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O velório do ex-deputado e presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro por seis mandatos, Jorge Picciani, está marcado para a manhã deste sábado, 15, no saguão Getúlio Vargas, entrada principal do Palácio Tiradentes, sede da Alerj.

Picciani morreu na madrugada de sexta-feira, 14, em um hospital de São Paulo, vítima de câncer na bexiga, contra o qual lutava há alguns anos. A cerimônia de despedida na Casa terá a duração de aproximadamente duas horas, e em seguida o corpo será trasladado para o cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na zona oeste, onde haverá cremação restrita à família

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Picciani foi um dos principais líderes do MDB no Rio e teve problemas com a Justiça nos últimos anos. Em 2019, foi condenado pelo Tribunal Regional Federal da 2ª região, por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa a 21 anos de prisão em regime fechado. Também foi condenado ao pagamento de multa de R$ 11 milhões.

Ele tinha sido preso quando ainda estava na presidência da Assembleia, em 2017, na operação Cadeia Velha, desdobramento da Lava Jato. Atualmente, Picciani cumpria prisão domiciliar.

Picciani foi eleito deputado estadual pelo Rio pela primeira vez em 1990 e então foi eleito mais cinco vezes. Foi presidente da Alerj de 2003 a 2010 e de 2015 a 2017. Em 2010, tentou se eleger senador e não conseguiu.

O ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) Jorge Picciani morreu nesta sexta-feira, 14, aos 66 anos. Ele estava internado no hospital Vila Nova Star, da Rede D'Or, em São Paulo, onde fazia o tratamento de um câncer. Ele anunciou ter a doença em 2017. O hospital ainda não havia se manifestado até a publicação desta matéria.

A Alerj, em nota, avisou que foi informada oficialmente do falecimento no início da manhã pela família de Picciani. O presidente da Casa, André Ceciliano, ofereceu as instalações do Salão Getúlio Vargas para o velório, que deve acontecer no inicio da noite desta sexta-feira. A Casa irá decretar luto oficial de três dias.

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Jorge Picciani foi um dos principais líderes do MDB no Rio e teve problemas com a Justiça nos últimos anos. Em 2019, foi condenado pelo Tribunal Regional Federal da 2ª região (TRF-2), por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa a 21 anos de prisão em regime fechado. Também foi condenado ao pagamento de multa de R$ 11 milhões.

Ele tinha sido preso quando ainda estava na presidência da Assembleia, em 2017, na operação Cadeia Velha, desdobramento da Lava Jato. Atualmente, Picciani cumpria prisão domiciliar.

Jorge Picciani foi eleito deputado estadual pelo Rio pela primeira vez em 1990 e então foi eleito mais cinco vezes. Foi presidente da Alerj de 2003 a 2010 e de 2015 a 2017. Em 2010, tentou se eleger senador, mas não conseguiu.

As ações de corrupção nos cargos públicos estão cada vez mais na mira de investigações policiais e vai e vem um ex-chefe de alguma instância dos poderes Executivo ou Legislativo no Brasil é preso. Até hoje, para se ter uma ideia, sete ex-presidentes do país já foram detidos, mas apenas dois deles foram por crimes comuns - Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Michel Temer (MDB).

Os demais - Hermes da Fonseca, no começo do século 20, depois, Washington Luís e Arthur Bernardes, nos anos de 1930, Café Filho, na década de 1950, e Juscelino Kubitschek, durante a ditadura militar - foram por motivação política.

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Os crimes comuns são as motivações que baseiam, inclusive, a operação Lava Jato - que ganhou notoriedade no mundo por investigar o maior escândalo de corrupção já vivenciado no Brasil.

Lula e Temer foram enquadrados pela Lava Jato. O petista está preso desde 7 de abril de 2017, para o cumprimento da pena de 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O ex-presidente também já foi condenado a mais 12 anos, pelos mesmos crimes. As duas condenações apontam que Lula recebeu propinas em troca de apoios à construtoras.

Já Temer, passou quatro dias na prisão em março deste ano, após ser apontado como “líder” de uma organização criminosa dentro do MDB, partido que faz parte.

A lista de prisões vai além dos presidentes da República. A Câmara dos Deputados, por exemplo, tem três ex-presidentes que já foram ou ainda estão no popular xilindró. O ex-deputado João Paulo Cunha (PT), que comandou a Casa de 2003 a 2005, foi preso no caso do Mensalão e condenado a  6 anos e 4 meses por corrupção passiva e peculato em 2014. Ele, contudo, teve a pena perdoada e já está solto.

Líder administrativo da Câmara Federal de 2013 e 2015, Henrique Eduardo Alves (MDB), foi preso em junho de 2017 por suspeita de fraude na construção da Arena Dunas, em Natal, no Rio Grande do Norte. Atualmente ele responde ao processo em liberdade, mas ficou mais de um ano detido.

O terceiro ex-presidente e dono do caso que ganhou maior repercussão foi o de Eduardo Cunha (MDB), líder do processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Cunha está preso desde outubro de 2016, inicialmente por obstruir as investigações da Lava Jato, e já teve, no mínimo, quatro mandados de prisão expedidos contra ele. O emedebista já foi condenado a 39 anos e quatro meses de cadeia por, entre outros crimes, lavagem de dinheiro e corrupção ativa.

Já do Senado não há histórico recente de prisões de ex-presidentes.

Nos Estados

Tratando das prisões nos Estados, o Rio de Janeiro lidera o ranking dos ex-governadores presos. Já foram cinco nos últimos três anos.  A lista inclui Sérgio Cabral, Luiz Fernando Pezão, Anthony Garotinho, Rosinha Garotinho e Moreira Franco.

Moreira Franco foi o mais recente, preso pela Lava Jato no mesmo dia do ex-presidente Michel Temer, acusado de articular o pagamento de propina, no valor de R$ 1 milhão, à Engevix em obras relativas à usina nuclear Angra 3. Os dois passaram quatro dias na cadeia e foram liberados.

Já Luiz Fernando Pezão foi preso em 2018, ainda no exercício do mandato. Ele é acusado de manter o esquema de corrupção iniciado por Sérgio Cabral, que está preso desde novembro de 2016.

Cabral já foi denunciado pela 29ª vez pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. E somando as penas, precisa cumprir cerca de 200 anos de prisão.

