Renan anuncia que vai incluir Heinze entre os indiciados
O relator da CPI atendeu a um pedido do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) sob a alegação de que o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) difundiu notícias falsas
O relator da CPI da Pandemia, Renan Calheiros (MDB-AL), anunciou nesta terça-feira (26), durante a sessão para a votação do relatório, que vai incluir o nome do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) entre os indiciados. Renan atendeu a um pedido do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) sob a alegação de difusão de notícias falsas. Com a inclusão, o relatório da CPI agora sugere o indiciamento de 81 pessoas.
"Essa CPI teve a coragem de pedir o indiciamento do presidente da República e do líder do governo. Não pode fechar os olhos com relação ao comportamento do seu colega parlamentar", afirmou Alessandro ao fazer a solicitação. Renan prontamente acatou o pedido, que foi contestado pelos senadores Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) e Marcos Rogério (DEM-RO).
A sugestão de Alessandro aconteceu logo após o Carlos Heinze, que é governista, concluir a leitura do seu voto em separado. Durante o voto, o progressista manifestou apoio ao Conselho Federal de Medicina (CFM) pela defesa da autonomia médica durante a pandemia e afirmou que seu relatório inclui centenas de estudos sobre o uso de substâncias como a cloroquina no tratamento da Covid-19 feitas por "cientistas, não charlatões".
"São pesquisas que o Ministério Público a Procuradoria Geral da República vai se debruçar. Não são factóides, não são narrativas", apontou.
Neste momento, o presidente Omar Aziz (PSD-AM) e Renan protestaram contra a defesa de Heinze de drogas comprovadamente sem eficácia contra o coronavírus. "Depois da declaração do presidente de que vacina dá Aids vem isso aí", criticou Renan.
Ajudantes de ordem
Luis Carlos Heinze ainda usou seu voto para classificar integrantes do chamado G7 da CPI como defensores de “concepções facciosas” e “ajudantes de ordem” de Renan Calheiros. O parlamentar disse que houve “muita incoerência, pressão e interrupção” nos trabalhos da comissão durante o depoimento de testemunhas entusiastas da cloroquina e do tratamento precoce, como a oncologista Nise Yamaguchi.
"Ninguém é contra vacina. Não se pode confundir prevenção com tratamento. A vacina e os fármacos são complementares. Diversos senadores, inclusive, confessaram ter usado a cloroquina", disse Heinze.
*Com a Agência Senado