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Se antes o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), conseguiu ficar afastado da investigação dos kits de robótica superfaturados para Alagoas, agora, um caderno com pagamentos encontrado com seu assessor aumentou a suspeita da Polícia Federal sobre seu envolvimento no esquema de desvio. Arquirrival político no estado, o senador Renan Calheiros (MDB) debochou da situação. 

"O rei Arthur está nu!", publicou Calheiros em relação à exposição de Lira após os desdobramentos da Operação Hefesto. O cumprimento de mandados de busca e apreensão contra o motorista Wanderson de Jesus e Luciano Cavalcante, principal assessor do deputado, repercutiram na descoberta de uma lista de pagamentos, com detalhes de saldo, datas de repasses e destinatários. 

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O nome "Arthur" se repete entre os valores mais altos das anotações feitas a mão. Onze pagamentos, equivalente a um total de R$ 265 mil, feitos entre os meses de abril e maio deste ano, fazem referência ao primeiro nome do presidente da Câmara. 

No dia 17 de abril, a lista aponta um gasto de R$ 3.652 com "Hotel Emiliano = arthur", mesmo hotel de luxo onde o deputado costuma ficar quando vai a São Paulo. Os registros da Aeronáutica do mesmo dia confirmam que Lira viajou para São Paulo em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).  

Além da citação em outros itens, como "Fabio Engenheiro/Arthur", "materiais elétricos = Arthur", "pagamento irrigação = arthur", a suspeita ganha mais força com um repasse de R$ 4,8 mil para "telefone - D. Ivonete" - o nome da mãe de Lira é Ivanete - e em três envios de R$ 1 mil, R$ 4 mil e R$ 700 para "Álvaro", mesmo nome de um dos filhos do deputado. 

Em nota enviada à Revista Piauí, a assessoria defende a idoneidade do parlamentar: “Toda a movimentação financeira e pagamentos de despesas do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, seja realizada por ele e, às vezes, por sua assessoria, tem origem nos seus ganhos como agropecuarista e da remuneração como deputado federal”. 

A operação foi deflagrada em 1º de junho para apurar a fraude em licitação e o desvio de R$ 8 milhões na compra de kits de robótica superfaturados através dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Arthur Lira ainda não constava como investigado, mas as novas informações colocaram o parlamentar no centro do inquérito. 

Iniciado pela Justiça Federal de Alagoas, o caso deve subir para o Supremo Tribunal Federal (STF). A acusação foi assumida pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, que já anulou outras duas denúncias contra o deputado. A relatoria do processo deve ser assumida pelo ministro Luís Roberto Barroso, contudo, ela pode ser redistribuída para algum dos colegas da Corte até outubro, quando Barroso assume a Presidência do STF após a aposentadoria de Rosa Weber. 

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a extradição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no prazo de 72 horas. Jair deixou o país no dia 30 de dezembro e está hospedado na casa do ex-lutador José Aldo, em um condomínio de luxo na Flórida, nos Estados Unidos. 

Nesta segunda-feira (9), menos de 24h após seus apoiadores promoverem um episódio de terrorismo em Brasília, capital federal, o ex-mandatário deu entrada em um hospital no país estrangeiro, após sentir dores abdominais. 

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O pedido da extradição de Bolsonaro foi apresentado também nesta segunda-feira (9), por meio de uma petição no Inquérito 4.879, em que o STF investiga os atos antidemocráticos. Calheiros pede que o ex-presidente seja incluído formalmente como investigado neste inquérito, no qual Moraes é relator, e que, caso não volte ao Brasil para depor seja considerado foragido da Justiça. 

O documento pede ainda que Bolsonaro dê explicações às autoridades brasileiras acerca de sua participação nos atos antidemocráticos, e em uma suposta reunião ocorrida em Orlando com o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres. Se descumprir a ordem, Bolsonaro pode ser alvo de um pedido de prisão preventiva, segundo requerimento. 

Confira as atualizações de Calheiros: 

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Os nomes de Renan Filho e Jader Filho como ministros do governo Lula (PT) foram confirmados nesta quarta-feira (28), pelo MDB. Segundo o presidente nacional da sigla, Baleia Rossi, o partido terá três ministérios na gestão do petista. 

O senador eleito por Alagoas, Renan Filho, será ministro dos Transportes. Já Jader Filho vai comandar a pasta das Cidades. Além deles, a senadora Simone Tebet também vai fazer parte da Esplanada, no comando do Ministério do Planejamento. 

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O senador Renan Calheiros (MDB-AL) é o mais cotado para ser o futuro líder do governo no início do governo Lula (PT), a partir de 2023. O nome do senador é defendido por alas radicais do Partido dos Trabalhadores, como as encabeçadas pela presidente do colegiado, Gleisi Hoffmann (PT-PR). 

O senador sempre foi próximo do presidente eleito.

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O vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), cutucou o senador de Alagoas, Renan Calheiros (MDB), sobre sua atuação na CPI de Covid, nesta quinta-feira (1). Na publicação feita pelo filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), no Twitter, ele afirma sobre o “privilégio divino” que Calheiros teve na CPI. 

“Tenho uma dúvida: como pode o Senador Renan Calheiros ter acesso a meu depoimento de “inquérito sigiloso”, divulgado na CPI do Covid e ao que parece as partes envolvidas não terem esse “privilégio divino”? Tudo normal. É pela manutenção da democracia”, escreveu sobre a oitiva do ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten na CPI da Covid, quando o senador leu um trecho do depoimento do vereador à Polícia Federal. 

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No entanto, no mês passado a PGR pediu ao STF que arquivasse o pedido de Carlos Bolsonaro para insvestigação de Renan por os crimes de abuso de autoridade, violação de sigilo funcional e receptação.

