Tópicos | Antônio Palocci

O ministro Jesuíno Rissato, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), anulou nesta quarta-feira, 1º, condenações impostas ao ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, ao ex-ministro Antonio Palocci, ao ex-diretor de Engenharia e Serviços da Petrobras, Renato Duque, e ao empresário Marcelo Odebrecht na esteira da Operação Lava Jato. A decisão beneficia ainda outras onze pessoas, incluindo o marqueteiro João Santana.

A sentença foi assinada em 2017 pelo então juiz federal Sérgio Moro, que viu indícios suficientes de crimes como corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O processo envolveu suspeitas de pagamentos indevidos, inclusive de caixa dois, pelo chamado Departamento de propina da Odebrecht.

##RECOMENDA##

Rissato concluiu que a 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba é incompetente para processar e julgar o caso e mandou a ação para a Justiça Eleitoral. Desde 2019, por determinação do Supremo Tribunal Federal, crimes de corrupção devem ser julgados na esfera eleitoral quando tiverem conexão com possíveis delitos eleitorais.

Na prática, a decisão coloca o processo de volta ao estágio inicial. A Justiça Eleitoral poderá analisar se mantém ou não as decisões anteriores.

"Tendo em vista o reconhecimento da incompetência da Justiça Federal para processar e julgar o presente feito na decisão do Apelo Nobre interposto pelo réu João Vaccari Neto, foi declarada a nulidade de todos os atos decisórios, ressalvada a possibilidade de ratificação das decisões pelo Juízo competente, determinada foi a remessa dos autos à Justiça Eleitoral, após transcorrido o prazo para interposição de recursos e, de ofício, estendido o efeito deste aos corréus", diz um trecho da decisão.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO LUIZ FLÁVIO BORGES D'URSO, QUE DEFENDE VACCARI

"Inexistiu qualquer conduta ilegal do Sr. Vaccari. A acusação sequer individualizou qualquer episódio que envolvesse o Sr. Vaccari nessas negociações ou nessa facilitação", diz o advogado. "A anulação deste processo e por consequência de mais esta condenação do Sr. Vaccari, acolhendo a tese da incompetência da Justiça Federal em favor da Justiça Eleitoral, restabelece a almejada Justiça buscada por meio dos recursos manejados pela defesa."

A Polícia Federal concluiu que a delação do ex-ministro Antonio Palocci sobre um esquema de corrupção envolvendo o ex-presidente Lula e o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, não tem provas. A informação foi divulgada pela colunista da Folha de São Paulo, Mônica Bergamo, neste domingo (16).

Conforme a coluna de Bergamo, o delegado Marcelo Dajer concluiu que as informações dadas por Palocci “parecem todas terem sido encontradas em pesquisas de internet”, sem “acréscimo de elementos de corroboração, a não ser notícias de jornais”. O inquérito foi encerrado na semana passada sem indiciar os acusados e encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF).

##RECOMENDA##

Em seu acordo de colaboração premiada, o ex-ministro citou a existência de duas contas no banco BTG Pactual, criadas supostamente por Esteves, com a finalidade de repassar propinas para Lula. Os valores seriam usados pelo ex-presidente para "fazer política" e cuidar de "assuntos familiares".

No ano passado, mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil, a partir de reportagem do jornal Folha de São Paulo, mostravam que procuradores da Lava Jato expuseram que Sérgio Moro acreditava que o depoimento do ex-ministro era 'difícil de provar'. Uma conversa dos procuradores no dia 25 de setembro de 2018 ressalta o fato.

Foto: Agência Brasil/Arquivo

O último aditivo do contrato da auditoria que custou R$ 42,7 milhões ao BNDES para abrir a "caixa-preta" nas operações com o grupo J&F poupou o empresário Joesley Batista e o ex-ministro, Antônio Palocci, de serem investigados.

O contrato foi firmado com a KPMG, que acompanhou a auditoria como revisor, no dia 2 de setembro de 2019, pelo atual presidente do banco, Gustavo Montezano. O documento previa que a empresa, em conjunto com a Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP, ampliasse o escopo da auditoria para entrevistar e investigar alvos da Operação Bullish, deflagrada em março de 2019. Como resultado da operação, o Ministério Público Federal de Brasília acusou a JBS de fraude no BNDES e cobrou devolução de R$ 21 bilhões.

##RECOMENDA##

Já a auditoria contratada pelo banco mirou oito operações a empresas do grupo J&F (JBS, Bertin e Eldorado Celulose), ouviu 51 pessoas (o banco não informa a identidade delas) e, no final, como revelou ao jornal O Estado de São Paulo, não encontrou irregularidade.

No aditivo para ampliar o contrato da KPMG em R$ 2,3 milhões, assinado na gestão Montezano, há a ressalva de que não seriam incluídos no escopo da auditoria "custodiantes" que tiveram as denúncias negadas na 12ª Vara Federal do DF.

Apesar de não citar nominalmente Joesley e Palocci, apenas eles e três funcionários do banco tiveram denúncia rejeitada pelo juiz Marcus Vinicius Reis Bastos. O MPF recorreu da decisão.

Em nota, o banco afirmou que Joesley e Palocci não poderiam ser obrigados a dar entrevistas para a auditoria porque não são funcionários do banco. Especialistas disseram que uma auditoria, exatamente por não ser um procedimento policial, pode tentar ouvir qualquer um.

O ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça Cesar Asfor Rocha afirmou que vai processar judicialmente o ex-ministro Antônio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma), que o delatou por suposta propina para enterrar a Operação Castelo de Areia, em 2010. Em nota divulgada por sua Assessoria, Asfor Rocha chamou Palocci de "delinquente".

"Palocci dissemina mentiras com base no que diz ter ouvido falar", reagiu Asfor Rocha. "Por falta de consistência e provas, essa mesma "delação" foi recusada pelo Ministério Público Federal."

