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Rafa Kalimann compartilhou um registro emocionante com seus seguidores nesta sexta-feira, dia 15. No vídeo, é possível ver a influenciadora chorando enquanto realizava uma missão humanitária em Lamego, Moçambique.

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Na legenda, ela fez um grande desabafo, falando sobre como está questionando a humanidade e os valores equivocados das pessoas nos últimos tempos. E também comentou sobre como devemos pensar no próximo com mais carinho:

Se eu olho pra realidade de dor do outro e não sinto nada, eu preciso rever quem eu sou. Se isso não agride, não me faz ao menos querer mudar algo, eu preciso repensar o lugar que ocupo.

No final do post, ela fez uma reflexão sobre o amor:

Se meu coração arde pelo outro, é por amor, [...] quando olho pra mim e busco constantemente ser minha melhor versão, é amor, minha inquietude por mudança, por querer ver o outro bem também é amor.

Infelizmente, a ex-BBB teve que antecipar o seu retorno ao Brasil depois de contrair malária.

Como você já viu aqui no ESTRELANDO, essa não foi a primeira vez que ela viajou até o país africano para realizar trabalho voluntário. A sua primeira missão em Moçambique foi em 2011. Rafa afirmou que a experiência exige muito esforço e vontade de ver a transformação acontecer.

Rafa Kalimann é engajada em diversas causas mesmo antes de ganhar mais fama dentro do Big Brother Brasil e recentemente a apresentadora embarcou para uma viagem para Moçambique, na África.

A ex-BBB teria pego malária nesta viagem e durante a última quarta-feira (13) ela desembarcou no Brasil e decidiu falar brevemente sobre o assunto nas redes sociais.

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"Cheguei agora no Brasil! Estou bem, graças a Deus. Quero muito agradecer todo o carinho e cuidado de vocês".

Procurada, a assessoria de imprensa de Rafa Kalimann ainda não respondeu mais detalhes sobre o quadro de saúde dela.

Uma nova onda de violência no norte de Moçambique, região afetada por ataques de jihadista, obrigou quase 30.000 crianças a fugir em junho, o balanço mensal mais elevado na longa crise, informou a ONG Save The Children.

Em junho foi registrado um aumento nos ataques na província de Cabo Delgado, onde os jihadistas iniciaram uma rebelião violenta em 2017, o que provocou o envio no ano passado de uma missão militar regional.

Ao menos 53 pessoas morreram em vários distritos, o que forçou mais de 50.000 adultos e crianças a fugir de suas casas, de acordo com a Save the Children.

"Este foi o pior mês para as famílias e as crianças em Cabo Delgado em um ano", afirmou Brechtje van Lith, diretora para Moçambique na ONG. A violência já provocou o deslocamento de mais de 700.000 pessoas.

Quase 4.100 pessoas morreram em Moçambique desde 2017, segundo a organização ACLED, que monitora o conflito.

Rafa Kalimann não segurou a emoção ao revelar que vai viajar para Moçambique. Com lágrimas nos olhos, a influenciadora contou que está há cerca de um ano planejando a viagem.

"Não ia falar antes de dar certo, porque... Dá até vontade de chorar de falar... Deve ter mais de um ano que estou tentando fazer isso acontecer. Mas agora vai dar. Estou indo para Moçambique no domingo. Hoje é dia de fazer a mala. Estou muito feliz. Tem muitas pessoas que acompanham isso faz tempo e esse momento chegou, da volta. Tenho refletido como vai ser essa volta depois da minha vida ser tão diferente, tão mudada como a minha mudou. E se eu ia mostrar sobre, porque é um lugar tão delicado para mim", disse.

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Rafa viajou pela primeira vez para o país em 2011, para fazer um trabalho voluntário. Em 2021, ao comemorar os dez anos dessa decisão, ela escreveu: "Um trabalho lindo, sério, de amor e de muito esforço pra ver transformação, um trabalho de formiguinha que um tem propósito lindo e que não pára nenhum dia sequer. É olhar em olhinhos assim e desejar um futuro seguro, com saúde e educação, e pra isso trabalhamos".

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, na noite desse sábado (27), uma nota técnica complementar que inclui mais quatro países africanos na lista de restrição de voos e desembarque no Brasil. São eles Angola, Malawi, Moçambique e Zâmbia.

Segundo a agência, passageiros que estiveram nesses países podem ser portadores da variante Ômicron do novo coronavírus, que já foi identificada na Europa, mas que ainda não foi amplamente estudada. Para que a restrição de voo seja colocada em prática, a Anvisa depende de portaria conjunta com a Casa Civil, Ministério da Saúde e Ministério da Justiça e Segurança Pública.

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A Anvisa já havia emitido nota técnica recomendando que visitantes da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue não desembarcassem no Brasil. Outros países, como Estados Unidos, Inglaterra, Holanda e França já estabeleceram medidas similares.

A variante Ômicron segue como alvo de pesquisas aceleradas em centros médicos e universidades da região sul da África, também conhecida como África Austral.

