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O Supremo Tribunal Federal (STF) formou placar de 9 a 1 para manter a deputada Carla Zambelli (PL-SP) como ré por perseguir com arma um homem na véspera do segundo turno das eleições de 2022. O processo contra a parlamentar pode resultar na perda de seu mandato como deputada.

Os ministros rejeitaram recurso da deputada contra decisão da Corte que recebeu a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) em agosto. A votação terminou nesta sexta-feira, 24, último dia para os ministros registrarem o voto no caso. O ministro Nunes Marques foi o único magistrado a votar contra manter a decisão que abriu uma ação penal contra a deputada. Os demais acompanharam o relator, Gilmar Mendes.

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A defesa de Zambelli tentava tirar o processo do STF, alegando que o caso não tem relação com o exercício do mandato e deveria ser analisado na primeira instância.

O julgamento estava em curso no plenário virtual do STF durante a semana. Nesta modalidade, os ministros não se reúnem presencialmente ou por videoconferência para debater o processo. Os votos são registrados em uma plataforma virtual. Na quinta-feira, 23, a Corte já havia formado maioria.

Em outubro do ano passado, às vésperas do segundo turno entre o agora presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o então chefe do Executivo, Jair Bolsonaro, a deputada federal perseguiu um homem negro junto com seus seguranças no bairro Jardins, em São Paulo. A parlamentar sacou a arma e correu atrás do jornalista Luan Araújo até um restaurante da região.

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta quinta-feira, 23, para negar o recurso da deputada Carla Zambelli (PL-SP) contra a decisão que a colocou no banco dos réus por perseguir um homem com arma na véspera do segundo turno das eleições de 2022.

Os ministros Gilmar Mendes, relator do caso, Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Dias Toffoli já votaram para a manter a decisão que abriu uma ação penal contra a deputada.

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O julgamento está em curso no plenário virtual do STF. Nesta modalidade, os ministros não se reúnem presencialmente ou por videoconferência para debater o processo. Os votos são registrados em uma plataforma virtual. A votação fica aberta ao longo de uma semana.

A defesa de Carla Zambelli tentava tirar o processo do STF, alegando que o caso não tem relação com o exercício do mandato e deveria ser analisado na primeira instância.

Até o momento, apenas Gilmar Mendes apresentou voto escrito. Ele reiterou que o episódio parece ter sido motivado por discussões políticas, o que atrairia o foro privilegiado.

"Por mais de uma vez, foi assentada e confirmada a competência deste tribunal para processamento das investigações e da possível ação penal voltada aos fatos narrados pela denúncia", escreveu.

Carla Zambelli perseguiu um homem negro junto com seus seguranças no bairro Jardins, em São Paulo, na véspera do segundo turno da eleição. A deputada sacou a arma e correu atrás do jornalista Luan Araújo até um restaurante da região. Ela reagiu após ouvir que "Amanhã é Lula" e "Vocês vão voltar para o bueiro de onde não deveriam ter saído".

A denúncia contra a deputada foi recebida pelo STF em agosto. Os ministros entenderam que havia evidências para abrir uma ação penal por suspeita de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo. Na ocasião, apenas André Mendonça e Kassio Nunes Marques, indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal, foram contra o recebimento da denúncia.

A decisão sobre o mérito das acusações só acontece após a fase de instrução – quando são ouvidas testemunhas e, eventualmente, produzidas novas provas. Se for condenada, a deputada pode pegar até dez anos de prisão.

O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), votou para que a Corte rejeite o recurso em que a deputada Carla Zambelli que tenta derrubar a ação penal a que responde por perseguir, com arma em punho, um jornalista negro nas ruas do bairro do Jardins, em São Paulo, às vésperas da eleição de 2022.

A defesa da bolsonarista tenta tirar o caso das mãos do STF, alegando a incompetência da Corte para julgar o caso, e ainda pede que seja revista a decisão que colocou Zambelli no banco dos réus.

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Em agosto passado, por maioria de votos, o Tribunal entendeu que havia evidências para a abertura de uma ação penal contra a bolsonarista por supostos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.

O recurso de Zambelli é analisado em uma sessão virtual que teve início nesta sexta-feira, 17, e tem previsão de terminar no próximo dia 24. Até lá, os ministros podem depositar seus votos sobre o caso, pedir mais tempo para analisar o recurso ou até remeter a discussão para o plenário físico do STF.

Em seu voto, Gilmar Mendes rechaçou a alegação de que o caso não deveria tramitar no Supremo. O decano frisou que Corte reiterou, em diferentes momentos, sua competência para julgar Zambelli.

A defesa também sustentou que a deputada não poderia ser enquadrada por porte ilegal de arma sob o argumento de que a parlamentar teria autorização para carregar sua pistola. Gilmar Mendes rebateu o argumento lembrando que a Corte também já havia analisado o mesmo ao receber a denúncia contra Zambelli.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) publicou, nesta quinta-feira (2), uma imagem em que compara o povo palestino a ratos sendo caçados por uma águia israelense. As asas da ave carregam as cores da bandeira dos Estados Unidos, num cenário comparado à Faixa de Gaza completamente bombardeada.

A postagem de ataque aos palestinos foi acompanhada de um versículo bíblico, o texto de Isaías 40:11, que diz: "Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão, caminharão, e não se fatigarão".

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A publicação foi repudiada nas redes sociais. A página "Palestina Hoy" no X (antigo Twitter) escreveu que o conteúdo compartilhado pela deputada é inaceitável. A guerra entre Israel e o Hamas atingiu a marca de 10 mil pessoas mortas em menos de um mês, de acordo com levantamentos da rede de notícias Al Jazeera.