##RECOMENDA##

Nesta quinta-feira (7), a Polícia Federal deflagrou a Operação Apiuss, fase da Lava Jato em São Paulo, com base na delação premiada de Palocci.

Agentes federais fizeram buscas na residência de Asfor Rocha, em Fortaleza.

Hoje aposentado, o ex-ministro mantém escritório de advocacia em São Paulo, que não foi vasculhado.

Em um anexo de sua colaboração, Palocci disse que a empreiteira Camargo Corrêa teria repassado R$ 50 milhões para o governo do PT viabilizar o sepultamento da Castelo de Areia - investigação aberta em 2009, envolvendo a construtora e supostos pagamentos, em forma de "doações", a políticos de diversos partidos.

Parte do dinheiro teria sido destinado ao então presidente do STJ que, naquele ano, liminarmente, suspendeu a Castelo de Areia - decisão depois confirmada no mérito pela Sexta Turma da Corte e, mais tarde, pelo Supremo Tribunal Federal.

"Pelas falsidades, agora repetidas, o ex-ministro César Asfor Rocha registrará notícia-crime na Procuradoria-Geral da República e moverá ação penal contra o delinquente, além de ações cíveis por danos causados à sua imagem e à do escritório", destacou o ex-presidente do STJ.

Leia a íntegra da nota divulgada pela assessoria do ex-presidente do STJ César Asfor Rocha

"Não é verdade que o escritório César Asfor Rocha Advogados tenha sido alvo de busca e apreensão, como se divulgou. Palocci dissemina mentiras com base no que diz ter ouvido falar. Por falta de consistência e provas, essa mesma 'delação' foi recusada pelo Ministério Público Federal.

Pelas falsidades, agora repetidas, o ex-ministro César Asfor Rocha registrará notícia-crime na Procuradoria-Geral da República e moverá ação penal contra o delinquente, além de ações cíveis por danos causados à sua imagem e à do escritório."

Com a palavra, a defesa de Palocci

A reportagem busca contato com a defesa do ex-ministro. O espaço está aberto para manifestações.

Presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), a deputada federal Gleisi Hoffmann (RS) afirmou, nesta segunda-feira (29), que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, foi um “grande cabo eleitoral” do presidente Jair Bolsonaro (PSL). 

“Grave, muito grave! Moro divulgou uma delação de Palocci que tinha questionamento do Ministério Público, não tinha conteúdo de prova, mas fez para causar confusão política às vésperas das eleições. Isso prova que Moro foi um grande cabo eleitoral de Bolsonaro”, argumentou, em publicação no Twitter.

##RECOMENDA##

A exposição da parlamentar petista diz respeito a uma reportagem desta segunda do jornal Folha de São Paulo, baseada no conteúdo de mensagens trocadas no Telegram por procuradores da Lava Jato e o ex-juiz recebido pelo site The Intercept Brasil. 

A matéria aponta que o agora ministro considerava frágeis as provas da delação premiada de Antonio Palocci.  No acordo, o ex-ministro acusou os ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, de cometerem crimes de corrupção. Mesmo considerando “difícil de provar”, segundo conversas trocadas por procuradores, o conteúdo da delação foi divulgado por Moro no dia 1º de outubro de 2018, às vésperas das eleições. 

Lula foi o principal fiador da campanha de Fernando Haddad, que o substituiu na disputa depois que o ex-presidente foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Haddad terminou a disputa em segundo lugar e foi para o segundo turno contra Bolsonaro, mas perdeu o pleito.

Mensagens trocadas por procuradores da força-tarefa da Lava Jato sugerem que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, tinha dúvidas sobre as provas apresentadas pelo ex-ministro Antonio Palocci para embasar a delação premiada que fechou com a Polícia Federal. No acordo, Palocci acusou os ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, de cometerem crimes de corrupção. 

De acordo com novas mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil, a partir de reportagem do jornal Folha de São Paulo, uma conversa dos procuradores no dia 25 de setembro de 2018 ressalta o fato. 

##RECOMENDA##

"Russo comentou que embora seja difícil provar ele é o único que quebrou a omerta petista", disse o procurador Paulo Roberto Galvão, fazendo menção ao ex-juiz pelo apelido e ligando os petistas à Omertà, código de mafiosos italianos.

"Não só é difícil provar, como é impossível extrair algo da delação dele", chegou a reforçar a procuradora Laura Tessler. "O melhor é que [Palocci] fala até daquilo que ele acha que pode ser que talvez seja ", acrescentou Antônio Carlos Welter. 

A Polícia Federal coletou o depoimento de Palocci em abril de 2018. Nele, o ex-ministro disse que Lula autorizou o loteamento da Petrobras por partidos e que seu governo sabia que eles recebiam propinas de estatais como a Odebrecht. Além disso, ele ponderou que as campanhas de Dilma em 2010 e 2014 tiveram caixa dois e foram R$ 1,4 bilhão, o triplo do que foi prestado contas no Tribunal Superior Eleitoral.

No dia 1º de outubro, dias antes das eleições de 2018, Sérgio Moro quebrou o sigilo do depoimento e divulgou as falas de Palocci. A conduta, de acordo com a reportagem, foi questionada no Conselho Nacional de Justiça, mas Moro disse que "não deve o juiz atuar como guardião de segredos sombrios de agentes políticos suspeitos de corrupção". E acrescentou: "retardar a publicidade do depoimento para depois das eleições poder ser considerado tão inapropriado como a sua divulgação". 

Ainda de acordo com a matéria, antes desse acordo homologado, em setembro de 2017, Antônio Carlos Welter era o principal interlocutor da força-tarefa com os defensores do ex-ministro. Na ocasião, o procurador disse que os anexos precisavam ser melhorados e, quatro meses depois, chegaram a desistir da colaboração de Palocci.

"Como os anexos estão sem elementos de corroboração suficientes, decidimos romper as negociações", comunicou Welter ao seu colega José Alfredo de Paula e Silva, do gabinete da procuradora-geral Raquel Dodge. "Ótimo", respondeu Alfredo. 

