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Meira foi preso por suspeita de corrupção, fraude em licitações, lavagem de dinheiro e organização criminosa. (Reprodução/Facebook)

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Na tarde desta quinta feira (19), o ex-prefeito de Camaragibe Demóstenes Meira deixou Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na região Metropolitana do Recife, onde estava preso desde junho de 2019. Meira foi apontado pela Operação Harpalo, da Polícia Civil, como suspeito de fraude em licitações, corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, o que motivou seu processo de impeachment. O político foi solto graças ao habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na última sexta (13).

Em sua decisão, o STF comunica as decisões judiciais às quais estará submetido. São elas: permanecer com a residência indicada ao Juízo, atender aos chamamentos judiciais; informar eventual transferência e "adotar a postura que se aguarda do cidadão integrado à sociedade".

Em nota, o Escritório de Ademar Rigueira, responsável pela defesa de Meira, declarou que o STF estava afastando uma detenção “desnecessária” e sem “fundamentação razoável”. “Prisões desta natureza só buscam antecipar o cumprimento antecipado de pena, em flagrante afronta à Constituição Federal”, completa o comunicado.

A Procuradoria-Geral da República pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a anulação da liminar que suspendeu a inelegibilidade do ex-senador Demóstenes Torres, que teve o mandato cassado em 2012. A procuradora-geral, Raquel Dodge, sustenta que a reclamação do político contra ato do presidente do Senado Federal não poderia ter sido acatada pelo STF por não ser o instrumento cabível.

Na manifestação, Raquel Dodge explica que a PGR ainda não foi intimada da liminar, mas diz que é necessário agir imediatamente, “em nome da segurança jurídica que exige o pleito eleitoral de 2018 e em defesa da ordem jurídica”.

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O pedido foi feito em recurso enviado ontem (31) ao ministro Dias Tofolli. Na terça-feira (27), Toffoli  concedeu uma liminar (decisão provisória) em que permite ao ex-senador Demóstenes Torres concorrer ao Senado nas eleições deste ano.

Histórico

Demóstenes foi cassado em outubro de 2012 pelo plenário do Senado, sob a acusação de ter se colocado a serviço da organização criminosa supostamente comandada pelo empresário Carlos Cachoeira, conforme apontavam as investigações da Polícia Federal na Operação Monte Carlo. Com base na decisão do Senado Federal, ele está inelegível até 2027.

Em abril do ano passado, entretanto, a Segunda Turma do STF, da qual Toffoli faz parte, concedeu um habeas corpus a Demóstenes e anulou escutas telefônicas que foram utilizadas para embasar o processo de cassação do parlamentar. Na ocasião, foi determinada também a reintegração do ex-senador ao Ministério Público de Goiás, no qual ingressou em 1987.

Com a decisão do habeas corpus, o ex-senador pediu neste ano que fosse restituído seu mandato, bem como que fosse afastada sua inelegibilidade. O relator, Dias Toffoli, não considerou plausível a volta dele ao cargo, mas diante da proximidade das eleições, deferiu o pedido para que ele concorra no pleito, antes que o mérito da questão seja julgado pela Segunda Turma.

Argumentos

Para Raquel Dodge, a pretensão de Demóstenes não poderia ser apresentada em forma de reclamação, uma vez que não há descumprimento por parte do Senado de nenhuma decisão do STF. A via correta seria um mandado de segurança, cuja apreciação caberia ao plenário da Corte e não à turma.

Outro aspecto questionado no recurso foi o fato de o ministro Dias Tofolli ter sido o escolhido para apreciar o pedido. “A pretensão do reclamante é apenas fruto de sua vontade sem qualquer amparo legal. O fundamento legal para não admitir esta prevenção é o mesmo que definiu o não cabimento da reclamação: a decisão judicial posterior ao ato reclamado não gera prevenção”, diz.

A procuradora-geral acrescenta que a decisão do Senado Federal pela cassação do  então parlamentar tem caráter político e que a suspensão dessa medida, pela via judicial, afronta a separação dos poderes e a Lei Complementar nº 64/90, que estabeleceu hipóteses de inelegibilidade.

O advogado Neilton Cruvinel, primeiro defensor do ex-senador Demóstenes Torres no processo em que ele pode perder o cargo de procurador de Justiça, registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil de Goiás no qual o acusa de tentar agredi-lo e de ameaçá-lo de morte. O caso é do dia 19 de dezembro.

Nesta quarta-feira, 22, Demóstenes virou réu em ação criminal em Goiás, acusado de corrupção passiva e advocacia administrativa - uso indevido de facilidades do cargo. Ele é acusado de receber R$ 5 milhões do empresário Carlinhos Cachoeira, além de outras vantagens. A ligação com Cachoeira, que é réu por corrupção ativa, levou à cassação do mandato de Demóstenes no Senado, em 2012.