O Museu da Língua Portuguesa, instalado na histórica Estação da Luz, foi reinaugurado hoje (31) com a presença de representantes de países lusófonos, entre eles os presidentes de Cabo Verde e Portugal. O português Marcelo Rebelo de Sousa condecorou a instituição com a Ordem de Camões, a honraria foi concedida pela primeira vez. O público poderá visitar o espaço a partir deste domingo (1º).

O prédio sofreu um incêndio de grandes proporções em 21 de dezembro de 2015 e teve que ser completamente reformado. Além do conteúdo das exposições, que foi revisto e ampliado, o museu contará, a partir da reabertura, com um novo terraço, com vista para o Jardim da Luz e a torre do relógio, e instalações de reforço da segurança contra incêndio.

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“Aqui viemos para dizer que uma língua é uma alma feita de milhões de almas, pela qual se ama, se sofre, se cria, se chora, se ri, se pensa, se escreve, se fala”, celebrou Sousa. O presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, destacou a união dos países lusófonos e as contribuições de escritores. “Uma língua que foi cada vez mais apropriada e reconstruída e acarinhada, afagada pelos deuses, os deuses da nossa língua comum são, para além dos nossos povos humildes, aquelas que a melhor a trabalham e divulgam.”

Foram investidos cerca de R$ 85 milhões nas obras de reconstrução com diversos apoiadores privados e do governo do estado de São Paulo e do governo federal, pela Lei de Incentivo à Cultura. As obras começaram em 2017 e foram acompanhadas pelos órgãos federais, estaduais e municipais de proteção do patrimônio histórico e artístico.

“Este é o primeiro museu do mundo dedicado a um idioma e que está de volta depois de um longo período de reforma. (...) Voltou melhor, com mais recursos, mais tecnologia, ampliado e fortalecido com todos os cuidados que foram objeto dessa reconstrução do museu”, declarou o governador de São Paulo, João Doria.

Exposições

Novas instalações entre as exposições de longa duração marcam a reabertura do museu. Elas ficam dispostas no segundo e no terceiro andar do prédio. Entre as novidades, está a “Línguas do mundo”, na qual mastros se espalham pelo hall com áudios em 23 diferentes idiomas. Foram escolhidas línguas, entre as mais de 7 mil existentes, que tenham relação com o Brasil, incluindo expressões originárias, como yorubá, quimbundo, quéchua e guarani-mbyá.

Os sotaques e as expressões do português no Brasil ganham espaço na instalação “Falares”. E os “Nós da Língua Portuguesa” mostram os laços e a diversidade cultural entre os países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). O idioma é falado em cinco continentes por 261 milhões de pessoas.

Continuam a ser exibidas, assim como nos quase 10 anos em que o museu esteve ativo, a instalação “Palavras Cruzadas”, que mostra influências históricas no português falado no Brasil e a “Praça da Língua”, que homenageia a língua falada, escrita e cantada com um espetáculo de som e luz. A praça, uma espécie de planetário, traz poemas e músicas interpretados por nomes como Maria Bethânia e Matheus Nachtergaele. 

O museu tem curadoria de Isa Grinspum Ferraz e Hugo Barreto e contou com a colaboração de artistas, músicos, linguistas, entre outros profissionais.

A cidade de Palma, situada a poucos quilômetros de um complexo de gás no nordeste de Moçambique, caiu nas mãos dos extremistas que a cercavam desde quarta-feira (24), anunciaram neste sábado fontes da segurança.

"As forças governamentais se retiraram de Palma, assim que a cidade foi tomada de fato pelos grupos armados extremistas", afirmou um fonte à AFP. Outra fonte confirmou que os insurgentes assumiram o controle da cidade, mas disse que os combates continuavam na região.

A localidade fica a 10 quilômetros de uma enorme refinaria de extração de gás do grupo francês Total. A província de Cabo Delgado, de população muçulmana, possui ricos campos de gás e sofre uma insurgência extremista há mais de três anos.

Palma tem 75.000 habitantes. Milhares de pessoas abandonaram a localidade para buscar refúgio em aldeias vizinhas. Os grupos extremistas foram mais discretos nos últimos meses, mas na quarta-feira executaram um ataque de grandes proporções, no mesmo dia em que a Total anunciou a retomada das obras no local, com previsão de inicio das operações em 2024.

A multinacional anunciou esta noite que voltou a suspender suas operações: A Total tomou a decisão de "reduzir ao mínimo possível os funcionários" no complexo, por razões de segurança, informou em comunicado. A empresa francesa é a principal investidora do projeto, com uma participação de 26,5%. Outros seis grupos internacionais estão envolvidos, entre eles a italiana Eni e a americana ExxonMobil.

O governo confirmou o ataque e garantiu que as forças de segurança iniciaram uma ofensiva para expulsar os extremistas da cidade, mas desde quinta-feira não há nenhum declaração oficial sobre o que está ocorrendo na cidade.

"Quase toda a cidade foi destruída. Muitas pessoas morreram", disse por telefone um trabalhador retirado de uma central de gás.

Funcionários da ONG Human Rights Watch, que citaram testemunhas, afirmaram que havia "cadáveres nas ruas".

