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A partir da próxima segunda-feira (5), o uso de máscara para alunos e professores dos anos finais do ensino fundamental, do 6º ao 9º, deixa de ser obrigatório em Pernambuco, que no início de agosto liberou o item para o ensino médio. A medida não é válida para a educação infantil e para séries iniciais do fundamental, ou seja, do 1º ao 5º ano.

O decreto regulamentando a nova etapa de flexiblização nas escolas píblicas e privadas do Estado será publicado no Diario Oficial do Estado deste sábado (3).

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“Estamos dando mais um passo importante na liberação do uso de máscaras nas unidades de ensino. Seguiremos acompanhando os casos em Pernambuco para avançarmos ainda mais nas outras séries”, afirma o secretário de Educação, Marcelo Barros.

O ator e dublador Orlando Drummond, de 101 anos, foi vacinado contra a Covid-19, na manhã deste domingo (31). Ele foi um dos primeiros idosos a receber o imunizante, com o início simbólico da vacinação no Rio de Janeiro, e afirmou se sentir abençoado por participar desse momento. O artista é conhecido por interpretar o personagem Seu Peru na "Escolinha do Professor Raimundo" e por dublar o cachorro Scooby-Doo, no desenho homônimo. 

“Algumas coisas me levaram até os 101 anos. Minha família, meus amigos, meu trabalho e o amor. Mas, além de tudo isso, sempre fui muito bem cuidado por médicos competentes que me guiaram até aqui. Sempre me vacinei e sou um abençoado por ser o representante dos idosos com mais de 99 anos que serão vacinados no Rio”, escreveu em suas redes sociais 

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Além de Drummond, o compositor Nelson Sargento, 96 anos, e mais três idosas com mais de 90 anos participaram da ação. A vacinação da terceira idade começará nesta segunda-feira (1º) no Rio de Janeiro, sendo o primeiro dia destinado às pessoas com mais de 99 anos. Após essa etapa, a imunização se estenderá para outras faixas de idade, entre os idosos.

Depois da farmacêutica Pfizer, chegou a vez da AstraZeneca anunciar atrasos na entrega de vacinas na Europa, o que provoca tensão em vários países. As entregas deste imunizante no continente - que ainda tem aprovação prevista para 29 de janeiro - serão menores do que o esperado, devido a uma "queda de desempenho" em uma das fábricas, disse o grupo britânico na sexta-feira (22).

A Comissão Europeia reservou, inicialmente, cerca de 400 milhões de doses desta vacina. Este anúncio despertou, de forma imediata, um "profundo descontentamento" da Comissão Europeia e dos estados-membros, tuitou a comissária de saúde do continente, Stella Kyriakides, insistindo em "um calendário de entrega preciso".

O ministro austríaco da Saúde, Rudolf Anschober, também comentou o que chamou de "notícias muito ruins" e garantiu: "não estamos dispostos a aceitá-las e vamos lutar para que as entregas se recuperem o mais rápido possível". Segundo Anschober, o seu país deve receber em fevereiro apenas "340 mil doses" do imunizante da AstraZeneca, quando o quantitativo esperado - inicialmente - era de 650 mil. A Lituânia estimou, por sua vez, em 80% a redução das doses da vacina da AstraZeneca que esperava receber no primeiro trimestre de 2021.

Ainda sobre a situação, o primeiro-ministro da Irlanda, Micheal Martin, em entrevista à emissora pública local RTE, afirmou: "isso pode ter impacto no programa de vacinação mais amplo (já visto) e vai atrapalhar nossos planos". Ele também disse esperar que se chegue a um "compromisso sólido" entre a Comissão Europeia e a AstraZeneca nos próximos dias.

Menos diretas, as autoridades francesas e alemãs procuraram tranquilizar suas populações. A França, onde a lentidão da campanha de vacinação gera muita polêmica, chegou a um milhão de vacinados neste sábado (23). O plano de vacinação não se vê afetado pelos prazos de entrega anunciados, garantiu a ministra francesa delegada da Indústria, Agnès Pannier Runacher. "Temos novas vacinas chegando, temos a Pfizer que aumenta sua capacidade de produção", complementou, na rádio France Inter.

Na Alemanha, o ministro da Saúde, Jens Spahn, também foi tranquilizador. Depois que a vacina for autorizada na UE, prevista para daqui a uma semana, "haverá entregas da AstraZeneca em fevereiro", afirmou. "Quantas doses? Temos que esclarecer isso com a AstraZeneca e com a União Europeia nos próximos dias", acrescentou.

Na Suécia, o coordenador nacional de vacinação, Richard Bergström, explicou que seu país espera receber cerca de 700 mil doses no primeiro mês, após a autorização da vacina, frente a um milhão de doses esperadas. Já a Noruega, que não é membro da UE, mas segue as decisões da Agência Europeia de Medicamentos quanto às autorizações, manifestou sua "decepção". A principal autoridade sanitária do país, FHI, espera receber apenas 200.000 doses da vacina AstraZeneca até fevereiro, em comparação com 1,12 milhão de doses inicialmente previstas.

Os atrasos anunciados na semana passada na entrega da vacina da Pfizer/BioNtech já haviam despertado a ira de países europeus. "Acreditamos que a culpa seja da Pfizer neste momento", criticou o chefe da célula italiana de crise da pandemia, Domenico Arcuri, no jornal Stampa de sábado, confirmando que a Itália pretende processar o laboratório americano. "A redução de 20% no fornecimento de vacinas da Pfizer não é uma estimativa, mas uma triste certeza", declarou ele, insistindo em que o direito à saúde dos italianos não é "negociável". 

Na sexta-feira, o secretário de Estado francês para Assuntos Europeus, Clément Beaune, pediu à Pfizer "que cumpra seus compromissos" de entregas. A vacina da AstraZeneca tem a vantagem de ser mais barata do que a de suas rivais. Também é mais fácil de armazenar e de transportar, pois a Pfizer/BioNTech deve ser mantida em temperaturas muito baixas (-70ºC).