Tempo depois a Polícia Federal fechou um novo acordo em três meses. O chefe da força-tarefa, Deltan Dallagnol, de acordo com a reportagem, questionou o acordo. "Ainda que as decisões sejam favoráveis [para a PF fechar acordos], a simples incerteza criada pelos nossos recursos, nesta e nas próximas oportunidades, é um instrumento a favor de consolidar a posição do MPF como a mais vantajosa com que se negociar mesmo depois da decisão do STF", escreveu no aplicativo de mensagens.

Em resposta ao jornal, o Ministério da Justiça e a força-tarefa da Lava Jato defenderam a legitimidade do acordo. Além disso, pontuaram que não reconheciam como verídicas as mensagens divulgadas pela reportagem. Já a Polícia Federal declarou que não se posicionava sobre investigações em curso e o advogado de Palocci declarou que o conteúdo “não modifica ou invalida a colaboração do ex-ministro”.

O ex-ministro Antonio Palocci afirmou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) concedeu, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), empréstimos para empresas como JBS e Odebrecht em troca de dinheiro para campanhas do PT. A informação é do jornal O Globo. 

A afirmativa de Palocci, de acordo com a publicação, foi exposta durante depoimento do ex-ministro na CPI do BNDES nessa terça-feira (2). A reunião aconteceu à portas fechadas e fez com que o nome do ex-ministro ficasse entre os assuntos mais comentados no Twitter até está quarta-feira (3), acompanhado da hashtag '#acaixapretadoBNDES'. 

##RECOMENDA##

Palocci foi autorizado pelo ministro Edson Fachin a falar para os deputados federais sobre assuntos relacionados ao banco estatal. A parte da delação de Antonio Palocci que trata sobre o BNDES, segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), é um anexo que tem por título "Negócios em Angola".

A PGR aponta que nele, o ex-ministro discorre sobre "pagamentos de vantagens indevidas ao Partido dos Trabalhadores, intermediado por Paulo Bernardo, no valor de R$ 64 milhões de reais, em razão do auxílio político concedido à empresa Odebrecht, no tocante ao aumento de linha de crédito junto ao BNDES para atuação da empresa nos empreendimentos existentes em Angola". 

Sobre o assunto, Palocci disse na CPI que a taxa de risco para Angola e outros países, como Venezuela, foi reduzida por decisão política de Lula. No depoimento, Palocci também chegou reforçar que a Odebrecht repassou R$ 300 milhões ao ex-presidente no fim do seu mandato para que a empreiteira continuasse sendo favorecida pelo banco. 

Ainda de acordo com o jornal, parlamentares que participaram do encontro disseram que Palocci também afirmou que chegou a sugerir que Lula fizesse um "mea culpa" pelos erros, mas o ex-presidente, que apostava segundo ele no fim da Lava Jato, respondeu que não. 

Questionada, a defesa de Lula disse que não se manifestaria sobre “um suposto depoimento secreto”.

A Procuradoria da República no Distrito Federal denunciou o empresário Joesley Batista, os ex-ministros Guido Mantega e Antônio Palocci e o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho por irregularidades em aportes de R$ 8,1 bilhões do banco público na JBS. Além deles, foram denunciadas outras oito pessoas, entre elas, funcionários do BNDES acusados de gestão fraudulenta.

Os procuradores acusam os citados pela prática de crime como formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, gestão fraudulenta, prevaricação financeira e lavagem de dinheiro. A denúncia foi feita no âmbito da Operação Bullish e encaminhada à 12.ª Vara Federal em Brasília. No documento, a procuradoria cobra um total de R$ 5,5 bilhões dos denunciados, sendo R$ 1,8 bilhão por causa do suposto prejuízo causado ao banco público e outros R$ 3,7 bilhões como reparação de danos.

##RECOMENDA##

Os valores vão além do montante pago em acordos de colaboração assinados com a Procuradoria-Geral da República, em 2017. Atualmente, a PGR se manifestou pela rescisão dos acordos dos executivos do Grupo J&F. A decisão ainda está pendente no Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o procurador Ivan Marx, Joesley Batista não abordou em seu acordo os crimes agora denunciados. O advogado do empresário contesta essa versão.

Segundo o MPF, os pagamentos de propinas aos ex-ministros Palocci e Mantega, os dois dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, tinham como objetivo favorecer o projeto de internacionalização da JBS.

"Foi articulado um esquema alimentado por propina que garantiu decisões políticas e econômicas tomadas no BNDES em favor daquela que se tornaria a maior produtora de proteína animal do mundo", afirma o MPF.

Esquema

De acordo com a denúncia, as supostas irregularidades foram executadas por quatro núcleos. Joesley Batista, representando o núcleo empresarial, solicitou os financiamentos "superavaliados" ao BNDES. O grupo político formado por Palocci, Mantega e Coutinho, por sua vez, teria se beneficiado das vantagens indevidas para liberar os aportes por meio de gestões no banco público.

Victor Sandri, apontado como operador de Mantega, seria representante do núcleo intermediário e se encarregava, diz o MPF, de realizar o lobby como banco e receber o dinheiro pago pelos empresários. Na ponta do esquema, explica o MPF, estaria o núcleo técnico formado por funcionários do BNDES, que seriam responsáveis por "justificar" os aportes dentro do banco público.

Propina

Sobre os pagamentos de vantagens indevidas, o MPF afirma que Victor Sandri foi corrompido por Joesley, que tinha interesse em ter acesso ao então ministro Guido Mantega.

Palocci, narra a denúncia, aparece nas fraudes a partir de 2008 e teria recebido os pagamentos por meio de sua empresa de consultoria. O contrato firmado entre a empresa e o ministro previa um adiantamento de R$ 500 mil e outros R$ 2 milhões como comissão. "A consultoria tinha o único objetivo de esquentar os recursos pagos ao deputado para exercer pressão sobre o BNDES na operação de apoio do BNDESPar para a JBS adquirir a empresa Pilgrim’s", diz o MPF em nota.