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou em Maceió-AL nesta quinta-feira (13) ao lado do senador Renan Calheiros (MDB-AL), do senador eleito Renan Filho (MDB-AL) e do governador afastado Paulo Dantas (MDB-AL), candidato à reeleição. Ao microfone, o ex-presidente elogiou Renan por sua atuação enquanto relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19.

"Renan, o trabalho que você fez na CPI é uma obra prima que vai ficar na história. E através daquele relatório a gente vai colocar o (Eduardo) Pazuello na cadeia", afirmou Lula. Ex-ministro da Saúde do governo Jair Bolsonaro (PL) apontado, no relatório, como corresponsável pela entrega tardia de vacinas contra coronavírus à população brasileira, Pazuello foi eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro.

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Condenado na Lava Jato, Lula ficou 580 dias preso. Ele deixou a prisão em 8 de novembro de 2019 porque o Supremo Tribunal Federal (STF) mudou o entendimento sobre a prisão após julgamentos de segunda instância. Em março de 2021, os processos foram anulados.

Na tentativa de ampliar sua votação no Nordeste para garantir a vitória em segundo turno, o candidato do PT afirmou nesta quinta-feira que Bolsonaro não gosta de nordestino. "Estou disputando eleição com um cidadão que não gosta de nordestino. Essa semana ele disse que eu só ganho as eleições no Nordeste porque no Nordeste só tem analfabeto. Eu tenho orgulho de ser nordestino", declarou o ex-presidente em Maceió.

Após a divulgação da pesquisa Datafolha, na quinta-feira (23), o senador Renan Calheiros (MDB-AL) foi às redes sociais manifestar apoio à pré-candidatura do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e defender "união pela democracia". O parlamentar, que sempre foi próximo do petista, criticou quem insiste em "forçar a barra com pretensões irreais".

A declaração é um recado para o MDB, que lançou a senadora Simone Tebet como pré-candidata ao Planalto.

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"Datafolha confirma a nitidez do quadro eleitoral. Pra quem ainda tinha dúvida, a polarização passou de evidente a gritante. A vantagem consolidada de Lula aponta para decisão em 1º turno. Erra quem insiste em forçar a barra com pretensões irreais. União pela democracia já", publicou o senador.

Segundo o levantamento, Simone Tebet tem 1% das intenções de voto, neste momento. O ex-presidente petista tem 47%; Jair Bolsonaro, 28%; e Ciro Gomes, 8%.

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, a disputa entre Lula e Tebet evidencia uma divisão antiga no MDB. A corrente do partido que defende o projeto petista é encabeçada por Calheiros, que sugere abertamente que a legenda apoie o presidenciável de esquerda no primeiro turno e já deu diversas declarações contrárias à pré-candidatura da senadora.

Além disso, segundo levantamento do jornal O Estado de S. Paulo, apesar de ter lançado Simone no plano nacional, o MDB se divide entre Lula e Bolsonaro em 13 Estados e no Distrito Federal.

O partido está com o PT de Lula em Alagoas, Ceará, Paraíba, Pará, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Piauí e Amazonas; e com Bolsonaro em Roraima, Acre, Rio, Paraná e Distrito Federal.

O senador licenciado Renan Calheiros (MDB-AL), avalia que a pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) à Presidência da República só trará perdas ao MDB caso seja mantida até o fim. Integrante da ala emedebista defensora de que a sigla apoie o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em primeiro turno, Renan afirmou disse, em entrevista ao Papo com Editor - programa do Broadcast Político, serviço de informação em tempo real do Grupo Estado - que fará "uma guerra interna", se necessário, "pela não homologação da candidatura" de Simone.

"Lamentavelmente, sim (a candidatura só representa perdas para o partido). A candidatura não agrega, não tem competitividade, não amplia os objetivos do partido, e o partido, em função dessa aliança com o PSDB, tem que abrir mão de algumas outras candidaturas", disse Renan, ao lembrar que o MDB abandonou a ideia de lançar candidato próprio ao governo do Rio Grande do Sul para assegurar apoio do PSDB a Tebet.

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O senador licenciado afirmou ainda esperar que o "bom senso prepondere" para que a sigla não homologue o nome da senadora ao Planalto. "Nós não estamos querendo fazer uma guerra interna de disputa pela não homologação da candidatura. Se isso for preciso, nós vamos fazer. Essa divisão a mais não ajuda efetivamente em nada. Nem à candidatura dela, nem tampouco ao partido e à necessidade de manter sua maior bancada no Senado, fazer uma grande bancada na Câmara e eleger o maior número de governadores", declarou.

"As convenções acontecerão apenas no início de agosto e, talvez, não seja efetivamente o caso de termos que homologar uma candidatura com 1% dos votos", defendeu Renan.

Reversão

Apesar da avaliação pessimista sobre a competitividade da senadora, ele disse torcer para que haja "reversão da fotografia das pesquisas", que mostram polarização cristalizada entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro (PL) e a inviabilidade eleitoral de uma candidatura da terceira via.

Ao comentar sobre a possível chapa entre Tebet e o senador Tasso Jereissati (PSDB) na vice, o senador elogiou as "qualidades indiscutíveis" dos dois colegas, mas apontou que polarização aponta para tendência de voto útil que pode decidir a eleição em primeiro turno entre os dois primeiros colocados nas pesquisas.

"São dois nomes indiscutíveis do ponto de vista das qualidades pessoais, políticas. O problema não é esse, é a polarização que existe entre as duas principais candidaturas. Se você for observar a média das pesquisas, você vai verificar uma reta, e uma efetiva polarização. A terceira via nunca chegou nem perto do segundo candidato. O que podemos ter é um exercício efetivo de voto útil para que a eleição se decida no primeiro turno", avaliou.