Enquanto o casal Anthony e Rosinha Garotinho são acusados de corrupção, concussão, participação em organização criminosa e falsidade na prestação das contas eleitorais. Anthony foi preso três vezes: novembro de 2016, setembro e novembro de 2017. Já Rosinha foi presa em 2017. O casal recorreu e responde ao processo em liberdade.

Outros Estados também tiveram prisões de governadores ou ex-governadores. No Distrito Federal, Agnelo Queiroz  e José Roberto Arruda presos em maio de 2017 por fraudes em licitação. Arruda, inclusive, chegou a ser preso antes, ainda no exercício do mandato, em 2010, por obstrução de justiça.  

No Mato Grosso do Sul, o ex-governador André Puccinelli (PMDB), foi preso em novembro de 2017 e em julho de 2018. Já no Mato Grosso, o ex-governador Silval Barbosa (MDB), foi preso em 2015 acusado de liderar uma organização criminosa. Ele confessou o desvio de dinheiro público e fez delação premiada. Atualmente cumpre prisão em regime semiaberto.

A lista dos detidos e condenados também é composta pelo ex-governador do Rio Grande do Norte, Fernando Freire. Ele foi preso em julho de 2015. De lá para cá, acumula condenações que somam 78 anos de prisão. Além dele, o ex-governador de Tocantins, Sandoval Cardoso (SD), também foi preso em outubro de 2016.

Veja a lista completa dos chefes dos Poderes presos por crimes comuns:

Presidentes da República

- Luiz Inácio Lula da Silva

- Michel Temer

Câmara dos Deputados

- João Paulo Cunha

- Henrique Eduardo Alves

- Eduardo Cunha

Governadores

Rio de Janeiro - Sérgio Cabral, Luiz Fernando Pezão, Anthony Garotinho, Rosinha Garotinho e Moreira Franco

Distrito Federal - Agnelo Queiroz  e José Roberto Arruda

Mato Grosso do Sul - André Puccinelli

Mato Grosso - Silval Barbosa

Rio Grande do Norte - Fernando Freire

Tocantins - Sandoval Cardoso

Assembleias Legislativas

Rio de Janeiro - Jorge Picciani e Paulo Melo

Espírito Santo - José Carlos Gratz

Rondônia - Natanael José da Silva

São Paulo - Leonel Julio

*Fotos Agência Brasil

O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) reúne-se na tarde desta sexta-feira (23), para discutir o pedido de cassação de dez deputados estaduais presos nas operações Cadeia Velha,em 2017, e Furna da Onça. As duas operações são desmembramentos da Lava Jato.

O pedido foi protocolado pela bancada do Psol, que solicitou a perda do mandato dos parlamentares, que são acusados pelo Ministério Público Federal de receber propina para atender aos interesses da quadrilha chefiada pelo ex-governador do Rio, Sérgio Cabral.

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Se de fato ocorrer, a sessão será a primeira realizada pelo Conselho de Ética da Alerj para debater o tema, mais de um ano após a prisão dos primeiros deputados estaduais envolvidos na Lava Jato.

Em 14 de novembro de 2017, o então presidente da Alerj, Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do MDB, foram presos na Operação Cadeia Velha.

Já no dia 8 de novembro deste ano, os parlamentares André Correa (DEM), Chiquinho da Mangueira (PSC), Coronel Jairo (Solidariedade), Luiz Martins (PDT), Marcus Vinícius Neskau (PTB), Marcelo Simão (PP) e Marcos Abrahão (Avante) foram presos na Operação Furna da Onça. A ação também teve novos mandados de prisão para os deputados Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi.

A Polícia do Rio de Janeiro estaria investigando três políticos do partido MDB, o mesmo do presidente Michel Temer, que estariam envolvidos nos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, crime cometido em março, no Rio de Janeiro.

De acordo com uma reportagem da revista "Veja", os políticos seriam os deputados da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj) Jorge Picciani, Edson Albertassi e Paulo Melo. Todos eles estão presos desde o ano passado, acusados de envolvimento com a máfia de empresários de ônibus.

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A revista ouviu o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que confirmou a informação e contou que participara de uma reunião no Ministério Público Federal com procuradores para analisar uma possível conexão entre os assassinatos e os políticos do MDB. O crime poderia ter sido uma tentativa de atingir Freixo, responsável pelo ingresso de Marielle na política, e a quem chamava de "filha".

Freixo, que atuou na CPI das Milícias, já sofreu várias ameaças de morte e anda em carros blindados, protegidos por policiais militares, há 10 anos. Oficialmente, a Polícia Civil evita comentar o caso e alega que a investigação corre sob sigilo. Marielle foi morta com vários tiros na cabeça, dentro de um carro, no Rio de Janeiro, em 14 de março.

Da Ansa

Com três ex-governadores presos, investigações de escândalos de corrupção em andamento e uma crise financeira intensa, o Rio de Janeiro tem hoje uma das conjunturas políticas mais delicadas do país, além do combate ao crime organizado. Em entrevista recente ao LeiaJá, durante passagem pelo Recife no fim de semana, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) disse que a maior organização criminosa do estado não está entre as facções instaladas nas favelas, mas “é o governo”. Segundo ele, os grupos que foram liderados por Sérgio Cabral (PMDB) e Anthony Garotinho (PR) trouxeram consequências para a população fluminense.  

“O Rio de Janeiro tem três ex-governadores, o presidente da Assembleia Legislativa [Alerj] e o líder de governo presos. É um negócio inacreditável. Você tem o Ministério Público Federal dizendo que o PMDB do Rio de Janeiro era uma organização criminosa. Estão presos por evasão de riquezas, propina, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e organização criminosa. Qual era a organização criminosa que juntava Cabral, Picciani, Paulo Melo? O governo. A maior organização criminosa nos últimos anos não foi uma facção, foi o governo”, observou Freixo, que é líder da oposição na Alerj. 

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“Isso tem consequências muito reais na vida das pessoas e provocou na população uma capacidade muito grande de falar de política. Ando nas ruas e há uma opinião pública popular muito forte, o pessoal fala de política, sabe quem foi o deputado que votou, por exemplo, a favor da soltura do presidente Jorge Picciani. Isso pode gerar alguma coisa positiva”, complementou.

Os deputados Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi [líder do governo na Casa], todos do PMDB, foram presos na Operação Cadeia Velha, um desdobramento da Lava Jato, no último dia 16. Depois disso, um grupo de parlamentares, incluindo Freixo, entraram com o pedido de cassação do mandato dos peemedebistas. Indagado se acreditava na aprovação das solicitações, depois do início de uma maior discussão popular sobre o quadro político, ele disse que era imprevisível. 