Mais de 9 mil pessoas morreram em Gaza desde o início da guerra, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. O número é contestado por Israel. Em virtude do pequeno acesso da imprensa internacional à Faixa de Gaza, não é possível verificar esses números de maneira independente. Do lado de Israel, são 1,4 mil mortos e 242 reféns.

Para o professor de sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Michel Gherman, a publicação de Zambelli reflete um comportamento da extrema direita de desumanização do povo palestino.

"Você tem a águia e o rato na perspectiva de uma guerra eterna, onde o rato é o árabe e deve ser caçado e exterminado. É uma perspectiva de extermínio típica da extrema-direita", avaliou o professor, que também é pesquisador no Centro de Estudos do Antissemitismo da Universidade de Jerusalém.

Como mostrou o Estadão, o ataque terrorista do Hamas contra Israel em 7 de outubro e a resposta israelense com ataques aéreos e por terra, e a invasão da Faixa de Gaza, levou a uma alta de casos de antissemitismo e islamofobia no Brasil e no exterior. Analistas consultados pela reportagem atribuem essa alta a um preconceito enraizado contra judeus e muçulmanos em diversas sociedades.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou, nesta terça-feira (24), que pediu ao hacker Walter Delgatti Neto o endereço do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para que a mãe dela enviasse uma carta ao magistrado. Segundo a parlamentar, a mãe se recordou do motivo dos áudios enviados ao hacker em novembro do ano passado.

"Minha mãe tinha escrito uma carta para o Alexandre de Moraes e queria entregar essa carta. Eu disse para não mandarmos para o STF para evitar pegar mal, e ela disse que o certo era enviar para a casa dele", disse Zambelli ao portal G1.

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"Acabamos não mandando essa carta. Ela que me lembrou (do episódio), eu não lembrava disso. Esse foi o motivo (da conversa com Delgatti)", afirmou.

De acordo com Zambelli, a intenção da mãe dela era "sensibilizar" Moraes sobre medidas tomadas pelo ministro em processos contra a deputada no STF.

Delgatti encaminhou dois áudios de Zambelli para um amigo dele que mora no interior de São Paulo, com mensagens atribuídas à deputada. "Ô Walter, não aparece nenhum endereço de Brasília, né? Precisava do endereço daqui de Brasília", diz a voz de Zambelli em arquivo de áudio, com seis segundos, obtido pelo portal.

"Não, não pode ser, porque quadra é prédio, e ele deve morar numa casa no Lago Sul, alguma coisa assim. Deve ser coisa do STF. Isso provavelmente deve estar nos arquivos do STF como casa... casa tipo... funcional, entendeu?", conforme outro áudio, de 18 segundos de duração.

Deputada mudou versão sobre pedido a hacker

Na segunda-feira (23), por nota, a defesa de Zambelli havia negado ter feito o pedido a Delgatti. Nesta terça, contudo, a parlamentar disse que o hacker foi contratado por ela para cuidar das redes sociais e do site dela e enviou, espontaneamente, uma lista de endereço de diversas autoridades. Nessa listagem, constava o endereço do ministro em São Paulo, e ela solicitou o endereço do magistrado em Brasília.

Ao G1, ministros do Supremo afirmaram que a narrativa de Zambelli é "inverossímil" e "ridícula".

Delgatti afirmou à PF que recebeu cerca de R$ 40 mil da deputada federal para invadir "qualquer sistema do Judiciário". O pagamento teria sido fracionado, R$ 14 mil em depósitos bancários e o resto em espécie, em São Paulo, segundo a defesa do hacker. Uma das provas seria uma conversa com um interlocutor da deputada. A parlamentar nega qualquer ato ilícito.

Delgatti está preso preventivamente desde o início de agosto na Operação 3FA da Polícia Federal (PF). Ele é investigado por suposta invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).

O PL vai enviar ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados representação pedindo a cassação de Lindbergh Farias (PT-RJ), que chamou Carla Zambelli (PL-SP) de "terrorista".

Os congressistas trocaram acusações e precisaram ser separados por colegas enquanto se ofendiam no plenário da Câmara nesta segunda-feira, 9.

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O partido argumenta que o parlamentar violou o decoro parlamentar e abusou injustificadamente da prerrogativa, "chegando ao ponto de rir após proferir tais palavras ofensivas".

A briga começou após parlamentares apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chamarem a organização terrorista palestina, Hamas, responsável por ataques a civis israelenses neste fim de semana, de terrorista.

Lindbergh questiona se quem participou dos ataques golpistas no 8 de janeiro era terrorista e se quem tentou bombardear o aeroporto de Brasília também não seria. Após ser interrompido por Zambelli, que o perguntou sobre o Hamas, o petista chama a própria congressista de "terrorista".

A discussão se alongou com provocações de ambas as pares. Zambelli lembrou do apelido de Lindbergh na lista da Odebrecht e Lindbergh disse para ela falar o que estava a dizer na frene dele.

Ainda no plenário, ela concluiu a fala dizendo para Lindbergh lavar a boca com sabão. "Lave a sua boca com sabão, lindinho, antes de falar da minha família e da forma como eu protejo minha família. Estou sendo atacada por pessoas como você que contam mentira sem falar porque a gente pensa as coisas", diz.

Lindbergh pediu um direito de resposta. A presidente tentou acalmar os ânimos, mas Carla Zambelli e Lindbergh logo começaram a falar e trocar insultos cara a cara. Parlamentares então apartaram a briga. "Seu machista nojento", grita Carla Zambelli, enquanto deputados isolaram os dois.

Até então, o Conselho de Ética da Câmara tem 22 representações protocoladas. Metade desses documentos foram registrados pelo PL, líder de autoria neste momento.