Desespero

Na entrevista, Renan atribuiu a um "desespero diante da derrota inevitável na eleição" o projeto de lei enviado ao Congresso pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) que desvincula recursos do pré-sal do Fundo Social aplicados na saúde e na educação.

"Tudo o que puder fazer para sair da derrota inevitável na eleição, o Bolsonaro vai tentar fazer. Ele, no desespero, vai fazer tudo, habilitar esses recursos, que não estavam sendo devidamente utilizados, seriam apenas para o superávit do Tesouro, na eleição", criticou o senador.

Como mostrou o Broadcast Político, o projeto de lei autoriza a União a vender sua parcela do óleo do pré-sal de contratos de partilha geridos pela estatal PPSA e ainda desvincula as receitas que serão obtidas com a venda desses ativos do Fundo Social.

Criado em 2010, o Fundo Social é um fundo soberano, destinado a receber a parcela dos recursos do pré-sal que cabem ao governo federal, como royalties e participações especiais. O Congresso mudou a destinação dos recursos para vincular parte dos recursos para saúde e educação. Ao justificar a desvinculação, o governo diz que não haverá "prejuízo" às áreas.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, buscou o procurador-geral da República, Augusto Aras, para se livrar de um depoimento na Polícia Federal em um processo que investiga o senador Renan Calheiros (MDB-AL). O pedido foi exposto por engano pelo próprio procurador no WhatsApp.

Aras publicou, sem querer, uma mensagem que recebeu de um interlocutor pedindo que ele recebesse o advogado Ticiano Figueiredo, defensor do ministro da Economia, para tratar da dispensa do depoimento.

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O conteúdo foi publicado no status de Aras no Whatsapp, espaço de mensagens temporárias disponível apenas para contatos no aplicativo de trocas de mensagens. Ao perceber o engano, o procurador apagou a imagem.

"Seria possível receber o advogado do Paulo Guedes, o dr. Ticiano Figueiredo por 5 minutos? Assunto: possível dispensa de Paulo Guedes, junto à PF, em processo investigativo contra Renan Calheiros, onde Guedes não é parte", diz a mensagem.

Em abril, a defesa de Guedes fez o pedido de dispensa diretamente ao Supremo Tribunal Federal (STF). O argumento dos advogados Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso, Francisco Agosti e Marcelo Neves é que o chefe da pasta não tem qualquer relação com a investigação envolvendo Renan Calheiros.

O processo é relatado pelo ministro Luís Roberto Barroso no STF e investiga condutas ilegais supostamente praticadas pelo senador no âmbito do Postalis, instituto de previdência dos Correios, entre 2010 e 2016.

A suspeita é que o parlamentar tenha ligação com um esquema de lavagem de dinheiro administrado por Milton Lyra, apontado como operador de emedebistas. Desde que o inquérito foi aberto, em 2017, Renan negou irregularidades. Há pedido no processo para que Paulo Guedes seja ouvido apenas na qualidade de "declarante" e não como testemunha.

Procurada pela reportagem, a PGR confirmou o teor da mensagem, mas não informou se Aras recebeu ou vai receber o advogado de Guedes para discutir o pedido. Nenhum encontro com Ticiano Figueiredo foi registrado na agenda pública do procurador.

"Trata-se de pedido de audiência recebido pelo procurador-geral da República com resposta indicando que seriam tomadas as providências para checar a viabilidade de futura agenda", disse a PGR. O advogado do ministro não respondeu à reportagem e o Ministério da Economia não se manifestou.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), voltou a disparar contra o senador Renan Calheiros (MDB-AL). Nas redes sociais, Lira comemorou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, que ordenou a reabertura do edital para as eleições indiretas ao governo de Alagoas, e pediu que Calheiros "abandone o golpe que tentava impor no Estado".

A declaração acontece na esteira de ataques entre os dois parlamentares, que tentam manter a relevância no Estado, enquanto são definidas as regras das eleições indiretas para estabelecer quem deve suceder o comando do Estado no lugar de Renan Filho (MDB) que renunciou ao cargo para concorrer ao Senado.

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"Renan Calheiros deveria pedir desculpa aos alagoanos por mais essa irregularidade que praticou. É improvável que o faça, pois está no seu DNA desrespeitar as instituições e o povo. Vamos continuar vigilantes, buscando o que é correto e bom para Alagoas, porque esse é o nosso dever" publicou Lira.

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Como mostrou o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a eleição indireta beneficia Paulo Dantas (MDB), candidato dos Calheiros, nas eleições. Gilmar Mendes, no entanto, atendeu ao principal pedido da oposição ao determinar que o registro e a votação dos candidatos a governador e vice-governador sejam realizados em chapa única.

O primeiro edital autorizava candidaturas separadas para os dois cargos, o que era criticado pelo grupo de Lira, para quem a regra beneficiava os Calheiros. Lira tem atuado para emplacar o nome de Rodrigo Cunha (União Brasil) ao governo alagoano. A eleição, indireta, foi marcada para domingo, 15 de maio.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou que o seu partido, caso pudesse votar novamente hoje, não apoiaria o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), exonerada do cargo presidencial em 2016. De acordo com o legislador, não houve crime de responsabilidade para fundamentar o afastamento da petista. A declaração foi feita à coluna de Guilherme Amado, do Metropóles, divulgada nesta quinta-feira (17). 

"Acho que o próprio MDB não repetiria uma circunstância daquela. Aquilo é um fato para não ser repetido jamais na história do Brasil", declarou em entrevista. 