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No boletim de ocorrência, Cruvinel registrou que, após frustrado um projeto entre ele e Demóstenes para montarem um escritório de advocacia juntos, o ex-senador "passou a agir de forma dissimulada, visando prejudicar a relação" de Cruvinel com conhecidos de ambos.

Segundo o advogado, Demóstenes se aproveitou de um desentendimento financeiro entre Cruvinel e o empresário Maurício Sampaio para "fomentar a discórdia" entre os dois. Na versão de Cruvinel, o ex-senador disse que Sampaio se sentia prejudicado no acerto financeiro e por isso estaria disposto a matar o advogado. A Sampaio, segundo a versão apresentada à polícia, Demóstenes teria dito que Cruvinel é quem se sentia prejudicado no acerto, e por isso decidira agredir o empresário fisicamente com um tapa na cara.

Encontro

O advogado afirmou que Demóstenes o chamou para um encontro no seu apartamento em 13 de dezembro. Ao chegar, estavam lá Sampaio e Carlinhos Cachoeira. Na versão de Cruvinel, Demóstenes passou a xingá-lo, a dizer que tinha feito intrigas, e a acusá-lo de haver dito para várias pessoas que o escritório de advocacia de ambos seria também de Cachoeira.

Cruvinel declarou que Demóstenes tentou agredi-lo, mas foi contido por Sampaio e por Cachoeira. Ele disse que só conseguiu sair do apartamento porque o ex-senador era contido pelo empresário, mas Demóstenes se desvencilhou e segurou a porta do elevador para dizer que iria "matá-lo, degolá-lo e que iria acabar com sua vida". Cruvinel disse que "não tinha como deixar de relatar essa ameaça porque sabe que é real, que Demóstenes planeja atentar contra sua vida".

Procurado, Demóstenes Torres afirmou que dois advogados comentariam a suposta ameaça. Porém, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que apenas defende o ex-senador no processo no TJ de Goiás e que não tinha conhecimento do caso. Pedro Paulo Medeiros também afirmou desconhecer as ameaças, e disse que Neílton Cruvinel "talvez tenha ficado inconformado" por sair do caso em que defendia o ex-senador. Carlinhos Cachoeira nega ter participado da reunião. Maurício Sampaio não foi encontrado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após 13 anos, o ex-senador Demóstenes Torres voltou nesta sexta-feira (20) para o seu antigo emprego - o de procurador de Justiça no Ministério Público de Goiás. Demóstenes foi cassado por quebra de decoro parlamentar, após descoberta sua relação com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso na Operação Monte Carlo, acusado de comandar a exploração de jogos ilegais em Goiás.

Ao chegar na sala 306, às 10h33, o ex-senador se negou a dar entrevistas. Após 10 minutos, pediu cafezinho e foi servido, por uma copeira do MP. Despachou com um assessor e recebeu a vista de dois amigos - um deles, promotor público. Um processo disciplinar, instaurado pela Corregedoria-Geral do MP, apura eventual falta disciplinar do titular da 27ª Procuradoria de Justiça.

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A Corregedoria-Geral do Ministério Público de Goiás (MPE) instaurou processo disciplinar contra o ex-senador Demóstenes Torres. De acordo com nota publicada na sexta-feira no site do órgão, será investigada uma "eventual infringência de dever funcional" do procurador, que teve o mandato de senador cassado pelo Congresso na quarta-feira.

O Ministério Público goiano quer que Demóstenes explique "fatos trazidos a lume pela chamada Operação Monte Carlo". Requerimento para ter acesso a documentos do Senado e da Procuradoria-Geral da República já foi enviado para Brasília. Ainda segundo a nota oficial do órgão, o procedimento tem caráter sigiloso e visa à "coleta criteriosa de elementos seguros para delimitar o objeto da apuração".

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Após ser cassado pelo plenário do Senado, Demóstenes reassumiu nesta sexta-feira suas funções de procurador de Justiça no MP - o ex-senador estava licenciado desde 1999, quando deixou o Ministério Público para ocupar o cargo de secretário de Segurança Pública e Justiça de Goiás.

Licença

Mas Demóstenes Torres ainda não apareceu para trabalhar na sua antiga sala, no terceiro andar. Ele pediu licença de cinco dias, para fazer a mudança de Brasília. Demóstenes também vai usar esse período para estudar um possível recurso no Supremo Tribunal Federal e tentar reaver seu mandato no Senado.

No Ministério Público - com 300 funcionários, entre promotores e procuradores -, há três linhas de avaliação sobre o futuro do senador cassado: destituição do cargo; manutenção de seus direitos; ou uma advertência, sem perda da função de procurador de Justiça.