A pandemia causou quase 700.000 mortes na região europeia (52 países, de acordo com a definição da AFP), onde quase 32 milhões de pessoas foram infectadas.

Somente nos 27 países da UE foram registrados cerca de 18,5 milhões de casos e 443.231 mortes.

A comunidade do game PUBG no Brasil (playerunknown's battlegrounds), fará uma live beneficente, nesta sexta-feira (22), para arrecadar doações que devem ajudar as unidades de saúde de Manaus. A transmissão acontecerá no canal da Twitch do streamer aXt e deverá usar o valor coletado para comprar cilindros de oxigênio que auxiliarão no atendimento de pacientes na capital amazonense. 

A ação, intitulada Somos um Squad, contará com participações de Ivanzito, Afrodite_XX e Thaina_ . O valor arrecadado será doado para a instituição BoraAjudar, que tem atuado diretamente na coordenação e aquisição de cilindros de oxigênio para os hospitais do Amazonas. 

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Os interessados em ajudar poderão doar diretamente na Twitch pelo canal do aXt durante a realização da live. A live está marcada para começar às 18h. 

O Governo do Estado suspendeu, na última quarta-feira (20), a realização de eventos sociais e corporativos em todo o território pernambucano. A decisão, que começa a valer na próxima segunda-feira (25), visa tentar diminuir o crescimento dos casos de Covid-19, que vem ocorrendo em todo o estado desde novembro do ano passado. Apesar disso, a decisão não deve impactar em batizados e casamentos realizados pelas igrejas em Pernambuco.

De acordo com comunicado da Arquidiocese de Olinda e Recife, o decreto proíbe a realização das festas ocasionadas por batizados e casamentos, mas não a celebração que realiza os sacramentos. Por isso, tais cerimônias serão mantidas. “Sejam respeitadas as medidas de distanciamento social, o número limitado de pessoas nas celebrações, o uso de máscaras e a higienização das mãos e que se evitem eventos que causem aglomerações de fiéis nas igrejas e em seus espaços anexos”, escreveu Dom Fernando Saburido, arcebispo de Olinda e Recife. 

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A proibição dos eventos sociais e corporativos deve permanecer pelos próximos 30 dias, assim como o fechamento de parques em todo o Estado. Nesta quinta-feira (21), a Secretaria Estadual de Saúde registrou 1.985 casos da Covid-19, em Pernambuco. Entre os confirmados hoje, 55 (3%) são casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 1.930 (97%) são leves. Agora, Pernambuco totaliza 246.799 casos confirmados da doença, sendo 30.492 graves e 216.307 leves.

Uma aposentada, praticante de canibalismo, conhecida como "Granny Ripper", vovó estripadora - em tradução livre, morreu vítima de Covid-19 enquanto esperava seu julgamento, na Rússia. Sofia Zhukova, de 81 anos, ficou conhecida por fazer doces com a carne de suas vítimas, entre elas uma criança de 7 anos, cuja cabeça decapitada foi encontrada em 2005.

De acordo com o jornal Daily Mail, além da menina, Zhukova também matou e esquartejou, com ajuda de um machado, um limpador de rua e zelador de 52 anos e uma amiga sua, de 77. A polícia do país ainda investigava outros quatro crimes que poderiam ser de autoria da idosa, quando ela contraiu o novo coronavírus. Apesar de ter sido levada ao hospital para tratamento, a mulher não resistiu e morreu no último dia 29. A notícia foi divulgada agora. 

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Zhukova passou a vida trabalhando como abatedora de porcos. Durante os primeiros julgamentos, a serial killer contou com detalhes como matou suas vítimas. Segundo a publicação, os vizinhos disseram que ela transformava suas vítimas em comida e as oferecia às crianças do bairro. Os órgãos internos do zelador, Vasily Shlyakhtich, um imigrante ucraniano que era seu inquilino, teriam sido descobertos na geladeira da vovó em 2019,  já o DNA da criança foi encontrado no banheiro de Zhukova, 14 anos após o assassinato.

Nem os hospitais escaparam da mira dos cibercriminosos em 2020. Um levantamento feito pela empresa de cibersegurança Check Point apontou que a quantidade de ataques direcionados a instituições de saúde, durante os meses de novembro e dezembro, aumentou 45% em todo o mundo. O crescimento dos ataques cibernéticos é maior que o registrado em outros setores, que tiveram crescimento geral de 22%, durante o mesmo período.

De acordo com os pesquisadores, o número médio de ataques semanais no setor de saúde girou em torno de 626 por organização em novembro, em comparação com os 430 ataques registrados no mês anterior. Entre as vítimas que tiveram um aumento na quantidade de ciberataques por organização, as instituições de saúde brasileiras estão entre as que mais sofrem, com um crescimento de 66%, atrás apenas de hospitais no Canadá (250%), Alemanha (220%), Espanha (100%) e Itália (81%).

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Brasil segue no top 5 dos mais atacados. Foto: Check Point

Pressão mundial por conta da Covid-19

Um dos principais motivos para o aumento da ação dos cibercriminosos está no combate das instituições de saúde a pandemia do novo coronavírus. Isso as torna um alvo em potencial para ataques de ransomware, em que os cibercriminosos instalam um malware no sistema que criptografa ou impede o acesso a uma grande quantidade de arquivos, seja em um computador, sistema de dados ou rede interna. Para que a vítima possa voltar a ter acesso aos dados é preciso realizar o pagamento de um resgate. 

Em relação às regiões mais vitimadas, a Europa Central lidera com mais de 145% de ataques por organização, seguida pelo Leste Asiático (137%) e América Latina (112%) como os mais afetados; Leste Europeu (97%), Europa (67%) e América do Norte (37%) aparecem em quarto, quinto e sexto lugares respectivamente. A maioria dos ataques acontecem em fins de semana e feriados, exigindo uma necessidade de aumentar a segurança durante este período.