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Calheiros, que votou a favor do impeachment, mostra-se arrependido do voto. "Sinceramente, não acredito que o Senado hoje aprovaria o impeachment da presidente por crime de responsabilidade fiscal que não houve. Aquilo foi circunstância que não pode se repetir”, completou. 

Atualmente, apesar de ter apoio voltado à possível candidata à Presidência Simone Tebet, senadora pelo MDB-MS, Calheiros também se mostra favorável à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), caso o nome da parlamentar não decole até maio. Segundo Renan, o MDB já discute o apoio a Lula ainda no primeiro turno. 

"Se ela não crescer, ela própria vai entender essa realidade. Ficamos de conversar com alguns setores do MDB, que com essa avaliação, admitem possibilidade de apoiar Lula desde o primeiro turno." 

Em janeiro, quando se reuniu com Lula em São Paulo ao lado de Renan Filho (MDB-AL), Calheiros já havia dito que a sigla poderia apoiar o ex-presidente ainda no primeiro turno. 

"Tivemos uma conversa com o presidente Lula sobre democracia, institucionalidade, economia e eleição. Inclusive a última, que elegeu Bolsonaro e quebrou o Brasil. Pessoalmente, defendo que, se o MDB não tiver um candidato competitivo, é mais consequente uma aliança com Lula”, disse. 

Nas pesquisas mais recentes, Tebet não tem pontuado. A que traz números mais quentes foi publicada nessa quarta-feira (16) pelo PoderData. Nela, Lula aparece com 40% das intenções de voto, à frente do presidente Jair Bolsonaro (PL), que ficou com 31%. Em terceiro lugar está o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), que oscilou dois pontos para cima em relação à pesquisa anterior, e agora soma 9% das intenções de voto. 

 

O senador Renan Calheiros (MDB) sugeriu na tarde desta terça-feira (25), uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. Essa sugestão acontece três meses depois da finalização e entrega do relatório elaborado pelo próprio Calheiros sobre a atuação do governo de Jair Bolsonaro (PL) no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus no país.

"Governo empaca no negacionismo, operado pelo ogro Marcelo Queiroga. Boicotou a vacinação de crianças, provocou a hesitação dos pais, causou  um apagão de dados e até cloroquina recomendaram. São crimes continuados. Uma nova CPI é imperiosa. Essa gente só entende essa linguagem", publicou o senador em sua conta no Twitter.

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A CPI da Covid-19 indiciou 69 pessoas e 29 tipos penais foram apontados. Em cerca de seis meses de trabalho, a CPI da Pandemia fez 66 reuniões — 58 delas destinadas a depoimentos. Foram ouvidas 61 pessoas, além das vítimas da Covid-19. Dos 1.582 requerimentos apresentados, 1.062 foram apreciados. O colegiado aprovou 251 transferências de sigilo (fiscal, bancário, telefônico e telemático). 

A CPI expediu 2.669 ofícios e recebeu 2.792 documentos, além de 71.957 arquivos contendo documentos ostensivos e 4.251.840 arquivos com documentos sigilosos. 

Senadores repercutiram na manhã desta quarta-feira (5) a decisão do Ministério Público Federal (MPF) de desmembrar em 12 apurações a investigação a partir do relatório final da CPI da Pandemia. 

 O procurador-geral da República, Augusto Aras, e o procurador Claudio Drewes José de Siqueira encaminharam ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ofício em que comunicam a "autuação de notícia de fato", um procedimento padrão para adoção de providências com base no relatório final encaminhado ao MPF pela CPI da Pandemia. Cabe à PGR apurar e, se for o caso, oferecer denúncia contra o investigado.  

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A cúpula da CPI comemorou nas redes sociais a decisão do MPF. "A CPI da Pandemia tem resultados práticos! Muito mais virá pela frente!", celebrou nas redes sociais o presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM). 

"Luz, mesmo que seja de lamparina, na escuridão da impunidade. Não sossegaremos até a responsabilização dos culpados pela tragédia que tirou a vida de tantos brasileiros", disse o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).  "Os crimes não ficarão impunes e os responsáveis, negacionistas, genocidas, desonestos vão pagar exemplarmente", afirmou o relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL). 

Defensor do governo durante a CPI, o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) chamou a atenção para o risco de uso eleitoral da investigação. "Os órgãos são independentes e cada um pode dar andamento às ações que achar pertinentes. O que não se pode aceitar são perseguições de caráter político, independentemente do viés, seja ele de esquerda ou direita",  disse à Agência Senado.

  As providências adotadas pelo MPF atingem os investigados sem foro privilegiado e não interferem em outras investigações relacionadas à CPI, conduzidas tanto pela Procuradoria Geral da República, quanto pelo Ministério Público em São Paulo. 

Subdivisão

A proposta do MPF é agrupar a apuração nos 12 temas abaixo (os artigos mencionados são do Código Penal (Decreto-Lei 2.848, de 1940), salvo indicação da lei pertinente): 

1) Ações e omissões no Ministério da Saúde, na gestão de Eduardo Pazuello - São acusados de "crime de epidemia com resultado morte" (art. 267), seja pela insistência em promover tratamentos ineficazes, seja pelo atraso na compra de vacinas, o ex-ministro Pazuello e outras autoridades do ministério, como Mayra Pinheiro, então secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde; Elcio Franco Filho, ex-secretário-executivo; além de membros do governo e do chamado gabinete paralelo, que orientava o presidente Jair Bolsonaro sobre a pandemia; e Mauro Ribeiro, presidente do Conselho Federal de Medicina. 