A defesa de Joesley, por meio de nota, afirmou que os fatos da denúncia foram tratados em anexos entregues em colaboração firmada com a PGR e homologada pelo STF, em 2017. "É preciso que sejam garantidos os direitos assegurados àqueles que firmam acordo e colaboram com a Justiça", diz a nota.

Os advogados de Luciano Coutinho afirmaram que a denúncia é descabida, com conclusões "calcadas em ilações destituídas de provas e de fundamentos" e não se sustentam tecnicamente. "A defesa de Luciano Coutinho reitera sua confiança na Justiça e reafirma a convicção de que a denúncia não vai prosperar", afirmaram os defensores. O Estado não conseguiu contato com a defesa de Victor Sandri. Os advogados de Mantega e Palocci não responderam até o fechamento desta edição.

O juiz Danilo Pereira Júnior, da 12ª Vara Federal, negou nesta sexta-feira (14), um pedido do Ministério Público Federal que exigia que o ex-ministro Antonio Palocci pagasse US$ 20.439.382,16 (R$ 78, 12 milhões) "sob pena de prisão".

Palocci deixou a cadeia no dia 29 de novembro, após dois anos e dois meses preso - desde setembro de 2016, alvo da Operação Omertà - passando para o regime semiaberto domiciliar.

##RECOMENDA##

Condenado a 9 anos e 10 dias de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), o ex-ministro, beneficiado pela delação que fechou com a Polícia Federal, passou ao cumprir pena provisória em regime prisional semiaberto domiciliar, sob monitoramento de tornozeleira eletrônica.

O ex-ministro Antonio Palocci deixou a prisão em Curitiba por volta das 15h30 de hoje (29) e foi encaminhado à Justiça Federal para colocar a tornozeleira eletrônica. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Superintendência da Polícia Federal no Paraná, onde Palocci estava detido. O ex-ministro cumprirá agora prisão domiciliar. 

Ontem (28), o Tribunal Regional Federal da 4ª Região julgou apelações da defesa do ex-ministro. Por maioria, os desembargadores autorizaram a saída da carceragem para ficar em prisão domiciliar. No regime definido pelos magistrados, o réu terá que usar tornozeleira eletrônica.

##RECOMENDA##

A Oitava Turma também definiu a redução de pena do ex-ministro. Ele havia sido condenado a 12 anos, dois meses e 20 dias, mas os desembargadores optaram por diminuir a punição para nove anos e dez dias. 

O julgamento da apelação começou em outubro, mas o desembargador Leandro Paulsen pediu vistas e a análise foi retomada nessa quarta-feira (28). A decisão levou em consideração a delação premiada celebrada pelo réu com a Polícia Federal e homologada pela Justiça, na qual apresentou informações sobre o caso e esquemas de propina com a Petrobras. O conteúdo da delação foi liberado dias antes da votação do primeiro turno das eleições pelo então juiz da 13ª Vara Federal, Sérgio Moro. Nela, Palocci disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha conhecimento da corrupção na Petrobras.

Palocci foi condenado em 2017 por participação em esquema de corrupção no qual teria beneficiado a Odebrecht em contratos com a Petrobras envolvendo a construção de embarcações. A denúncia que originou o processo foi elaborada no âmbito da Operação Lava Jato. Segundo o Ministério Público Federal, o ex-ministro também teria gerido propinas para o PT, com repasses para outras pessoas, inclusive em contas no exterior.

O ex-ministro foi preso preventivamente ainda em 2016 e ficou detido na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Além dele, o caso envolveu outros 13 réus, entre eles o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, os marqueteiros João Santana e Monica Moura e executivos da Odebrecht, entre eles o então presidente da construtora, Marcelo Odebrecht.

Em delação premiada à Polícia Federal, o ex-ministro Antônio Palocci relata suposta atuação criminosa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para viabilizar o projeto de nacionalizar a indústria naval e arrecadar recursos para "quatro ou cinco" campanhas do PT - em especial, a primeira eleição de Dilma Rousseff, em 2010 -, à reboque da descoberta do pré-sal.

Segundo Palocci, Lula e Dilma teriam determinado indevidamente a cinco ex-dirigentes dos fundos de pensão do Banco do Brasil (Previ), da Caixa Econômica Federal (Funcef) e da Petrobrás (Petros), indicados aos cargos pelo PT, que capitalizassem o "projeto sondas". A operação financeira, que resultou na criação da Sete Brasil, em 2010, buscava viabilizar a construção no Brasil dos navios-sonda - embarcações que perfuram os poços de petróleo - para a Petrobrás explorar o pré-sal. A estatal anunciara em 2008 que precisaria de 40 equipamentos - no mundo, existiam menos de 100. "Dentro desse investimento, tinha todo ilícito possível", afirmou o ex-ministro, em depoimento à PF.

##RECOMENDA##

As "ordens" de Lula - que, assim como Palocci, está preso e condenado pela Operação Lava Jato - eram cumpridas, diz o ex-ministro. Os presidentes dos fundos, segundo ele, "eram cobrados a investir sem analisar."

A Polícia Federal levantou dados que corroborariam a delação ao indicar que prazos, estudos técnicos detalhados e apontamentos de riscos e prejuízos foram ignorados. O delator afirma que "todos" sabiam que estavam "descumprindo os critérios internos" dos fundos "e também gerando propinas ao partido".

Cinco ex-dirigentes são citados: Sérgio Rosa e Ricardo Flores (Previ), Guilherme Lacerda (Funcef) e Wagner Pinheiro e Luís Carlos Affonso (Petros). Na sexta-feira, como parte da 56.ª fase da Lava Jato, a Justiça determinou a prisão de Affonso, enquanto endereços de Pinheiro foram alvo de operações de busca e apreensão. Ambos são investigados por supostas irregularidades em obra da sede da Petrobrás na Bahia.