Os deputados federais Lindbergh Farias (PT-RJ) e Carla Zambelli (PL-SP) trocaram acusações e precisaram ser separados por colegas enquanto se ofendiam no plenário da Câmara nesta segunda-feira (9). A briga começou após parlamentares apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chamarem a organização terrorista palestina, Hamas, responsável por ataques a civis israelenses neste fim de semana, de terrorista.

Lindbergh questiona se quem participou dos ataques golpistas no 8 de janeiro era terrorista e se quem tentou bombardear o aeroporto de Brasília também não seria. Após ser interrompido por Zambelli, que o perguntou sobre o Hamas, o petista chama a própria congressista de "terrorista".

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"Essa deputada que está me interrompendo aqui, andando com revólver em punho, perseguir uma pessoa na véspera da eleição, isso é terrorismo. A senhora é terrorista", diz Lindbergh.

Zambelli retruca dizendo que Lindbergh "não honrava o que tinha no meio das pernas", porque Lindbergh se retirava do plenário após fazer as falas. "Vem aqui, pô, fica aqui na frente", provoca então o petista. Zambelli devolve a afronta também o associando ao terrorismo.

"Eu te perguntei se o Hamas era terrorista e vossa excelência não foi homem o suficiente para dizer que Hamas é terrorista. Sabe por quê? Porque vossa excelência e o terrorismo andam assim, ó", afirma.

A deputada então lembrou do apelido de Lindbergh, identificado pelo codinome "lindinho" por delatores da Odebrecht na planilha de repasses de caixa 2 à candidatura do deputado pela empresa.

"A lista da Odebrecht, lindinho, vocês, a lista da Odebrecht e o terrorismo andam de mãos dadas", afirma. "Sinceramente, eu não estou preocupada se algum sem-vergonha, vagabundo aponta o dedo para mim para falar da minha forma de ser, principalmente os machões que têm lista na Odebrecht, chamados de lindinho."

Ainda no plenário, ela concluiu a fala dizendo para Lindbergh lavar a boca com sabão. "Lave a sua boca com sabão, lindinho, antes de falar da minha família e da forma como eu protejo minha família. Estou sendo atacada por pessoas como você que contam mentira sem falar porque a gente pensa as coisas", diz.

Lindbergh pediu um direito de resposta. A presidente tentou acalmar os ânimos, mas Carla Zambelli e Lindbergh logo começaram a falar e trocar insultos cara a cara. Parlamentares então apartaram a briga. "Seu machista nojento", grita Carla Zambelli, enquanto deputados isolaram os dois.

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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pediu o apoio de Guilherme Boulos (PSOL-SP) nesta quinta-feira, 31, em prol de uma reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para discutir o bloqueio de contas de ressarcimento de parlamentares por ordem judicial.

A motivação dela foi o caso do também deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), que foi alvo de uma decisão judicial de Nova Friburgo, interior do Rio de Janeiro, que determinou o bloqueio de R$ 1 milhão na sua conta de ressarcimento de despesas parlamentares. Ele divulgou o caso nas redes sociais na última terça, 29.

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"Contatei Guilherme Boulos, líder do PSOL, propondo reunião com Arthur Lira, presidente da Casa. Apesar das visões políticas 100% opostas, busco resolver burocracias que travam o trabalho de todos", disse Zambelli nesta quinta.

Os dois estavam no mesmo evento e, de acordo com fontes que estavam local, a deputada foi até Boulos, que a ouviu, mas não se manifestou. O gesto ocorreu no mesmo dia em que a pesquisa Datafolha mostrou o deputado liderando as intenções de voto para a Prefeitura de São Paulo em 2024.

Procurado pelo Estadão, Boulos não quis comentar.

Simetria dos casos

Na nota divulgada pela assessoria de imprensa, Zambelli se solidariza com Braga e diz que o bloqueio de contas de ressarcimento é um problema enfrentado há tempos por "parlamentares de direita".

É nessas contas que deputados recebem o ressarcimento de despesas com passagens aéreas, alimentação e transporte. Essas despesas precisam ser comprovadas e estar dentro dos limites da cota parlamentar - uma espécie de "teto" para esses gastos.

Ela também comparou o caso do parlamentar do PSOL com os seus próprios processos judiciais. "Enfrentei bloqueio por multas devido a postagens em minhas redes sobre Lula e ditadores como Ortega e Maduro. O TSE entendeu que tratava-se de fakenews."

Neste ano, a deputada chegou a abrir uma vaquinha virtual para pagar multas e condenações processuais. Como mostrou o Estadão na época, em dez dias, Zambelli arrecadou R$ 168 mil, o que, segundo ela, superava a meta inicial de R$ 100 mil.

A tentativa de aproximação com Boulos foi repudiada por Braga na manhã desta sexta, 1º. Ele acusou Zambelli de usar o caso dele "como artilharia para suas questões" e recusou a solidariedade da deputada. "Não serei usado de escada. Falsa simetria comigo não rola. Não tentei dar golpe de Estado de orientação fascista e nem sustentei projeto de morte."

Abandonada pelo núcleo bolsonarista

Desde o segundo turno das eleições de 2022, Zambelli vem sendo repelida pelo núcleo bolsonarista. Na véspera do pleito, ela perseguiu o jornalista Luan Araújo pelas ruas do bairro Jardins, na Zona Sul de São Paulo, empunhando uma arma de fogo.

Jair Bolsonaro (PL) atribui a esse episódio a culpa pela sua derrota nas urnas. No último dia 18, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para colocá-la no banco dos réus por causa desse episódio.

Zambelli também responde a duas ações de investigação judicial eleitoral - mesmo tipo de processo que deixou Bolsonaro inelegível - que desceram do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a Justiça Eleitoral de São Paulo. A defesa da deputada tentou juntar os casos dela aos do ex-presidente, mas o ministro-corregedor da Corte, Benedito Gonçalves, não acolheu o pedido.