2) Caso Prevent Senior - Os responsáveis pela operadora de saúde foram indiciados pela CPI por crimes de: perigo para a vida ou saúde de outrem (art. 132); omissão de notificação de doença (art. 269); e falsidade ideológica (art. 299). A Prevent Senior é suspeita de realizar experimentos científicos com o "kit covid" sem conhecimento dos pacientes; e de manipulação de prontuários. 

3) Caso Covaxin–Precisa - Os suspeitos de participação na negociação fraudulenta da compra da vacina indiana Covaxin foram indiciados pela CPI por falsidade ideológica, uso de documento falso (art. 304), fraude processual (art. 347), formação de organização criminosa (Lei 12.850/2013) e improbidade administrativa (Lei 8.429, de 1992). 

4) Caso VTCLog - A suspeita de irregularidades em contrato com o Ministério da Saúde, para transporte e armazenagem de vacinas, levou ao indiciamento pela CPI dos três sócios e uma diretora da empresa, por corrupção ativa (art. 333) e improbidade administrativa; e da empresa, por ato lesivo à administração (Lei 12.846, de 2013). 

5) Caso Davati - A denúncia de pedido de propina para o fornecimento de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca levou a CPI a indiciar seis pessoas, entre elas o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias, por corrupção passiva (art. 317), formação de organização criminosa e improbidade administrativa. 

6) Usurpação de função pública - Airton Soligo, ou "Airton Cascavel", ex-assessor especial do Ministério da Saúde, é acusado de exercer a função antes da efetiva nomeação, o que violaria o art. 328 do Código Penal. 

7) Fake news e incitação ao crime - A disseminação de notícias falsas teria violado o art. 286 do Código Penal. A notícia de fato do MPF, sem citar indiciados pela CPI, questiona se a competência da apuração seria federal, pois o crime foi cometido pela internet. 

8) Responsabilidade civil por dano moral coletivo - O relatório da CPI cita sete pessoas, uma empresa (a farmacêutica Vitamedic) e a associação Médicos Pela Vida como passíveis de condenação à reparação de dano moral coletivo por promover o "tratamento precoce" e a "imunidade de rebanho" pela contaminação da população com o vírus. 

9) O impacto da pandemia sobre povos indígenas e quilombolas - A CPI recomendou o aprofundamento da investigação das ações do governo federal. 

10) O impacto da pandemia sobre mulheres e população negra - Da mesma forma que no item anterior, o relatório da CPI pede ao MPF que apure possíveis omissões do governo. 

11) Conitec - A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), órgão de assessoramento do Ministério da Saúde, teria adiado por pressão política a análise de recomendação contra o uso do "kit covid". O relatório da CPI apontou possível desvio de finalidade. 

12) Planos de saúde e hospitais - O relatório da CPI recomendou que sejam investigados os procedimentos de planos de saúde e hospitais que possam ter colocado em risco a saúde dos pacientes e a atuação da Agência Nacional de Saúde Suplementar na fiscalização das operadoras dos planos. 

*Da Agência Senado

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) não esconde de ninguém suas desavenças com o ex-juiz e pré-candidato a presidente da República, Sergio Moro (Podemos). Em publicação no Twitter, nesta segunda-feira (3), o parlamentar alagoano usou uma manchete de reportagem do UOL - apontando a possibilidade do ex-ministro do Governo Bolsonaro ser candidato ao Senado - para questionar se o presidenciável precisa de foro privilegiado. 

"O ex-juiz parcial e incompetente está obcecado por um mandato. As investigações sobre quanto lucrou para golpear a democracia e fraudar uma eleição abalaram. É uma trajetória de mentiras, tocaias e trapaças. Moro precisa de foro?", indagou o senador na publicação. 

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A investigação citada por Renan diz respeito ao pedido do ministro do Tribunal de Contas da União, ministro Bruno Dantas, para que a consultoria americana Alvarez & Marsal informe sobre os valores pagos ao presidenciável. 

Ao fazer a solicitação, Dantas atendeu a um pedido feito pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, que busca investigar possíveis "prejuízos aos cofres públicos pelas operações supostamente ilegais dos membros da Lava Jato de Curitiba e do ex-juiz Sérgio Moro".

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o senador Renan Calheiros (MDB-AL) deverão se reunir nas próximas semanas para tratar sobre as Eleições 2022. As informações são do Globo. O cunho do encontro será político e segue a linha dos demais encontros atendidos pelo patrono petista, que se considera uma via alternativa ao bolsonarismo e diz querer construir não uma vitória para as eleições, apenas, mas um país governável e sem “picuinhas” entre o Legislativo e o Executivo a partir de 2023. 

Calheiros foi, nos últimos meses, oposição ferrenha ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido) no Congresso Nacional, apesar de estar mais alinhado ao centrão, pelo seu histórico político. Na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid foi relator da proposta contra Bolsonaro e defendeu a tese de genocídio, que acabou não sendo aceita pela cúpula e retirada do relatório. De acordo com a reportagem, Lula e Renan só não tiveram o encontro mais cedo por conta da CPI, para evitar possíveis acusações de partidarismo ou parcialidade. 

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O senador é apontado como um dos principais defensores de uma aliança do MDB com o petista em 2022. Sua ida a São Paulo é para fazer exames de rotina, mas a brecha foi aberta para conversar com o sindicalista durante a viagem. Nas duas viagens do petista a Brasília não houve agenda entre ambos. 

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), criticou nesta quarta-feira (27) o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia aprovado pelo Senado.

Lira afirmou que vai analisar “minunciosamente” o teor do relatório final para garantir a liberdade de expressão e imunidade parlamentar e a dignidade do exercício do mandato. O documento pede o indiciamento de 78 pessoas, incluindo o presidente Jair Bolsonaro e os filhos com cargo público, e duas empresas. Dentre os indiciados, seis são deputados federais: Ricardo Barros (PP-PR), Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP), Osmar Terra (MDB-RS), Carlos Jordy (PSL-RJ).