O Estado solicitou à assessoria de imprensa do MP informações oficiais sobre outros benefícios a que Demóstenes terá direito, mas não obteve resposta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Corregedoria-Geral do Ministério Público de Goiás (MPE) iniciou, nesta sexta, investigações sobre uma "eventual infringência de dever funcional" do Procurador de Justiça, Demóstenes Lázaro Xavier Torres, durante sua permanência, a partir de 2001, no Senado Federal.

No entanto, o foco dos trabalhos se concentra mais nas denúncias de ter empregado o cargo de senador, do qual foi cassado há dois dias, por quebra de decoro parlamentar no suposto envolvimento com o bicheiro Carlos Augusto Ramos de Almeida, o Carlinhos Cachoeira.

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A decisão da Corregedoria foi possível porque Demóstenes, que é procurador de Justiça, retornou nesta quinta às suas antigas funções.

Como informou a Nota Oficial: "por ter Demóstenes Torres reassumido a 27ª Procuradoria de Justiça, foi iniciado o processo".

Denominado de "averiguação da reclamação disciplinar (2012.0036.6906)", o procedimento tem caráter sigiloso, e visa apurar responsabilidades.

Para estabelecer se ocorreu algum deslize do procurador, a Corregedoria disse ainda que serão requeridos junto ao Senado Federal e à Procuradoria Geral da República o envio de documentos específicos, cujos conteúdos não foram revelados na Nota Oficial.

Nesta sexta, Demóstenes Torres não apareceu na sua antiga sala, no terceiro andar. É que, após ter se apresentado ao MPE, na quinta, também requereu licença de cinco dias.

A assessoria de imprensa não informou se o prazo da licença será contado em dias úteis ou corridos.

Em uma cerimônia surpresa que não durou cinco minutos, o empresário Wilder Pedro de Morais assumiu na manhã desta sexta-feira o mandato de senador no lugar de Demóstenes Torres (sem partido-GO), cassado na quarta-feira por usar o mandato para defender interesses do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Somente quatro senadores participaram da posse, número mínimo previsto no regimento do Senado: Ciro Nogueira (PP-PI), Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), Ana Amélia (PP-RS) e Roberto Requião (PMDB-PR).

Coube a Ciro Nogueira, como único representante da Mesa Diretora, ciceronear o novo senador pelo DEM no plenário, apresentá-lo aos presentes e empossá-lo, pouco depois das 9h. Logo em seguida, Morais deixou o Senado sem falar com os jornalistas.

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"Ele chega ao Senado em uma situação desconfortável", afirmou Ana Amélia, referindo-se às suspeitas que pairam sob o novo colega: a de que ele teria omitido parte do patrimônio na declaração de bens apresentada à Justiça Eleitoral e que teria entrado para a suplência de Demóstenes com o empenho de Cachoeira, conforme conversa grampeada pela Polícia Federal entre o contraventor e Morais.

O presidente do Democratas, senador Agripino Maia (RN), afirmou que recebeu um telefonema de Morais meia hora depois da posse dele. "(Morais) está no direito dele", disse Maia sobre a posse relâmpago. Na conversa, o mais novo senador do DEM disse-lhe que vai responder a todos os questionamentos em um "curto prazo", sem precisar quando. Ele comunicou a Maia que estava em férias com a família.

Empossado, Morais garante direito a foro privilegiado, ou seja, só responderá a investigações criminais com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF). Receberá um salário de R$ 26,7 mil por mês, além de uma série de outro benefícios como verba para montar o gabinete, auxílio-moradia (em caso de não ocupar imóvel funcional) e cota de combustível.

Após ser cassado pelo plenário do Senado na última quarta-feira (11), Demóstenes Torres reassumiu nesta quinta-feira (12) suas funções de procurador de Justiça no Ministério Público de Goiás. Com a volta ao cargo, ele poderá agora solicitar três licenças-prêmio, num total de R$ 200 mil, mais o salário de R$ 24,2 mil.

São procedimentos de praxe, segundo promotores e procuradores ouvidos pela reportagem. No caso específico de Demóstenes, quem decidirá se ele receberá ou não as licenças-prêmio será o seu irmão Benedito Torres, que ocupa o cargo de procurador-geral de Justiça do Ministério Público Estadual de Goiás.

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Demóstenes precisou de cerca de 10 minutos, o tempo em que permaneceu na sala 306 do 3.º andar do edifício-sede, para confirmar o retorno ao trabalho no Ministério Público.

Ele poderá solicitar a ajuda financeira especial por meio da Parcela Autônoma de Equivalência (PAE), um pagamento legal em porções somadas ao salário, que podem variar de R$ 5 mil a R$ 10 mil ao mês.

A PAE foi aprovada pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNPM) com o objetivo de restabelecer o equilíbrio entre os salários dos poderes Legislativo e Judiciário.

