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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Serão coletados dados no período entre 2010 e 2014. O pedido foi enviado, segundo informações publicadas pela revista Época, pela Procuradoria Geral da República, durante a Operação Catilinárias, que cumpriu mandados de busca e apreensão na residência oficial do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). 

Na mesma decisão, Zavascki rejeitou o mandado de busca e apreensão na casa do senador e autorizou a revista na sede do PMDB em Alagoas, reduto eleitoral dele. Além disso, no despacho, o ministro destaca que um dos pagamentos a Renan veio possivelmente do contrato de R$ 240 milhões para a construção de 20 comboios de barcaças, disputado em licitação, e a empresa que venceu teria feito doações para o PMDB de Alagoas. 

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"Constata-se que em 19 de julho de 2010 ocorreram duas transferências para a campanha de José Renan Vasconcelos Calheiros, ambas no valor de R$ 200 mil perfazendo-se o total de R$ 400 mil correspondentes aos valores depositados pelas empresas que fraudulentamente venceriam a licitação em comento", diz o documento do ministro, divulgado pela revista. 

O advogado de defesa de Renan Calheiros, Eugênio Pacelli, colocou-se “perplexo” diante da determinação já que, segundo ele, o peemedebista havia se colocado à disposição da Justiça em maio.  

Peritos criminais da Polícia Federal sugerem a quebra do sigilo bancário e fiscal do ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli no âmbito de investigação sobre e-mails do presidente da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, preso na Operação Lava Jato desde 19 de junho por suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa e crime contra a ordem econômica.

O alvo maior dos peritos são propostas comerciais "com preços majorados relativas a contratos para prestação de serviços de operação de sondas, em prejuízo da Petrobras". Eles querem acesso a dados financeiros e tributários de Gabrielli concentrados em um largo período, de 1º de janeiro de 2010 a 30 de junho de 2015. O objetivo é 'esclarecer se as tentativas de majoração de preço prosperaram ou não'. Gabrielli presidiu a estatal entre 2005 e 2012. Ele antecedeu Graça Foster.

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Os peritos subscrevem laudo sobre troca de e-mails entre Odebrecht e executivos do grupo. As mensagens indicam suposta tentativa da maior empreiteira do País de apresentar propostas com preços acrescidos. Elas também citam os nomes do ministro-chefe da Casa Civil Aloizio Mercadante (PT-SP) e do ex-presidente da estatal como contatos políticos da Odebrecht nas negociações.

Na ocasião da troca de e-mails de Odebrecht, em 2011, Mercadante ocupava o cargo de ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação."Foram identificadas, por parte do Grupo Odebrecht, especialmente do executivo Marcelo Odebrecht, ações com o objetivo de exercer influência política para obtenção de êxito na celebração de novos contratos com a Petrobras", diz o laudo.

"A partir desse material identificou-se elementos que demonstram a tentativa da Odebrecht em apresentar propostas comerciais com preços majorados, relativas a contratos para prestação de serviços de operação de sondas, em prejuízo da Petrobras. Os documentos solicitados na subseção IV.1 podem vir a esclarecer se as tentativas de majoração de preço prosperaram ou não."

Os peritos sugerem, ainda, o afastamento do sigilo de outros dois alvos da apuração - André Luiz de Souza e José Miranda Formigli Filho, este ex-diretor da Petrobras, além da Enseada Indústria Naval e da Sete Brasil, empresa criada pela Petrobras.

Eles destacam que "foram identificadas, por parte do Grupo Odebrecht, especialmente do executivo Marcelo Odebrecht, ações com o objetivo de exercer influência política para obtenção de êxito na celebração de novos contratos com a Petrobras".

Ao analisar um e-mail enviado por Roberto Prisco Ramos - ex-funcionário da Braskem - para Marcelo Odebrecht e outros três executivos do grupo, em 22 de março de 2001, o laudo informa que "o conteúdo revela uma discussão acerca do estabelecimento do preço que será proposto no contrato de operação de sondas junto à Petrobras".

"Nota-se a perspectiva de recuperar uma perda de US$ 100 MM (cem milhões de dólares), mediante o acréscimo de US$ 20 mil/dia no custo estimado de operação das sondas quando em atividade (OPEX), ao longo de 10 anos."

No ano anterior, em outro e-mail analisado, de 27 de dezembro de 2010, Odebrecht troca mensagens com executivos sobre a Sete Brasil e os contratos de sondas. "A Petrobrás, segundo os executivos da Odebrecht, teria uma orientação para maximizar o contrato de sondas com o Estaleiro Bahia (Enseada Indústria Naval), pertencente a empresas do Grupo Odebrecht em associação com as construtoras OAS e UTC", informam os peritos. A OAS e a UTC também são alvo da Lava Jato - seus principais executivos são réus por corrupção e lavagem de dinheiro.