“Um protege o outro do futuro. É muito difícil esta previsão, apesar de ter uma opinião pública muito forte”, salientou, lembrando que antes da operação Cadeia Velha estourar, houve uma indicação de Edson Albertassi para assumir uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE), mas a considerada “manobra protetiva” foi negado pela Justiça. 

“Quando eu olhei aqui falei, epa, que movimento é esse? Aí fui para o Plenário, costumo dizer que atirei no que vi e acertei em muita coisa do que não vi, fiz uma fala muito dura contra esta indicação do líder do governo para o TCE e o fiz a base que eu sabia, quando acabei de fazer esta fala comecei a ser procurado por setores do próprio Poder Judiciário. Na verdade, certamente houve o vazamento da operação Lava Jato e alguém queria deslocar a investigação. Entrei com um recurso na Justiça para que ele não fosse nomeado e ganhei. Dias depois foi preso”, pontuou Marcelo Freixo.

Picciani, Melo, Albertassi foram presos por suspeitas de terem recebido propinas de empresas de ônibus e de lavar o dinheiro. No último dia 17, a Alerj reverteu a decisão judicial e votou a favor da soltura dos três. Entretanto, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) entendeu, no último dia 21, que a Casa Legislativa não teria o poder de decidir pela soltura e determinou o retorno dos três à prisão, bem como o bloqueio de R$ 270 milhões, em dinheiro e bens, equivalentes ao que teriam recebido para favorecer as empresas em contratos públicos.

Os três parlamentares, que entraram com pedido de licença até fevereiro, recorreram então ao STJ, cujo relator negou nesta terça-feira (28) a liminar pela soltura. A Alerj está sendo presidida interinamente pelo vice-presidente da Casa, Wagner Montes (PRB).

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O ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou um pedido de liminar para libertar os deputados estaduais Jorge Picciani (PMDB) e Paulo Melo (PMDB) , respectivamente presidente licenciado e ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), fazendo com que os dois permaneçam presos.

Ao negar a liminar, Fischer entendeu não haver urgência para a libertação dos dois, presos preventivamente na Operação Cadeia Velha. Os habeas corpus de ambos devem agora ser enviados para manifestação do Ministério Público Federal (MPF), para serem julgados em seguida pela Quinta Turma do STJ, possivelmente em dezembro.

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Picciani, Melo e o também deputado estadual Edson Albertassi (PMDB) foram presos preventivamente no último dia 16, sob a suspeita de terem recebido propinas de empresas de ônibus e de lavar o dinheiro. No dia seguinte, a Alerj reverteu a decisão judicial e votou a favor da soltura dos três.

Após a votação da Alerj, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) entendeu, no último dia 21, que a Casa Legislativa não teria o poder de decidir pela soltura e determinou o retorno dos três à prisão, bem como o bloqueio de R$ 270 milhões, em dinheiro e bens, equivalentes ao que teriam recebido para favorecer as empresas em contratos públicos.

Os três parlamentares, que entraram com pedido de licença até fevereiro, recorreram então ao STJ, cujo relator negou nesta terça-feira (28) a liminar pela soltura.

 A Agência Brasil aguarda resposta da defesa de Jorge Picciani, e ainda não conseguiu contato com os advogados de defesa de Paulo Melo.

A defesa do presidente licenciado da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge Picciani (PMDB), entrou com um pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os advogados alegam que o restabelecimento da ordem de custódia do peemedebista "representou incontornável ilegalidade e invencível abuso de poder".

Picciani foi preso na Operação Cadeia Velha, pela primeira vez, em 16 de novembro por ordem do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF2). Após votação da Assembleia, no dia seguinte, o velho cacique da política fluminense e outros dois deputados estaduais do PMDB, Paulo Melo e Edson Albertassi, foram soltos.

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Na terça-feira, 21, a Corte Federal mandou prender todos os três parlamentares novamente. Eles estão sob suspeita de recebimento de propinas milionárias de empresários do setor de transporte público do Rio.

Os três ocupam celas na cadeia pública de Benfica, na zona norte do Rio, na companhia de um antigo conhecido, o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), este aprisionado há bem mais tempo, desde novembro de 2016, alvo da Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato.

Os advogados Nélio Machado, João Francisco Neto, Guido Perola, Gabriel Machado, Raphael Diniz Franco, Paula Monteiro Barioni e Thiago de Almeida Gueiros, do escritório Nélio Machado Advogados, afirmam que "jamais se poderia ter determinado a prisão preventiva" do presidente da Assembleia.

"Nunca se poderia efetivar o encarceramento do paciente (Picciani) sem a chancela da Casa Legislativa competente", sustentam os defensores no pedido de habeas.

"A rigor, a afronta à Constituição da República e o vilipêndio à Constituição do Estado do Rio de Janeiro são indisfarçáveis, nada justificando a prisão preventiva, proibida pela Lei Maior, em se tratando de detentor de mandato eletivo, em qualquer Casa Legislativa, seja da União, seja dos Estados ou Distrito Federal."

O documento cita decisões do ministro Felix Fischer, do STJ, e dos ministros Celso de Mello, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.

Os advogados apontam para a decisão de Felix Fischer sobre a prisão preventiva do deputado distrital José Edmar Castro Cordeiro. O ministro anotou, na ocasião: "No que tange à prisão preventiva, o pedido liminar comporta deferimento. A teor da orientação do c. Supremo Tribunal Federal, os parlamentares apenas poderão ser submetidos à prisão provisória ou cautelar na hipótese de situação de flagrância de crime inafiançável. Com efeito, por ora, afigura-se inviável a decretação do encarceramento preventivo do ora paciente, que à época de expedição do decreto prisional encontrava-se no exercício da atividade parlamentar."

O documento protocolado no STJ também cita o ministro Alexandre de Moraes, que em decisão afirmou: "Neste passo, a garantia pátria, consagrada constitucionalmente, difere de suas origens históricas, por sua maior abrangência, pois a imunidade formal abrange prisão penal e a civil, impedindo sua decretação e execução em relação ao parlamentar, que não pode sofrer nenhum ato de privação de liberdade, exceto o flagrante de crime inafiançável. Assim, mesmo a prisão civil do parlamentar, nas hipóteses constitucionalmente permitidas do devedor de alimentos e do depositário infiel, para compeli-lo à restituição dos objetos ou à satisfação dos alimentos, não poderá ser decretada."