Na rápida passagem pelo órgão, o senador cassado driblou a imprensa que o aguardava na porta do prédio da instituição e não deu entrevistas.

Demóstenes estava licenciado desde 1999, quando deixou o MP para ocupar o cargo de secretário de Segurança Pública e Justiça de Goiás. Em 2002 ele foi eleito pela primeira vez para uma vaga de senador pelo PFL (ex-DEM). Em 2010, foi reeleito. Sua cassação foi publicada ontem pelo Diário Oficial da União (DOU). Com a cassação, Demóstenes teve seus direitos políticos suspensos por oito anos - a contar do fim do mandato parlamentar, que se encerraria em 2019 -, ficando inelegível até 2027.

Procedimento - A Corregedoria do MP goiano instaurou procedimento disciplinar para apurar "eventual falta funcional" de Demóstenes. O processo foi instaurado pelo corregedor-geral do órgão, Aylton Flávio Vechi, que já saiu de recesso.

No Ministério Público, com 300 funcionários, entre promotores e procuradores, há três linhas de avaliação sobre o futuro do senador cassado no órgão. Na primeira, ele será destituído. Na segunda será mantido. Na terceira ganhará uma advertência mas seguirá como procurador de Justiça. Demóstenes já anunciou que irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar recuperar o mandato de senador, alegando que as provas foram obtidas ilegalmente.

A reportagem solicitou ontem à assessoria de imprensa do MP informações oficiais sobre os benefícios a que Demóstenes terá direito, mas não obteve resposta até a conclusão desta edição. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

 

A Corregedoria do Ministério Público de Goiás vai instaurar procedimento disciplinar para investigar "eventual falta funcional" do ex-senador Demóstenes Torres (ex-DEM, sem partido-GO), cassado nessa quarta-feira, 11, em razão de seu envolvimento com o contraventor Carlinhos Cachoeira. Demóstenes se licenciou do MP goiano em 2001 quando ocupava cargo de procurador-geral de Justiça.

Em nota divulgada na tarde de quarta, a Corregedoria-Geral do ministério informou que aguarda a publicação da decisão do plenário no Diário do Senado para instaurar um procedimento disciplinar "para apuração de eventual falta funcional". Nenhum procedimento foi instaurado até então porque as acusações e suspeitas contra o ex-senador não atingiram sua atuação como membro do Ministério Público. A decisão do plenário está publicada na edição desta quinta, 12, do Diário do Senado.

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Acusado de ter beneficiado a organização criminosa supostamente comandada pelo empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, Demóstenes teve o mandato cassado por quebra de decoro parlamentar. Ele só poderá voltar a disputar eleições em 2027.

A licença de Demóstenes perde o efeito tão logo a decisão do Senado seja publicada. Caso reassuma o cargo de procurador, Demóstenes voltará a atuar na 27ª Procuradoria de Justiça, onde receberá um salário de R$ 22 mil, sem considerar os benefícios do cargo de procurador.

Além disso, mantido o vínculo com o MP-GO, Demóstenes continuará detendo foro privilegiado por prerrogativa de função. Assim, o processo do Supremo Tribunal Federal (STF) deverá ser julgado pelo Tribunal de Justiça de Goiás. Já se ele for desligado do ministério antes do julgamento, poderá ser julgado pela Justiça Federal em Goiás.

A Corregedoria Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público também está apurando o suposto envolvimento do procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres, com o grupo de Carlinhos Cachoeira. O procurador é irmão de Demóstenes. Com informações da Agência Brasil.

O presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), afirmou que cobrará explicações do engenheiro e empresário Wilder Pedro de Morais, suplente de Demóstenes Torres (ex-DEM, sem partido-GO), senador que teve o mandato cassado na quarta-feira sob acusação de usar o mandato nos interesses do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Morais teria omitido parte do seu patrimônio na declaração de bens apresentada à Justiça Eleitoral. Ele também terá de explicar grampos feitos pela Polícia Federal segundo os quais Cachoeira teria trabalhado para colocá-lo na suplência de Demóstenes e na Secretaria de Infraestrutura do governo de Goiás, cargo ocupado por ele agora.

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Agripino Maia disse que só vai pedir esclarecimentos a Morais depois que ele deixar a secretaria. "Ele tem que primeiro renunciar à secretaria. Esperamos que ele esclareça as dúvidas", afirmou o presidente do DEM.

O líder do PT, Walter Pinheiro (BA), disse que, assim como ocorreu com Demóstenes, o suplente poderá se explicar no Conselho de Ética caso não consiga esclarecer a relação que tinha com o contraventor. "Com o quase senador, a nossa obrigação é colher as explicações na CPI ou no Conselho de Ética, se necessário for. Além dele ter a obrigação de dar uma explicação ao eleitorado de Goiás, ele tem a responsabilidade com o Brasil", disse.