Anunciado em 2019 como um concorrente direto do Pokémon GO, Minecraft Earth não conseguiu engatar em 2020 e será descontinuado. De acordo com seus desenvolvedores, o motivo direto é a pandemia de Covid-19, que impede o game de funcionar com seu propósito inicial, o de levar jogadores para o ar livre. 

"Minecraft Earth foi projetado em torno do movimento livre e do jogo colaborativo - duas coisas que se tornaram quase impossíveis na atual situação global" disseram seus criadores, em comunicado postado no site oficial do Minecraft. O game usava realidade aumentada para levar a dinâmica de mineração de blocos já conhecida para o mundo real. 

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Apesar do fim, os desenvolvedores afirmaram que os jogadores podem contar com uma última atualização. A partir desta semana será possível remover transações de dinheiro real, reduzir os custos de rubi, incluir todo o conteúdo concluído e não lançado, reduzir os requisitos de tempo para elaboração e fundição, entre outras coisas. 

O dia do fim

Minecraft Earth será descontinuado em 30 de junho, com o fim também do suporte. Após essa data,  não será possível baixar ou jogar o game. Em 1º de julho, todos os dados do jogador não relacionados ao Criador de personagem e aos direitos do Minecoin serão excluídos. Todos os jogadores com saldos de rubi pagos receberão Minecoins, para usar no Minecraft Marketplace. Eles devem servir para comprar pacotes de skins e texturas, mapas e até mesmo minigames. Além disso, quem já fez compras no Minecraft Earth, receberá uma cópia gratuita do Minecraft (a versão Bedrock) para que possa começar do zero.

No último domingo (3), a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) informou que está em processo de negociação com o laboratório indiano Bharat Biotech. A intenção é adquirir 5 milhões de doses de uma vacina contra a Covid-19, fabricada na Índia. Chamado de Covaxin, o imunizante está na fase três de testes e teve seu uso emergencial aprovado no país. 

Apesar da quantidade escassa de informações sobre sua eficácia, os primeiros estudos clínicos apresentaram efeitos colaterais leves e produção de anticorpos para o novo coronavírus. Para ser usada no Brasil, a vacina cotada para as clínicas particulares ainda precisa de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

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'Balcão de negócios'

A notícia não agradou a diversos representantes políticos do país. A vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, criticou a aceleração da disponibilidade da vacina pela rede privada, uma vez que o Ministério da Saúde ainda não tem um planejamento para a distribuição gratuita de nenhum imunizante”. A imunização não pode ser só para quem pode pagar. Ela tem que ser gratuita, distribuída pelo SUS, priorizando quem mais precisa, não quem tem dinheiro", escreveu em suas redes sociais. 

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Além dela, a deputada federal pelo PT de Brasília, Erika Kokey, Manuela D'ávila (PCdoB), entre outras figuras políticas alertam para uma possível oportunidade de lucro das clínicas de saúde privada na pandemia. "A vacinação no país não pode virar balcão de negócios. O governo federal precisa assegurar vacina gratuita para toda a população. Vacinação é estratégia de saúde coletiva e não oportunidade de lucro", escreveu Kokey.

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No início da pandemia do coronavírus no Brasil, por volta do mês de março deste ano, eram muitas as campanhas e levantes em homenagem aos profissionais da saúde. Médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e tantos outros especialistas que se dedicavam quase que integralmente aos cuidados dos primeiros doentes em unidades de saúde espalhadas pelo país, eram constantemente reverenciados pela batalha que travaram contra o vírus. 

Nove meses mais tarde, o coro em prol desses profissionais já não é tão intenso. Mas, eles continuam lá, se dedicando aos pacientes que não param de chegar nas enfermarias e Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) com o diagnóstico de Covid-19. São profissionais que trabalham incansavelmente em plantões extensos que não respeitam nem data comemorativa, como a desta quinta (31), dia de réveillon. 

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É o caso da médica pernambucana Suelen Araújo. Recém-formada, ela atua na linha de frente da Covid-19 desde outubro deste ano, na UPA de Torrões, e nas UT Covid do Hospital Alfa. A jovem profissional iniciou sua carreira no auge de uma pandemia mundial mas, garante que nem os mais antigos na área poderiam estar preparados para um momento como esse. “Nenhum médico, nem com toda a experiência acumulada está 100% preparado para o que estamos vivendo, pois o paciente grave do Covid não se comporta igual, cada paciente nos ensina algo novo. Todo plantão é uma batalha e cada vitória é vivida e comemorada por uma grande família, composta por técnicos de enfermagem, enfermeiros, fisioterapeutas, radiologistas e médicos”. 

Iniciar a vida profissional já diante tamanho desafio não foi de todo tranquilo para a Dra. Suelen. Foi preciso coragem para encarar as surpresas apresentadas a ela a cada plantão, mas a vontade de ajudar os pacientes e colegas é o que vem ajudando a jovem médica nesse processo. “Inicialmente houve o medo do desconhecido, todo o cuidado em dar assistência ao paciente e não levar o vírus pra casa. Medo de não salvar, medo de se contaminar. Mas o maior sentimento é querer tirar o sofrimento do paciente, olhar nos olhos dele e dizer que ficará tudo bem e trabalhar pra isso. A cada dia estou mais envolvida com os pacientes, que aparecem cada dia mais jovens, e em quantidade assustadora, com mais histórias; e saio de cada plantão numa verdadeira oração por dias melhores”.

Trabalhando nesta quinta (31), véspera do ano que está por chegar, Suelen lamenta que muitos brasileiros estejam “baixando a guarda” em relação aos cuidados com o contágio do coronavírus. Ela fala da angústia dos profissionais de saúde em ver cada vez mais pessoas lotando as unidades hospitalares e tantas outras lotando festas e eventos sociais, descumprindo os protocolos.