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“Para mim, é motivo de grande indignação como presidente da Câmara dos Deputados e como cidadão brasileiro tomar conhecimento das conclusões encaminhadas pelo relator da CPI da Covid do Senado Federal. É inaceitável, repito, inaceitável a proposta de indiciamento de deputados desta Casa no relatório daquela comissão parlamentar de inquérito”, disse.Lira não mencionou nomes, mas disse que "não se pode aplicar dois pesos e duas medidas sobre parlamentares do Congresso Nacional". Ontem (26), o nome do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) chegou a ser incluído na lista de indiciados do relatório final da comissão a pedido do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). No entanto, o próprio parlamentar solicitou ao relator Renan Calheiros a retirada do nome de Heinze.

A decisão de excluir o nome ocorreu após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmar, por meio de nota, que os senadores reavaliassem a proposta de indiciamento, o que considerou um “excesso”.

Oposição

Parlamentares de oposição defenderam o relatório e a recomendação de indiciamento pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL). Para o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), parlamentares não podem se utilizar de suas prerrogativas de forma a acobertar apologia de crimes contra a vida.

“O que o governo Bolsonaro fez e parlamentares da sua base, inclusive deputados federais, foi apologia de crime e isso merece investigação, isso justifica o indiciamento de parlamentares. É importante separar o joio do trigo”, argumentou.

Relatório

Um dos principais pontos do documento de 1.299 páginas sugere o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro por nove crimes que vão desde delitos comuns, previstos no Código Penal; a crimes de responsabilidade, conforme a Lei de Impeachment. Há também citação de crimes contra a humanidade, de acordo com o Estatuto de Roma, do Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia.

 

O deputado federal Ricardo Barros (PP-RR), líder do governo Bolsonaro na Câmara, apresentou uma notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL). Barros o acusa de abuso de autoridade e denunciação caluniosa por associar seu nome ao escândalo da negociação de vacinas da Covaxin.

O líder do governo Bolsonaro contesta as citações em seu nome no relatório final da comissão.

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“A investigação comprovou que não participei do caso Covaxim [sic] e ele insiste na denúncia. Pedi ao PGR Aras as providências”, escreveu o parlamentar em suas redes sociais. O documento foi encaminhado ao ministro Luiz Fux, presidente do STF.

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No documento, a defesa de Barros alega "parcialidade na condução da Comissão" e reclama de demora para a escuta do depoimento do deputado. Na ocasião, ele tinha sido citado pelo deputado Luís Miranda (DEM-PR) como um dos responsáveis pela negociação da vacina indiana Covaxin, alvo de investigação.

"[A demora no agendamento] Demonstra o completo descompromisso da CPI da Pandemia com a apuração da verdade dos fatos. Ficou indisfarçável a tentativa proposital da CPI de ignorar a realidade trazida a partir dos elementos de prova levantadas, preferindo agarrar-se à narrativa que criaram", diz o documento.

O caso

A CPI da Pandemia investigou a ligação de Ricardo Barros com a compra da vacina indiana Covaxin. O acordo para aquisição de 20 milhões de doses do imunizante foi assinado em fevereiro deste ano ao custo de R$ 1,6 bilhão, mas não houve entregas e o contrato foi suspenso pelo Executivo Federal, após as investigações da Comissão serem iniciadas. Em depoimento, o deputado negou envolvimento com o caso.

O parecer final da CPI pediu o indiciamento de Barros em cinco crimes: incitação ao crime, advocacia administrativa, formação de organização criminosa e improbidade administrativa. O deputado já havia dito que processaria quem votasse a favor do relatório.

O relator da CPI da Pandemia, Renan Calheiros (MDB-AL), anunciou nesta terça-feira (26), durante a sessão para a votação do relatório, que vai incluir o nome do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) entre os indiciados. Renan atendeu a um pedido do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) sob a alegação de difusão de notícias falsas. Com a inclusão, o relatório da CPI agora sugere o indiciamento de 81 pessoas.

"Essa CPI teve a coragem de pedir o indiciamento do presidente da República e do líder do governo. Não pode fechar os olhos com relação ao comportamento do seu colega parlamentar", afirmou Alessandro ao fazer a solicitação. Renan prontamente acatou o pedido, que foi contestado pelos senadores Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) e Marcos Rogério (DEM-RO).

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A sugestão de Alessandro aconteceu logo após o Carlos Heinze, que é governista, concluir a leitura do seu voto em separado. Durante o voto, o progressista manifestou apoio ao Conselho Federal de Medicina (CFM) pela defesa da autonomia médica durante a pandemia e afirmou que seu relatório inclui centenas de estudos sobre o uso de substâncias como a cloroquina no tratamento da Covid-19 feitas por "cientistas, não charlatões". 

"São pesquisas que o Ministério Público a Procuradoria Geral da República vai se debruçar. Não são factóides, não são narrativas", apontou. 

Neste momento, o presidente Omar Aziz (PSD-AM) e Renan protestaram contra a defesa de Heinze de drogas comprovadamente sem eficácia contra o coronavírus. "Depois da declaração do presidente de que vacina dá Aids vem isso aí", criticou Renan.

Ajudantes de ordem

Luis Carlos Heinze ainda usou seu voto para classificar integrantes do chamado G7 da CPI como defensores de “concepções facciosas” e “ajudantes de ordem” de Renan Calheiros. O parlamentar disse que houve “muita incoerência, pressão e interrupção” nos trabalhos da comissão durante o depoimento de testemunhas entusiastas da cloroquina e do tratamento precoce, como a oncologista Nise Yamaguchi.

