A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo realiza nesta segunda-feira (5) um ato em repúdio à situação envolvendo um dos advogados, Flávio César Damasco, de 60 anos, que foi barrado ao tentar entrar no prédio do Tribunal Regional do Trabalho (TRT). O caso aconteceu em novembro de 2016. Após ser hostilizado pelos seguranças, o advogado foi algemado e levado ao 4° Distrito Policial, onde permitiram que apresentasse a carteira da OAB.
As imagens das câmeras de segurança do prédio mostram o desenrolar da situação. O advogado foi conduzido por quatro seguranças do elevador ao saguão do prédio, onde foi algemado e, em seguida, levado ao Distrito Policial, no bairro da Consolação. Segundo o portal Estadão, Damasco teria considerado o tratamento recebido como “hostil” e “deselegante”, concordando em mostrar as credenciais somente se fosse tratado com respeito.
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Para o portal, ele esclarece que se dirigiu ao elevador exclusivo sem ter conhecimento disso. Quando tentou acessar pelo outro elevador, o vigia que o barrou inicialmente teria dito que ele calasse a boca, se não chamaria os seguranças.
Conforme informações do Painel Político, para o presidente da Associação dos Advogados Trabalhistas de São Paulo (AATSP), Lívio Enescu, o caso se trata de racismo. Segundo ele, o comportamento dos seguranças não seria o mesmo se o advogado fosse branco.
Outro advogado que acompanhou a situação, Luís Carlos Moro, teria realizado a denúncia à OAB e, perplexo com a situação, feito uma carta para a Associação. De acordo com ele, Damasco tentou mostrar a carteira de identificação da OAB quando era conduzido pelo saguão, mas foi impedido pelo grupo de seguranças.
O tumulto levantou, ainda, questionamentos sobre a existência de elevadores privativos pra juízes e integrantes do MP, que seria o uso de um espaço público para reforçar privilégios, de acordo com o advogado Marcos da Costa, presidente da OAB-SP.
Para o advogado do caso, Marcos Neves Fava, ainda como consta no portal Estadão, Damasco desacatou os seguranças e foi detido por agredi-los verbalmente. Para ingressar no prédio seria procedimento obrigatório apresentar a carteira da OAB.