Diferentemente disso, trabalhar em um dia que deveria ser de festa, para ela, é sinônimo de satisfação que vem junto ao desejo de um 2021 melhor, para ela, para os pacientes e para todos. “Tenho alegria em poder passar o final do ano cuidando dos pacientes, com a esperança de vê-los melhorar. Espero um 2021 com pessoas mais conscientes, e não com cuidado seletivo, espero um ano de paz, uma vacina e uma sociedade mais amável com o próximo! Precisamos de empatia, espero um 2021 de Esperança”. 

Gratidão e apelo

Muitos outros profissionais da saúde registraram seu último plantão de 2020 nas redes sociais. Em sua maioria, as mensagens eram de gratidão por poderem ajudar ao próximo, ainda que em circunstâncias adversas, misturadas ao apelo que vem sendo repetido desde o início da pandemia. O ‘grito’ desses profissionais é para que todos tenham consciência da gravidade do coronavírus e façam o máximo que puderem no sentido de protegerem a si mesmos e aos outros. 

O técnico de enfermagem Natan Soares escreveu em seu perfil: “Um dia, um filho meu vai estudar sobre a pandemia e vai poder falar com orgulho que o pai dele tava na linha de frente, e falar quantas noites virei, junto com muitos outros corajosos como eu, travando uma guerra insana e perigosa contra um inimigo invisível. Enquanto isso, outros incrédulos sem respeitar, sem fazer o isolamento, enquanto o número de óbitos aumenta e os profissionais de saúde morrem porque dão suas vidas para ajudar a salvar”. 

A infectologista Paula Pinho também fez o mesmo. “Último plantão do ano e talvez um dos mais atribulados. Como nunca, encarei sem máscaras os detalhes mais enérgicos da minha profissão. Último plantão do ano, mas não é o último da pandemia, que, aliás, está bem longe de acabar. Se cuide e cuide de quem você ama”. 

*Com colaboração de Thabata Alves

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Trabalhadores dos Correios em Pernambuco estão desesperados por conta do aumento de casos de Covid-19. A confirmação de que 12 funcionários do Centro de Distribuição Domiciliar (CDD) em Boa Viagem, Zona Sul da capital, receberam o diagnóstico positivo da doença em um mesmo dia, expôs condições de trabalho que parecem não levar em consideração a saúde de quem presta o serviço.

Com a escassez de equipamentos de segurança (EPIs) adequados para o trabalho nas ruas e, principalmente, medidas de higienização e cuidados para dar segurança aos carteiros e colaboradores, entregar as encomendas em domicílio se tornou uma batalha arriscada e quase invisível. 

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“Trabalhadores estão sendo sacrificados”

“Desde março que a gente não recebe mais máscara, nem mais nada. É pedir a Deus. Pedir proteção para que não aconteça nada comigo, nem aos meus colegas de trabalho”, conta Ricardo Costa, que trabalha como carteiro há quase 20 anos, na capital pernambucana. Ele explica que, logo quando os casos começaram a surgir, a empresa demorou para fornecer as máscaras para os trabalhadores e, ainda assim, houve quem não conseguisse pegar o equipamento básico de proteção. “Teve funcionário faltando. O álcool também é só um tubo que fica lá em cima [na unidade dos Correios no Centro do Recife]. Eles não deram sequer um tubo para cada um, para a gente sair da rua protegido”, conta. 

Roberto também revela que não há higienização dos espaços ou afastamento da equipe quando um carteiro testa positivo para Covid-19. Ele relata que, assim como ele, pelo menos oito pessoas no CDD Recife, localizado na Avenida Guararapes, já foram infectadas com o vírus. Duas delas, colaboradores do prédio que chegaram a óbito. “A menina da limpeza, dona Tereza, que era como uma mãe para nós. Ela e seu Orlando, eram funcionários do prédio e faleceram. Esse ano foi terrível e a gente tá aí com força, nas ruas, para garantir as entregas mesmo se arriscando”, lamenta o carteiro.

De acordo com carteiro, Centro de Distribuição Domiciliar do Recife teve diversos trabalhadores afastados por Covid-19. Foto: Júlio Gomes/LeiaJáImagens

“Para os Correios parece que é só uma gripezinha”

De acordo com Roberto “Beto” Alexandre, diretor de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios em Pernambuco, não há um setor da companhia que não tenha um caso de Covid-19. “Na Encruzilhada tem funcionário terceirizado que está trabalhando doente. A empresa vê isso e, mesmo assim, ninguém faz nada”, revela. Ele conta que, mesmo com casos confirmados, a gestão dos Correios se comporta como se não houvesse doença. 

“A empresa quando vê o trabalhador com Covid, ao invés de afastar o povo e fazer a testagem ela não faz. Os Correios fazem o que é de rotina, água e sabão, somente”, revela  e reforça o drama vivido pelo carteiro Ricardo. “No CDD Recife, que fica na Avenida Guararapes, vários carteiros foram afastados, vários pegaram Covid-19. Tem gerente que não usa máscara no trabalho. Nós entramos na justiça para que sejam interditados tanto o CDD Recife, quanto o de Abreu e Lima, porque eles dizem que estão tomando todas as providências necessárias, mas é mentira”, afirma.

Beto lamenta que, mesmo com a intervenção do sindicato, que já conseguiu parar as atividades de dois centros de distribuição - em Olinda e no Janga, em Paulista - ao retornarem às atividades, nada muda. “Os trabalhadores retornam ao trabalho e continua a mesma coisa. O álcool em gel é muito precário, as máscaras são apenas duas, dadas no começo do ano. Infelizmente a direção da empresa não vê a saúde do funcionário, ela só vê o lucro e a população não sabe da situação dos Correios. Os trabalhadores estão sendo sacrificados e para os Correios parece que é só uma gripezinha”, reclama o diretor de comunicação.

De acordo com ele, o CDD de Boa Viagem, que conta com 30 funcionários, sendo 12 afastados por conta do novo coronavírus, segue com as atividades suspensas até o retorno dos trabalhadores. Apesar do número crescente de casos, uma greve geral da categoria está descartada.