O deputado estadual Jorge Picciani (PMDB/RJ) entra a partir da próxima terça-feira (21) em licença não remunerada, mas mantém o foro privilegiado mesmo afastado de suas funções, ressaltou a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), em nota oficial, publicada neste domingo (19).

Presidente da Alerj, Picciani informou que se licenciará de suas atividades parlamentares a partir de terça, quando o legislativo retoma as atividades após o feriado prolongado, com o objetivo de se dedicar à sua defesa na Justiça, retornando ao cargo apenas no ano que vem.

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Picciani é um dos investigados na Operação Cadeia Velha, etapa da Lava Jato sob coordenação do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF) no Rio, junto com os também deputados Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB. Eles são acusados de receber propina para favorecer empresas do setor de construtoras e concessionárias de transporte público, em troca de decisões favoráveis no legislativo fluminense.

O Estado, que vive uma grave crise fiscal, teria deixado de receber R$ 183 bilhões em decorrência de benefícios fiscais em favor de empresas envolvidas no esquema de corrupção existente desde os anos 90, segundo o MPF.

O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) mandou bloquear R$ 271 milhões dos três parlamentares e de mais 10 pessoas e 34 empresas que formariam um conluio com empresários.

A operação foi deflagrada na terça-feira, quando Picciani, Melo e Albertassi foram conduzidos coercitivamente para prestar depoimento.

Na quinta-feira, o colegiado de desembargadores da 1ª Seção Especial do TRF-2 acatou o pedido de prisão preventiva e de afastamento dos cargos dos deputados. Mas os três passaram apenas 24 horas na cadeia, até serem liberados por decisão da própria Alerj, em votação de deputados na última sexta-feira.

Segundo nota oficial publicada neste domingo no site da Alerj, Picciani só deve retornar às atividades parlamentares em fevereiro de 2018, após o recesso de janeiro.

"A razão imediata é o fato de querer se dedicar à sua defesa e à do filho, que permanece preso, e à sobrevivência da empresa de 33 anos da família. A empresa teve a conta bloqueada pela Justiça - apesar de ter que arcar com gastos fixos como salário de funcionários, impostos, veterinários e alimentação dos animais. Sobre os movimentos em curso para que ele e os deputados Paulo Melo e Edson Albertassi sejam afastados do cargo, Picciani disse que aguarda a decisão com serenidade e, se for o caso, vai recorrer", diz o comunicado.

A licença de Picciani não será remunerada, conforme o previsto na Constituição Federal, afirma a nota oficial. O Regimento Interno da Alerj determina que o prazo máximo para a licença contínua é de 120 dias.

Passado esse período, a vaga de deputado deve ser ocupada pelo suplente. O comunicado ressalta, porém, que, embora o deputado fique afastado das suas funções parlamentares durante o período de licença, são mantidas todas as prerrogativas de foro privilegiado.

O comunicado cita o artigo 53, inciso 2° da Constituição, que diz que "os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão".

Na ausência de Picciani, a Alerj aponta que seus substitutos são o 1º vice-presidente, Wagner Montes (PRB); o 2º vice-presidente, André Ceciliano (PT); 3º vice-presidente, Jânio Mendes (PDT); 4º vice-presidente, Marcus Vinícius (PTB).

O Ministério Público (MP) do Rio entrou com uma ação na Justiça para anular a sessão da Alerj que determinou a soltura de Picciani, Melo e Albertassi. Na mesma ação, o MP pede que seja realizada nova sessão, devido ao fechamento das galerias da Alerj durante a votação.

Segundo o MP, o presidente em exercício da Assembleia, Wagner Montes (PRB/RJ), e a mesa diretora da Casa desrespeitaram os "princípios mais basilares do Estado Democrático de Direito" ao impedir o acesso do público ao Palácio Tiradentes, sede do legislativo estadual, para acompanhar a sessão. A informação foi revelada pelo jornal O Globo e confirmada pelo Broadcast.

No pedido, o MP destaca ainda que a Alerj não obedeceu decisão da juíza Ana Cecilia Argueso Gomes de Almeida, da 6ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que determinou na tarde de sexta a liberação das galerias para o público. Na ocasião, a oficial de Justiça que levava a liminar chegou a ser impedida de entrar na Alerj pela polícia e só conseguiu chegar ao plenário no fim da votação por interferência de alguns deputados que interromperam a sessão.

Segundo a peça do MP, a ordem judicial "não foi obedecida em claro menosprezo aos princípios da transparência e da publicidade", o que, de acordo com o subprocurador-geral de Justiça de Assuntos Cíveis e Institucionais, Sérgio Roberto Ulhôa Pimentel, e o promotor Carlos Bernardo Alves Aarão Reis, que assinam o documento, atesta que "não há qualquer dúvida de que os atos praticados pelo presidente em exercício da Assembleia são arbitrários e ilegais".

O Ministério Público Federal na 2ª Região, apontou propina de R$ 58,58 milhões ao presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani (PMDB), entre 15 de julho de 2010 e 14 de julho de 2015. Deste montante, o peemedebista identificado como "Platina" ou "Satélite" levou R$ 49,96 milhões a mando da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) e R$ 8,62 milhões a mando do ex-governador do Estado Sérgio Cabral (PMDB).

Jorge Picciani foi levado a depor na Operação Cadeia Velha, desdobramento da Lava Jato, nesta terça-feira, 14. Seu filho Felipe Picciani foi preso pela Polícia Federal. Ele é irmão de Leonardo Picciani, ministro dos Esportes do Governo Michel Temer (PMDB).

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O operador financeiro e delator da Lava Jato Álvaro Novis relatou que "os pagamentos efetuados a mando da Fetranspor para Picciani iniciaram na década de 90 e perduraram até a véspera da Operação Xepa da Lava Jato, em 2016, mas que só possuía parte das planilhas de pagamentos feitos a Jorge Picciani".

Segundo o delator, o presidente da Fetranspor José Carlos Lavoura "lhe disse que o parlamentar recebia o valor total a ser distribuído entre os deputados da Alerj por ser o presidente do órgão". "As entregas para Jorge Picciani, a mando de José Carlos Lavoura, foram feitas, na maior parte das vezes a Jorge Luiz Ribeiro, por meio da Transexpert, que usava veículos normais blindados. Jorge Luiz quando solicitava a entrega do dinheiro dizia para procurarem Manoel, codinome usado por ele", relata a Procuradoria.