Outro episódio envolvendo Zambelli é o caso do hacker Walter Delgatti Neto. Ele diz que a deputada financiou e é a mandante de um ataque que ele fez ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ele foi preso no mesmo dia em que a Polícia Federal fez operações de busca em endereços da parlamentar.

Bolsonarista fiel, ao mencionar o contato com Boulos, Zambelli não usou o nome do ex-presidente. Em vez disso, reiterou que é opositora política da esquerda e que foi escolhida como "um dos três parlamentares mais opositores ao governo Lula".

O Supremo Tribunal Federal já tem maioria para colocar a deputada Carla Zambelli (PL-SP) no banco dos réus por perseguir, de arma em punho, um homem negro - Luan Araújo, jornalista - pelas ruas de São Paulo na véspera do segundo turno das eleições de 2022. Cinco ministros acompanharam o relator, Gilmar Mendes, no entendimento de que há evidências para a abertura de uma ação penal contra a bolsonarista por supostos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.

Ao final do julgamento sobre a procedência da acusação da Procuradoria-Geral da República, a deputada será instada a apresentar sua defesa. Em seguida, terá início a instrução do processo, com a oitiva de testemunhas e produção de outras provas. Ao fim, será marcado o julgamento em que o STF decidirá se condena ou não Zambelli. Não há data para que isso ocorra.

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Agora ré, Zambelli ainda é alvo de outras investigações no Supremo Tribunal Federal. No início de agosto ela teve a casa vasculhada pela Polícia Federal no bojo do inquérito sobre a suposta invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça com a inserção de uma ordem de prisão falsa contra o ministro Alexandre de Moraes.

No campo da política, como mostrou o Estadão, a parlamentar está isolada no PL. O partido considera como certa a cassação da bolsonarista.

A Corte máxima analisa a validade das imputações da PGR em sessão virtual que tem previsão de terminar na segunda, 21. Também já votaram pela abertura da ação penal os ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia.

O ministro André Mendonça abriu divergência. Alegou que o caso não tem relação 'verdadeira e direta com o desempenho da atividade funcional da parlamentar' e por isso não seria abarcado pelo foro por prerrogativa de função da deputada. O ministro defendeu que o processo não fique sob a alçada do STF e sim seja remetido para uma das Varas Criminais de São Paulo.

A denúncia atribui a Zambelli crimes nos Jardins, em São Paulo, na tarde de 29 de outubro do ano passado, véspera do segundo turno das eleições presidenciais. Na ocasião, ela sacou uma arma durante uma discussão e correu atrás do jornalista Luan Araújo pelas ruas. Um guarda-costa de Zambelli também sacou uma arma para intimidar o jornalista e disparou um tiro 'por acidente'.

Segundo a PGR, Zambelli 'de forma livre, consciente e voluntária, constrangeu' o jornalista 'mediante grave ameaça exercida com o emprego de arma de fogo, a fazer o que a lei não manda, consistente em permanecer no mencionado estabelecimento comercial e a deitar no chão'.

Em seu voto, Gilmar apontou que as evidências colhidas ao longo da investigação são suficientes para o recebimento da denúncia, abrindo-se espaço para a instrução do processo e para o julgamento do caso.

O decano destacou que, ainda que Zambelli tenha porte de arma, 'o uso fora dos limites da defesa pessoal, em contexto público e ostensivo, ainda mais às vésperas das eleições, em tese, pode significar responsabilidade penal'.

"No caso concreto, desde a comunicação do fato à autoridade policial, com a aquisição dos vídeos da conduta, depoimentos, busca e apreensão das armas, para fins de admissão da acusação, verifica-se a materialidade em relação à existência do evento, da arma [apreendida], com indicadores de realidade quanto ao porte ostensivo de arma de fogo às vésperas das eleições, em situação vedada e de risco, com a perseguição e submissão da vítima à restrição espacial, isto é, do ponto de vista abstrato, os elementos angariados são suficientes ao exercício da ação penal, sem prejuízo da apuração das circunstâncias do evento durante a instrução processual", anotou Gilmar.

Isolada no PL, seu partido, e acuada pela Polícia Federal, a deputada Carla Zambelli tentou nesta quinta-feira, 17, desacreditar as declarações do hacker da 'Vaza Jato' Walter Delgatti Neto, o 'Vermelho', à CPMI dos atos de 8 de janeiro. Enquanto ele a implicou em um esquema com suposta participação do ex-presidente Jair Bolsonaro para invadir as urnas eletrônicas, Zambelli reagiu e o desafiou: "Usa e abusa de fantasias em suas palavras".

Depois de um período em que ambos conviveram amistosamente com um objetivo, a parceria entre a deputada e o hacker desmoronou. Em meio ao rompimento, a defesa de Zambelli voltou a rechaçar acusações de 'condutas ilícitas e ou imorais' da deputada, negando seu envolvimento na trama. A defesa atribui ao hacker 'aleivosias e teratologias'.

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"Suas versões mudam com os dias, suas distorções e invenções são recheadas de mentiras, bastando notar que a cada versão, ele modifica os fatos, o que é só mais um sintoma de que a sua palavra é totalmente despida de idoneidade e credibilidade", ressaltou em nota, o advogado Daniel Bialski, que representa a Zambelli.

Nesta quinta, 17, diante de deputados e senadores, 'Vermelho' implodiu a parceria com Zambelli e apontou para Bolsonaro. Ele revelou ter se reunido com o ex-presidente, de quem teria recebido a proposta para invadir as urnas eletrônicas. Segundo Delgatti, o ex-chefe do Executivo ofereceu um indulto para que o hacker promovesse o ataque.