Dados da Covid-19 no Estado

No boletim epidemiológico da última sexta-feira (25), a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) registrou 1.109 casos da Covid-19, sendo 29 (2,6%) casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 1.080 (97,4%) casos leves. Pernambuco totaliza 214.562 casos confirmados da doença, sendo 29.150 graves e 185.412 leves, que estão distribuídos por todos os 184 municípios pernambucanos, além do arquipélago de Fernando de Noronha. Também foram confirmados laboratorialmente 21 novos óbitos, entre pacientes que tinham idades entre 37 e 95 anos.

*A reportagem tentou entrar em contato com os Correios em Pernambuco, mas não obteve resposta até o fechamento da matéria.

Então é Natal. Mas dessa vez, colocar o disco da Simone e preparar-se para receber amigos e familiares não deve estar nos planos de milhares de pessoas. Por conta da nova alta nos casos de Covid-19, no Brasil as orientações são para que a tradicional celebração de fim de ano aconteça apenas entre ocupantes da mesma casa.

Porém, isso não quer dizer que seu Natal não possa ser animado. Há várias alternativas para tornar a sua celebração natalina divertida, mesmo que à distância.

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Para quem ver quem está longe

Se você está com saudades até mesmo daquele tio do "pavê ou pacumê", porque não reunir todos os familiares e amigos em uma grande videochamada de Natal? Até o dia 26 de dezembro, as chamadas feitas pela plataforma Zoom não terão limite de tempo. Para quem prefere utilizar outras plataformas, o Microsoft Teams também possibilita chamadas de vídeo gratuitas durante todo o dia.

O serviço da gigante dos computadores suporta até 49 pessoas, sem limite de tempo, pela versão web do serviço e ainda dá para ver todos os contatos, lado a lado, nas miniaturas.  Outro que também garante chamadas ilimitadas até março de 2021 é o Google Meet.

Para se divertir durante a festa

Para quem vai fazer uma videochamada com os amigos ou com parentes com mais desenvoltura na internet, jogos online também são uma boa opção para interagir. Quem gosta de clássicos pode apostar no Stop, também conhecido como "nome, lugar, objeto", em algumas regiões. A versão web da brincadeira é gratuita e conta com chat, além de ter ranking de pontos e possibilidade de personalizar os temas. 

Outra opção é o Among Us. O game tem versão mobile e para PC, sendo um dos jogos mais populares deste ano. Ideal para transformar Natal sem graça em uma busca animada pelo Impostor, uma vez que todos os participantes podem interagir em um chat em grupo.

Dados da Covid-19 em Pernambuco

O distanciamento social segue sendo uma das medidas mais eficazes para evitar o contágio do novo coronavírus. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) registrou, nesta quinta-feira (24), 1.457 casos da doença. Sendo 64 (4%) casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 1.393 (96%) leves. Pernambuco totaliza 213.453 casos confirmados da Covid-19, sendo 29.121 graves e 184.332 leves, que estão distribuídos por todos os 184 municípios do estado, além do arquipélago de Fernando de Noronha. Também foram confirmados laboratorialmente 36 novos óbitos. Por isso, a melhor opção para um Natal seguro é ficar em casa.

Cerca de 30 balões brancos, com nomes de vítimas da Covid-19 e de profissionais de saúde, foram soltos no céu da capital pernambucana, nesta quarta-feira (23). A homenagem, feita pela Uninassau em parceria com a Prefeitura do Recife, contou também com a instalação do monumento "Anjos", criado pelo artista plástico Alexandre Almeida, na Praça João Pereira Borges, no Derby. 

"Depois de um ano tão difícil, em que a pandemia ceifou a vida de muitos seres humanos, a Uninassau, junto com o Instituto Ser Educacional, juntamente com o município do Recife, teve essa ideia de homenagear, aqueles que se foram, os seus familiares, os profissionais de saúde, que tem tanto lutado em jornadas extenuantes para tentar minimizar essa pandemia", disse Janguiê Diniz, sócio-fundador e presidente do grupo Ser Educacional.

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A cerimônia contou com familiares de vítimas da Covid-19, inclusive do ex- deputado federal Cadoca, que faleceu no último dia 13 de dezembro. O grupo assistiu a um culto ecumênico, ministrado por representantes das religiões evangélica, espírita e católica.

Para Maria Eduarda Almeida, que perdeu o pai e a avó durante a pandemia, o momento era de agradecimento pela homenagem.“Eu tenho extrema gratidão, primeiro a Deus, e [também] a Uninassau por estar homenageando pessoas tão importantes, tão expressivas na vida de todos. Gratidão é meu sentimento de hoje”, disse. Ao final da cerimônia, ela e outros representantes das vítimas depositaram rosas aos pés da obra.

Monumento Anjo

Alexandre Almeida gravou o nome de 43 pessoas, entre vítimas e profissionais de saúde, na obra 'Anjos'. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Feito de aço inox, a obra foi criada reproduzindo o formato de duas asas, ligadas à imagem da criatura espiritual na tradição judaico-cristã. Elas representam, figurativamente, aqueles que “viraram anjos”, ao serem vitimados pela doença e os profissionais de saúde que se tornaram “anjos da guarda” ou “anjos salvadores” daqueles que conseguiram escapar com vida da pandemia. 

“A asa está numa situação como se estivesse voando. Não tem o anjo, mas tem o nome dos anjos que se foram”, explicou Alexandre, que trabalha com sucatas retiradas da natureza e gravou, nas tiras de metal que formam a escultura, o nome de 43 pessoas. “Essa peça vai ser eterna, porque foi feita de aço inox 304 e é tão significativa para mim que nem data eu botei. Eu queria que ela sempre fosse uma peça atual para que as pessoas pensassem nesse momento que a gente está passando”,  afirmou.

"Nosso objetivo é apenas homenagear os familiares, aqueles que se foram. E mostrar também que o mundo não será mais o mesmo. A pandemia veio para mostrar a insignificância do ser humano nessa via láctea. Todos nós somos iguais e não existe diferença de sexo, religião e credo", finalizou Janguiê.