Também são investigados na Cadeia Velha os deputados Paulo Melo e Edson Albertassi, ambos do PMDB, e outros dez investigados por corrupção e outros crimes envolvendo a Assembleia. A pedido do Núcleo Criminal de Combate à Corrupção (NCCC) do Ministério Público Federal na 2ª Região, o desembargador federal Abel Gomes, relator dos processos da força-tarefa da Lava Jato, no Rio, no Tribunal Regional Federal da 2ª Região, ordenou as conduções coercitivas dos parlamentares, seis prisões preventivas e quatro temporárias e buscas e apreensões nos endereços de 14 pessoas físicas e sete pessoas jurídicas. A condução coercitiva dos deputados foi ordenada como alternativa inicial à prisão deles.

Defesas

Jorge Picciani se manifestou sobre a ação da PF. "O que aconteceu hoje com meu filho é uma covardia feita para atingir tão somente a mim. Felipe é um zootecnista, bom pai, bom filho, bom amigo, que trabalha de sol a sol e não tem atuação política. Todos que o conhecem o respeitam e sabem do seu caráter e correção", escreveu.

"Nossa família atua há 33 anos no ramo da pecuária, onde ingressei antes de me eleger deputado. Com trabalho duro, nos transformamos numa das principais referências em alta genética do País. Trinta e três anos não são trinta e três dias. (...) "Em toda a minha carreira jamais recebi qualquer vantagem em troca de favores. A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro não atua a serviço de grupos de interesse, NÃO INTERFERE em aumento de tarifas (que é autorizado pela Agetransp) E NÃO VOTOU ISENÇÃO DE IPVA PARA ÔNIBUS, porque isso foi feito por decreto pelo ex-governador (decreto 44.568 de 17/01/2014), quando eu nem sequer tinha mandato. São portanto falsas as acusações divulgadas." (...) "Não tenho nem nunca tive conta no exterior. Não conheço Álvaro Novis, nunca o vi, nem sei onde fica seu escritório. Tampouco conheço seus funcionários."

"Meu patrimônio é absolutamente compatível com a renda oriunda das minhas atividades empresariais e isso já foi comprovado em investigação que durou dois anos e foi devidamente arquivada, em 2006, pela unanimidade - repito, pela unanimidade - dos votos do Conselho Superior do Ministério Público Estadual."

"O tempo vai se encarregar de desmascarar essa covardia em curso. A tentativa de me envolver não pode ser maior que os fatos", finaliza Jorge Picciani.

A defesa de Jacob Barata Filho não teve acesso ao teor da decisão que originou a operação de hoje da Policia Federal e, por isso, não tem condições de se manifestar a respeito. A defesa pedirá o restabelecimento das medidas que foram ordenadas pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, que já decidiu que a prisão preventiva do empresário é descabida e pode ser substituída por medidas cautelares, que vêm sendo fielmente cumpridas desde então.

A reportagem está tentando contato com todos os citados. O espaço está aberto para as manifestações.

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) presenciou, na manhã desta terça-feira (14), a condução coercitiva da Polícia Federal contra o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani (PMDB). Ele estava sendo levado para a sala da polícia no Aeroporto Santos Dumont e Bolsonaro, que estava no local para embarcar para o Espírito Santo, defendeu que "a corrupção seja combatida com radicalismo". 

"Esperamos que a Polícia Federal continue fazendo este grande trabalho. A corrupção tem que ser combatida com radicalismo mesmo", declarou, em vídeo publicado no Twitter. 

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O peemedebista e seu filho, o empresário Felipe Picciani, são alvos da Operação Cadeia Velha, desdobramento da Lava Jato, deflagrada nesta terça. Felipe foi preso. Segundo a PF, os presos na operação de hoje são investigados pelos crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro. 

O empresário Felipe Picciani, filho do presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge Picciani (PMDB), foi preso nesta terça-feira (14). O pai foi levado para depor. Ambos são alvos da Operação Cadeia Velha, desdobramento da Lava Jato

A ação mira ainda os deputados estaduais Paulo Melo (PMDB) e Edson Albertassi (PMDB) e outras dez pessoas por corrupção e outros crimes envolvendo a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

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Os pedidos são da segunda instância da Procuradoria da República. Há ordem para buscas no gabinete de Jorge Picciani. Também estão na mira da operação o empresário Jacob Barata Filho, o "Rei do Ônibus", e o ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor) Lélis Teixeira.

A PF informa que são investigados os crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Foram encontradas conexões entre as Operações Saqueador, Calicute, Eficiência, Quinto do Ouro e Ponto Final já deflagradas pela PF anteriormente.

Defesas

A defesa de Jacob Barata Filho não teve acesso ao teor da decisão que originou a operação de hoje da Policia Federal e, por isso, não tem condições de se manifestar a respeito. A defesa pedirá o restabelecimento das medidas que foram ordenadas pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, que já decidiu que a prisão preventiva do empresário é descabida e pode ser substituída por medidas cautelares, que vêm sendo fielmente cumpridas desde então. A reportagem está tentando contato com todos os citados. O espaço está aberto para manifestações.

Em 2014, o PMDB nacional apoiou a reeleição da presidente Dilma Rousseff, mas sua seção fluminense, que lançara Luiz Fernando Pezão ao governo, sustentou a candidatura de Aécio Neves (PSDB). Nenhum cacique da legenda questionou publicamente esse movimento. O motivo era seu líder: o presidente do PMDB do Rio, Jorge Picciani.

Veterano da política fluminense, ele era um aliado que, mesmo temporariamente sem mandato, dominava a legenda no Estado e se mantinha forte na Assembleia Legislativa. Foi uma trajetória iniciada nos anos 1990, quando soldou uma aliança com Sérgio Cabral (PMDB), atualmente preso em Bangu, e viu sua carreira decolar. Com ele, dividiu e depois assumiu o controle da Casa, que mantém até hoje, em sintonia com o Executivo.

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Com infância modesta no subúrbio, nascido em Mariópolis e ex-aluno do Colégio Pedro II, Picciani tem 62 anos. Formou-se em contabilidade pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e em estatística pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas. Entrou para a política em 1985, quando se filiou ao PSB e fez campanha para Marcelo Cerqueira para a prefeitura do Rio.