Conforme o depoimento, Zambelli seria a ligação entre Bolsonaro e o hacker. Ela teria participado a reunião mencionada por Delgatti, no Palácio da Alvorada. Também teria mediado - ainda segundo a oitiva - uma ligação entre Bolsonaro e 'Vermelho' na qual o ex-chefe do Executivo teria teria dito que obteve um grampo do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, mas que o hacker precisaria assumir a autoria do crime.

Zambelli já havia sido implicada diretamente por Delgatti em depoimentos prestados pelo hacker à Polícia Federal. Nesta quarta, 16, ele disse que recebeu cerca de R$ 40 mil da deputada para invadir 'qualquer sistema do Judiciário'.

Antes, uma outra oitiva de 'Vermelho', no dia 27 de junho, colocou Zambelli como alvo principal da Operação 3FA. Delgatti foi preso preventivamente no bojo da ofensiva, aberta no início de agosto. Tanto ele como a deputada são investigados por suposta invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com inserção de um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes.

De acordo com Delgatti, Zambelli teria lhe pedido que caso não conseguisse hackear as urnas, que obtivesse 'conversas comprometedoras' de Alexandre de Moraes. O hacker afirmou ainda que, assim que encontrou uma vulnerabilidade no sistema do CNJ, acionou a deputada, dizendo que conseguiria emitir um mandado de prisão em desfavor do ministro, como se fosse ele próprio fosse o autor do decreto.

Segundo 'Vermelho', Zambelli 'ficou empolgada', fez o texto e enviou para que ele publicasse. Walter Delgatti Neto sustentou ainda que foi pago para ficar à disposição da deputada.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE ZAMBELLI

"A defesa da deputada Carla Zambelli novamente refuta e rechaça qualquer acusação de prática de condutas ilícitas e ou imorais pela parlamentar, inclusive, negando as aleivosias e teratologias mencionadas pelo senhor Walter Delgatti.

Observa-se que citada pessoa, como divulgado em diversas reportagens usa e abusa de fantasias em suas palavras. Suas versões mudam com os dias, suas distorções e invenções são recheadas de mentiras, bastando notar que a cada versão, ele modifica os fatos, o que é só mais um sintoma de que a sua palavra é totalmente despida de idoneidade e credibilidade.

Ademais, esclareça-se que a defesa ainda não teve acesso aos autos da investigação e assim que possível, se manifestará de forma mais ampla, justamente para desmerecer publicamente os embustes criados"

O hacker Walter Delgatti, o Vermelho, foi ouvido por quase quatro horas pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira, 16, em Brasília, sobre a invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O advogado Ariovaldo Moreira, que representa o hacker e acompanhou o depoimento, afirma que Walter Delgatti apresentou aos investigadores provas de que recebeu cerca de R$ 40 mil da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para invadir "qualquer sistema do Judiciário".

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O pagamento teria sido fracionado, R$ 14 mil em depósitos bancários e o resto em espécie, segundo o advogado. A defesa esclareceu ainda que o depoimento de hoje foi um "complemento" a informações que Delgatti já havia prestado no mês passado em São Paulo.

Ele confessou que invadiu os sistemas do CNJ em julho, quando foi preso preventivamente na Operação 3FA, e implicou a deputada e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi emitido. O ataque aconteceu em janeiro. "Expeça-se o mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L", dizia o documento.

Em depoimento nesta terça, Delgatti voltou a dizer que a invasão ao CNJ foi negociada com Carla Zambelli. A deputada, por sua vez, afirma que contratou o hacker para fazer a manutenção do seu site. Ela seria ouvida pela PF no início do mês, mas o depoimento foi adiado a pedido da defesa.

O hacker também alega que se encontrou pessoalmente com Bolsonaro no Palácio do Alvorada, em agosto de 2022, e que o ex-presidente questionou se ele poderia invadir as urnas.

COM A PALAVRA, A DEPUTADA CARLA ZAMBELLI

A reportagem entrou em contato com a deputada e ainda aguardava resposta até a publicação deste texto. O espaço está aberto para manifestação.

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados arquivou, por 15 votos a 4, o caso da deputada Carla Zambelli (PL-SP), acusada pelo deputado Duarte Jr. (PSB-MA) de mandá-lo "tomar no c..." durante uma audiência da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado que contou com a presença do ministro da Justiça, Flávio Dino, em 11 de abril.

O relator do caso, João Leão (PP-BA) votou pela inadmissibilidade da acusação. "Pelo que me consta, nós teremos outros embates referentes à deputada. Em função do que aconteceu, porque nós temos algumas dúvidas no que aconteceu, não podemos condenar ninguém em função de dúvidas", disse.

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A deputada agradeceu ao relator e pediu o voto e defendeu que é preciso "acalmar os ânimos". "Acho que esse ano a gente começou todos nós com os ânimos exaltados, eu admito que eu comecei com ânimo exaltado. Hoje eu vejo de outra maneira. Acho que a gente pode fazer o embate de ideias sem atacar pessoas. Não quis ofender o Duarte, não foi a intenção da minha fala".

Ela fez um pedido de desculpa formal, confirmando o palavrão dito, mas que não foi direcionado ao colega parlamentar. A comissão avalia outros casos nesta quarta-feira, 9. O caso de Márcio Jerry - acusado pela deputada Júlia Zanatta de supostamente tê-la importunado durante a mesma sessão da Comissão de Segurança - foi adiado. Ele foi internado hoje em um hospital em Brasília.

A deputada Carla Zambelli (PL-SP) tentou blindar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) da Operação 3FA realizada, nesta quarta-feira (2), pela Polícia Federal, que fez buscas em quatro endereços ligados à parlamentar e prendeu Walter Delgatti Neto, conhecido como o hacker da Vaza Jato.

"O presidente Bolsonaro absolutamente não teve nada a ver com isso. Boa tarde", disse Zambelli ao encerrar a entrevista coletiva que contou com a presença de pouco mais de dez deputados.