Palocci cita "reuniões" de Lula com os representantes dos fundos, "muitas vezes em conjunto", outras separadamente. A delação forneceu à PF pistas para confirmação dos encontros, alguns em "reuniões oficiais" com atas. Palocci afirmou ter alertado Lula sobre os riscos, por não serem "atas de reuniões, mas sim relatos de ilícitos". O ex-ministro disse ter sido procurado por ex-dirigentes dos fundos, que demonstraram "preocupação". "Eles pediam para que eu ajudasse a tirar a pressão do Lula e da Dilma para que eles pudessem ter tempo de avaliar o projeto e fazer (os investimentos) de forma adequada." Segundo ele, "o presidente reagia muito mal". "Ele (Lula) falava ‘quem foi eleito fui eu, ou eles cumprem o que eu quero que façam ou eu troco os presidentes’".

Palocci não é um colaborador qualquer. Além de ministro da Fazenda de Lula e da Casa Civil de Dilma, ele foi um dos coordenadores das campanhas do PT, interface do partido com o empresariado e o setor financeiro, membro do Conselho de Administração da Petrobrás e responsável pela indicação de alguns dos presidentes dos fundos de pensão de estatais.

O PT ocupou os comandos da Previ, Funcef e Petros desde o início do governo Lula, em 2003. O papel de liderança de Palocci no esquema político alvo da Lava Jato pesou na decisão da PF em aceitar a delação. Os termos acordados foram homologados em junho pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região.

Defesas

A Previ afirmou, em nota, que o "investimento em FIP Sondas foi realizado de acordo com as normas regulatórias vigentes e estava em consonância com a política de investimentos" da fundação. "A Previ não coaduna com atos ilegais. Caso fique comprovado que o nome da Previ foi utilizado para vantagens indevidas, serão adotadas todas as medidas para reparação de danos."

A Petros informou que "não teve acesso à delação e não comenta investigações em andamento", e que "foram e continuam sendo realizadas Comissões Internas de Apuração para averiguar eventuais irregularidades em investimentos decididos no passado". A Funcef não quis se manifestar.

Lula e Dilma negam todas as acusações e afirmam que Palocci "mente" para sair da prisão. Em nota, o advogado Cristiano Zanin Martins afirma que a delação de Palocci foi recusada pelo Ministério Público Federal. Diz que "mais uma vez Palocci mente, sem apresentar prova" para "obter generosos benefícios".

O advogado Rafael Favetti, que defende Guilherme Lacerda, informou que "ainda não teve acesso ao inteiro teor da delação de Antonio Palocci, o que limita a compreensão do relatado pelo criminoso confesso". "A defesa de Lacerda reafirma a lisura dos procedimentos feitos por ele quando diretor-presidente da Funcef", disse o advogado.

O ex-presidente da Previ Sérgio Rosa não comentou o caso. Os demais ex-dirigentes dos fundos não foram localizados.

Semiaberto

A delação de Antonio Palocci, homologada em junho pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), tem 18 termos de depoimento, relacionados a inquéritos da Polícia Federal no âmbito da Lava Jato, em Curitiba. Um segundo pacote de termos aguarda homologação no Supremo Tribunal Federal (STF). Na próxima quarta-feira, seus benefícios serão julgados e o ex-ministro pode sair da prisão, para cumprir o resto da pena em casa, em regime semiaberto.

A frente que apura os navios-sonda e a Sete Brasil é a mais ampla. Além de incriminar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, essas apurações podem atingir diretamente a presidente cassada Dilma Rousseff. As revelações forneceram dados para a Lava Jato, em Curitiba, e para a Operação Greenfield, em Brasília, que apura desvios nos fundos de pensão. A delação ainda abastece outros quatro inquéritos, que apuram: corrupção em Belo Monte; propinas do Grupo Schahin para Lula e o PT; o caso de suposto enriquecimento ilícito de instituição financeira em negociação de exploração de petróleo na África, por pagamentos de propinas ao PT; e o vazamento de dados da operação contra Lula em 2016 e a suposta tentativa de obstrução da Justiça.

Setor

A Sete Brasil quebrou cinco anos depois de montada. Dos 28 navios-sonda contratados com estaleiros no Brasil, quatro serão entregues com atraso - eles deveriam estar funcionando desde 2016. São as embarcações Urca, Arpoador, Guarapari e Ondina, construídas em Angra dos Reis (RJ), no Estaleiro BrasFELS; em Vitória (ES), no Estaleiro Jurong Aracruz e em Maragogi (BA), no Estaleiro Enseada Paraguaçu. Os outros 13 tiveram construção iniciada e estão parados, e 11 sequer saíram do papel.

Atingida pelas revelações da Lava Jato de que todos negócios tinham "acerto" de 1% de propinas para políticos do PT e agentes públicos, a Sete Brasil viu a Petrobrás sair do seu quadro societário. Em comunicado do início do ano, a estatal afirmou que cancelou 24 contratos e ficou apenas com os que estavam em estágio mais avançado.

Com a paralisação, o setor naval brasileiro afundou em crise. O Sinaval, sindicato que representa os estaleiros nacionais, informa que 60 mil vagas de empregos foram fechadas nos últimos quatro anos. Dos 28 estaleiros associados à entidade, 12 estão parados.

A Sete Brasil entrou com pedido de recuperação judicial em 2016. A empresa afirmou que "a atual administração apoiou e apoiará as investigações em curso" e que se considera "prejudicada por conta dos fatos".

Além de Palocci, três ex-executivos da Petrobrás que comandaram a Sete Brasil, João Carlos de Medeiros Ferraz, Pedro Barusco e Eduardo Musa, confessaram o esquema em delações fechadas em 2014 e 2015.

Assistente

A Sete Brasil foi autorizada pela Justiça, no início do ano, a ser assistente de acusação da Procuradoria da República nas ações penais da Lava Jato - como ocorre com a Petrobrás.