Os conflitos forçaram a retirada de 200 pessoas, entre elas estrangeiros, de um hotel onde estavam refugiados desde quarta-feira.

Alguns dos trabalhadores estrangeiros morreram em uma emboscada durante a operação de resgate iniciada pelos militares, indicaram fontes das forças de segurança e alguns sobreviventes.

Os detalhes sobre a operação de retirada do hotel de Palma não estão claros e as comunicações telefônicas com a região, próxima a Tanzânia, são muito precárias.

Palma fica a mais de 1.800 km ao nordeste de Maputo.

Desde 2017, os extremistas, conhecidos pelo nome de Al Shabab ("Os homens", em árabe) que juraram fidelidade ao grupo Estado Islâmico em 2019, tem saqueado vilarejos e cidades nas províncias, provocando o êxodo de 700.000 pessoas, segundo a ONU.

Nos últimos meses, os ataques haviam perdido intensidade devido, segundo algumas fontes, à resposta militar.

A violência matou pelo menos 2.600 pessoas na província, metade civis, de acordo com a ONG norte-americana ACLED.

Pelo menos nove pessoas morreram devido ao ciclone Eloise, em Moçambique, e o total de pessoas afetadas pela tempestade e outras cheias de janeiro chega a 288.400, anunciaram as autoridades.

Sete mortes foram registradas na província de Sofala, outra na Zambézia e uma em Manica, regiões no centro do país, mostra o mais recente balanço do Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD) moçambicano, publicado hoje (27) no jornal diário estatal Notícias.

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De acordo com o INGD, operações de busca e salvamento são feitas naquelas regiões, onde a Organização das Nações Unidas (ONU) estima a existência de 18 mil desalojados.

O ciclone Eloise atingiu o centro de Moçambique no sábado (23), depois de a tempestade Chalane ter provocado sete mortes, na mesma zona, no fim de 2020. O país está em plena época chuvosa e ciclônica, que ocorre entre os meses de outubro e abril, com ventos procedentes do Oceano Índico e cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral.

O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos que já ocorreram em Moçambique: - 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas de dois dos maiores ciclones (Idai e Kenneth) que já atingiram o país em tão poucas semanas.

Mesmo sendo famosos, as celebridades vez ou outra protagonizam momentos para lá de inusitados. Rebel Wilson revelou em entrevista para Ant Middleton, no programa Straight Talking uma situação bem perigosa que viveu em uma viagem que fez em Moçambique, na África.

"Houve uma vez na África em que fui sequestrada. Foi na zona rural de Moçambique. Estávamos em um caminhão e homens vieram em outro caminhão com muitas armas. [Eles pararam ao nosso lado] com armas grandes e disseram, sim, você tem que descer do seu caminhão", contou.

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Temendo por suas vidas, Rebel e seus companheiros de viagem obedeceram e foram levados para uma casa no meio do nada e mantidos durante a noite. Ela revelou que se sentiu como a líder do grupo e acalmou seus amigos durante a noite.

Felizmente, Rebel e os outros viajantes saíram ilesos e pela manhã tiveram permissão para voltar para o caminhão.

A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), controlada pelo bispo Edir Macedo, tem investido em expansão internacional (10 mil templos espalhados em mais de 100 países) e está no centro de uma série de acusações que incluem evasão de divisas na ordem de 100 milhões de dólares (R$ 548 milhõs na cotação atual), racismo e vasectomias forçadas a membros da igreja em Angola. 

As informações foram dadas por Dinis Bundu, obreiro da IURD em Angola há 18 anos e porta-voz de um movimento de pastores locais contra o domínio de Edir Macedo e seus representante direto no país, Honorilton Gonçalves. Em entrevista concedida à revista Veja, Bundu conta que o levante começou por discriminações sofridas pelos pastores que não são brasileiros e se agravou com exigências feitas a eles, como a realização de vasectomias. 

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“São muitas razões, que vão desde recebermos metade do salário pago aos religiosos nascidos no Brasil até não ter acesso às casas dos condomínios da igreja. Mas há coisas mais graves. O Honorilton Gonçalves exige a castração de pastores, a vasectomia como forma de todos viverem exclusivamente para a Universal. Para ele, tem de aguentar tudo calado”, afirmou o obreiro, que também fez relatos de perseguição a bispos angolanos que se insurgiram e lideram o movimento. 

Atualmente, o movimento dos pastores locais em Angola já tomou o controle de 110 igrejas, o que corresponde à metade do total existente no país. Como reação ao que foi classificado por Edir Macedo como “golpe”, Dinis Bundu conta que a Igreja Universal começou a vender patrimônio e enviar grandes quantias de dinheiro não declarado para o Brasil. 

“Desde que iniciamos as reivindicações no ano passado, o Honorilton passou a vender casas, condomínios e terrenos da Universal. Por que acabar com o patrimônio da igreja? Há também o problema da evasão  de divisas. Só no ano passado, foram enviados ao Brasil 100 milhões de dólares sem declaração alguma ou registro”, disse o porta-voz do movimento. 