"Ninguém é contra vacina. Não se pode confundir prevenção com tratamento. A vacina e os fármacos são complementares. Diversos senadores, inclusive, confessaram ter usado a cloroquina", disse Heinze.

*Com a Agência Senado

O relatório final da CPI da Pandemia será votado nesta terça-feira (26). Alguns detalhes do documento, elaborado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), foram acertados em reunião na noite dessa segunda (25). Na versão atualizada do parecer final, o relator ampliou a lista de sugestões de indiciamentos. O número subiu de 68 para 78 pessoas e empresas. 

Os dez nomes incluídos por sugestão de senadores são os seguintes: 

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– Heitor Freire de Abreu, ex-coordenador do Centro de Coordenação de Operações do Ministério da Saúde; 

– Marcelo Bento Pires, assessor do Ministério da Saúde;

– Alex Lial Marinho, ex-coordenador de Logística do Ministério da Saúde;

– Thiago Fernandes da Costa, assessor técnico do Ministério da Saúde; 

– Hélcio Bruno de Almeida, presidente do Instituto Força Brasil;

– Regina Célia Oliveira, fiscal de contratos do Ministério da Saúde;

– Amilton Gomes de Paula, reverendo presidente da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah);

– José Alves Filho, sócio da Vitamedic Indústria Farmacêutica Ltda.;

– Hélio Angotti Netto, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, do Ministério da Saúde; 

– Antônio Jordão, presidente da Associação Médicos pela Vida.

*Da Agência Senado

As investigações da CPI da Pandemia se depararam com fatos que podem caracterizar 29 crimes diferentes, que estão indicados no relatório final da comissão, apresentado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) na semana passada. De acordo com o texto, o presidente Jair Bolsonaro pode ter cometido nove tipos diferentes de crimes. Mas antes de o documento ser entregue às instituições que poderão dar sequência às apurações e, eventualmente, promover a responsabilização dos acusados, ele precisa ser aprovado pela CPI. A votação está marcada para esta terça-feira (26).

O relatório teve como referência, entre outras fontes, o trabalho de uma comissão de juristas, que fez a ligação entre o que foi descoberto nas quebras de sigilo e nos depoimentos com a legislação penal (tanto a nacional como a internacional). Por estarem relacionadas a leis diferentes, nem todas as denúncias do relatório final da CPI serão remetidos às mesmas autoridades, inclusive porque podem ser julgadas por diferentes colegiados, como o Supremo Tribunal Federal (STF), o Tribunal Penal Internacional e até o próprio Senado Federal.

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Para entender melhor quais são esses delitos e como eles podem ir a julgamento, a Agência Senado — com a ajuda do consultor legislativo do Senado Arlindo Fernandes, especialista em direito constitucional — classificou os crimes listados no relatório de Renan em três grupos: crimes comuns, crimes de responsabilidade e crimes contra a humanidade.

Crimes comuns

São aqueles previstos no Código Penal (CP). Perfazem a maior quantidade de crimes identificados no relatório de Renan, que teriam sido cometidos tanto pelo presidente Jair Bolsonaro como por outras 65 pessoas indicadas no documento.

O mais grave deles é o crime de epidemia (art. 267 do CP), que tem pena prevista de 10 a 15 anos de prisão. O relatório destaca que o delito, nesse caso, teve mortes como consequência, o que pode levar à aplicação da pena em dobro. Se ainda for demonstrado que houve dolo (ou seja, que houve intenção por parte de quem o cometeu), o crime será considerado hediondo — e, assim, não poderia haver indulto, anistia, liberdade provisória ou mesmo fiança.

Outro crime citado no relatório é o de charlatanismo (art. 283 do CP), que é caracterizado por prometer ou incentivar a cura de doenças com remédios ou fórmulas sem respaldo científico. A pena prevista nesse é de detenção de três meses a um ano, além de multa.

Também está apontada no documento a infração de medida sanitária preventiva (art. 268 do CP), que é caracterizada quando se desrespeita determinação do poder público "destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa". A pena é de detenção de um mês a um ano, além de multa.

Outros crimes comuns elencados pela CPI:

falsidade ideológica (art. 299 do CP): ocorre quando se omite ou se inclui declaração falsa em documento. A pena prevista é de até cinco anos de reclusão e multa, em caso de a falsidade ocorrer em documento público, e de até três anos, nos documentos particulares.

corrupção ativa (art. 333 do CP): ocorre quando alguém “oferece ou promete vantagem indevida a funcionário público”. A pena é de reclusão e varia de dois a doze anos de reclusão, além de multa.

incitação ao crime (art. 286 do CP): quando se estimula pessoas publicamente a cometer crimes. A pena é de detenção de três a seis meses ou multa.

falsificação de documento particular (art. 298 do CP): o crime teria sido praticado por consultor do Tribunal de Contas da União (TCU), que produziu um estudo que foi divulgado por Bolsonaro como se fosse um documento oficial desse órgão. A pena nesse caso é de um a cinco anos de prisão, além de multa;

emprego irregular de verbas públicas (art. 315 do CP): quando há aplicação de recursos do orçamento público em ações diferentes do que estava determinado pelas leis orçamentárias. A pena é de detenção de um a três meses ou multa;

prevaricação (art. 319 do CP): quando um funcionário público não cumpre sua obrigação ou se omite de cumpri-la. A pena é de detenção de três meses a um ano, além de multa.

Crimes contra a humanidade

Os crimes contra a humanidade são ataques generalizados a qualquer segmento da população civil, com uso de armamento ou não. Esse conceito vem do direito penal de guerra e faz parte do Estatuto de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional (TPI), que funciona em Haia, na Holanda. Ele teve origem na Comissão de Direito Internacional da Organização das Nações Unidas (ONU) e já foi assinado e ratificado por 122 países, inclusive o Brasil, que incluiu o texto no seu ordenamento jurídico em 2002 (por meio do Decreto 4.399, de 2002).