Dados da Covid-19

Pernambuco totaliza 211.996 casos confirmados da doença, sendo 29.057 graves, 182.939 leves, além de 9.487 óbitos, desde março. No último boletim epidemiológico, divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), o estado registrou mais 1.915 casos da Covid-19, sendo 38 de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 1.877 casos leves, assim como 28 mortes. 

Um comediante americano, que documentava na internet sua luta contra a Covid-19, acabou tornando-se mais uma vítima fatal da doença. Joseph Luna tinha 38 anos e era considerado grupo de risco, pois tinha diabetes. Ele foi infectado junto a todos os membros de sua família, que residiam com ele, e mostrou um pouco da sua experiência com o coronavírus no Instagram. Ele faleceu no dia 23 de novembro.

Conhecido como Joe El Cholo, o comediante dividiu com os seguidores seu dia a dia com a Covid-19. No dia 7 de novembro, ele relatou uma experiência de quase morte e contou que chegou a se encontrar com o avô já falecido.  “Não tenho certeza de quanto tempo fiquei morto, mas também consegui ver meu avô, recebi um abraço dele antes que os paramédicos me acordassem. Tudo o que posso dizer é: não viva a vida com ódio ou com raiva. Esteja em paz e ame-se, essa é a única maneira de ser feliz. Deus tem planos para mim”. 

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Dias mais tarde, em 23 de novembro, Joe teve complicações nos pulmões e não resistiu. No próximo sábado (5), a família vai receber os fãs e amigos para uma última homenagem ao humorista, em Los Angeles (EUA). Em sua rede social, ele deixou um recado sobre a doença que tem ceifado milhares de vidas desde o início de 2020. “Se vocês acham que covid é uma piada, se vocês pensam que isso não pegará vocês... Então, confie em mim; atinge todos de forma diferente”.

No Brasil, quase cinco milhões de pessoas já contraíram o novo coronavírus. Entre esses, a cantora Joelma foi uma das famosas a ter enfrentado a doença. Ela testou positivo para Covid-19 há cerca de dois meses e agora, já recuperada, precisa enfrentar as sequelas deixadas pela enfermidade.

Em entrevista à Revista Quem, Joelma falou o que enfrentou e como vem lidando com a Covid, mesmo após superá-la. A cantora revelou ter passado muito mal e que chegou a pensar que precisaria ser intubada. Para ela, essa foi uma experiência de “quase morte”. “Tive todos os sintomas e mais alguns. Foi muito pesado o que eu passei”.

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Mesmo recuperada, Joelma relatou ainda estar lidando com as sequelas deixadas pela Covid. Até o tamanho de suas roupas precisaram ser ajustadas. “O meu corpo inchou, eu fiquei maior que uma grávida de nove meses. Fiquei totalmente deformada. Caiu muito meu cabelo, foi uma coisa absurda. Até agora meu corpo não voltou ao normal, tive que mudar de tamanho de sutiã”.

Mesmo assim, a artista mostrou força de vontade e superação e afirmou que a doença a ajudou a ficar mais forte. “Foi renovador, mudou algo aqui dentro. Foi mais uma vitória, mais um obstáculo conquistado. Foi preciso eu passar por isso. Muda a forma de você ver a vida".

Sábado ensolarado é sempre um convite para o recifense ir à praia e este não foi diferente. Dezenas de pessoas saíram de casa para esticar as pernas no sol das orlas de Boa Viagem e Pina, na Zona Sul do Recife. Ao contrário de fins de semana anteriores, a maioria dos frequentadores foi flagrado usando máscaras de proteção item que, segundo especialistas, tem sido o principal elemento de combate à disseminação do coronavírus.  

Porém, se por um lado quem caminha pela areia parece tentar se proteger do vírus, por outro o mar de guarda-sóis indica que ainda é preciso estreitar o olhar para outra medida de segurança: o distanciamento. Barracas coladas, com distâncias muito menores de 1,5 metro, acabam criando aglomerações. 

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Enquanto bares e restaurantes precisam adaptar a distância entre mesas e cadeiras em áreas internas e externas de seus estabelecimentos, comerciantes donos dos coloridos e tradicionais kits de mesa e cadeiras na areia parecem sentir que são uma exceção.

As maiores concentrações ficam nas areias da praia de Boa Viagem, em que chega a ser difícil passar por entre os grupos de amigos ou enxergar além do colorido dos sombreiros. No Pina, é possível ver áreas com maior espaço entre as pessoas, o jeito mais seguro de curtir o dia de sol. Apesar da reportagem do LeiaJá ter visto patrulhas em ambos os locais, nada foi feito para assegurar o distanciamento correto entre as barracas e, consequentemente, entre as pessoas. 

Até o início deste ano, quando pensávamos em aplicativos de transporte particular, nossas preocupações eram voltadas para o valor da fatura no final do mês ou, quando muito, se o motorista que vinha ao nosso encontro era bem avaliado ou não. Com a chegada da Covid-19 ao Brasil, pequenos e grandes hábitos precisaram ser repensados, adaptados e, mesmo que temporariamente, extintos. Bares e restaurantes fecharam, para conter o risco de contaminação, reuniões sociais passaram a acontecer virtualmente e a preocupação com o inimigo invisível passou a dominar não apenas os noticiários, como também a cabeça da grande maioria dos brasileiros. 

Não é para menos. No mês de agosto, o Brasil bateu a marca das 100 mil mortes por Covid-19, doença que começou a se espalhar por aqui em março deste ano. Nesses cinco meses, sair de casa passou a ser um desafio que envolve coragem e passadas meticulosas de álcool em gel 70%, ao menor toque em uma superfície diferente. Para quem tem o privilégio de não precisar do transporte público, os automóveis particulares parecem a opção ideal. Porém, como se sentir seguro em um carro desconhecido e que transporta dezenas de pessoas diferentes por dia?