Questionado sobre o faturamento da igreja em Angola, Bundu afirmou que a quantia arrecadada é muito maior. “Tem pastores que compram casas, condomínios, carros… Ou seja, essa quantia poderia ser maior e nem tudo vai para o Brasil”. afirmou o religioso, que tem expectativa de ver mais pastores se insurgirem contra o domínio central da Igreja Universal no país. 

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O governo de Moçambique, situado na África, emitiu neste domingo (29) um alerta laranja para todas províncias do país, na sequência do mau tempo que já provocou cinco mortes e destruiu infraestruturas na província de Cabo Delgado.

"Foi decretado o alerta laranja para todas as províncias, o que vai ajudar a que se faça o pré-posicionamento. É importante que o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades se prepare, de modo que, caso ocorra uma situação igual a que se registra em Cabo Delgado, as infraestruturas já estejam prontas para fazer a busca e salvamento", disse a ministra da Administração Estatal e Função Pública, Carmelita Namashulua.

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Além de destruir mais de 500 casas na cidade de Pemba, as chuvas e ventos em Cabo Delgado causaram o desabamento da ponte sobre o rio Montepuez, isolando sete distritos do norte da província, disse fonte da Administração Nacional de Estradas.

A ativação do alerta visa dar celeridade à mobilização de recursos para a assistência a possíveis vítimas. A época chuvosa no país só termina em abril.

O atual presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, venceu as eleições de 15 de outubro com cerca de 73% dos votos, contra 22% de seu principal oponente, Ossufo Momade, anunciou neste domingo a Comissão Eleitoral do país.

"Para essas eleições, a Frelimo [Frente de Libertação de Moçambique] trabalhou duro e nosso candidato, Filipe Nyusi, trabalhou muito para obter esses resultados", disse Veronima Macamo, afiliada à Frelimo, partido no poder, à AFP.

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"Todos os moçambicanos gostam dele como presidente", acrescentou.

A Frelimo está no poder há 44 anos, enquanto a Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), liderada por Momade, é a principal força de oposição.

Após uma votação que ocorreu sem incidentes, mas em um contexto de grandes tensões, a oposição denunciou fraudes, acusou o governo de recorrer ao uso de violência e intimidação e pediu a realização de novas eleições.

As principais missões de observadores internacionais também expressaram grandes dúvidas sobre a transparência da eleição.

O Instituto Eleitoral para uma Democracia Sustentável na África (EISA) lamentou que as irregularidades ocorridas durante o registro de eleitores não tenham sido reportadas antes das eleições.

A campanha eleitoral foi uma das mais violentas da história do país, com pelo menos 10 pessoas mortas nos dias que antecederam a consulta, segundo uma missão de observação local.

Um proeminente observador eleitoral, suspeito de trabalhar para uma unidade especial da polícia, foi assassinado, assim como a líder da Liga Renamo das Mulheres, cujo corpo foi encontrado ao lado do marido na província de Tete (oeste).

Em contrapartida, os observadores da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) aprovaram as eleições e alegaram que o período pré-eleitoral e as fases de votação tinham sido "no geral pacíficos".

Apesar das numerosas queixas dos partidos da oposição, a SADC apoiou o desenrolar das eleições no Malaui, Zimbabué e Botsuana nos últimos meses, afirmando que foram livres e justas.

O governo está enfraquecido desde 2016 por uma crise financeira causada pelo escândalo da "dívida oculta", um empréstimo secreto de 2 bilhões de dólares.

Além disso, há dois anos enfrenta uma insurreição islamita que provocou centenas de mortes na província de Cabo Delgado (norte), o que pode atrasar a exploração das reservas submarinas de gás.

A insegurança forçou a Comissão eleitoral a anular as eleições em dez assembleias de voto, das aproximadamente 20.000 distribuídas por todo o país.

Frelimo e a Renamo, que travaram uma guerra civil brutal entre 1975 e 1992, que matou quase um milhão de pessoas, assinaram um acordo de paz em agosto com o objetivo de virar a página e deixar décadas de conflito para trás.

Essas eleições tensas foram um teste fundamental para o acordo de paz, depois de uma campanha cheia de violência.

Os moçambicanos comparecem às urnas nesta terça-feira (15), em um clima tenso, para eleições gerais que podem obrigar o partido no poder desde 1975 a ceder parte do controle de um país debilitado pela crise econômica e os conflitos armados.

Após uma das campanhas eleitorais mais violentas da história de Moçambique, as pesquisas apontam a vitória nas presidenciais e legislativas do atual chefe de Estado, Filipe Nyus, e de sua Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), que governa o país há 44 anos.

Nyus deve superar o seu grande rival Ossufo Momade e o partido Resistência Nacional de Moçambique (Renamo).

Em agosto, o governo e a Renamo, ex-rebelião da guerra civil (1975-1992) que virou o principal partido da oposição, assinaram um acordo de paz e desarmamento que deveria acabar com os confrontos esporádicos entre os dois lados, retomados em 2013.

"Moçambique escolheu avançar pacificamente. Sigamos com este processo de forma serena", afirmou o presidente ao votar na capital Maputo.

Graças ao acordo entre o governo e a Renamo, os eleitores definirão pela primeira vez os governadores provinciais do país, que até agora eram nomeados pelo Executivo.

