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O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), negou em caráter liminar (provisório) a revogação da prisão do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. Preso preventivamente desde janeiro, Cerveró já foi condenado em dois processos, a 12 e a 5 anos de prisão.

Ao STF, a defesa alegou, entre outros pontos, que a prisão preventiva está fundamentada apenas em "presunções" contidas em declarações prestadas por outros réus que fizeram delação premiada e que Cerveró sempre esteve à disposição das autoridades. Os advogados de Cerveró também sustentam que o juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR) expediu um novo decreto de prisão no início do ano para "evitar a soltura"do ex-diretor, o que torna o decreto de prisão ilegal.

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Cerveró negocia com o Ministério Público Federal um acordo de delação premiada. Para o ministro Teori Zavascki, as questões levantadas pela defesa não trazem à tona as hipóteses que autorizam a revogação da prisão de forma cautelar. "As questões suscitadas, embora relevantes, não evidenciam hipóteses que autorizem, liminarmente, a revogação da prisão preventiva. Consideradas as circunstâncias da causa, o exame da pretensão será feito no momento próprio, em caráter definitivo", escreveu Zavascki.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu "fatiar" um dos desdobramentos da Lava Jato, no qual foram encontrados indícios contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) com suspeitas de fraude no Ministério do Planejamento, para que o caso seja apartado das investigações do esquema de corrupção na Petrobras.

A maioria dos ministros entendeu que a investigação não deve ficar sob relatoria de Teori Zavascki, responsável pela Lava Jato na Corte, e de Sérgio Moro, juiz que conduz a Operação na primeira instância. Com a decisão, apurações sobre a petista ficarão com o ministro Dias Toffoli e a parte do caso que envolve o ex-vereador do PT Alexandre Romano, que não tem foro privilegiado, será encaminhada à Justiça de São Paulo.

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A decisão abre brecha para que advogados tentem tirar das mãos de Moro "braços" da Lava Jato, que não têm relação com o núcleo central do esquema originalmente investigado. É o caso das apurações sobre a Eletrobrás, por exemplo. Questionado ao deixar o STF se a decisão prejudica as investigações, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, limitou-se a parafrasear Santo Agostinho, usando uma expressão em latim para dizer que a causa está encerrada: "Roma locuta, causa finita", disse à reportagem.

Na sessão do Supremo, Janot defendeu a manutenção da investigação que envolve o caso de Gleisi e fraudes no Planejamento com Zavascki e com Moro. De acordo com ele, a Procuradoria não analisa uma organização com vários ramos, o que exige a concentração das ações com o mesmo magistrado que conduz a Lava Jato.

"Existe uma operação de mesma maneira, mesmos atores, mesmos operadores econômicos, que atuaram no fato empresa Consist e no fato empresa Petrobras. Não estamos investigando empresas nem delações, mas uma enorme organização criminosa que se espraiou para os braços do setor público", disse o procurador.

Zavascki, no entanto, disse que já existe no Supremo, entre os quase 30 inquéritos abertos a partir da Lava Jato, uma investigação sobre a "organização geral" da corrupção na Petrobras. Os demais fatos, disse o ministro, são investigados separadamente.

"A PGR, por opção própria, preferiu fatiar essas investigações e ações penais, solicitou que fossem abertos inquéritos perante o STF sobre fatos específicos", disse o relator da Lava Jato.

Indícios encontrados contra a senadora Gleisi Hoffmann no curso das investigações da Lava Jato foram encaminhados em agosto por Moro ao STF. A suspeita é que a petista seria beneficiária de fraudes envolvendo a empresa Consist e o Ministério do Planejamento.

A mesma investigação gerou uma denúncia contra o ex-vereador do PT Alexandre Romano, que deve ser conduzida na primeira instância. O material foi redistribuído por sorteio ao ministro Dias Toffoli, após Zavascki entender que não há relação com o esquema de corrupção na Petrobras.

Novo relator do caso, Toffoli defendeu a redistribuição no plenário. Pelo entendimento do ministro, as menções a Gleisi devem permanecer no STF e apurações sobre outros investigados sem foro privilegiado devem ser enviados a São Paulo e não à Justiça Federal no Paraná, onde seriam conduzidos por Moro.

Janot argumentou que os pagamentos irregulares se deram por intermédio de dois escritórios em Curitiba, o que faria com que o caso fosse enviado para a Justiça Federal no Paraná, mas Toffoli disse que o crime foi consumado em São Paulo.

