do PT, o governo sequer consegue apresentar ao Congresso Nacional uma proposta de orçamento equilibrado", observou, após participar de um encontro das lideranças do PSDB em Minas Gerais.

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Aécio lamentou a “incompetência” da presidente Dilma Rousseff (PT) e acusou a petista de “gastar de forma perdulária e irresponsável para vencer as eleições” e agora “não conseguir fazer o essencial”. "Há pouco mais de 30 dias atrás, o governo anunciava um superávit 0,7% no orçamento. Hoje anuncia um déficit de 0,5%. Em um mês o governo altera a sua previsão de forma tão drástica, que é a demonstração clara do improviso. O improviso hoje governa o Brasil", afirmou.

Sob a ótica do tucano, o resultado desse “despreparo” é “preocupante”. "O Brasil está hoje em recessão técnica, com dois trimestres consecutivos de crescimento negativo. As consequências são preocupantes, não podemos, infelizmente, afastar de um cenário próximo, o rebaixamento da nota de crédito do Brasil, que pode nos tirar o grau de investimento. E isso, lamentavelmente, impacta, não sobre o governo, mas sobre os cidadãos brasileiros, sobre as empresas brasileiras que terão mais dificuldades para obter, por exemplo, financiamentos fora do Brasil", destrinchou.

 

A presidente Dilma Rousseff convocou integrantes da equipe econômica para reunião no Palácio da Alvorada neste sábado (29). Estão sendo discutidos detalhes da proposta de lei do Orçamento Anual de 2016, que tem que ser enviada ao Congresso Nacional na segunda-feira, dia 31.

O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, já está no Alvorada, mas o ministro Joaquim Levy está em evento da BM&F Bovespa em Campos do Jordão (SP). Inicialmente, a participação de Levy seria às 18 horas, mas foi antecipada e ele começou sua palestra no evento por volta das 14 horas. Ainda não há informação se o ministro participará da reunião convocada por Dilma.

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Além da lei orçamentária, está sendo discutido o retorno de uma contribuição sobre movimentações financeiras para custear despesas da saúde, nos moldes da CPMF. A equipe econômica acredita que a volta do chamado "imposto do cheque" é necessária para cobrir o rombo orçamentário projetado para o ano que vem, mas há resistências políticas ao retorno do tributo.

De acordo com participantes de reunião ontem entre a presidente e governadores do Nordeste, em Fortaleza (CE), Dilma não deixou claro se enviará a proposta da nova CPMF já na segunda-feira, como tinha sido decidido na última quinta-feira.

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