De acordo com o estatuto, os crimes contra a humanidade são divididos em modalidades, como homicídio, escravidão, extermínio, deportação ou transferência forçada de população, agressão sexual, desaparecimento forçado de pessoas, perseguição e tortura, entre outros.

O relatório final da CPI sugere o indiciamento de Bolsonaro por crimes contra a humanidade por: extermínio (art. 7º, parágrafo 1, b); perseguição (art. 7º, parágrafo 1, h); e atos desumanos para causar sofrimento intencional (art. 7º, parágrafo 1, k).

Segundo o Estatuto de Roma, “extermínio compreende a sujeição intencional a condições de vida, tais como a privação do acesso a alimentos ou medicamentos, com vista a causar a destruição de uma parte da população”. Já por perseguição entende-se a privação intencional e grave de direitos fundamentais em violação do direito internacional, por motivos relacionados com a identidade do grupo ou da coletividade em causa.

A pena para esses crimes depende da gravidade e pode ir até a prisão perpétua e a perda dos bens do condenado.

Durante os debates no Senado que levaram à aprovação, em junho de 2002, do projeto de decreto legislativo que ratificou o Estatuto de Roma, o então senador Roberto Saturnino disse que a criação do Tribunal Penal Internacional era um "marco na evolução da humanidade". Ele ressaltou que, até então, eram aceitas no mundo práticas como a escravidão e a tortura, atualmente repudiadas pela comunidade internacional.

O então senador José Fogaça afirmou que o julgamento, na Europa, do ex-presidente chileno Augusto Pinochet poderia ter sido feito naquele tribunal, caso ele já estivesse em funcionamento. Fogaça destacou na ocasião que "direitos humanos não são apenas questão de ordem interna dos países; são uma questão da humanidade".

Crimes de Responsabilidade

De acordo com o relatório de Renan Calheiros, o presidente Jair Bolsonaro — assim como outros integrantes do governo federal — incorreu em crime de responsabilidade por violar direitos sociais e por agir de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo. O crime, previsto na Lei nº 1.079, de 1950, prevê a perda do cargo e a suspensão dos direitos políticos.

Para chegar a essa conclusão, Renan baseou-se no parecer da comissão de juristas liderada pelo advogado Miguel Reale Júnior e pela ex-juíza do Tribunal Penal Internacional Sylvia Steiner. Para a comissão, os membros do governo federal agiram de forma contrária ao que estabeleciam as medidas propostas pela comunidade científica nacional e internacional.

No parecer que apresentaram à CPI em setembro, esses juristas afirmam que “o presidente da República desrespeitou o direito à vida e à saúde de número indeterminado de pessoas, por via de atos comissivos, ao promover aglomerações, ao se apresentar junto a populares sem máscara; ao pretender que proibições de reuniões em templos por via de autoridades fossem revogadas judicialmente; ao incitar a invasão de hospitais, pondo em risco doentes, médicos, enfermeiros e os próprios invasores; ao incentivar repetidamente a população a fazer uso da cloroquina, dada como infalível, hidroxicloroquina e ivermectina, medicamentos sem eficácia comprovada [contra a covid-19] e com graves efeitos colaterais; ao recusar e criticar o isolamento social e as autoridades que o impõe; ao sugerir que a vacina poderia transformar a pessoa em jacaré, desencorajando a população a se vacinar; ao postergar a compra de vacinas; ao ridicularizar os doentes com falta de respiração; ao ter descaso em face da situação trágica de Manaus no início deste ano, dando causa a trágica dizimação”.

Segundo eles, o presidente também deixou de cumprir com o seu dever de assumir a coordenação do combate à pandemia, sendo que, pela Constituição, uma de suas obrigações é proteger a saúde dos brasileiros.

Próximos passos

Qualquer que seja seu conteúdo final, o relatório da CPI precisa ser encaminhado para autoridades responsáveis por mais investigações e pela apresentação de denúncias ao Judiciário. São esses órgãos que podem indiciar o presidente e os demais acusados.

Entre esses órgãos, o principal é a Procuradoria-Geral da República (PGR), que tem a competência exclusiva de apresentar denúncia contra o presidente da República por crimes comuns. Caso a PGR decida acusar o presidente, a denúncia será submetida à Câmara dos Deputados — e, se for aprovada, seguirá para julgamento no STF.

No caso dos crimes de responsabilidade, o relatório da CPI deve ser enviado ao presidente da Câmara, Arthur Lira, a quem cabe decidir sobre a abertura de processo de impeachment. Depois de passar por uma comissão especial, a denúncia segue para votação no Plenário da Câmara. Em seguida, vai a julgamento no Senado.

Se a Câmara aceitar uma denúncia, seja por crime comum ou de responsabilidade, o presidente da República é suspenso por 180 dias e, no seu lugar, assume o vice-presidente.

O Tribunal Penal Internacional também deverá receber o relatório da CPI para apuração e eventual julgamento de possíveis crimes contra a humanidade. Renan Calheiros anunciou que fará uma representação formal ao órgão.

O consultor legislativo do Senado Arlindo Fernandes ressalta que também há, no relatório de Renan, indicações de atos de improbidade administrativa — que não são crimes, mas infrações civis — que teriam sido cometidos por diversos agentes públicos durante a pandemia. Caso uma autoridade seja condenada, pode ficar inelegível nos termos da Lei de Inelegibilidade e da Lei da Ficha Limpa.

Da Agência Senado

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