Analistas acreditam que a Renamo pode assumir o controle de algumas das 10 províncias do país.

"A geografia política do país poderia mudar substancialmente, talvez inclusive provocar um confronto", resumiu o advogado Ericino de Salema, do Instituto Eleitoral para uma Democracia Sustentável na África.

As seis semanas da campanha eleitoral foram marcadas por muitos atos violentos. Na semana passada, uma personalidade da sociedade civil foi morta a tiros quando estava em seu carro na província de Gaza (sul) em uma ação da polícia.

"Durante a campanha foram registrados muitos exemplos de perseguição, intimidação e agressão", afirmou Luter Simango, deputado do Movimento Democrático de Moçambique (MDM, oposição).

"A Frelimo tem medo de passar à oposição. Então usa todos os meios do Estado para sobreviver (...) incluindo a polícia e o serviço secreto", acusou.

Nas eleições locais do ano passado, a Frelimo registrou o pior resultado de sua história, com 51,8% dos votos a nível nacional.

O governo está debilitado desde 2016 por uma crise financeira provocada pelo escândalo da "dívida oculta", um empréstimo secreto de dois bilhões de dólares.

Além disso, há dois anos enfrenta uma insurreição islamita que provocou centenas de mortes na província de Cabo Delgado (norte), o que pode atrasar a exploração das reservas submarinas de gás.

Apesar da crise, Filipe Nyusi é considerado o favorito.

A Renamo também espera um bom resultado eleitoral, apesar de Ossufo Momade não ter o carisma de seu antecessor Afonso Dhlakama, que faleceu ano passado.

Os resultados preliminares serão anunciados na quinta-feira.

O Papa Francisco saudou nesta quinta-feira (5) o acordo de paz recentemente assinado em Moçambique, na primeira etapa de seu giro pela África, e disse "compartilhar o sofrimento" das milhares de pessoas afetadas pelos dois ciclones que devastaram o país este ano.

"Vocês assinaram, cerca de um mês atrás, (...) o acordo do cessar-fogo definitivo entre irmãos moçambicanos. É um marco que comemoramos e esperamos ser decisivo", disse o pontífice em seu primeiro discurso desde sua chegada na quarta-feira à noite a Moçambique.

Um tratado de paz histórico foi assinado em 6 de agosto entre o governo de Maputo e a Renamo, a antiga rebelião que se tornou o principal partido de oposição. Apesar de a guerra civil ter terminado 27 anos atrás, a Renamo nunca havia se desarmado.

O papa Francisco, que falou nesta quinta diante do presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e do líder da Renamo, Ossufo Momade, elogiou "os esforços que foram feitos para trazer a paz".

"Não à violência que destrói, sim à paz e à reconciliação!", lançou o líder de 1,3 bilhão de católicos.

"A reconciliação é a melhor maneira de enfrentar (...) os desafios que vocês têm como nação", completou, dirigindo-se às autoridades moçambicanas e a membros da sociedade civil reunidos em Maputo.

Um dos países mais pobres do planeta, Moçambique tenta se reconstruir depois de dois ciclones devastadores, Idai e Kenneth, em março e abril, que deixaram mais de 700 mortos.

"Minhas primeiras palavras de (...) solidariedade" vão para as vítimas, disse o papa.

"As consequências devastadoras" de Idai e Kenneth "continuam pesando sobre muitas famílias, especialmente em lugares onde a reconstrução ainda não foi possível", lamentou.

"Quero que saibam que eu compartilho sua angústia, seu sofrimento", ressaltou.

Segundo o Banco Mundial, Moçambique, com seus mais de 2.000 km de costa ao longo do Oceano Índico, está entre os dez países mais ameaçados do mundo, devido às consequências das mudanças climáticas.

- Igualdade social -

O papa também defendeu a igualdade social em Moçambique.

"Sem igualdade de oportunidades, as diferentes formas de agressão e guerra encontrarão um terreno fértil que, mais cedo ou mais tarde, causará a explosão", alertou o papa argentino.

"Não relaxem enquanto houver crianças e adolescentes sem educação, famílias sem-teto, trabalhadores desempregados, camponeses sem terra", disse Francisco, elogiando os avanços conquistados na educação e na saúde.

Em um dos momentos mais emotivos do dia, o papa foi recebido por mais de 5.000 jovens, de todas as religiões, em um ginásio ao grito de "Reconciliação".

Jorge Bergoglio aconselhou os jovens a não caírem na "resignação nem na angústia".

"A paz é um processo que vocês também estão convocados a fazer avançar", disse em um discurso centrado na reconciliação.

Na saída, muitos dos jovens estavam emocionados. "Disse que ninguém deve nos roubar nossa juventude", afirmou Wetla Bazo, de 17 anos. "Me senti honrada com sua simples presença, ver o papa não é uma coisa que acontece todo dia", acrescentou.

O papa começou seu dia com uma reunião privada com o presidente Filipe Nyusi. Os dois já haviam se encontrado há um ano no Vaticano.