Cerqueira não foi eleito, mas o novato gostou da coisa. Tanto que se elegeu seis vezes deputado estadual, a partir de 1990, e se tornou um dos principais chefes da elite política do Rio. Sem nitidez ideológica, passou pelo PDT no segundo governo Leonel Brizola (1991-1994). Depois foi para o PMDB. Hoje, é uma espécie de primeiro-ministro do Estado.

Cabral

A construção dessa trajetória foi trabalho paciente. Na Alerj desde 1991, Picciani se uniu a Cabral que, de 1995 a 2002, presidiu a Casa. O hoje presidente era primeiro-secretário, uma espécie de administrador político do Legislativo.

A dupla tocou a Assembleia até que Cabral se elegeu senador, em 2002. Picciani então virou presidente, de 2003 a 2010. Foi quando, ao tentar ele mesmo o Senado, perdeu a eleição. Voltou à Casa em 2014, destronou o ex-aliado Paulo Melo da Presidência da Alerj e ficou até hoje.

Nos quase 30 anos após sua primeira eleição, Picciani construiu, além da carreira, um clã com pelo menos dois sucessores políticos. Seu filho mais velho, Leonardo, é ministro do Esporte. Outro, Rafael, é deputado estadual. Um terceiro, Felipe, cuida dos negócios.

Curiosamente, o patriarca alinhou-se com a gestão petista. Ele criticou o processo por abuso de poder econômico movido pelo PSDB contra a chapa Dilma-Temer na Justiça Eleitoral, quando foi iniciado. "Quando a eleição acaba, o resultado tem de ser respeitado", disse.

Riqueza

Picciani também construiu um vistoso patrimônio. Transformou uma pequena fazenda em Rio das Flores (RJ) em um conglomerado pecuário. De 2011 em diante, ampliou seus negócios para a mineração. Os três políticos da família somavam, em 2014, patrimônio de R$ 27,4 milhões, segundo a Justiça Eleitoral. A maior parte refere-se à holding Agrobilara, conhecida como Grupo Monte Verde, do qual Jorge Picciani é presidente.

Em 2003, enfrentou acusações de explorar trabalho escravo na fazenda Agrovas, em Mato Grosso. Negou irregularidades.

A força do presidente da Alerj o transformou em interlocutor dos governos Lula, Dilma e Temer. Durante a gestão Lula, era comum que o então ministro da Casa Civil, José Dirceu, se deslocasse secretamente ao Rio para conversar com ele. No governo Rosinha Garotinho (2003-2006) e no primeiro governo Cabral (2007-2010), Picciani foi um aliado fundamental no Legislativo.

Tem mostrado claramente, no entanto, que sua fidelidade tem um limite: a sobrevivência dele e de seus aliados na política, agora ameaçada pela ação em que foi levado coercitivamente para depor pela Polícia Federal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Policiais federais cumprem nesta quarta-feira (29) um mandado de condução coercitiva contra o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani (PMDB). Também estão sendo cumpridos cinco mandados de prisão contra integrantes do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ), além de bloqueios de bens e valores, em uma operação que recebeu o nome de Quinto da Coroa. No total são mais de 43 mandados, a maioria deles na cidade do Rio de Janeiro, mas também em Duque de Caxias e São João do Meriti.

De acordo com nota da Polícia Federal (PF), os alvos da operação são investigados por fazerem parte de um esquema de pagamentos de vantagens indevidas que pode ter regularmente desviado valores de contratos com órgãos públicos para agentes do Estado, em especial membros do TCE-RJ e da Alerj.

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As investigações da PF indicam que agentes públicos teriam recebido valores indevidos para viabilizar a utilização do fundo especial do TCE-RJ para pagamentos de contratos do ramo alimentício atrasados junto ao Poder Executivo do estado. Esses agentes receberiam uma porcentagem desse valor por contrato faturado.

A Polícia Federal esclareceu que, por se tratar de uma investigação que tem como alvos membros de um Tribunal de Contas Estadual, os trabalhos correm sob a Presidência de um Ministro do Superior Tribunal de Justiça em um Inquérito Judicial.

As informações que embasaram a decisão do Superior Tribunal de Justiça tiveram origem em uma colaboração premiada realizada entre dois investigados na Operação Lava Jato e a Procuradoria Geral da República. Apesar disso, a operação Quinto não é uma nova fase da Lava Jato.

Segundo a Polícia Federal, os agentes estão nas ruas para cumprir os mandados desde às 6h de hoje (29). O nome da operação – Quinto da Coroa – é uma referência a um imposto cobrado por Portugal dos mineradores de ouro no período do Brasil colônia. 

A Agência Brasil tenta contato com a assessoria de Jorge Picciani, mas até a publicação do texto não obteve resposta.

O sigilo do processo movido pelo Ministério Público do Rio contra o presidente da Assembleia Legislativa estadual (Alerj), Jorge Picciani, por enriquecimento ilícito com a venda de gado, deverá cair após a fase de oitiva de testemunhas e coleta de provas, afirmou na manhã desta segunda-feira, 6, o procurador-geral de Justiça do Rio, José Eduardo Gussem.

"O processo se tornou sigiloso a pedido de conselheiros e da relatora que conduz o caso no Conselho Superior do Ministério Público. Novas testemunhas estão sendo ouvidas e, para que isso acabe não interferindo nos depoimentos, o procurador que está conduzindo o caso resolveu estabelecer o sigilo do processo. Tão logo essa fase (de oitiva de testemunhas e coleta de provas) seja superada, obviamente, ele se tornará público", disse o procurador-geral.

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Gussem participou do "Seminário de Cooperação Franco-Brasileira sobre Combate ao Tráfico de Entorpecentes", promovido pela Secretaria de Cooperação Internacional do Ministério Público Federal em parceria com a Embaixada da França no Brasil e o Ministério Público do Estado.

A Operação Calicute, etapa da Lava Jato que prendeu o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), capturou também um ex-assessor de seu aliado, o deputado Jorge Picciani (PMDB).

José Orlando Rabelo atuou no gabinete do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) com salários de cerca de R$ 10 mil. Rabelo foi citado por dois executivos da Carioca Engenharia, como encarregado de pegar propina para Hudson Braga, ex-secretário de Obras do governo Cabral.