O líder do PSDB, Alvaro Dias (PR), disse que as suspeitas que pairam sobre Morais deveriam levar o Congresso a "radicalizar e extinguir" a figura dos suplentes. Para Dias, o mais recomendável para os casos de cassação seria deixar o cargo vago até a eleição mais próxima, quando poderia ocorrer uma nova disputa. O tucano, porém, nunca apresentou projeto com essa sugestão.

A estratégia do ex-senador Demóstenes Torres de usar o microblog Twitter para tentar caracterizar sua cassação como uma iniciativa da esquerda e de pedir apoio para recupera o mandato por intermédio do Supremo Tribunal Federal (STF) não deu certo. Até houve algumas manifestações de solidariedade, mas a grande maioria dos internautas que resolveu dar palpites no espaço de Demóstenes aprovou a cassação.

Demóstenes perdeu o mandato na última quarta-feira, depois de responder a processo de quebra de decoro parlamentar por ter posto o mandato a serviço do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, segundo o relator da ação, senador Humberto Costa (PT-PE). A princípio, ele aceitou o julgamento. Mas, ainda na noite de quarta-feira, o ex-senador decidiu usar o Twitter para anunciar que iria ao STF atrás do mandato e que a cassação tinha sido arquitetada pela esquerda.

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Alguns dos internautas que entraram no microblog de Demóstenes para fazer comentários chegaram a utilizar do escárnio, dizendo que o ex-senador goiano já foi embora tarde. "Trate de mudar sua biografia. Você não é mais senador. Foi cassado, lembra?", comentou Marinilda Carvalho. Irônico, Edgar Roberto Russo sugeriu: "Acho melhor o senhor mudar o nome do seu perfil. 'Senador' não te pertence mais!". A resolução que determina a cassação do mandato de Demóstenes foi publicada nesta quinta no Diário do Senado.

Doravante, ele não tem direito mais a carro oficial com motorista, assessores, nem as mordomias do Senado. O internauta que se identifica com o pseudônimo Stanley Burburinho lembrou que ele colheu o que plantou na carreira política. "Lembra do Fora Sarney que você liderou?" indagou, referindo-se à campanha para derrubar o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), durante o escândalo dos atos secretos, denunciado pelo jornal O Estado de S. Paulo em série de reportagens em 2009.

Esta quinta foi dia de esvaziar os papéis o gabinete e devolver as chaves à Mesa do Senado. Um grupo de assessores mais leais a Demóstenes tirou a papelada das gavetas e encaixotou todos os documentos e coisas pessoais do ex-senador, transportados em uma van.

Houve quem se solidarizasse com o ex-senador, como Raphael Cardoso Melo, que até lançou provocações aos principais desafetos de Demóstenes, o governo petista e a esquerda. "Sua falha foi unir-se a Cachoeira e não ao partido dos mensaleiros. Teria a base, a CUT, a UNE e o STF a seu favor", provocou.

A baiana Ingrid Viana, mandou fluidos de boa sorte da terra dos orixás. "O cair é do homem, o levantar é de Deus. Que Ele te fortaleça e te estabeleça", disse a internauta. "Abraço da Bahia", despediu-se.

Depois da primeira noite de sono como ex-senador Demóstenes acordou cedo e, de acordo com informações de antigos assessores, viajou nesta quinta para Goiânia, onde dará entrada nos próximos dias aos procedimentos de retorno ao cargo de procurador de Justiça do Estado, do qual estava afastado desde 2002. Demóstenes teve os direitos políticos suspensos até 2027.

O ex-senador Demóstenes Torres (Ex-DEM, sem partido-GO) despediu-se no início da tarde desta quarta da sua equipe de funcionários da Casa, momentos depois de ter sido cassado pelo plenário do Senado por usar o mandato para defender os interesses do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Demóstenes chamou cerca de 20 funcionários do gabinete de Brasília e do escritório de apoio de Goiânia, que vieram à capital acompanhar a sessão de votação, para conversar na sua sala. Segundo uma das presentes, ele mais ouviu do que falou. Os auxiliares se emocionaram na presença dele, embora Demóstenes não tenha chorado. "Bola para frente, a luta continua", despediu-se o ex-senador, saindo de carro pela garagem privativa dos parlamentares.

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Relator do processo de cassação de Demóstenes Torres, o senador Humberto Costa (PT-PE) esperava uma votação mais apertada. "Esperava uma votação menor. Não é uma decisão fácil cassar um colega. Não há uma sensação de prazer. Estou triste, mas com a consciência tranquila", disse o senador. Demóstenes foi cassado nesta quarta-feira com 56 votos a favor, 19 contra e 5 abstenções.