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Zambelli relatou que estava com o filho e com a mãe em casa quando a operação aconteceu, às 6h da manhã desta quarta, e que seu passaporte, dois celulares e um HD foram apreendidos.

Em depoimento anterior à PF, Walter Delgatti Neto disse ter encontrado Bolsonaro no Palácio da Alvorada. Segundo ele, o então presidente teria questionado se ele conseguiria invadir a urna eletrônica caso tivesse o código fonte. A negociação, segundo Delgatti, "não foi adiante, pois o acesso que foi dado pelo TSE foi apenas na sede do Tribunal".

Contrariando o que se sabe sobre as urnas, a deputada disse durante entrevista coletiva que as urnas eletrônicas não são auditáveis e justificou, por este raciocínio, a pergunta feita por Bolsonaro. "Se você não vê nenhum motivo para perguntar para um hacker se a urna pode ser fraudada, eu não vou poder te responder. Isso é tão óbvio que eu não consigo te responder", afirmou Zambelli.

A deputada também disse que enviará um relatório ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e questionará a busca e apreensão realizada no gabinete. Segundo ela, a operação da PF em sua unidade no Parlamento não teve testemunha. Ainda de acordo com a parlamentar, nada foi lá colhido.

Entenda a operação contra Zambelli

Delgatti foi preso no operação desta quarta. Zambelli foi alvo de mandatos de busca e apreensão. Ambos são alvos da Operação 3FA, que investiga a suposta invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).

De acordo a PF, a investigação apura delitos que ocorreram entre 4 e 6 de janeiro, quando teriam sido inseridos no sistema do CNJ 11 alvarás de soltura de presos por motivos diversos e um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em depoimento à Polícia Federal, o hacker Walter Delgatti Netto disse que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) lhe pediu para invadir as urnas eletrônicas ou, caso não fosse possível, a conta de e-mail e o telefone de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo Delgatti Netto, a parlamentar fez a solicitação em setembro de 2022, durante um encontro dos dois na Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo.

Naquele mês, o atual presidente Lula (PT) aparecia à frente de Jair Bolsonaro (PL), aliado de Zambelli, nas pesquisas eleitorais. O ex-presidente e seus apoiadores atacavam o sistema eleitoral, sem provas ou evidências de irregularidades.

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À PF, Delgatti também afirmou que conseguiu acessar o sistema da urna eletrônica nem o celular de Moraes. Ele ainda disse que conseguiu entrar no e-mail do ministro, onde não encontrou nada comprometedor.

O depoimento aconteceu no âmbito de um inquérito que investiga a invasão do sistema de mandados de prisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a inclusão de uma falsa ordem de detenção de Moraes. O hacker chegou a ser preso em 2019, em razão dos acessos indevidos, foi posto em liberdade e voltou a ser detido em junho, por descumpimento de determinação judicial de não acessar a internet. Ele afirmou ao G1 que administra as redes sociais e o site de Zambelli.

O Supremo Tribunal Federal formou maioria nesta sexta-feira, 17, para manter a decisão que suspendeu o porte de arma da deputada bolsonarista Carla Zambelli após a parlamentar perseguir um homem negro com pistola em punho às vésperas do segundo turno das eleições. No último dia 25, a aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro foi denunciada por porte ilegal de arma e constrangimento mediante uso de arma.

Os ministros Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso acompanharam o do relator, ministro Gilmar Mendes, e negaram um recurso impetrado pela defesa de Zambelli. Os advogados da parlamentar questionam decisão que, em dezembro, mandou a aliada de Bolsonaro entregar armamentos registrados em seu nome junto à Polícia Federal.

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Ao Supremo, a defesa de Zambelli voltou a argumentar que a deputada agiu em legítima defesa. Além disso, sustentou que o Supremo não teria competência para analisar o caso por que não haveria relação entre o crime imputado à parlamentar e o exercício de seu cargo.

A segunda alegação foi diretamente rebatida por Gilmar. Em seu voto, o decano reafirmou a competência do STF para julgar a deputada destacando que Zambelli só não foi presa em flagrante quando correu armada pelas ruas de São Paulo em razão de seu foro por prerrogativa de função - o qual, segundo o ministro, a deputada pretende afastar com o intuito de tirar o caso das mãos do STF.

Com relação ao argumento de legítima defesa, Gilmar sinalizou que o mesmo será ser analisado no julgamento de mérito do recurso. Segundo o decano, para o acolhimento da alegação deveria haver 'demonstração inequívoca' da legítima defesa, o que, em sua avaliação, está 'ausente'.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) por porte ilegal de arma e constrangimento mediante uso de arma.

Além da condenação, o órgão pede que ela seja obrigada a pagar uma indenização de R$ 100 mil por danos morais coletivos e que tenha o porte de arma de fogo cancelado em definitivo.

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Cabe agora ao ministro Gilmar Mendes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), decidir se aceita a denúncia e abre uma ação penal sobre a conduta da parlamentar.

A denúncia foi apresentada porque Carla Zambelli perseguiu um homem negro junto com seus seguranças no bairro Jardins, em São Paulo, na véspera do segundo turno da eleição. A deputada sacou a arma e correu atrás do jornalista Luan Araújo até um restaurante da região.

A vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo disse que, apesar do porte de arma para uso pessoal, a deputada não tinha autorização para o 'manejo ostensivo' do armamento em espaços públicos. Na avaliação da PGR, a conduta da deputada colocou em risco a 'coletividade'. A denúncia também afirma que o jornalista não oferecia 'perigo ou ameaça real' que justificassem o uso da arma.