"Nenhum órgão jurisdicional, portanto, pode se arvorar em juízo universal de todo e qualquer crime relacionado a desvio de verbas para fins político-partidários à revelia das regras de competência. Não se cuida, à evidência, de censurar ou obstar as investigações, que devem prosseguir com eficiência para desvendar todos os ilícitos praticados. E há Ministério Público, há Polícia Federal, há juiz federal em todos os Estados do Brasil, com uma capilaridade enorme", disse Toffoli. "Só há um juízo no Brasil? Estão todos os outros juízos demitidos de sua competência?", questionou o ministro.

Votaram com Zavascki e Toffoli os ministros Luiz Edson Fachin, Rosa Weber, Cármen Lúcia, Marco Aurélio Mello e o presidente, Ricardo Lewandowski. O ministro Luís Roberto Barroso concordou com a redistribuição interna, para que o caso saia do gabinete do ministro Teori Zavascki, mas defendeu que o STF não determinasse que São Paulo seria o juízo competente no primeiro grau.

Já os ministros Gilmar Mendes e Celso de Mello ficaram vencidos e votaram pela permanência do caso de Gleisi com Teori Zavascki e pela remessa da denúncia contra Romano ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. Mendes sugeriu que a dispersão atrapalha as investigações.

"O que se espera é que os processos saiam de Curitiba e não tenham a devida sequência em outros lugares. É bom que se diga em português claro", afirmou o ministro. Ele disse ainda que o procurador-geral da República precisa de "um GPS para entrar nesse emaranhado, talvez a mais complexa organização criminosa que já se organizou no País".

"Espalhar processos por Uberaba, São Paulo, Cuiabá certamente estará contribuindo para esse grau de confusão que se quer. (...) Estamos falando de um dos maiores senão do maior caso de corrupção no mundo", disse Gilmar Mendes.

Lewandowski rebateu as insinuações e afirmou que, com a decisão, o Supremo evita possíveis "nulidades" nas investigações. "Não se está beneficiando quem quer que seja, pelo contrário, a Corte está afastando eventuais alegações de nulidade no futuro", disse o presidente. O decano do tribunal, ministro Celso de Mello, disse que era preciso evitar que fossem tomadas decisões conflitantes no julgamento da "organização criminosa de projeção tentacular" investigada pela Lava Jato.

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por mais dois meses os inquéritos abertos para investigar deputados e senadores citados em depoimentos de delação premiada na Operação Lava Jato. Com a decisão, as investigações estão autorizadas a prosseguir até o dia 3 de novembro.

A decisão do ministro vale para os inquéritos contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e para os senadores Valdir Raupp (PMDB-RO), Edison Lobão (PMDB-MA),  Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) e Humberto Costa (PT-PE).

Também foram prorrogados os inquéritos contra os deputados federais Simão Sessim (PP-RJ), José Mentor (PT-SP), Anibal Gomes (PMDB-CE) e Eduardo da Fonte (PP-PE) e contra os ex-deputados João Pizzolatti (SC) e Roberto Teixeira (PE).

No dia 6 de março, os inquéritos contra parlamentares foram  abertos pelo ministro Teori Zavascki, a pedido da Procuradoria-Geral da República, com base nos depoimentos do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

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Ambos fizeram acordo de colaboração com a Justiça e são os principais delatores do esquema de desvios na Petrobras. São investigados no Supremo cerca de 50 políticos.

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu nesta terça-feira (1º) mais prazo para o senador Fernando Collor (PTB-AL) apresentar defesa ao tribunal. Com a decisão, os advogados terão 30 dias para rebater as acusações contra o parlamentar. Antes, o prazo era de 15 dias. Há duas semanas, Collor foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção em um dos inquéritos da Operação Lava Jato.

O Supremo concedeu mais prazo para a defesa após os advogados de Collor alegarem que não tiveram acesso aos documentos que embasaram a denúncia da procuradoria. O relator da investigação da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki, manifestou-se contra a prorrogação do prazo, afirmando que os documentos estão disponíveis na secretaria do tribunal. Teori foi voto vencido. Os ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Celso de Mello votaram a favor do pedido da defesa.

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As investigações indicam que o parlamentar recebeu cerca de R$ 26 milhões de propina em contratos da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Collor também foi alvo da Operação Politeia, fase da Lava Jato que apreendeu três carros de luxo na Casa da Dinda, residência particular do ex-presidente da República. Na ocasião, a PF recolheu uma Lamborghini, uma Ferrari e um Porsche.

Na segunda-feira (31), a defesa do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também pediu mais 15 dias para apresentar defesa ao Supremo. Cunha foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato.

Após o oferecimento da denúncia ao Supremo, o presidente da Câmara e o senador Fernando Collor refutaram as denúncias. Em nota, Cunha rebateu com “veemência” e chamou de “ilações” a denúncia apresentada por Janot. No texto, ele se diz inocente e aliviado “já que agora o assunto passa para o Poder Judiciário”.