"A mensagem de encorajamento que recebemos durante nossa visita oficial ao Vaticano para que considerássemos todos os moçambicanos como irmãos (...) foi um guia no diálogo" com a Renamo, disse nesta quinta-feira o chefe de Estado moçambicano.

"Contudo, a paz duradoura (...) está ameaçada na província de Cabo Delgado (norte)", sob o domínio de uma insurgência islâmica há dois anos, observou ele, referindo-se a uma violência que deixou mais de 300 mortos.

Na catedral de Maputo, o pontífice pediu à comunidade religiosa católica que mostre o caminho do diálogo e evitar "fazer parte do problema das rivalidades, do desprezo e das divisões entre uns e outros".

O chamado "papa dos pobres" terminou o dia em uma obra de caridade católica, cujos voluntários percorrem todas as noites as ruas da cidade para distribuir comida quente aos mais necessitados.

O papa Francisco partiu nesta quarta-feira rumo a Moçambique, primeira etapa de uma viagem de sete dias por três países da África e do Oceano Índico afetados pela pobreza, os conflitos e os desastres naturais.

O avião do papa decolou do aeroporto de Fiumicino de Roma às 8h00 locais (3H00 de Brasília) e deve pousar em Maputo, onde será recepcionado pelo presidente moçambicano Filipe Nyusi, às 18h30 locais (13H30 de Brasília).

Milhares de pessoas devem receber o "papa dos pobres" em Maputo, capital do país, que ser prepara há vários dias pare a chegada de Francisco, 31 anos depois da última visita de um pontífice, João Paulo II.

A viagem de Francisco ao país terminará com uma missa na sexta-feira no grande estádio Zimpeto, de Maputo.

Em Moçambique, o papa insistirá na mensagem de "paz, preservação do planeta e na importância de renunciar às armas", afirmou o número dois do Vaticano, cardeal italiano Pietro Parolin.

Em uma mensagem de vídeo gravada antes da viagem, Francisco destacou a necessidade de "reconciliação fraternal em Moçambique e na África, a única esperança para uma paz sólida e duradoura".

O pontífice também deve abordar em Moçambique a questão do frágil acordo de paz no país, a devastação provocada por dois ciclones este ano e as próximas eleições gerais.

A visita ao país, de três dias, acontece depois do governo moçambicano assinar um tratado de paz histórico com o ex-grupo rebelde Renamo, que se transformou no principal partido de oposição, apesar de nunca ter adotado um desarmamento completo após a guerra civil de 16 anos na ex-colônia portuguesa.

O papa também poderia mencionar a questão do extremismo no norte de Moçambique, onde os atentados mataram mais de 300 pessoas em dois anos.

A partir de sexta-feira, Francisco visitará a grande ilha de Madagascar, no Oceano Índico, e em seguida as Ilhas Maurício.

A opção de viajar a alguns dos países mais pobres do mundo é considerada um ato de solidariedade para um religioso que era muito presente nas favelas da Argentina.

Durante a estadia em Moçambique, o pontífice visitará apenas Maputo, para decepção dos moradores de Beira (centro do país), onde o ciclone Idai matou pelo menos 600 pessoas e deixou centenas de milhares de desabrigados em março.

Em sua mensagem de vídeo, o papa falou sobre a decepção.

"Embora não possa ir além da capital, meu coração se une a vocês e abraça a todos, em especial os que vivem na dificuldade", disse.

Por ocasião da visita do pontífice a este país de maioria cristã, o governo reservou, apesar da crise, 300.000 euros para os preparativos, informou o ministro das Relações Exteriores, José Pachecho. A verba foi usada para reparos na catedral de Maputo e das ruas da capital.

O Papa Francisco fará uma viagem a Moçambique, Madagascar e Ilhas Maurício entre os dias 4 e 10 de setembro, quando se encontrará com jovens e falará em público em quinze ocasiões, informou o Vaticano nesta sexta-feira (28).

O pontífice iniciará sua viagem em Maputo, onde chegará em 5 de setembro, e se reunirá com o presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, e autoridades locais.

Convidado pelo chefe de Estado e pelos bispos daquele país, Francisco retorna pela quarta vez para a África depois de ter visitado vários países do continente em 2015 e 2017 e no início deste ano.

Depois viajará para Madagascar em 7 de setembro e, dois dias depois, irá às Ilhas Maurício, no Oceano Índico.

Doadores internacionais prometeram contribuir com US$ 1,2 bilhão, para a reconstrução das áreas atingidas pelos ciclones Idai e Kenneth em Moçambique. O anúncio foi feito pelo presidente do país, Filipe Jacinto Nyusi, no final de uma Conferência Internacional de Doadores que aconteceu até sábado (1o) na cidade da Beira.

Em seu discurso, Nyusi agradeceu “ao apoio crucial e as ações das Nações Unidas, sobretudo do Programa Mundial de Alimentos (PMA) e da Federação Internacional da Cruz Vermelha, na resposta imediata humanitária após os sinistros climáticos.”

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Durante a conferência, foi lida uma mensagem do secretário-geral da ONU, o português António Guterres, na qual o mesmo pediu uma “resposta generosa” da comunidade internacional “para traduzir em gestos concretos a solidariedade para com um país que sofreu uma das piores catástrofes ambientais jamais vividas em África.”

