Cortar o Bolsa Família chega ser burrice, rebate ministra

Tereza Campello pediu para que a bancada nordestina se mobilizasse e votasse contra o trecho da LDO que restringe os recursos

por Giselly Santos seg, 14/12/2015 - 16:10
Wilson Dias/Agência Brasil Pelas contas do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), 23 milhões de pessoas seriam retiradas do programa com o corte Wilson Dias/Agência Brasil

A ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, afirmou, nesta segunda-feira (14), que o corte de R$ 10 bilhões no programa Bolsa Família “chega a ser uma burrice”. O programa teria R$ 28,2 bilhões no próximo ano, mas a redução foi confirmada pelo relator do projeto da Lei Orçamentária (LOA) para 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), na última sexta-feira (11). Campello disse que a presidente Dilma Rousseff (PT) é contrária ao corte e pediu sensibilidade aos parlamentares para rejeitar o dispositivo. 

"Cortar do Bolsa Família chega a ser uma burrice, porque não só está tirando o pouco dinheiro dos pobres como acaba afundando a economia. Esse dinheiro vai para a população mais pobre, ele tem um impacto na economia. Cada R$ 1,00 que a gente gasta no Bolsa família, retorna para a economia brasileira R$ 1,78. Aqui no Nordeste, retorna mais ainda", frisou, em entrevista a uma rádio local. O projeto da LOA deve ser votado na próxima quarta (16). 

A ministra pediu para que a bancada nordestina se mobilizasse e votasse contra o texto. "A Comissão Mista de Orçamento é formada por muitos deputados, de muitos partidos. Quase todos os partidos têm nos apoiado contra o corte. A presidente Dilma é contra o corte. Aproveito o espaço para fazer um apelo aos deputados. Nós temos uma bancada forte, combativa, que conhece a situação do Nordeste brasileiro, que não vai deixar, ainda mais num momento de crise, que isso aconteça”, observou a ministra.

Pelas contas do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), 23 milhões de pessoas seriam retiradas do programa com o corte, cerca de 7 milhões de famílias, pela média do Bolsa Família. "Não podemos jogar em cima da população pobre o custo de uma crise", disse Tereza Campello. Em Pernambuco, o número de beneficiados pelo programa é de 3,6 milhões de pessoas.

 

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