"Pelo conteúdo do e-mail, identifica-se que o Estaleiro Atlântico Sul (concorrente da Odebrecht), já consolidado à época, firmou contratos com a Petrobrás para construções de sonda em valores US$ 90 milhões (noventa milhões de dólares) abaixo do valor orçado pelo consórcio liderado pelo Grupo Odebrecht", sustentam os peritos.

Eles indicam que para esclarecer se ocorreu eventual vantagem financeira indevida decorrente da assinatura desses contratos "é preciso obter alguns documentos, como a íntegra dos contratos firmados pela Petrobrás para construção e operação das sondas, da Sete Brasil".

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal do deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE). O parlamentar é apontado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos delatores da Operação Lava Jato, como um "interlocutor" do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no contato com a diretoria da estatal.

O pedido de quebra de sigilo no inquérito que investiga Calheiros e Gomes foi encaminhado pela Polícia Federal no último dia 7 e os ofícios com solicitação de dados à Receita Federal e ao Banco Central foram enviados ontem, 18, à tarde.

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Devem ser disponibilizadas para as investigações as movimentações bancárias do parlamentar referentes ao período de 20 de setembro de 2008 a 20 de maio de 2011. Também foi autorizada a quebra de sigilo bancário, no mesmo período, de Luiz Carlos Sá e do advogado Paulo Baeta Neves. Já a quebra de sigilo fiscal fica restrita ao período entre 1º de janeiro de 2008 e 31 de dezembro de 2014. Além de Aníbal Gomes, também foram solicitados dados fiscais de Luiz Carlos Sá.

Quando o STF autorizou a abertura de inquérito para investigar Renan Calheiros e Aníbal Gomes, o presidente do Senado disse nunca ter autorizado o deputado peemedebista a falar em seu nome. Gomes também negou ser um "emissário" de Renan.

A defesa de Renan, ao saber pela imprensa da solicitação de quebra de sigilo no inquérito que envolve o parlamentar, deixou à disposição do Supremo as movimentações bancárias e fiscais do presidente do Senado. Ainda não se tem ciência se o ministro do STF solicitou os dados à defesa de Renan Calheiros. O procedimento tramita em segredo de justiça.

O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a quebra de sigilo bancário do ex-deputado João Pizzolatti (PP-SC), de acordo com fontes que acompanham a investigação. O pedido foi feito pela Polícia Federal no último dia 7.

Na tarde desta quinta-feira, 14, Zavascki atendeu à solicitação e liberou o acesso às movimentações bancárias do ex-parlamentar referentes ao período de janeiro de 2009 a janeiro de 2012. O procedimento tramita em segredo de Justiça no STF.

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No inquérito que investiga Pizzolatti perante o STF por suposta participação no esquema da Lava Jato, a Procuradoria-Geral da República relata que o doleiro Alberto Youssef afirmou que o ex-deputado compunha um grupo de parlamentares do PP que atuava na "operacionalização do esquema de corrupção" de forma "estável e perene". A defesa do parlamentar vê o pedido de quebra de sigilo com "naturalidade".

Zavascki também despachou nesta tarde na decisão da Procuradoria-Geral da República que pede quebra de sigilo bancário e fiscal no inquérito que investiga o senador Fernando Collor (PTB-AL). Ainda não se sabe o teor da decisão, que está em sigilo.

A PF também encaminhou ao STF solicitações para acompanhar movimentação bancária e fiscal no inquérito que apura suposta participação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e do deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) no esquema deflagrado pela operação Lava Jato.

Ainda não há decisão nesta ação. Nesta tarde, a defesa de Renan protocolou manifestação no STF na qual disponibiliza para o Supremo as movimentações bancárias e dados fiscais do senador, espontaneamente.

O Ministério Público Estadual (MPE) pediu na terça-feira, 14, a quebra dos sigilos bancário, fiscal e dos cartões de crédito de 22 pessoas, físicas e jurídicas, ligadas à Santa Casa de São Paulo, segundo informou o telejornal SPTV, da TV Globo.

Segundo a reportagem, a Promotoria vê fortes indícios de tráfico de influência, nepotismo, enriquecimento ilícito e contratação irregular de serviços envolvendo pessoas ligadas à Santa Casa. Entre os alvos da queda de sigilo estão o provedor licenciado Kalil Rocha Abdalla, a mulher e o filho dele.

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A direção da Santa Casa informou que ainda não foi notificada sobre a medida, mas disse que está à disposição das autoridades. Abdalla não foi localizado pela reportagem do jornal O Estado de S. Paulo na terça-feira.