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“Nossa preocupação principal, desde o início, foi com a segurança das pessoas”, afirma Eduardo Roithmann, gerente de operações da 99, uma das principais empresas que oferecem serviço de transporte particular em Recife. Ele explica que, antes de todas as medidas de higiene serem implementadas, o grupo, que pertence a empresa global DiDi Chuxing, criou um fundo para ajudar colaboradores que estivessem com suspeita de Covid-19 e precisassem se afastar do trabalho. A companhia ainda procurou orientar usuários e colaboradores com informações oriundas de órgãos oficiais, como a Organização Mundial de Saúde (OMS).

“No primeiro momento, o que a gente podia fazer era mandar mensagens para os nossos passageiros e motoristas dando orientações que tinham embasamento nas orientações da OMS e do Ministério da Saúde. Com o tempo fomos adaptando as nossas tecnologias para criar, por exemplo, o reconhecimento facial em relação à máscara. A gente vai evoluindo e está construindo coisas porque ainda estamos em situação difícil e a gente entende o nosso papel na sociedade”, diz. 

Assim como a 99, a Uber - que também opera em alta demanda na capital pernambucana, procurou estabelecer, em um primeiro momento, um fundo de apoio e mensagens de conscientização para motoristas e passageiros. Além disso, suspendeu serviços como o Uber Juntos, que permitia o compartilhamento de viagens entre passageiros desconhecidos, patinetes, e passou a oferecer um reembolso para itens como álcool em gel e máscaras.

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Segurança para quem dirige, existe?

O montador de móveis Pedro Guedes dirige para as duas empresas diariamente e afirma que, apesar de um início de medidas lento, tanto a Uber quanto a 99, tem tido a preocupação de instruir os motoristas a respeito dos cuidados na quarentena. “Antes do lockdown eles fizeram o básico, falaram para a gente evitar ar condicionado, manter o vidro aberto. Mas depois, falaram sobre o número de pessoas no veículo, não colocar ninguém na frente, essas coisas”, contou.

Ele confirma que ambas as gigantes custeiam os gastos com materiais de limpeza como luvas, máscaras e álcool em gel e, desde agosto, começaram a incentivar a aplicação do vidro de proteção que separa o motorista e o passageiro. Para ele, no entanto, o problema tem sido quem solicita as corridas, clientes que insistem em desrespeitar regras de proteção.

“A grande maioria das pessoas que eu pego alega que não recebeu as mensagens de orientação, mas eu tenho o aplicativo de passageiro e mostro que tá lá”, explica. Mesmo assim, Pedro reclama que, como não há como fiscalizar 'de perto', muita gente tenta burlar o limite de ocupantes do veículo e poucos são os que cobram medidas de distanciamento. 

Em maio, o motorista foi infectado pelo novo coronavírus e precisou se distanciar das atividades para cumprir o isolamento necessário ao tratamento da doença. “A Uber mandou mensagem dizendo que 'a gente vai dar suporte à vocês, auxílio financeiro, caso vocês peguem Covid-19 e se for o caso a gente paga até o tratamento no médico', mas eles queriam que informasse”, explicou, e conta que o tratamento das duas companhias com a notícia da doença foi diferente.

“Informei a Uber que tinha pego a Covid e eles passaram três dias para verificar meu atestado, então, bloquearam minha conta por 14 dias, mas me deram o equivalente a 14 dias rodados”, conta. Com a 99 o suporte oferecido foi apenas em caso de internação. “Eles perguntaram se era caso de internação, se fosse, eles pagariam as despesas médicas, mas não era o meu caso. Como eu fiquei em casa não tive verba nenhuma. O fundo de R$ 10 milhões não é para pagar a gente em dinheiro é para pagar os custos. Levar ao médico, se precisar ficar internado, etc. Mas a maior preocupação que eu tinha era justamente os boletos”, diz. 

De janelas abertas e temor no peito

A preocupação do montador é a mesma de milhares de brasileiros. Apesar da recomendação principal da Organização Mundial de Saúde e das Secretarias de Saúde nos Estados ser para que a população fique em casa, muita gente precisou e ainda precisa trabalhar ou resolver burocracias presencialmente. Pagar boletos, fazer a feira, ir ao médico, são atividades que não puderam ser suspensas para todos. Ficar em casa é privilégio de alguns e sair, usando aplicativos de transporte como opção de deslocamento, de outros.

É o caso da assessora jurídica Rafaela Clericuzi, que precisou se locomover pela Região Metropolitana do Recife (RMR), mesmo durante o isolamento social. Ela optou por utilizar o transporte particular por considerá-lo mais seguro. Mesmo assim, o medo de se contaminar com a Covid-19, a deixava alerta em toda viagem. “Eu achava que podia [me contaminar] sim, principalmente quando eu colocava o cinto de segurança, mas tentava tomar as medidas necessárias, usando máscara e usando álcool em gel antes de entrar no carro, além de não ir conversando com o motorista, deixando as janelas abertas”, afirma.

Usuária principalmente dos serviços da Uber, ela confessa não ter visto nenhuma ação prática, como distribuição de kits para os colaboradores, mas afirma que, apesar disso, tem achado os motoristas bastante cuidadosos durante as viagens. “Não sei se a Uber passou alguma informação para eles, mas achei que os motoristas estavam bem conscientes. Sempre estavam de máscara, alguns com álcool no carro e sempre abriam as janelas assim que eu entrava”, afirma. 

De acordo com o relato de Pedro, Rafaela faz parte de um grupo pequeno de passageiros que se atenta às medidas de prevenção para não só sair ileso do risco de contaminação, mas também deixar em segurança quem precisa permanecer no transporte. As medidas tomadas por ela estão nas orientações passadas pelas empresas de transporte particular atraves dos aplicativos e devem continuar sendo seguidas, mesmo com a retomada gradual das atividades.

Para quem se preocupa com a volta da "normalidade", nem a Uber, nem a 99 intencionam diminuir as medidas de prevenção no combate ao novo coronavírus. Eduardo Roithmann, gerente de operações da 99, afirma que o momento ainda não é de desacelerar os cuidados ou retomar as atividades totalmente. “A gente quer que as pessoas fiquem em casa, mas se precisarem sair, que façam isso com segurança”.