Guterres assegurou que “a ONU intensificará a sua ação em Moçambique para fazer face aos efeitos, de curto e médio prazo, da catástrofe”. Segundo ele, os desastres em Moçambique alertam “também para a urgência do combate às alterações climáticas.”

Necessidades e respostas

O chefe da ONU diz que existem “enormes desafios”, como atender às necessidades básicas das populações, e combater o risco de epidemias e o impacto alimentar devido à perda das colheitas.

Guterres lembrou que Fundo Central das Nações Unidas de Resposta a Emergências já disponibilizou um total de US$ 24 milhões e “as Nações Unidas e os seus parceiros humanitários mobilizaram-se, desde a primeira hora.”

Segundo ele, as Nações Unidas “apoiaram, no terreno, os esforços do governo moçambicano, contribuindo para a coordenação do apoio internacional, distribuindo alimentos, água potável e medicamentos e disponibilizando abrigo aos desalojados.”Para Guterres, “o apoio humanitário de emergência dará, progressivamente, lugar a um apoio à reconstrução e aos esforços do governo local de desenvolvimento do país.”

Ele terminou dizendo: “as Nações Unidas não se esquecerão de Moçambique.”

Ajuda brasileira

O contingente brasileiro da Força Nacional de Segurança Pública, que se encontra em Moçambique, em trabalho de assistência humanitária na cidade de Beira e nas regiões atingidas pelos ciclones Idai e Kenneth, teve a sua permanência prorrogada até o dia 7 de junho.

A prorrogação atende a manifestação feita pelo Ministério das Relações Exteriores. Os 24 bombeiros brasileiros que estão agora em Moçambique chegaram para render o efetivo que estava no país desde o início de abril, trabalhando na missão de ajuda humanitária, após a passagem do ciclone Idai, no dia 14 de março.

Além dos bombeiros, o governo brasileiro enviou, no âmbito do Grupo de Trabalho Interministerial sobre Assistência Humanitária Internacional, coordenado pelo Ministério das Relações Exteriores, dois aviões de transporte Hércules C-130, da Força Aérea Brasileira (FAB), com ajuda humanitária para Moçambique.

Na esteira do ciclone Kenneth, ocorrido na última quinta-feira, 25, mais uma pessoa morreu neste domingo, 28, ao norte de Moçambique. Cerca de 160.000 pessoas estão em risco, com previsão de chuvas torrenciais para os próximos dias. Autoridades afirmaram que pelo menos cinco pessoas morreram já na noite de quinta.

"Ajudem-nos, estamos perdendo tudo!", gritavam os moradores da cidade de Pemba aos carros que passavam, enquanto as águas jorravam pelas frestas das casas. Mulheres e crianças com baldes e panelas lutavam contra a enxurrada, em vão.

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O empobrecido país do sul da África ainda se recupera do poderoso ciclone Idai que o atingiu no mês passado. Mais de 1.000 pessoas morreram em Moçambique, Zimbábue e Malaui.

"É uma terrível sensação de déjà vu", disse Nicholas Finney, líder da equipe de resposta do grupo Save the Children. Kenneth chegou apenas seis semanas depois do ciclone ter invadido o centro de Moçambique e ter matado mais de 600 pessoas.

O governo estima que mais de 160 mil pessoas foram afetadas na região predominantemente rural, muitas delas estão desabrigadas e famintas. Mais de 35.000 casas no norte de Moçambique e Cabo Delgado foram parcial ou totalmente destruídas pela tempestade e mais de 23 mil pessoas foram deslocadas para abrigos.

"Nunca vi chuvas tão fortes na minha vida", disse Michael Fernando, um morador de Pemba, de 35 anos.

Para as próximas 24 horas, a previsão é de até 100 milímetros de chuva para algumas regiões, de acordo com o instituto meteorológico de Moçambique. Esta é a primeira vez que se tem notícia de dois ciclones em uma temporada, o que levanta preocupações sobre as mudanças climáticas.

"Continuaremos nos movendo até chegarmos a algum lugar seguro", disse um homem, enquanto fugia ao lado de outras pessoas, carregando seus pertences em sacos plásticos. "Será que essa água nos dará um tempo?", perguntou outro. "No momento em que tentamos fazer alguma coisa com nossas vidas, tudo começa de novo", disse.

Resgate

Trabalhadores humanitários tentam chegar às comunidades que foram duramente atingidas fora de Pemba, neste domingo, 28, mas as condições climáticas os impede. "Helicópteros não podem voar, vários voos foram cancelados e os trabalhadores humanitários não conseguem chegar aos locais afetados", disse Finney à Associated Press.

Ele descreveu como "devastação total" em um trecho de 60 quilômetros de costa e ilhas próximas do país, que enfrenta uma das maiores taxas de pobreza do mundo.

Apenas seis semanas após o ciclone Idai ter devastado parte da costa de Moçambique, o país banhado pelo Oceano Índico é novamente afetado por um fenômeno meteorológico. O ciclone Kenneth atingiu o norte de Moçambique nessa quinta-feira (25) e colocou o país em "alerta vermelho".