Em setembro de 2014, a Santa Casa divulgou que devia R$ 433 milhões a bancos e fornecedores. Em julho, a instituição havia fechado seu pronto-socorro por 30 horas por falta de recursos para a compra de materiais e medicamentos.

Segundo o SPTV, os promotores alegam que, entre 2009 e 2014, a Santa Casa recebeu dos cofres públicos muito mais recursos do que gastou com pacientes, e o endividamento da instituição só cresceu no período, o que levantaria a suspeita de desvio de dinheiro.

Atrasados

Médicos, enfermeiros e funcionários da Santa Casa de São Paulo voltaram a marcar um protesto, para o dia 23, para pedir transparência administrativa, a renúncia do provedor Kalil Rocha Abdalla, que está temporariamente de licença, e quitação de dívidas trabalhistas. O pagamento do 13° salário está atrasado desde dezembro do ano passado e ainda não há previsão de quando será feito.

A Associação Médica da Santa Casa decidiu em assembleia, no dia 10, que a categoria deixaria de bater ponto até que fossem estabelecidas "regras claras quanto a banco de horas e horas extras, pagamentos dos atrasados, atividades de docência interna e externa". O sindicato dos médicos também afirmou que entraria com ação na Justiça para a cobrança dos salários atrasados.

Uma nova assembleia também está marcada para o dia 23. O último protesto, realizado no dia 1º, reuniu cerca de 300 funcionários.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça Federal decretou a quebra do sigilo bancário e fiscal da agência de publicidade Borghi Lowe e de seis produtoras sob suspeita de envolvimento no esquema de propinas para o ex-deputado petista André Vargas, preso na manhã desta sexta feira, 10, pela Operação A Origem, 11.ª etapa da Lava Jato. A pesquisa alcança período de seis anos, de janeiro de 2009 a março de 2015.

A abertura das contas e informações fiscais das empresas de comunicação e propaganda foi ordenada pelo juiz Sérgio Moro, que conduz todas as ações penais da Lava Jato, e é relativa a um suposto esquema fora do âmbito da Petrobras - foco central da Lava Jato. Desta vez, os investigadores miram contratos de publicidade, por enquanto em outras áreas do governo.

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A quebra do sigilo alcança, além da Borghi Lowe (filial de Brasília e matriz no Paraná), que mantém contratos com a Caixa Econômica Federal e com o Ministério da Saúde, seis empresas de comunicação e propaganda: Enoise Estúdios, Luiz Portella Produções, Conspiração Filmes, Sagaz Digital, Zulu Fillmes e BH Serviços de Comunicação.

As empresas E-noise, Luis Portela, Conspiração, Sagaz e Zulu Filmes podem não ter "necessariamente se envolvido de forma intencional nos crimes", na avaliação dos investigadores. Mas a Justiça considerou imprescindível vasculhar movimentações bancárias e dados fiscais dessas empresas.

Segundo a força-tarefa, a Borghi Lowe Propaganda e Marketing Ltda., que administra contas publicitárias da Caixa e do Ministério da Saúde, teria contratado serviços das empresas E-noise, Luis Portela, Conspiração, Sagaz e Zulu Filmes para a realização de serviços de publicidade. A Borghi Lowe teria orientado a realizar pagamentos de comissões de bônus de volume nas contas das empresas Limiar e LSI controladas por André Vargas e seus irmãos.

Os investigadores suspeitam que contratos da área davam cobertura a "serviços de fachada", com o objetivo de lavar dinheiro ilícito cujo beneficiário principal seria André Vargas.

"Em vista da existência de prova de que as empresas E-noise, Luis Portela, Conspiração, Sagaz e Zulu Filme teriam realizado depósitos em contas controladas por André Vargas, com envolvimento da empresa Borghi Lowe, justifica-se a quebra de sigilo bancário e fiscal das referidas empresas, ainda que as primeiras não tenham necessariamente se envolvido de forma intencional nos crimes", decidiu o juiz Sérgio Moro. "Também se justifica a quebra do sigilo da empresa BH Serviços já que de titularidade de Ricardo Hoffmann da Borghi, sendo possível que o mesmo esquema tenha ali sido reproduzido."

Para Moro, é "necessário identificar o fluxo de dinheiro e especialmente se houve pagamento para outras beneficiárias indevidas". "Não há outro meio para produzir a prova", destaca o magistrado.

A Caixa Econômica Federal informou que abrirá apuração interna para averiguar os fatos revelados hoje pela Polícia Federal no âmbito da investigação da Operação Lava Jato. A Caixa reitera que colaborará integralmente com as investigações e informa que encaminhará imediatamente todos os contratos relacionados às empresas citadas à Controladoria Geral da União, Polícia Federal e Ministério Público.