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O Ministério Público Federal afirma que, após Hudson Braga deixar o governo do Rio, Rabelo passou a ocupar cargo em comissão na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, vinculado ao gabinete do deputado Jorge Picciani.

A despeito disso, continuou a trabalhar para Braga, resolvendo desde assuntos pessoais (como projeto para construção de uma casa) até questões relacionadas às empresas deste. Conforme apurado pela Polícia Federal, Rabelo começou a trabalhar na empresa de consultoria de Hudson Braga, a H Braga Consultoria Empresarial - EPP.

"Em 16 de março de 2015, foi assinado entre a H Braga e Rabelo um contrato de prestação de serviços de consultoria administrativa e financeira. Em 2016, Rabelo passou também a constar como funcionário da Sulcon, outra empresa (...) do investigado Hudson Braga", relata a Procuradoria da República.

"Mesmo lotado no Gabinete do deputado Jorge Picciani, JOsé Orlando, em e-mail enviado para terceiros, deixa expresso, portanto, para quem trabalha, assinando a mensagem com a identificação de H. Braga Consultoria", diz a promotoria.

Executivos da Carioca e da Andrade Gutierrez afirmaram que Hudson Braga cobrava propina no valor de 1% dos contratos celebrados com o Governo do Estado do Rio de Janeiro. O nome do ex-secretário foi citado por seis colaboradores diferentes, segundo o Ministério Público Federal.

"A relação de proximidade entre José Orlando e Hudson Braga existe, no mínimo, desde 26 de setembro de 2011, quando o primeiro foi nomeado para ocupar cargo do alto escalão da Secretaria de Obras do Estado Rio de Janeiro", afirma a força-tarefa da Lava Jato. "Desde então, José Orlando, após assumir o cargo de chefe de gabinete de Hudson Braga, tornou-se seu 'secretário particular', resolvendo diversas pendências que iam desde agendamento de consultas médicas até a cobrança de pagamento de propina, conforme teor de e-mails descritos adiante."

Quebra telemática na Lava Jato apontou para "diversos e-mails" que indicariam crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A força-tarefa destacou uma das mensagens.

"No e-mail com o sugestivo título 'caixinha', Hudson Braga cobra José Orlando por este não ter entregue possivelmente dinheiro oriundo de propina", anota a Procuradoria da República.

Em 31 de agosto de 2012, Hudson Braga escreve a José Orlando e a um interlocutor identificado como "SS Iran". "O prazo dos srs esgotou hoje e nenhum de vocês dois me trouxeram nada!!!! Eh lamentável eu ter que ficar cobrando!!! Gostaria de inverter essa lógica!!! Não estou conseguindo mais ficar cobrando minha pressão não está ajudando!!! Foi a minha última cobrança!!", diz Husdon na mensagem.

No dia seguinte, em 1º de setembro de 2012, às 12h03, José Orlando Rabelo responde. "Secretário, falo na segunda pessoalmente com você sobre este item. Att."

Rabelo está na mesma cela de Sérgio Cabral no Complexo de Bangu. Segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), o peemedebista está preso na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu. O ex-governador divide cela com mais cinco internos, de nível superior, que também foram presos na mesma operação: José Orlando Rabelo, Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, Hudson Braga, Luiz Paulo Reis e Paulo Fernando Magalhães Pinto Gonçalves.

Defesa

A assessoria de Jorge Picciani informou que José Orlando Rabelo "não trabalha lá mais desde fevereiro de 2016". "Ficou lá um ano no gabinete parlamentar e não da presidência", diz o texto.

O presidente do PMDB-RJ, Jorge Picciani, afirmou nesta sexta-feira (25) que a decisão do diretório estadual de apoiar o rompimento com o governo é reflexo de um sentimento majoritário da sociedade. O dirigente avalia que a presidente Dilma Rousseff não tem condições de enfrentar a crise política e econômica que praticamente paralisou o País. "Ela tem capacidade de sair do dissenso para o consenso mínimo? De aprovar um ajuste fiscal, recuperar a economia? De trazer de volta o emprego? Não tem. A presidente é uma pessoa honrada, mas o conjunto da obra não é bom", disse.

Para Picciani, o cenário atual é completamente diferente daquele em que os argumentos em favor do impeachment da presidente estavam centrados nas chamadas pedaladas fiscais. "Essas coisas se decidem pelo processo social. Quando defendemos a legitimidade do mandato da presidente, o fizemos na forte convicção democrática e esse era o sentimento majoritário do PMDB do Rio. Tínhamos convicção de que pedalada não é crime de responsabilidade, é quase um atraso de cartão de crédito. Mas o quadro mudou. Veio a prisão do líder do governo no Senado, Delcídio Amaral, e a delação demolidora. E vieram as trapalhadas seguintes. Agora, mais uma vez, expresso um sentimento majoritário do PMDB do Rio", afirmou Picciani.

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Depois de quase três meses na prisão, o ex-petista Delcídio (sem partido-MS) fechou acordo de delação premiada na Operação Lava Jato e acusou Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de terem tentado interferir nas investigações, o que aprofundou a crise política. Outro momento de tensão foi a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, investigado na Lava Jato, para o comando da Casa Civil, apontada pela oposição como uma manobra da presidente para garantir foro privilegiado ao antecessor. A nomeação está suspensa por decisão liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.

Jorge Picciani lembrou o encontro que teve com Dilma, em agosto do ano passado, quando, junto com o filho Leonardo Picciani, líder do PMDB na Câmara, se reaproximaram da presidente, depois de terem feito campanha para o tucano Aécio Neves na disputa presidencial de 2014. "Na primeira conversa que tive com ela, disse: 'presidente, este é um regime presidencialista, a senhora está como burro no atoleiro: tem de seguir em frente, não pode bambear'. Mas ela não seguiu, o PT não acompanhou e a sociedade avançou. Não quero fazer juízo de valor, mas eu vejo como a sociedade se movimenta" disse o dirigente peemedebista.

Neste sábado (26), Jorge Picciani conversará com o ministro de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera, indicado para o primeiro escalão em negociação direta do líder Leonardo Picciani com a presidente. Pansera e Leonardo deverão votar contra o rompimento com o governo na reunião do diretório nacional do PMDB, marcada para a próxima terça-feira (29). "Leonardo está desconfortável com essa situação, vai refletir, ele tem de ouvir a bancada. Pansera também tem grande dificuldade. Acredito que teremos dois ou três votos contra, mas o rompimento é o sentimento majoritário do PMDB do Rio. Leonardo é muito disciplinado, está desde os 15 anos no PMDB e hoje tem 36. Ele vai respeitar o que foi decidido pela maioria do diretório nacional", afirmou.