Como assistente, a empresa pleiteia o direito de ser declarada vítima da corrupção e pede a restituição de US$ 180 milhões pelo prejuízo, com US$ 70 milhões de propinas nos pagamentos efetuados, e pelos danos causados. O Ministério Público Federal, no entanto, se posicionou contra o pedido com o argumento de que a empresa foi parte do esquema. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça Federal em Brasília recebeu hoje (23) denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, além outros integrantes do PT, pelo crime de organização criminosa. A decisão foi proferida pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara.

Com a decisão, além de Lula e Dilma, passam à condição de réus no processo os ex-ministros da Fazenda Antonio Palocci e Guido Mantega, e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

##RECOMENDA##

Eles foram acusados pelo MPF de praticar “uma miríade [quantidade grande e indeterminada] de delitos” na administração pública durante os governos de Lula e de Dilma Rousseff, somando R$ 1,4 bilhão em desvio de recursos dos cofres públicos.

O caso começou a tramitar no Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado, mas foi remetido à primeira instância após os acusados deixarem os cargos e perderam foro privilegiado.

O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, encaminhou ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) manifestação em que nega ter tentado influenciar o processo eleitoral ao tornar público o teor da colaboração premiada do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci.

Parte dos depoimentos foram tornados público por Moro em 1º de outubro, seis dias antes do primeiro turno das eleições. Neles, Palocci acusa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ex-presidente Dilma Rousseff de participação direta no esquema de corrupção na Petrobras, investigado pela Operação Lava Jato.

##RECOMENDA##

Moro disse ao corregedor-nacional de Justiça, Humberto Martins, que não teve qualquer intenção de influenciar as eleições ao divulgar os depoimentos, uma vez que o atual candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, não é citado por Palocci. O magistrado acrescentou ainda que não poderia interromper o andamento do processo somente em função do calendário eleitoral.

“Retardar a publicidade do depoimento para depois das eleições poderia ser considerado tão inapropriado como a sua divulgação no período anterior. Se o depoimento, por hipótese, tem alguma influência nas eleições, ocultar a sua existência representa igual interferência a sua divulgação”, argumentou Moro.

Ele desqualificou as duas representações abertas contra ele no CNJ pelos deputados do PT Wadih Damous, Paulo Pimenta e Paulo Teixeira. Para Moro, os procedimentos “inserem-se na linha adotada por alguns agentes do Partido dos Trabalhadores de buscarem criminalizar a atividade jurisdicional”.

Moro afirmou ainda que os deputados petistas “buscam, estes mesmos agentes políticos, através de provocação ao Conselho Nacional de Justiça (cuja composição desejam, aliás, alterar), cercear decisões da Justiça que contrariam os seus interesses partidários, mesmo às custas da aplicação da lei a crimes de corrupção”.

Nas duas representações abertas pelo PT, o partido afirma que Moro "desvirtuou de seu dever de serenidade" ao tornar público o conteúdo da delação a seis dias do primeiro turno das eleições. Segundo o partido, o juiz inflamou a sociedade "a partir de documentos que não passaram pelo crivo do contraditório”.

 

As declarações dadas pelo ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Antonio Palocci, em delação premiada deram um novo fôlego para críticas ao PT na reta final da campanha eleitoral. Liderando as pesquisas de intenções de votos, o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, nesta terça-feira (2), que a sigla “coloca qualquer facção criminosa no bolso”. 

Para Bolsonaro, “é inegável o caráter criminoso do PT”. “Aliança com a ditadura cubana, venezuelana, mensalão, petrolão, tesoureiros presos, marketeiros presos, presidentes presos, e agora um candidato que recebe ordens de um corrupto condenado preso”, listou o presidenciável, fazendo referência ao adversário Fernando Haddad (PT), segundo lugar nas pesquisas, e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril deste ano. 

##RECOMENDA##

O candidato do PSL acredita que “o próximo passo dessa facção, assim como de suas linhas auxiliares, será soltar seu líder bandido e torná-lo ministro para obstruir a justiça, outro poder que eles não respeitam”.

“O PT representa o fim da Lava Jato e a volta dos esquemas que ameaçam a democracia”, considerou Jair Bolsonaro.

Na delação, que teve o sigilo retirado pelo juiz Sérgio Moro, Palocci faz uma narrativa minuciosa e explica como foi montado o esquema de propinas e loteamento de cargos atendendo interesses de partidos políticos na Petrobras. Segundo o ex-ministro, Lula tinha conhecimento do esquema investigado pela Lava Jato desde 2007.

O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou mais um habeas corpus do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, preso há mais de dois anos no Paraná.

Palocci foi preso preventivamente em 26 de setembro de 2016 e continua na cadeia por determinação do juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. Para o magistrado, há risco de que o ex-ministro continue a cometer crimes ou atrapalhe as investigações de sua participação em desvios na Petrobras.

##RECOMENDA##

No pedido de liberdade mais recente ao STF, a defesa afirmou que considerar que Palocci continuará a delinquir é “mera suposição” e salientou que ele não ocupa mais cargos públicos, não tendo mais condições de atuar contra as investigações.

Fachin, porém, não entrou no mérito das razões para a prisão do ex-ministro, negando seguimento ao habeas corpus por questões processuais. Ele ressaltou que o plenário do STF já negou o pedido de liberdade de Palocci, em 12 de abril, e que não há argumentações da defesa capazes de justificar nova análise.

Para o ministro, “o Tribunal Pleno efetiva e substancialmente debruçou-se sobre as teses articuladas pela defesa”.

O advogado Alessandro Silverio, que representa Palocci no STF, disse que entrará com um agravo regimental contra a decisão de Fachin, o que pode levar a Segunda Turma a voltar a discutir a prisão do ex-ministro.

Em paralelo, Palocci tenta emplacar um acordo de colaboração premiada, no qual revelaria diferentes negociatas entre empresários e o governo quando era ministro da Fazenda. Uma possível delação, entretanto, ainda não foi homologada pela Justiça.