A Receita Federal pediu à Justiça Federal no Paraná o acesso às quebras de sigilos bancários de 213 investigados pela Operação Lava Jato desde que ela foi deflagrada, em março de 2014. A lista inclui nomes que vão desde pessoas físicas como os empreiteiros e doleiros presos na operação até empresas como a própria Petrobras e companhias do setor de energia.

"A agilidade na obtenção destes documentos otimizará a decisão quanto à existência de indícios que justifiquem a abertura de procedimentos fiscais", afirma a solicitação encaminhada pelo subsecretário de Fiscalização da Receita Federal Iágaro Jung Martins ao juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato.

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O órgão, que já acompanha as investigações na Justiça Federal e abriu 57 procedimentos investigativos envolvendo os alvos da operação, agora quer acesso também aos dados dos indivíduos e empresas investigado no esquema, inclusive os delatores Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef. No caso dos últimos, o juiz Sérgio Moro avaliou que eles também podem vir a ser alvo de novos processos por sonegação de impostos caso os sigilos sejam compartilhados com a Receita.

Questão que se coloca, mais recentemente, diz respeito ao compartilhamento em relação aos acusados que fizeram colaboração premiada com o MPF, se o material deve também ser utilizado para cobrança de tributos federais, o que também pode resultar em representação para fins penais por crimes contra a ordem tributária", afirma o juiz ao analisar o pedido.

Diante disso, o magistrado solicitou ao Ministério Público Federal que se manifeste antes de decidir sobre o compartilhamento do material. Em seus acordos de delação, Costa e Youssef se comprometeram a devolver dinheiro e bens que adquiriram graças às atividades ilícitas, além de terem colocado suas contas bancárias à disposição da Justiça.

O Supremo Tribunal Federal (STF) quebrou o sigilo dos depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, feitos em delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato. Os depoimentos se tornaram disponíveis nesta segunda-feira, 9, depois da decisão do ministro Teori Zavascki, na sexta-feira, 6, de retirar o segredo de Justiça sobre o material. A decisão atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que, na semana passada, encaminhou ao STF os pedidos de investigação contra os políticos envolvidos nos casos de corrupção da Petrobras. Os inquéritos foram abertos por Zavascki também na sexta-feira.

De acordo com o resumo do 61º termo de colaboração da delação premiada firmada por Paulo Roberto Costa, ele disse ao Ministério Público que as empreiteiras e os consórcios Engevix, Queiroz Galvão, CNCC (Camargo Correia CNEC), Iesa, Galvão Engenharia, Alusa, Techint, Tomé e Consórcio Conest pagaram propinas ao PT e ao PP durante as obras da Refinaria Abreu e Lima ou Refinaria do Nordeste (RNEST). Ele reconheceu ter recebido valores indevidos entre 2005 e 2012.

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O documento confirma as informações já divulgadas pela imprensa, durante a delação premiada, de que as companhias citadas pagaram, a título de propina, 3% dos valores de seus contratos para a construção do empreendimento da Petrobras, sendo que 2% iriam para o Partido dos Trabalhadores (PT) e 1% para o Partido Progressista (PP). Segundo Costa, o responsável por receber os valores destinados ao PT era o secretário de Finanças e Planejamento do Partido, João Vaccari Neto. Em novembro do ano passado, quando a revelação da propina de 3% foi divulgada, as empreiteiras citadas negaram a prática de ilícitos.

Como prova do pagamento das propinas, Costa citou uma tabela constante em uma agenda de 2010 apreendida pela Polícia Federal. O próprio ex-diretor seria o responsável por receber os valores. Segundo ele, por se tratar de um ano eleitoral, os valores dos repasses das propinas foram mais altos naquele período, chegando a ultrapassar R$ 5 milhões para algumas pessoas.

Além do pagamento de propinas, as empresas também montaram um cartel nas obras da refinaria. Segundo Costa, as companhias Alusa e Tomé não participaram do cartel por serem de menor porte, mas também pagaram propinas. O ex-diretor detalhou ainda que a Tomé nunca fez repasses diretamente, mas pagou valores indevidos quando fez parte de consórcios com outras companhias do cartel.

Ele citou ainda a Toyo Setal, que também faria parte das obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), como parte do cartel. Segundo Costa, seu contato na Toyo era Julio Camargo, com quem o doleiro Alberto Youssef teria "uma relação bastante forte".

Quanto aos maiores contratos na RNEST, Costa citou que o do Consórcio Ipojuca Participações era de R$ 2,7 bilhões. O Consórcio Conest teria um contrato de R$ 3,1 bilhões na refinaria e o CNCC (Camargo Corrêa CNEC) de R$ 3,3 bilhões.