O presidente do PSOL, deputado Ivan Valente, autor da representação que levou à perda de mandato de Demóstenes, disse que o caso tem uma simbologia maior pela trajetória do agora ex-senador. "Ele se mostrava como defensor da ética, mas estava ao lado de uma organização criminosa." Para ele, o Congresso precisa mudar a forma de financiamento de campanhas acabando com as contribuições privadas.

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Enquanto os candidatos a prefeito do Recife cumprem agenda intensa de campanha, o candidato petista, senador Humberto Costa, está em Brasília exercendo seu papel de relator do processo contra Demóstenes (sem partido) no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. O candidato ficará afastado de sua campanha eleitoral até a próxima quarta-feira (11), quando os senadores decidirão sobre a cassação de Demóstenes. 

Nesta segunda-feira (9) Humberto convocou os senadores a comparecerem no Plenário da Casa, nesta quarta-feira (11), para decidir o destino do parlamentar, acusado de quebra de decoro por seu envolvimento com o contraventor Carlinhos Cachoeira.

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Pelo twitter, Humberto está divulgando a lista dos microblogs de todos os senadores, para que os internautas possam cobrar a presença dos parlamentares na sessão desta quarta-feira, a partir das 10 horas, quando o Plenário deverá se pronunciar sobre o parecer que pede a cassação de Demóstenes.

A lista pode ser acessada pelo link da Agência Senado.

A defesa do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) deve recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para anular os votos dos senadores que se manifestarem na tribuna do Senado a favor da cassação do parlamentar acusado de envolvimento com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A votação em plenário está prevista para quarta-feira.

A defesa de Demóstenes conta com a ajuda de uma decisão do STF. Na sexta-feira, o tribunal divulgou decisão do ministro Celso de Mello, decano da corte, sinalizando o risco de os votos serem anulados. O ministro recusou pedido do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), em mandado de segurança, para que a Justiça lhe desse aval para anunciar seu voto. Ferraço disse que vai tentar um novo mandado de segurança ainda nesta segunda-feira, antevéspera da votação do pedido de cassação do mandato do colega.

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A defesa de Demóstenes Torres reagiu. "O voto é secreto e, se algum senador quiser fazer proselitismo, anunciando o voto, ele é nulo. Posso ir ao Supremo para tornar o voto inválido", afirmou o advogado de Demóstenes, Antonio Carlos de Almeida Castro. "Se houver um movimento de tornar o voto aberto, em clara violação à Constituição, acho que é passível a contestação na Justiça."

Para Ferraço, o voto secreto não pode ser visto como conquista do parlamentar, mas algo que favorece o corporativismo. "Não vou colocar o meu voto em risco, mas me sinto no dever e na obrigação de explicitar aos meus eleitores a minha posição. O voto é secreto, mas as manifestações e o debate político no plenário são do livre arbítrio de cada um", disse o senador, lembrando que já houve votação aberta em favor da cassação no Conselho de Ética e na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.

Ao negar o pedido de Ferraço, Celso de Mello deixou claro que concorda com o princípio da transparência e da publicidade como valores ético-jurídicos. No entanto, o ministro do Supremo disse que não pode desconhecer "o caráter impositivo da cláusula de sigilo" que a Constituição institui para as votações de processos por quebra de decoro. Para que Ferraço pudesse votar abertamente, Celso de Mello diz que é preciso mudar a Constituição. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) voltou a ocupar a tribuna do plenário para fazer sua defesa na tentativa de evitar a cassação do seu mandato na quarta-feira. Demóstenes fez dois pronunciamentos nesta sexta-feira repisando os argumentos usados desde o início da semana de que não tirou qualquer "proveito financeiro" da relação com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

"Sou limpo, meu patrimônio é limpo e quem quis me sujar não reuniu elementos nem colocando quatro delegados e dez agentes para me bisbilhotar, durante quatro anos, 24 horas por dia", disse o senador goiano, acusado, entre outros fatos, de ter despesas pessoais pagas pelo contraventor. As duas falas, uma pouco depois das 9 horas e outra por volta das 11h15, duraram cerca de 45 minutos para um plenário praticamente vazio.

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Grampeado pela Polícia Federal em mais de 300 conversas com Cachoeira, Demóstenes afirmou que o "vazamento criminoso de escutas ilegais" pode levar às pessoas a especularem que ele seria "muito rico". O senador disse que vive apenas do salário parlamentar e, mesmo tendo ocupado funções e cargos com bons salários, como promotor de Justiça e secretário de Segurança Pública, considera ter um patrimônio "muito pequeno".