"A permissão do porte de arma de fogo conferida à denunciada se destina única e exclusivamente à sua defesa pessoal; jamais para constranger a liberdade de interlocutor e a fazer com ele se desculpe dos seus posicionamentos políticos, preferências eleitorais e supostos atos injuriosos manifestados, ainda que a pretexto de resguardar, em tese, sua honra maculada", diz um trecho da denúncia.

O episódio já havia levado a PGR a pedir a suspensão do porte de armas da parlamentar. Três pistolas e um revólver de coleção registrados no nome dela foram confiscados.

A defesa da deputada argumenta que ela foi ameaçada e alvo de violência política. Os advogados contrataram um perito para analisar imagens do episódio, registradas por celulares e câmeras de segurança. O laudo pericial, que já foi entregue ao STF, cita 'fortes' indícios que de que a abordagem à parlamentar foi premeditada. O laudo foi usado pela defesa para alegar que Carla Zambelli agiu amparada no artigo do Código Penal que permite a 'qualquer um do povo prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito'.

COM A PALAVRA, CARLA ZAMBELLI

"Carla Zambelli informa que a sua defesa será apresentada no prazo legal e que, no decorrer do processo, irá demonstrar quem foi a vítima e o verdadeiro agressor nos eventos ocorridos.

A deputada reforça que possuía porte de arma legalmente autorizado pela Polícia Federal e que, durante os acontecimentos, somente sacou a arma pois foi dada voz de prisão à pessoa que injustamente lhe agredia e a ameaçava por diversas vezes.

A Polícia Federal (PF) esteve nesta terça-feira, 3, nos endereços da deputada federal Carla Zambelli (PL) em São Paulo e em Brasília para apreender novas armas. Os policiais levaram duas pistolas e uma arma de coleção.

A ordem foi expedida pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). A deputada já havia entregado a arma usada para perseguir um homem na véspera do segundo turno da eleição.

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Procurada pela reportagem, a equipe de Carla Zambelli confirmou a operação e disse que as armas eram usadas para sua defesa pessoal. A deputada também afirmou que os policiais foram "muito educados" e que ela cooperou com a operação.

"Caso qualquer atentado à vida da deputada, agora desprotegida, aconteça, já sabemos o responsável", disseram.

Carla Zambelli perseguiu um homem negro junto com seus seguranças no bairro Jardins, em São Paulo, na véspera do segundo turno. A deputada sacou a arma e correu atrás do jornalista Luan Araújo até um restaurante da região.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, suspendeu o porte de arma da deputada bolsonarista Carla Zambelli no bojo da investigação sobre a ocasião em que a parlamentar perseguiu um homem negro com pistola em punho às vésperas do segundo turno das eleições. Em despacho assinado nesta terça-feira, 20, o decano deu 48 horas para que Zambelli entregue voluntariamente os armamentos registrados em seu nome junto à Polícia Federal no Distrito Federal ou em São Paulo.

Gilmar autorizou a expedição de mandado de busca e apreensão contra a parlamentar, caso ela não entregue voluntariamente sua arma à PF no prazo estipulado. O magistrado ainda deu 60 dias para que o Ministério Público Federal realize eventuais tratativas de acordo de não persecução a ser fechado com a parlamentar por porte ilegal.

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Em sua decisão, o decano do STF considerou que há indícios de uso de arma de fogo para além dos limites da autorização de legítima defesa. Gilmar rechaçou alegação de defesa da honra suscitada por Zambelli, destacando que o Supremo proibiu o uso de tal alegação e ainda destacando que a tese se mostra 'incoerente com a dinâmica dos fatos até agora apurados' na investigação contra a bolsonarista.

Gilmar ainda apontou 'perigo na demora' de decretar a suspensão do porte de arma considerando as manifestações da deputada 'quanto à suposta legitimidade do comportamento' , além de ataques verbais às instituições democráticas, 'instigando práticas em descompasso com as premissas do Estado Democrático de Direito'.

A decisão atende a um pedido da vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo. Em parecer a vice-PGR apontou que era necessário adotar medidas cautelares para evitar novos delitos envolvendo a deputada, mas deixou de oferecer denúncia contra a aliada do presidente Jair Bolsonaro. Lindôra argumentou que os autos da investigação 'indicam a presença dos pressupostos para a celebração de acordo de não persecução penal'.

"O tensionamento político atual, a iminente transição pacífica de poder e o porte indevido da arma de fogo para suposto exercício do direito de defesa da honra revelam que a suspensão cautelar do porte e a apreensão da arma de fogo são medidas suficientes para coibir a reiteração do delito investigado e resguardar a ordem pública", justificou Lindôra, que é braço direito do procurador-geral da República, Augusto Aras.

O ANPP é um tipo de pacto oferecido pelo Ministério Público ao investigado, de modo que ele se compromete a cumprir determinadas medidas em troca de ter sua punibilidade extinta - ou seja, não responder a processo penal. O acordo é cabível nos casos de crime sem violência ou grave ameaça, com pena mínima inferior a quatro anos.

Zambelli entrou na mira dos investigadores após ser filmada empunhando uma pistola enquanto persegue um homem negro, no bairro Jardins, em São Paulo. O episódio ocorreu no dia 29 de outubro. A deputada sacou uma arma durante uma discussão e correu atrás do jornalista Luan Araújo. Um dos guarda-costas de Zambelli chegou sacar uma arma para intimidar o jornalista e acabou disparando um tiro por acidente. Ele acabou preso por disparo de arma de fogo, mas pagou a fiança e está livre.

A vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo defendeu ao Supremo Tribunal Federal a rejeição de pedido para incluir a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e o pastor Silas Malafaia como investigados no inquérito das milícias digitais. A solicitação partiu da bancada do PSOL na Câmara, que viu 'intentona antidemocrática' dos aliados do presidente Jair Bolsonaro em vídeos em que 'convocam' as Forças Armadas a não reconhecerem a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas e a promoverem 'intervenção'.