O ex-ministro já foi condenado por Moro a 12 anos e 2 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele apelou à segunda instância, mas o processo ainda não foi julgado.

Procurado, o advogado Alessandro Silvério, que representa o ex-ministro Antonio Palocci, não retornou aos contatos feitos por telefone e por e-mail. No processo de arresto de bens, a defesa do petista sustenta que ele só poderia ser acionado para o ressarcimento de valores na ação em que já foi condenado em primeira instância pelo juiz federal Sérgio Moro, de Curitiba (por desvio de recursos da Petrobrás para bancar campanhas eleitorais do PT). Palocci é réu em uma segunda ação (envolvendo compra de terreno para Instituto Lula), ainda sem julgamento

A defesa ressalta ainda que mesmo essa ação "ainda não transitou em julgado" (ou seja, não chegou a ser examinada pelas demais instâncias da Justiça) e que o montante já bloqueado é suficiente para cobrir o valor dos prejuízos.

##RECOMENDA##

Palocci teve bloqueado pela força-tarefa da Lava Jato R$ 814 mil em contas bancárias e sequestrado R$ 61,7 milhões que estão em nome da sua empresa, a Projeto Consultoria Empresarial (atual Projeto Administração Imobiliária).

"É nítido que, além de já existir expressiva monta patrimonial constrita, há um total de quatro imóveis e cinco veículos cuja avaliação ainda não ocorreu, mas que, quando vier a ser feita, tornará ainda mais vultoso o valor financeiro dos bens do apelado que foram sequestrados", escreve seus advogados.

Em outro trecho, a defesa diz que "mesmo na hipótese de ser mantida a condenação prolatada, somada à eventual condenação, ainda seria remota a hipótese do valor já bloqueado não ser suficiente para o pagamento".

Para a defesa, o MPF fundamentou o pedido de inclusão dos apartamentos em nome das filhas com base "no fato de ser supostamente insuficiente a monta patrimonial até o momento constrita" para "adimplir com as obrigações pecuniárias" das duas ações penais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, abriu na semana passada a etapa final do processo de sequestro e arresto de bens do ex-ministro Antonio Palocci - preso desde outubro de 2016, em Curitiba - e de sua empresa, a Projeto Consultoria Empresarial (atual Projeto Administração Imobiliária). Às vésperas de executar o bloqueio, a Operação Lava Jato alcançou um patrimônio de imóveis, carros e investimentos do ex-ministro de pelo menos R$ 80 milhões, restando ainda aproximadamente R$ 70 milhões do valor total de R$ 150 milhões estipulado pelos investigadores para reparação de desvios em operações financeiras envolvendo Palocci.

Aberto em maio de 2017, o pedido inicial incluía o sequestro da casa da família do ex-ministro em Ribeirão Preto, cidade paulista da qual Palocci foi prefeito por duas vezes; um apartamento em São Paulo - comprado por R$ 6,6 milhões em nome da Projeto - e a sede da empresa, bens avaliados na ação em R$ 12 milhões; outros R$ 61,7 milhões em investimentos realizados através da empresa e R$ 814 mil apreendidos em contas de Palocci, além de cinco carros em seu nome e da Projeto.

##RECOMENDA##

Esses bens estão congelados preventivamente por ordem da Justiça desde o ano passado e podem agora ser confiscados definitivamente.

O registro anexado agora ao processo oficializou a inclusão de mais dois bens que ficaram de fora do congelamento provisório, por decisão de Moro, e que Palocci lutava para mantê-los longe da Justiça. O primeiro é um apartamento no Edifício Port de Marseille, no bairro Cerqueira César, em São Paulo, pertencente à filha Carolina Silva Palocci. A propriedade foi adquirida em junho de 2014 por R$ 2 milhões. Além deste, também foi incluído no arresto um outro imóvel, agora em nome de Marina Watanabe - filha de sua esposa, Margareth Silva Palocci. Comprado em fevereiro de 2015 por R$ 1,4 milhão, também fica em São Paulo.

Para a investigação da Lava Jato, "Palocci valendo-se dos recursos ilícitos que transitaram por suas contas bancárias, adquiriu bens imóveis de elevado valor em benefício de Carolina Palocci e Marina Watanabe" após a operação ser deflagrada, em março de 2014.

As operações financeiras e imobiliárias podem "em tese caracterizar delito", observa a Procuradoria, que teve o argumento aceito pelos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), em fevereiro passado.

Segundo o Ministério Público Federal, no caso do apartamento de Carolina, "há indícios de que Antonio Palocci promoveu a ocultação de patrimônio ilicitamente obtido mediante registro de doação em favor de Carolina Palocci para posterior aquisição de bem". As quebras de sigilo mostraram que, entre março e junho de 2014, Palocci transferiu, por meio de operações bancárias, R$ 2,8 milhões para a filha. O imóvel foi adquirido em 20 de junho.

A Lava Jato rastreou operação financeira semelhante no ano seguinte, quando Palocci teria adquirido o apartamento no Edifício Indaiá, no Jardim Paulista, em nome de Marina Watanabe. O ex-ministro declarou ter doado R$ 1,5 milhão para a enteada, mas o dinheiro foi transferido diretamente para a conta do antigo dono do imóvel, em 11 de fevereiro de 2015. No mesmo dia, foi feita a escritura de compra e venda do apartamento por R$ 1,4 milhão.

Cálculo. O cálculo dos R$ 150 milhões a serem devolvidos por Palocci aos cofres públicos considera o dinheiro desviado da Petrobrás, mais indenização pelos danos provocados pelos crimes, abrangendo dois processos penais abertos em Curitiba. No primeiro, Palocci já foi condenado no ano passado por Moro a 12 anos, 2 meses e 20 dias de reclusão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, pelo desvio de recursos de contratos da Petrobrás para campanhas eleitorais do PT - feitas pelos publicitários Monica Moura e João Santana. Palocci é réu em outra ação penal, ainda sem sentença, envolvendo a compra de terreno para o Instituto Lula pela Odebrecht. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com a divulgação do acordo de delação premiada firmado entre a Polícia Federal e o ex-ministro Antônio Palocci, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou, em nota, que o ex-aliado está fazendo um “esforço desesperado” para sair da prisão e, para isso, tem mentido nos depoimentos. Palocci está preso desde setembro de 2016. 