O ciclone Kenneth atingiu o Continente Africano com rajadas de 270 km por hora e ventos máximos contínuos de até 220 km/h, informou o Centro da Junta de Aviso de Tufão (JTWC, um órgão americano de informações meteorológicas), depois de ter passado pelas ilhas Comores, onde três pessoas morreram.

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O ciclone tem força equivalente a um furacão de categoria 4 na escala Saffir-Simpson, de acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), que acompanha a tempestade. Os especialistas acrescentaram que "esta é a primeira [e mais forte] tempestade com força de furacão" a atingir a região. Ciclones dessa magnitude são raros no local, e não há registros de dois em tão curto espaço de tempo.

Kenneth resultará, nos próximos dez dias, no dobro de chuvas das que foram originadas pelo ciclone Idai, segundo o porta-voz do Programa Mundial de Alimentos da ONU (PMA), Herve Verhoosel. "Estima-se registrar até 600 milímetros de chuvas, o dobro do mesmo período após a passagem do ciclone Idai, no mês passado", disse Verhoosel.

Informações preliminares indicaram ao menos uma pessoa morta na cidade de Pemba, no norte de Moçambique, devido à queda de um coqueiro pelos fortes ventos. O relato de uma segunda vítima, também na província de Cabo Delgado, não foi confirmado. A falta de energia e dificuldades na comunicação tem dificultado a análise da situação.

Relatos locais apontam para elevados estragos na região, com casas precárias destruídas, levadas pelo vento forte e chuva intensa, e com famílias ao relento no arquipélago das Quirimbas, especialmente na Ilha do Ibo, e ainda nos distritos continentais de Quissanga, Mucojo, junto à costa, e Macomia, um pouco mais para o interior do país.

As Nações Unidas alertaram que, embora o ciclone tenha perdido intensidade, ele continua provocando fortes chuvas, e persiste elevado risco de enchentes e deslizamentos de terra no extremo norte de Moçambique.

"O ciclone Kenneth pode exigir grande operação humanitária paralelamente à resposta em curso ao ciclone Idai", afirmou o Escritório das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários (Ocha).

Autoridades alertaram que vários rios, bem como cursos de águas costeiras, podem transbordar e colocar centenas de milhares de pessoas em risco. A diretora do Instituto Nacional de Gestão de Desastres de Moçambique (INGC), Augusta Maita, afirmou que as ordens de evacuação estavam em vigor na província de Cabo Delgado.

"Todas as medidas serão implementadas para salvar vidas", disse Maita. "Vamos garantir que as pessoas sejam retiradas, mesmo que isso signifique uma evacuação forçada. Temos mais de 36 mil famílias em áreas de risco."

O ciclone Kenneth atingiu a cidade portuária de Pemba, mais ao norte de onde o ciclone Idai atingira Moçambique no início de março. No entanto, autoridades alertaram que os danos causados pelas duas tempestades podem ter impacto cumulativo.

"Estamos especialmente preocupados com o possível impacto do ciclone Kenneth em Moçambique, onde as comunidades ainda estão se recuperando da devastação do Idai", disse Fatoumata Nafo-Traore, diretor regional para a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

Em março, o Idai atingiu Moçambique perto da cidade da Beira, na província de Sofala, e causou centenas de mortes – números oficiais indicam mais de 600, mas estimativas superam as mil vítimas – e deslocou milhares de pessoas. As inundações também levaram a surtos de cólera. O ciclone Idai também atingiu Madagascar, Malawi e Zimbábue. No total, a tempestade matou mais de mil pessoas e afetou mais de 3 milhões.

*Com informações da Deutsche Welle (agência pública da Alemanha)

Autoridades de Moçambique anunciaram, nesta terça-feira (2), que o número de mortes mortes provocadas pelo Ciclone Idai e as cheias que se seguiram no centro do país chegam a 598.

O novo balanço foi divulgado pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) e acrescenta 80 mortes ao relatório divulgado ontem.

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O número de famílias afetadas pelo desastre também subiu para 195.287, assim como o número de pessoas atingidas: de 843.729 para 967.014, segundo dados do boletim do INGC. Em relação ao número de feridos, foram mantidos os 1.641 divulgados no balanço anterior.

Na semana passada, o governo anunciou o fim das operações de salvamento e resgate. O foco agora é a ajuda humanitária. Atualmente, mais de 32 mil famílias recebem assistência do governo e de organizações nacionais e internacionais .

Nos 136 abrigos em funcionamento estão acomodadas 131.136 pessoas e o número daqueles que são considerados vulneráveis é de 7.422, o que inclui os que perderam as casas, precisam de alimentos ou de algum tipo de assistência. 

As autoridades atualizaram também o número de casas totalmente destruídas, que chega a 62.153 (59.910 no último balanço), parcialmente destruídas (34.139, 33.925 segundo os dados anteriores) e 15.784 inundadas, sendo que a maioria é formada por habitações de construção precária.

*Com informações da Deutsche Welle (agência pública da Alemanha)

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