"O que mais tenho mesmo são discos. Tinha também muitos livros, mais de cinco mil exemplares, mas dei minha biblioteca inteira para instituições públicas de Goiás", disse. "A depressão que me invadiu nesse episódio dos ataques à minha honra me impede de ler e ouvir música, os dois maiores prazeres de que desfruto", completou.

Nos dois discursos, o senador goiano repetiu quatro vezes que está sendo vítima de uma "injustiça". Mais uma vez desde o início da semana, ele disse que as gravações contra parlamentar que detém foro privilegiado sem autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) é ilegal e que há montagens nas conversas interceptadas dele.

Ao contrário dos três discursos anteriores, Demóstenes detalhou em boa parte do primeiro pronunciamento desta sexta-feira a análise feita pelo perito Joel Ribeiro Fernandes, a seu pedido, nos grampos. De acordo com a avaliação do perito, citada por ele, "são observados robustos indícios de edições nas informações acostadas nos autos". "É preciso esperar um laudo oficial para reconhecer se foi feita montagem para me incriminar", clamou o senador, lembrando que o Conselho de Ética negou pedido de realização de perícia nas gravações.

"Exerci o meu papel conquistado nas urnas sem me afastar do caminho da retidão. Jamais fiz algo que envergonhasse o povo do meu Estado que me honrou com seu apoio e seu voto, os meus amigos, a minha família ou o Senado da República. Nunca me envolvi em nada que manchasse o meu currículo", disse.

O senador Humberto Costa (PT-PE), relator do processo contra Demóstenes Torres (sem partido-GO) no Conselho de Ética, rebateu nesta quarta-feira a fala do advogado do parlamentar goiano, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. Pouco antes, Kakay havia dito que a investigação no Senado se baseou em provas ilegais. Para o relator, os fatos são "absolutamente claros, consistentes e indefensáveis".

Presente na discussão sobre o processo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Costa disse que jamais usou no seu relatório, no qual pediu a cassação de Demóstenes, "qualquer informação que não tivesse sido admitida pelo senador". O parlamentar é acusado de usar seu mandato na defesa dos interesses do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

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"Na sua defesa, ele (Demóstenes) próprio utilizou trechos das gravações da Polícia Federal, reconheceu sua voz", disse o relator do conselho. Segundo ele, a prova no processo penal tem de ser "robusta", embora o mesmo não é necessário para o "processo político". Ao contrário do que afirmou a defesa, Humberto Costa disse ainda que em nenhum momento declarou que Demóstenes teria defendido a legalização dos jogos de azar junto com os colegas. O relator do conselho disse que foi analisado o discurso público de Demóstenes, um "militante antilegalização dos jogos de azar". Mas essa militância, reconheceu Costa, jamais existiu, configurando uma mentira.

O relator do conselho disse que pensou várias vezes para apresentar o voto pela cassação. Ele recordou que tempos atrás foi vítima de acusações, tendo sido absolvido pela Justiça. Embora não tenha citado, Costa referia-se a uma investigação feita no caso da Operação Sanguessuga, da Polícia Federal. Ex-ministro da Saúde, ele foi envolvido por suspeita no esquema de desvio de recursos para a área.

"Faço isso com nenhum prazer, com nenhum gosto, peço a Deus que não me bote numa tarefa semelhante a esta", disse. "Os fatos são cristalinos de que houve quebra de decoro parlamentar", destacou o relator. No momento, os senadores discutem o caso e em seguida vão votar o parecer do senador Pedro Taques (PDT-MT), que votou na CCJ pela continuidade do processo por entender que não houve qualquer vício na tramitação.

O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, que defende o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), questionou nesta manhã na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado o fato de a Casa julgar o senador com base em prova ilegal. Para o defensor, pode-se até ser contra pessoalmente ao foro especial, mas diante do fato de ele existir tem de ser respeitado.

"Imagine vossas excelências um juízo positivo de cassação e, um mês depois, o Supremo Tribunal Federal (STF) liquida este inquérito?", perguntou. Kakay, como é conhecido, referia-se ao fato de a defesa ter recorrido ao STF sob o argumento de que Demóstenes foi ilegalmente investigado pela primeira instância durante três anos, no curso das investigações Vegas e Monte Carlo.

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"É correto julgar um senador da República com base em prova ilegal?", questionou o advogado. Na sua fala de 15 minutos, muito semelhante à sustentação que fez no Conselho de Ética na semana passada, Kakay repetiu que o julgamento é político, mas deve respeitar um rito jurídico, garantindo direito de ampla defesa e do contraditório.

Assim como Demóstenes tem dito nos seus discursos em plenário, o advogado afirmou que a pessoa mais importante do processo criminal brasileiro é o "tira hermeneuta", o responsável por analisar os diálogos grampeados pela Polícia Federal.