O presidente do PMDB-RJ disse ter recebido pesquisa do instituto GPP encomendada pelo diretório regional que apontou que 80,4% dos entrevistados no Estado foram contra a nomeação de Lula para a Casa Civil. "Não quero expressar minha opinião pessoal, o que digo é que estamos ouvindo a sociedade."

Questionado sobre a declaração do presidente do PT-RJ, Washington Quaquá, de que os petistas vão retirar o apoio ao candidato do PMDB à Prefeitura do Rio, Pedro Paulo Carvalho, se os peemedebistas fluminenses votarem pelo rompimento com o governo, o presidente do diretório regional foi diplomático. "A única coisa que recebi hoje do Quaquá, com muito carinho, foi uma mensagem de feliz aniversário", afirmou Picciani, que completa 61 anos nesta sexta-feira.

José Hildo da Silva Marques, que trabalhava como assessor parlamentar do deputado estadual Jorge Picciani (PMDB), presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), foi assassinado na madrugada desta quarta-feira (6) em sua casa, no bairro Cobrex, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Segundo a Polícia Militar, quatro homens que vestiam camisetas cinzas com a inscrição "Polícia Civil" chegaram a casa, renderam o assessor, sua mulher e a enteada, e perguntaram sobre uma quantia em dinheiro que supunham estar guardada no imóvel.

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Marques não teria respondido e foi então levado para a rua e executado a tiros. Ele morreu no local. Sua idade não foi divulgada. O grupo fugiu levando uma motocicleta, usada na fuga, e um pássaro. Os autores do crime não foram identificados até a manhã desta quarta.

Segundo a assessoria de Jorge Picciani, Marques trabalhava no gabinete dele na Alerj realizando serviços administrativos, mas sem contato com o deputado. A assessoria afirmou não ter qualquer pista que possa ajudar a esclarecer o crime.

Pai do deputado Leonardo Picciani, ex-líder do PMDB destituído nesta quarta-feira (9) em uma articulação do grupo de peemedebistas de oposição, o presidente do PMDB-RJ, Jorge Picciani, disse que a manobra não os fará mudar de lado em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Pai e filho são contra a saída de Dilma do cargo. "Eles (peemedebistas a favor da saída da presidente) estão tentando nos cooptar para o golpe desde julho, mas não nos sensibilizaram. Entendemos que a presidente não cometeu crime de responsabilidade e que a democracia é mais valiosa que qualquer tipo de poder. Mesmo que Leonardo fique sozinho, estará até o final com a presidente", disse.

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Jorge Picciani liderou a dissidência do PMDB do Rio que apoiou o tucano Aécio Neves (PSDB) na disputa presidencial de 2014, mas se reaproximou de Dilma nos últimos meses. Argumenta que é preciso respeitar o resultado da eleição e diz que o PMDB deve chegar à Presidência "pelo voto, e não tirando a presidente do cargo".

O dirigente peemedebista negou, no entanto, que, por trás do confronto com o grupo próximo ao vice-presidente da República, Michel Temer, também presidente nacional do PMDB, esteja a intenção do PMDB fluminense de ocupar o comando do partido. A convenção nacional do PMDB acontecerá em março do ano que vem.

"São coisas diferentes. Eu já havia dito ao Temer que nosso sentimento é o de apoiá-lo na presidência do partido, e minha posição permanece a mesma. O PMDB do Rio deve aumentar a participação (na direção nacional do partido), mas não pretende disputar com Temer".

O presidente do PMDB-RJ comanda a tentativa de recondução de Leonardo à liderança da bancada, com troca de parlamentares e acomodação de titulares em secretarias do município e do Estado. "Pau que dá em Chico dá em Francisco. Leonardo agora é líder de metade da bancada (que não assinou a lista de destituição do líder). Mas não descarto que ele volte à liderança. É da luta política", afirmou.

O plano dos principais líderes do PMDB do Rio - Picciani, o governador Luiz Fernando Pezão, o prefeito Eduardo Paes e o ex-governador Sérgio Cabral - é aumentar o número de deputados fluminenses do partido, o que permitiria a Leonardo elaborar uma nova lista de apoio.

Na terça-feira, o deputado de primeiro mandato Marco Antônio Cabral, filho de Sérgio Cabral, deixou o cargo de secretário estadual de Esportes e assumiu a vaga na Câmara. Foi substituído na secretaria pelo também deputado e ex-jogador Deley, do PTB, o que abriu a vaga para um suplente peemedebista, José Augusto Nalin. PTB e PMDB fizeram parte da mesma coligação para a Câmara e por isso o suplente de um partido pode substituir o de outra legenda.

A mesma manobra levou o deputado Walney Rocha, também do PTB, para a Secretaria de Abastecimento do município. Com isso, outro peemedebista , Wilson Beserra, reforçará a bancada pró-Leonardo Picciani.

Novas mudanças estavam em estudo na noite de quarta. Titular da Secretaria de Coordenação de Governo do município do Rio, o deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ) cogitou assumir a vaga na Câmara, mas a ideia foi abortada. A pré-candidatura de Pedro Paulo à prefeitura do Rio está em crise desde que se tornaram públicas agressões físicas e ameaças do secretário à ex-mulher.

Jorge Picciani evitou comentar o fato de o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ter apoiado o movimento que tirou Leonardo da liderança, mas criticou o companheiro de partido por ter acatado o pedido de abertura de impeachment da presidente.

Denunciado por ter na Suíça contas bancárias não declaradas à Receita Federal, Cunha desencadeou o processo de impeachment em resposta ao anúncio do PT de que votaria a favor da abertura de processo de cassação e mandato no Conselho de Ética da Câmara. "Se o pedido de impeachment tivesse legitimidade, teria sido aceito pelo presidente da Câmara depois de alguns dias de análise e não seria usado como instrumento de barganha", disse o presidente do PMDB-RJ.

Leonardo Picciani foi um dos deputados mais próximos de Cunha e ajudou a coordenar a campanha do peemedebista para a presidência da Câmara. Pai e filho, no entanto, se afastaram de Cunha quando o presidente da Câmara anunciou o rompimento com o governo, em julho passado.

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