Motoristas da 99 podem colocar escudos para aumentar a proteção contra o novo coronavírus. Foto: Rafael Bandeira/LeiajaImagens

O que dizem os especialistas

Coordenador de Clínica Médica do Hospital Miguel Arraes e um dos profissionais que ajudaram a montar o protocolo de saúde da casa, o clínico geral Fábio Queiroga acredita que a chave para proteção contra o novo coronavírus está na prevenção. “O uso da máscara parece realmente estar fazendo com que a pandemia diminua o número de infectados e a gravidade da doença. Ele diminui a carga viral que chega ao paciente”, explica o médico.

Queiroga aponta para a utilização do item, obrigatório no Estado, como um dos motivos para o recuo da enfermidade e alerta que, se você precisar tossir ou espirrar, deve fazer isso com o objeto cobrindo o rosto, principalmente dentro de veículos de transporte. "Carro é um local muito confinado. O vidro tem que estar aberto ou vira um elevador. Imagine uma pessoa espirrar em um elevador. O vírus se espalha por ali”, comenta.

Sobre as medidas tomadas pelas representantes dos aplicativos de transporte, Queiroga reconhece que muitas delas formam, sim, barreiras para a disseminação do vírus. O uso obrigatório da máscara, o limite de passageiros e o álcool 70% são verdadeiros aliados durantes as viagens. “Mas o que vai ser fundamental é a limpeza das mãos, o uso de máscaras e estar sempre higienizando onde se pega”, alerta. 

Ele reforça que o cenário ideal seria o condutor conseguir higienizar o veículo a cada passageiro. “Se ele conseguisse fazer o mínimo de higienização, seria uma segurança a mais”, diz. “Apesar dos números estarem diminuindo, a pandemia ainda não acabou. Ainda é o momento de ter cautela”, finaliza.

A Indonésia resolveu punir aqueles que não aderirem ao uso de máscaras nas ruas de um jeito diferente. As autoridades locais puniram oito pessoas, flagradas sem o item obrigatório, a cavar sepulturas para vítimas da Covid-19 no país. O caso aconteceu na província de Java Oriental, que tem registrado um aumento no número de infectados. 

O chefe do distrito de Cerme, Suyono, disse que puniu os residentes, que fazem parte de um movimento antimáscaras, por não usarem a proteção em locais públicos, assim infringindo uma lei nacional, sancionada em abril deste ano. “Existem apenas três coveiros disponíveis no momento, então achei melhor colocar essas pessoas para trabalhar com eles”, disse Suyono, afirmando que as autoridades locais garantiram que os "criminosos" não participaram dos enterros. 

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Assim, duas pessoas trabalharam em cada túmulo, sendo uma cavando a sepultura, e outra colocando tábuas de madeira dentro do buraco para apoiar o cadáver. Em julho, uma pesquisa constatou que apenas 30% das pessoas na província utilizavam a máscara nas ruas. Quem é flagrado violando a lei pode pagar multa ou ser, como neste caso, obrigado a prestar serviços comunitários.

Os frequentadores das praias de Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), parecem esquecer que, assim como os raios de sol podem ser inimigos invisíveis para a pele, a Covid-19 ainda é um vilão que permanece à espreita do menor descuido. Neste sábado (12), dezenas de banhistas esticaram suas cangas nas praias de Casa Caiada e Bairro Novo, esquecendo-se de que, tão importante quanto o protetor solar e a roupa de banho é também o uso da máscara. 

Aglomeradas e despreocupadas, eram raras as pessoas na areia que usavam o item obrigatório para evitar o contágio do novo coronavírus. Comerciantes informais, famílias tomando sol e até mesmo os salva-vidas, escalados para caso haja algum incidente nas águas olindenses, todos foram flagrados sem fazer uso de alguma máscara.

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A reportagem do LeiaJá pode ver carros da polícia militar e até guardas municipais que caminhavam pelo calçadão, mas nenhum oficial chegou a abordar os pedestres exigindo o item, que é considerado de segurança e tem seu uso obrigatório exigido pelo Governo do Estado. Somente na última sexta-feira (12), Pernambuco confirmou 1.024 novos casos da Covid-19, totalizando 135.643 casos da doença, sendo 25.730 graves e 109.913 leves. 

Mas nem as estatísticas diárias, apresentadas pela Secretaria de Saúde, parecem preocupar os banhistas. Surf, futebol e cadeiras sem o distanciamento correto aparentam ser, na cabeça de quem queima no sol, uma barreira mais eficaz contra a doença.

Na última quinta-feira (10), o Google anunciou 31 organizações ao redor do mundo que devem receber uma parte do valor de US $ 8,5 milhões doados pela companhia no combate à Covid-19. Dentre as iniciativas selecionadas, duas são brasileiras e se destacam por recorrer à inteligência artificial (IA) e análise de dados para nos ajudar a entender melhor a doença e seu impacto nas comunidades. 

O Hospital Israelita Albert Einstein e a Fiocruz Bahia/Universidade Federal da Bahia são as contempladas com o financiamento. De acordo com o Google a UFBA  estabelecendo uma plataforma de IA para pesquisa e compartilhamento de informações relacionadas à Covid-19, no Brasil. Já o hospital apoia e integra profissionais de saúde comunitários e voluntários para ajudar a prestar serviços de saúde mental e monitorar os resultados em comunidades vulneráveis.

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O financiamento faz parte do compromisso do Google.org que prometeu dedicar 100 milhões de dólares à luta contra a doença que vem devastando o mundo. Ao todo, são quatro áreas principais onde novas informações e ações são necessárias para ajudar a mitigar os efeitos da pandemia, Monitoramento e previsão da propagação de doenças; Melhora da equidade na saúde e minimização dos efeitos secundários da pandemia;  ciência de rastreamento de contato e detecção ambiental e apoio aos profissionais de saúde.

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