Kakay disse que o vazamento "criminoso" e "diário" contra Demóstenes cria um clima de condenação antecipada. O senador goiano é acusado de usar mandato para defender os interesses do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

"Eu não tenho a pretensão de mudar o voto de vossas excelências, mas eu tenho a pretensão de defender um senador da República, de defender o devido processo legal", afirmou. "O senador Demóstenes tem feito um mantra, ele quer falar no plenário no dia da defesa. Ele quer ser julgado pelos seus pares. Ele não quer que a defesa bata no Supremo Tribunal", completou Kakay, ressaltando que poderia ter recorrido ao STF, mas seu cliente não deixou.

O senador Pedro Taques (PDT-MT) defendeu nesta quarta-feira (4), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que o processo de cassação contra Demóstenes Torres (sem partido-GO) não teve qualquer vício na tramitação. No parecer lido ao longo de mais de uma hora na comissão, o relator da CCJ concluiu que o caso está pronto para ser votado em sessão secreta no plenário da Casa, o que deve ocorrer na próxima quarta-feira (11).

Após a leitura do voto de Taques, os integrantes da CCJ vão discuti-lo e votá-lo. Demóstenes não está presente na reunião, sendo representado por seu advogado, Antonio Carlos de Almeida Castro, que pretende se pronunciar. Desde segunda-feira, após um silêncio de mais de 100 dias, o senador goiano tem feito discursos diários em plenário na tentativa de sensibilizar seus pares e evitar a cassação. Um novo discurso é esperado para esta tarde.

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No final de março, Demóstenes foi acusado de quebra de decoro parlamentar em representação movida pelo PSOL por usar seu mandato na defesa dos interesses do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Na semana passada, o Conselho de Ética aprovou por unanimidade o pedido para cassá-lo.

Na manifestação de 28 páginas, Taques faz todo um relato da tramitação do caso no conselho. Para o senador do PDT, sempre foi assegurado a Demóstenes o direito de se defender. O relator da CCJ lembra no parecer que o parlamentar recorreu mais de uma vez ao Supremo Tribunal Federal (STF), garantindo em uma das decisões o adiamento da votação do caso no conselho.

"Em todos os momentos, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar se preocupou em interpretar as normas da forma mais favorável ao representado, nunca negando a palavra a ele ou ao seu procurador, mesmo quando os dispositivos regimentais não previam essa possibilidade de forma expressa", ressaltou o relator.

Taques rebateu o argumento da defesa de Demóstenes, que pediu ao Supremo a suspensão do processo de perda de mandato, porque o tribunal havia aberto inquérito para investigá-lo. Segundo o relator, são duas instâncias autônomas.

Taques disse que o senador goiano foi notificado de todas as decisões do conselho e teve oportunidade de produzir provas de acordo com a conveniência dos integrantes do colegiado.

"Desse longo, mas necessário relato, conclui-se pela absoluta compatibilidade dos procedimentos adotados pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar com as normas regimentais pertinentes e com os princípios do contraditório e da ampla defesa", afirmou.

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), afirmou nesta terça que não vai tirar o direito de defesa de nenhum parlamentar. Em uma referência ao senador Demóstenes Torres (ex-DEM, sem partido-GO), Eunício disse que permitirá que ele tenha direito de fazer, se quiser, sua defesa na CCJ dentro do processo de quebra de perda de mandato a que responde.

Demóstenes é acusado de usar seu mandato em defesa dos interesses de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Nesta quarta, a comissão se reúne para discutir e votar o parecer do senador Pedro Taques (PDT-MT), favorável ao prosseguimento da representação contra Demóstenes. Cabe à CCJ analisar se o processo infringiu algum preceito legal.

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"O senador Demóstenes ainda é senador. Se ele pedir tempo, vai ter o mesmo dos demais senadores para usar a palavra. Nada impede de ele fazer sua defesa na comissão. Eu não tirarei nenhum direito de defesa de ninguém, mas a comissão vai fazer o debate e a votação no dia de amanhã", afirmou Eunício.

O presidente da CCJ disse que foi "extremamente conservador" ao pautar o processo contra o senador goiano na comissão. Segundo ele, o caso só foi colocado em pauta no último dia previsto pelo regimento da Casa, embora, disse, poderia ser votado antes.

"Eu darei regimentalmente o direito a todos, inclusive ao senador Demóstenes, mas isto não altera o cronograma que foi feito pela Comissão de Constituição e Justiça para que este processo não seja mais protelado", afirmou. "Ou cassa ou absolve. Eu digo cassa ou absolve porque são os senadores que vão decidir se vão absolver ou cassar", completou.

Após ter rompido nesta segunda o silêncio no plenário de mais de cem dias, Demóstenes prometeu fazer discursos diários para evitar sua cassação até a votação secreta do seu processo em plenário, marcado para a quarta-feira da próxima semana.

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