Para sustentar o argumento, Dilma disse que enquanto ministra-chefe da Casa Civil não participou de nenhuma reunião com Palocci, Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras na época, e o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para falar sobre o financiamento da sua campanha. 

##RECOMENDA##

Além disso, a ex-presidente também deixa claro, na nota, que “a tal reunião e outros encontros para tratar de acertos de propinas ou de ‘contratos do pré-sal’ jamais existiram. São peças de ficção”.

“A delação implorada do senhor Antônio Palocci tem um problema central. Não está sustentada em provas. E ele não as têm porque tais fatos jamais ocorreram. (...) No esforço desesperado de obter a liberdade, o senhor Antonio Palocci cria um relato que busca agradar aos investigadores, na esperança de que possam deixá-lo sair da prisão”, declara a petista no texto.

Na nota, Dilma Rousseff também criticou a pressão exercida pelos investigadores da Lava Jato contra os presos e comparou-os aos inquisidores. “A submissão da verdade ao capricho de investigadores obedece à mesma lógica dos inquisidores que cometiam abusos, sobretudo físicos, nos presos, em outros tristes tempos, para arrancar confissões”, observou.  

“Lamentável é que a ‘confissão’ sem provas tenha se tornado o retrato desses nossos tempos, em que, a cada dia, o Estado de Exceção vai corroendo a frágil democracia e suas instituições”, completou. 

A delação de Palocci foi divulgada pelo jornal O Globo nessa quinta-feira (28). Segundo a reportagem, a fase de tomada dos depoimentos já foi concluída e os benefícios que serão concedidos a Palocci acertados, mas a colaboração segue em sigilo e ainda não foi homologada pela Justiça. 

Os depoimentos e documentos apresentados pela defesa do ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, de acordo com fontes ouvidas pelo jornal, seriam  suficientes para a abertura de novos inquéritos, operações e até mesmo prisões.

Ex-ministro dos governos Dilma e Lula, Antônio Palocci assinou acordo de delação premiada com a Polícia Federal, no âmbito da investigação da Lava Jato. A informação é do jornal O Globo. Segundo a reportagem, a fase de tomada dos depoimentos já foi concluída e os benefícios que serão concedidos a Palocci acertados, mas a colaboração segue em sigilo e ainda não foi homologada pela Justiça. 

Os depoimentos e documentos apresentados pela defesa do ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, de acordo com fontes ouvidas pelo jornal, seriam  suficientes para a abertura de novos inquéritos, operação e até mesmo prisões. 

##RECOMENDA##

Palocci está preso desde setembro de 2016. Ele foi condenado pela Lava Jato a 12 anos 2 meses e 20 dias de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Palocci é apontado como a pessoa responsável por de mediar a relação entre o PT, os governos Dilma e Lula e a cúpula da Odebrecht. Nas planilhas da empreiteira ele era apelidado de “italiano”. 

A expectativa diante da delação de Palocci é grande já que em depoimento ao juiz Sérgio Moro no ano passado, ele falou de um “pacto de sangue” feito por Lula e a Odebrecht.

Presidente nacional do PT, a senadora Gleisi Hoffmann (PR) afirmou, nesta segunda-feira (11), que o juiz Sérgio Moro, responsável pela 13ª Vara da Justiça Federal, vai condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “quantas e tantas vezes tiver de julgá-lo”. Ao comentar a expectativa para o novo depoimento do petista na próxima quarta-feira (13), a parlamentar disse que assim como em maio, quando Lula depôs pela primeira vez, agora antes da oitiva surge um novo depoimento como “bala de prata” para os investigadores. 

“A estratégia da Lava Jato não tem nada de nova. Mais uma vez, tentou-se jogar a opinião pública contra Lula e contra o PT na semana que precede o depoimento do ex-presidente ao juízo de Curitiba”, disse. Na última semana, o procurador Rodrigo Janot denunciou a cúpula do PT, mais os ex-presidentes Lula e Dilma por obstrução de Justiça. “Daí que já se pode prever o que teremos adiante. A 13ª Vara da Justiça Federal irá condenar Lula quantas e tantas vezes tiver de julgá-lo e, para isso, não se furtará de atropelar o devido processo legal e as garantias constitucionais que tiver pela frente”, acrescentou.

##RECOMENDA##

Para a presidente, o depoimento do ex-ministro de Antônio Palocci é utilizado pelos investigadores como a “bala de prata”, mas diz “mais do mesmo”. “Muita acusação sem nenhuma prova, aliás, sem testemunho ocular, apenas o ouvir dizer, me contou, fui informado… É lamentável que Palocci tenha se prestado a isso, tentando incriminar Lula para salvar a própria pele”, cravou. 

Sob a ótica de Gleisi, “nessa altura da operação, a truculência e o posicionamento político de agentes do Estado estão acima da lei” vai “intensificar a produção de manchetes a tempo de influenciar o impedimento do retorno do projeto político” de Lula. “O problema dessa estratégia concentrada na destruição do maior líder político da história do País, é que não atinge somente ele ou o PT. Atinge a maioria do povo brasileiro, pois essa aliança, conluio, entre as forças judiciais tendenciosas, a grande mídia e o capital financeiro, está permitindo a realização de reformas e retrocessos nos direitos e conquistas do povo brasileiro”, disparou.

Gleisi Hoffmann disse que mesmo diante da conjuntura continuará a defender Lula e o PT, “porque isso significa defender a democracia brasileira e os interesses da maioria do povo”.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando