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Com a divulgação do acordo de delação premiada firmado entre a Polícia Federal e o ex-ministro Antônio Palocci, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou, em nota, que o ex-aliado está fazendo um “esforço desesperado” para sair da prisão e, para isso, tem mentido nos depoimentos. Palocci está preso desde setembro de 2016. 

Para sustentar o argumento, Dilma disse que enquanto ministra-chefe da Casa Civil não participou de nenhuma reunião com Palocci, Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras na época, e o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para falar sobre o financiamento da sua campanha. 

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Além disso, a ex-presidente também deixa claro, na nota, que “a tal reunião e outros encontros para tratar de acertos de propinas ou de ‘contratos do pré-sal’ jamais existiram. São peças de ficção”.

“A delação implorada do senhor Antônio Palocci tem um problema central. Não está sustentada em provas. E ele não as têm porque tais fatos jamais ocorreram. (...) No esforço desesperado de obter a liberdade, o senhor Antonio Palocci cria um relato que busca agradar aos investigadores, na esperança de que possam deixá-lo sair da prisão”, declara a petista no texto.

Na nota, Dilma Rousseff também criticou a pressão exercida pelos investigadores da Lava Jato contra os presos e comparou-os aos inquisidores. “A submissão da verdade ao capricho de investigadores obedece à mesma lógica dos inquisidores que cometiam abusos, sobretudo físicos, nos presos, em outros tristes tempos, para arrancar confissões”, observou.  

“Lamentável é que a ‘confissão’ sem provas tenha se tornado o retrato desses nossos tempos, em que, a cada dia, o Estado de Exceção vai corroendo a frágil democracia e suas instituições”, completou. 

A delação de Palocci foi divulgada pelo jornal O Globo nessa quinta-feira (28). Segundo a reportagem, a fase de tomada dos depoimentos já foi concluída e os benefícios que serão concedidos a Palocci acertados, mas a colaboração segue em sigilo e ainda não foi homologada pela Justiça. 

Os depoimentos e documentos apresentados pela defesa do ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, de acordo com fontes ouvidas pelo jornal, seriam  suficientes para a abertura de novos inquéritos, operações e até mesmo prisões.

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