Apesar do depoimento se centrar nos contratos da Diretoria de Abastecimento da Petrobras, que era chefiada por Costa, o delator afirmou que o padrão era repetido em contratos de outras áreas, sobretudo na de exploração e produção, que detém o maior orçamento da estatal. Nessas áreas, continuou ele, como todos os diretores eram indicados pelo PT, as propinas de 3% seriam repassadas integralmente ao partido, sem divisão com o PP.

Paulo Roberto Costa também disse que "provavelmente" haveria pagamento de propinas em contratos assinados pela Diretoria de Serviços, na época chefiada por Renato Duque, que, segundo o delator, havia sido indicado para o cargo pelo ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu. Essa diretoria assinou diversos contratos para compra de navios plataformas e sondas de perfuração de empresas de Cingapura, Coreia do Sul e China.

Ainda de acordo com Costa, todos os diretores das áreas de serviço, internacional e abastecimento "sabiam e se beneficiavam do esquema". Para o ex-diretor, os presidentes da Petrobras no período - José Eduardo Dutra, José Sergio Gabrielli e Maria das Graças Foster - "provavelmente" sabiam do esquema, mas o delator não pode confirmar essa afirmação por nunca ter tocado no assunto com eles.

"Todas as licitações das quais as grandes empreiteiras citadas participaram tiveram cartelização e manipulação do resultado da disputa", afirmou Costa. Como algumas fontes de referência de custos da estatal eram as mesmas das empresas, as companhias do cartel se manteriam dentro de margens competitivas mesmo com um sobrepreço médio de 3%.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, suspendeu decisão judicial que determinou a quebra de sigilo telefônico do jornalista Allan de Abreu e do jornal Diário da Região, de São José do Rio Preto (SP). O caso foi levado à Corte pela Associação Nacional dos Jornais (ANJ), após a 4ª Vara Federal de Rio Preto atender pedido do Ministério Público Federal para ter acesso ao conteúdo telefônico do repórter e da empresa jornalística. O Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região havia mantido a decisão local.

De acordo com a ANJ, com a quebra de sigilo, o Ministério Público pretende identificar a fonte que forneceu ao jornalista informações sobre operação da Polícia Federal que apurou suposto esquema de corrupção na Delegacia do Trabalho da cidade. O MPF alegou, para solicitar a quebra de sigilo telefônico, que o jornalista teria divulgado informações confidenciais da operação sem a devida autorização judicial.

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Ao analisar o caso na última quinta-feira, 8, Lewandowski suspendeu os efeitos da decisão em caráter liminar até que o caso retorne da Procuradoria-Geral da República (PGR) com as informações solicitadas pelo tribunal. O mérito da ação será analisado pelo relator da reclamação levada ao Supremo, ministro Dias Toffoli, na volta do recesso da Corte.

A ANJ sustenta no Supremo que a decisão da 4ª Vara Federal de São José do Rio Preto desrespeita decisão da Corte que derrubou a Lei de Imprensa e, portanto, viola o direito às liberdades de informação e expressão jornalística, bem como a regra que protege o sigilo de fonte. O STF, de acordo com a associação, "estabeleceu a impossibilidade de o Estado fixar quaisquer condicionamentos e restrições relacionados ao exercício da profissão jornalística".

Lewandowski considerou o tema "da mais alta complexidade" e apontou que o sigilo da fonte, previsto na Constituição, é uma das garantias mais importantes à liberdade de imprensa. Do outro lado, apontou o ministro, está a violação do segredo de justiça.

O senador Humberto Costa avisou hoje em nota oficial que coloca seus dados pessoais, inclusive bancários, à disposição para investigação. Líder do PT no senado, Humberto foi acusado pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa de ter recebido R$ 1 milhão em esquema de corrupção da estatal, conforme reportagem exclusiva de O Estado de S. Paulo deste domingo.

"Coloco inteiramente à disposição de todos os órgãos de investigação afetos a esse caso para quaisquer esclarecimentos e, antecipadamente, disponibilizo a abertura dos meus sigilos bancários, fiscal e telefônico", informou em nota replicada em sua conta no twitter.

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O senador afirma que todas as doações de campanha de senador em 2010 foram legais e declaradas em prestação de contas à Justiça eleitoral, que aprovou as contas.

"Causa espécie o fato de que ao afirmar a existência de tal doação, o sr. Paulo Roberto não apresente qualquer prova, não sabendo dizer a origem do dinheiro, quem fez a doação, de que maneira e quem teria recebido", diz na nota.

Segundo ele, as denúncias envolvendo a Petrobras devem ser feitas "com o cuidado de não macular a honra e a dignidade de pessoas idôneas". O senador diz ainda que espera com "absoluta tranquilidade" o pronunciamento da Procuradoria Geral da República (PGR) sobre as acusações antes de tomar providências.