Braço-direto do procurador-geral da República Augusto Aras, Lindôra argumentou que as imputações feitas pelos parlamentares da oposição contra os bolsonaristas 'não veiculam elementos concretos e reais de inserção em uma organização criminosa que atenta contra a Democracia e o Estado de Direito' e assim não devem ser apuradas no inquérito das milícias digitais.

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Os parlamentares do PSOL pediam investigação sobre o vídeo em que Zambelli questiona se os generais das Forças Armadas 'vão querer prestar continência a um bandido' no dia 1º de janeiro, data da posse do presidente eleito. "Dia 1º de janeiro, senhores generais quatro estrelas, vão querer prestar continência a um bandido ou à nação brasileira? Não é hora de responder com carta se dizendo apartidário. É hora de se posicionar. De que lado da história vocês vão ficar?", afirma.

Com relação a Malafaia, os parlamentares do PSOL impugnaram gravação que cobra uma reação do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra decisões de Alexandre. "Senhor presidente Jair Messias Bolsonaro, o senhor é o presidente em exercício, o senhor tem poder de convocar as Forças Armadas para colocar ordem na bagunça que esse ditador fez", disse, em referência a Alexandre. "Presidente Bolsonaro, como o senhor vai passar para a história? Omisso? Covarde? Ou como alguém que usa o seu poder legal", completou.

Ao Supremo, a bancada do PSOL na Câmara sustentou que as "intenções de ruptura democrática" são "nítidas" e que as manifestações extrapolam a liberdade de expressão.

No parecer enviado à Corte máxima na quarta-feira, 7, a vice-PGR sustentou que já há um procedimento em tramite na Corte que trata do vídeo em que Zambelli incitou generais a não reconhecerem o governo de Lula. A petição é sigilosa e foi autuada no STF no dia 11 de novembro.

Lindôra ainda argumentou que é 'inadmissível a intervenção parlamentar' no inquérito. "Portanto, dada a ausência de legitimidade processual dos parlamentares peticionantes, a falta de conexão das notícias-crimes com o objeto da presente apuração e, no caso das autoridades com prerrogativa de foro, a existência de outros procedimentos acerca dos mesmos fatos relatados, cumpre seja negado seguimento às petições incidentais, com o consequente desentranhamento dos autos", argumentou.

O pedido de arquivamento feito pela vice-PGR também abarca um pedido do deputado Marcelo Calero para que fosse aberta investigação em face do ministro do Tribunal de Contas da União João Augusto Ribeiro Nardes em razão de áudio atribuído ao magistrado com 'declarações incompatíveis com o Estado Democrático de Direito'.

Assim como no caso de Zambelli, Lindôra sustentou que já há uma petição em tramite no Supremo que versa sobre os mesmos fatos. O pedido de investigação em questão partiu do senador Randolfe Rodrigues e foi apresentado no bojo do inquérito das milícias digital. A Procuradoria-Geral da República pediu a redistribuição do caso ao ministro André Mendonça, sob a alegação de que não há 'elementos concretos de conexão' para que a solicitação fosse apresentada no âmbito da apuração sobre ataques aos ministros do STF.

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, determinou a reativação de contas de mais três deputados bolsonaristas que divulgaram 'mensagens atentatórias à Justiça Eleitoral e ao Estado Democrático de Direito'. A decisão assinada nesta quinta-feira, 8, atinge os perfis de Coronel Tadeu, José Antonio dos Santos Medeiros e Cabo Gilberto. Antes, o magistrado já havia liberado as contas dos parlamentares Major Vitor Hugo e Marcel Van Hattem e dos deputados eleitos Nikolas Ferreira e Gustavo Gayer.

As ordens de desbloqueio das contas foram publicadas no mural do Tribunal Superior Eleitoral desta quinta-feira, 8. Caso os parlamentares voltem a publicado conteúdos já derrubados pela Corte ou postarem outras 'mensagens atentatórias à Justiça Eleitoral e ao Estado Democrático de Direito' terão de arcar com multa de R$ 20 mil. O valor poderá, inclusive, ser descontado diretamente dos salários pagos pela Câmara.

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Também foi divulgado nesta quinta-feira, 8, despacho em que Alexandre determina ao Youtube e ao Instagram a remoção imediata de publicações que divulgaram vídeo da deputada bolsonarista Carla Zambelli contra a 'integridade e a normalidade do processo eleitoral'. No documento, o ministro diz que o perfil do marido da parlamentar Coronel Aginaldo, tem sido usado para 'postagens da deputada em descumprimento a decisão judicial' - o perfil de Zambelli está suspenso por ordem do TSE.

Na segunda-feira, 5, o TSE publicou despacho em que Alexandre de Moraes negou o pedido da deputada para reativar suas redes sociais. Na ocasião, o magistrado retirou o sigilo do procedimento que tramita contra a deputada no TSE. Foi no bojo da mesma petição que o presidente da Corte eleitoral derrubou vídeos gravados pela deputada e divulgados em outros perfis nas redes sociais.

No novo despacho, o ministro destacou que a 'a divulgação, consciente e deliberada de informações falsas sobre a atuação da Justiça Eleitoral ou das autoridades ou servidores que a compõem, atribuindo-lhes, direta ou indiretamente, comportamento fraudulento ou ilícito, implica na promoção de desordem informativa que prejudica, substancialmente, a realização de seus correspondentes encargos institucionais'.

"É evidente que a manifestação pública detectada possui potencial para tumultuar o processo eleitoral, na medida em que, implicitamente, incentiva comportamentos ilegais e beligerantes, atraindo, como consequência, a possibilidade de altercações ou episódios potencialmente violentos", ressaltou.

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