O advogado Marlon Adriano Balbon Taborda pediu que a Justiça quebre o sigilo bancário do médico Leandro Boldrini e de seus irmãos, Paulo e Vilson, desde que o corpo de seu filho, Bernardo Boldrini, de 11 anos, foi encontrado, no dia 14 de abril.

Representante da avó materna do garoto, Jussara Uglione, Taborda acredita que a eventual comprovação de saques reforça a tese de que o assassinato do garoto teve motivações financeiras. O casal supostamente ficaria com os bens que Bernardo herdaria da mãe. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O pedido de quebra de sigilo de telefones celulares feito pela promotora pública do Distrito Federal Márcia Milhomens Sirotheau Corrêa à Justiça atingiu, além do Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal e o Congresso, segundo reportagem da Folha de S. Paulo publicada nesta quinta-feira. Segundo a notícia, as antenas localizadas no alvo do Ministério Público cobrem toda a área da Praça dos Três Poderes.

Em reação à solicitação do MP, a Advocacia-Geral da União (AGU) ingressou com uma reclamação disciplinar contra a promotora na Corregedoria do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que avalia condutas de seus integrantes.

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O pedido para monitoramento das ligações foi feito em 27 de fevereiro após denúncias de que o ex-ministro José Dirceu, que ocupou a Casa Civil de 2003 a 2005 no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teria feito ligações de dentro da cadeia. Dirceu está preso no Presídio da Papuda, cumprindo pena por corrupção.

O vice-governador da Paraíba, Rômulo Gouveia (PSD), concedeu entrevista coletiva no fim da manhã desta terça-feira (23), na sede da Associação Paraibana de Imprensa (API), em João Pessoa. Ele novamente se declarou alheio a qualquer das acusações impostas a ele ou ao Governador Ricardo Coutinho (PSB).

Gouveia autorizou a quebra de sigilo das contas bancárias em seu nome e de sua esposa, a deputada estadual Eva Gouveia (PTN), e disse fazer isto em respeito ao povo da Paraíba. Ele afirmou não haver provas materiais que o coloquem como responsável por desvios de verbas do programa Jampa Digital para a campanha eleitoral em 2010.

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De acordo com o vice-governador, existem apenas dizeres e suposições. “Quando me perguntaram se eu contratei o senhor Thiago eu disse que sim. O resto ele (o delegado Felipe Alcântara, responsável pela investigação) deduziu”, falou Rômulo.

Thiago era assessor de Rômulo Gouveia quando ele era deputado federal e a Polícia Federal identificou dinheiro da empresa Ideia Digital depositado em sua conta. "Tenho uma vida pública longa e muitos ex-assessores, não respondo por suas ações", salientou Gouveia.

A Ideia Digital foi a empresa contratada pela Prefeitura Municipal para realizar o projeto do Jampa Digital. O programa foi oriundo de emenda parlamentar do então deputado federal Rômulo. O atual Governador era o prefeito de João Pessoa na época em que o programa começou a vigorar, mas o vice defendeu Ricardo. “Quando prefeito, o governador tinha as secretarias. Imagine se a presidenta fosse responsável por tudo que acontece pelo país”.

Hoje, os usuários enfrentam problemas para utilizar o Jampa Digital, que tem como função dar acesso à internet para a população na orla de João Pessoa e em lugares de grande circulação. “A minha intenção quando lancei o projeto era que o programa funcionasse. Quem tem que dizer se está funcionando ou não é a sociedade e a prefeitura”, se eximiu Rômulo Gouveia.

A Justiça decretou a quebra do sigilo bancário do ex-diretor do Departamento de Iluminação Pública (Ilume) Paulo Candura e de duas empresas das quais ele teria recebido pagamentos - Consladel Construtora e Trópico Equipamentos Elétricos. Segundo o Ministério Público do Estado, Candura apareceu em uma "lista de propinas" pagas pela Trópico para facilitar o direcionamento de licitações públicas e realizar consultorias personalizadas para as empresas.

A ação foi proposta pelo promotor Silvio Antonio Marques, que agora vai analisar os documentos recebidos com a quebra do sigilo para continuar as investigações. Candura, que é funcionário concursado do Ilume desde 1991 e ocupou a direção do órgão entre 2005 e 2006, na gestão de José Serra (PSDB), e entre 2009 e 2010, na gestão Gilberto Kassab (PSD), nega ter recebido qualquer valor das empresas. "As denúncias são improcedentes", afirmou seu advogado, Paulo Porto Fernandes. A reportagem não conseguiu contato ontem com representantes das empresas.

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A Consladel já está sendo investigada por participar da suposta "máfia dos radares" - esquema em que ganharia licitações viciadas para operar os dispositivos em diversas cidades do País. Tanto ela quanto a Trópico têm como sócio o empresário Labib Faour Auad. Foi seu irmão, Gilberto Faour Auad, quem denunciou o suposto esquema que envolve a Prefeitura de São Paulo, após ser desligado das empresas por determinação de Labib, em 2006.

Segundo Gilberto, as empresas mantinham um "caixa 2" contábil usado para pagar propinas a funcionários públicos, que incluíam nos editais de licitação cláusulas para facilitar a vitória da Consladel e da Trópico. Foi ele quem mencionou, em depoimento, os pagamentos a Candura, dizendo que o ex-diretor "frequentava a empresa para fornecer orientações técnicas acerca dos produtos e recebia uma espécie de ‘premiação’" por isso.

Outra testemunha, Nelson Iokoi, ex-administrador financeiro da Trópico, também afirmou que recebia ordens para levar "aquele dinheiro do Paulo Candura". Uma planilha de pagamentos da Trópico datada de 2001 - época em que Candura era funcionário do Ilume, mas não ocupava cargo de chefia - e identificada pela Promotoria como uma das "listas da propina" traz o nome de Candura duas vezes, o que corresponderia a um valor de R$ 2,7 mil.

Prova

O advogado de Candura afirmou que não houve nenhum tipo de consultoria. "Essa lista é um xerox, não é prova a ser considerada. E os depoimentos são de uma pessoa que foi demitida, em briga de irmãos", defendeu Fernandes. Segundo ele, não havia necessidade de entrar com a ação para quebra do sigilo, pois Candura se dispôs a informar tudo o que o MP julgasse ser necessário. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por unanimidade, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira aprovou a quebra dos sigilos de várias pessoas suspeitas de envolvimento com os negócios ilegais do contraventor.

Os parlamentares pediram a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Jayme Rincón, tesoureiro da campanha do governador Marconi Perillo (PSDB) 2010, que hoje é presidente da Agência Goiânia de Transportes e Obras Públicas (Agetop); e da ex-chefe de gabinete de Perillo, Eliane Gonçalves Pinheiro.

Também foi quebrado o sigilo telefônico e de mensagem por celular do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO); do governador de Goiás, Marconi Perillo; do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT); do contraventor Carlinhos Cachoeira e de outras 14 pessoas.

Contas no exterior
A CPMI também irá solicitar ao Banco Central informações relativas à possível existência de movimentação financeira em contas no exterior de Perillo, Agnelo, da Delta Construções S.A (e filiais no Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul e Tocantins) e da empresa Alberto e Pantoja, apontada como empresa de fachada do esquema de Cachoeira.

Será solicitada, ainda, a movimentação financeira do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), de Carlinhos Cachoeira, da ex-mulher dele, Andreia Aprigio, do ex-araponga de Cachoeira, Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, entre outras pessoas.

Cachoeira
Após muitas discussões, os parlamentares decidiram adiar a votação do requerimento que pede a reconvocação de Cachoeira para depor.

Também há a opção do envio de uma diligência de três parlamentares à penitenciária da Papuda, em Brasília, onde ele está preso.

A próxima reunião da CPMI do cachoeira está marcada para a próxima terça-feira (10). 

O procurador-geral de Justiça do Ceará, Ricardo Machado, pediu nesta quinta-feira, por meio de Ação Civil Pública, a indisponibilidade dos bens e quebra do sigilo bancário e fiscal do ex-presidente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Jurandir Vieira Santiago. Ele é acusado de ter recebido R$ 100 mil através de desvio de recursos para construção de kits sanitários em Ipu, na Zona Norte do Ceará, na época que era secretário adjunto de Cidades do Governo Estadual, em 2009 e 2010.

Nesta quinta-feira, durante entrevista coletiva, Ricardo Machado disse que não pediu a prisão preventiva de Jurandir por "convicção pessoal" e que as medidas tomadas até agora são suficientes para a continuidade das investigações.

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O advogado de Jurandir Santiago, Hélio Leitão, entregou na manhã desta quinta o passaporte de seu cliente ao Ministério Público Estadual. Segundo Hélio Leitão esta é a garantia que o ex-presidente do BNB não pretende viajar para o exterior enquanto as investigações do chamado "Escândalo dos Banheiros" continuarem.

Leitão entregou ao Ministério Público também a carta de exoneração de Jurandir do BNB e disse que seu cliente está reunindo provas de sua inocência no caso. O conselho de administração do banco nomeou interinamente como presidente do BNB o diretor de negócios Paulo Sérgio Rebouças Ferraro.

A CPI que investiga a relação do contraventor Carlinhos Cachoeira com autoridades e empresas marcou para esta quinta a votação dos pedidos de quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico dos governadores de Goiás, o tucano Marconi Perillo, e do Distrito Federal, o petista Agnelo Queiroz. Os requerimentos serão votados um dia após Agnelo ir à CPI e assinar documento que consente a quebra de seus sigilos.

A permissão dada nesta quarta pelo petista ocorreu depois de o tucano ter recusado pôr seus sigilos à disposição da CPI. Na tentativa de minimizar sua atitude, Perillo telefonou para o líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo, para anunciar que também concordava com a abertura de suas contas.

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Agnelo assinou o papel para quebra de seu sigilo depois de o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) o acusar de fazer "propaganda enganosa". "Pode ser só uma jogada de sua parte. O senhor não entregou nenhum documento para termos a transferência de sigilo", observou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A CPI do Cachoeira aprovou nesta quinta-feira a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico da Delta Construções restrita às filiais da empreiteira localizadas na região Centro-Oeste. Apesar de protestos da oposição e de integrantes da base aliada, a comissão não quis ampliar, no momento, a quebra do sigilo da empreiteira em todo o País.

Com a decisão, a medida abrangerá as regionais da Delta em Tocantins, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal. Foi firmado um compromisso para votar a quebra ampliada apenas no dia 5 de junho.

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O relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), disse que não há indícios para propor uma quebra de sigilo "ampla, geral e irrestrita" da empreiteira. Para ele, a ligação da Delta com o contraventor Carlinhos Cachoeira, até o momento, era feita apenas pelo ex-diretor da região Cláudio Abreu. "Não permitirei a perda de foco."

Para o relator, as quebras de sigilo da matriz da Delta, a convocação de governadores envolvidos com o contraventor e do ex-presidente da empreiteira Fernando Cavendish serão analisados em "outro momento". Segundo ele, quem quiser investigar essas relações, agora, que peçam a abertura de uma CPI exclusiva da Delta, que ele apoiaria, ou nas assembleias estaduais.

"Nós não estamos fazendo devassa", reforçou o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), para quem não há nenhuma ligação do ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish, com Cachoeira.

Mas para o deputado Fernando Franceschini (PSDB-PR) não é possível separar as filiais da empreiteira. Segundo ele, a Controladoria-Geral da União tem 60 contratos da Delta sob investigação por suspeitas de superfaturamento, desvio de finalidade e pagamentos indevidos. A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) disse que está havendo um acordo para escolher "quem ia morrer". "O Rio de Janeiro está enterrado até a alma. Em nenhum lugar a Delta cresceu tanto quanto no Rio de Janeiro", afirmou.

O deputado Silvio Costa (PTB-PE) criticou a intenção do relator de restringir as investigações contra a empreiteira. "Vossa Excelência não consegue convencer uma criança de três anos que esta Delta não tem que ter o seu sigilo aberto em todo o País", afirmou.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, aprovou nesta quinta-feira a quebra do sigilo dos inquéritos das operações Vegas e Monte Carlo, que originaram as suspeitas sobre as atividades do empresário, de acordo com informações da Agência Senado.

Os requerimentos foram apresentados pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR) e os deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Mendonça Prado (DEM-SE) e serão enviados agora ao ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF).

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Os parlamentares também iniciaram reunião administrativa para votar mais de 200 requerimentos apresentados. O presidente da CPI, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), adiantou que o grupo deve dar prioridade aos pedidos de quebra de sigilo fiscal e telefônico de empresas com as quais o empresário teria ligação.

Entre os requerimentos também estão pedidos de convocação dos governadores de Goiás (Marconi Perillo, do PSDB), Rio de Janeiro (Sérgio Cabral, do PMDB) e Distrito Federal (Agnelo Queiroz, do PT) para que deponham na CPI. Eles são suspeitos de ter ligações com o contraventor.

Cachoeira, acusado por corrupção e lavagem de dinheiro, dará depoimento na próxima terça-feira. O contraventor permanece preso desde 29 de fevereiro. Na terça-feira a votação do pedido de liberdade por meio de habeas corpus feito por sua defesa foi suspensa na Quinta Turma do STJ.

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quinta a quebra do sigilo bancário do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e de outros investigados por suspeita de envolvimento com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, por exploração de jogos ilegais em Goiás. Lewandowski abriu um inquérito no STF e autorizou uma série de diligências que tinham sido requeridas na terça-feira pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

Além da quebra de sigilo, Lewandowski determinou a expedição de um ofício ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para que remeta a relação de emendas ao orçamento da União apresentadas por Demóstenes Torres. Ele também requereu a alguns órgãos (cujos nomes não foram divulgados) que encaminhem cópias de contratos celebrados com empresas mencionadas em conversas gravadas pela Polícia Federal.

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