Fernando Collor manifestou-se por meio das redes sociais, classificando a denúncia de “lances espetaculosos”. ”Como um teatro, o PGR [procurador-geral da República] encarregou-se de selecionar a ordem dos atos para a plateia, sem nenhuma vista pela principal vítima dessa trama, que também não teve direito a falar nos autos.”, disse.

O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta segunda-feira, 29, a prorrogação das investigações envolvendo políticos supostamente envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras até o final de agosto. O prazo, que já havia sido estendido uma vez, se esgotava hoje. Após pedido da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República para ter mais tempo de investigação, Zavascki autorizou que sejam feitas diligências até o dia 31 de agosto na maior parte dos casos.

No total, já existem autorizações do ministro para que os investigadores continuem o trabalho em 19 dos 25 inquéritos que tramitam perante o Supremo. Em outros dois casos há pedidos de prorrogação por parte da PF e da PGR mas ainda não consta decisão de Zavascki: no inquérito que investiga o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e na investigação do ex-deputado Cândido Vaccarezza (PT) e do deputado Vander Loubet (PT-MT).

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Não há solicitação de extensão de prazo por parte da PGR em uma das investigações do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), junto ao deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE); na investigação sobre o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) e no caso do senador Benedito Lira (PP-AL) e do deputado Arthur Lira (PP-AL).

A expectativa é de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhe ao STF a avaliação final sobre os casos em que não houve solicitação de mais tempo de investigação. Janot pode pedir o arquivamento da investigação, se avaliar que não há indícios de provas suficientes, ou oferecer uma denúncia - uma acusação formal para que o Supremo decida pela abertura de uma ação penal. A expectativa é de haja oferecimento de denúncia antes do término do mandato de Janot como procurador-geral, em setembro.

O ministro Luís Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), também autorizou nesta segunda-feira a prorrogação de dois dos inquéritos que tramitam no tribunal relativos à Lava Jato. São os casos do governador do Acre, Tião Viana (PT), e do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, investigado no mesmo inquérito que o ex-governador do Estado, Sérgio Cabral, ambos do PMDB, e que o ex-chefe da Casa Civil do Rio na gestão de Cabral, Régis Fichtner. No STJ, o prazo também foi ampliado por 60 dias.

As investigações tiveram início em março, após a chegada dos pedidos de abertura de inquérito nos dois tribunais. Neste período, investigadores colheram depoimentos e realizaram diligências - como quebra de sigilo bancário e telefônico e buscas - para recolher indícios que indiquem o envolvimento dos políticos no esquema de corrupção da Petrobras, a partir das delações do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa.

Ricardo Pessoa

A homologação da delação de Ricardo Pessoa, dono da UTC, na última quinta-feira, 25, pelo STF deve trazer mais elementos para as investigações já em curso. Após a homologação, 30 petições ocultas entraram no sistema do STF e podem indicar o desmembramento dos depoimentos de Pessoa por fatos narrados.

O mesmo procedimento, com protocolo de petições com alto grau de sigilo, foi adotado pelos procuradores no caso das delações de Youssef e Costa. Depois da homologação dos depoimentos, no final de 2014, Janot solicitou a Zavascki a divisão das delações em partes. Foram gerados, na época, 42 petições autônomas, que acabaram gerando os 25 inquéritos hoje em tramitação no STF.

O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal do senador Fernando Collor (PTB-AL), no período de 1º de janeiro de 2011 a 1º de abril de 2014, conforme solicitado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O pedido foi realizado no último dia 7 pelos investigadores e deferido na última quinta-feira, 15. O caso tramita em segredo de justiça na Corte.

O senador é um dos 50 investigados perante o STF por suposto envolvimento no escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras, deflagrado pela Lava Jato. A quebra de sigilo foi solicitada pelos procuradores para checar eventuais depósitos mencionados pelos delatores da Lava Jato.

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Além de Collor, Zavascki autorizou quebra de sigilo bancário de outras pessoas, entre elas Pedro Paulo Leoni, um dos supostos operadores do esquema. O ministro também autorizou a quebra de sigilo bancário de empresas. O doleiro Alberto Youssef disse durante processo de delação premiada que fez "vários depósitos" a Collor, além de ter autorizado entregas de dinheiro em espécie ao senador. Durante busca e apreensão no escritório de Youssef, investigadores encontraram depósitos bancários em nome do parlamentar, que somam R$ 50 mil, entre os dias 2 e 5 de maio de 2013.

Na semana passada, após o pedido de quebra de sigilo, Collor protocolou quatro representações contra o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, questionando decisões e alegando "crimes de responsabilidade". Nos pedidos, o parlamentar pede que a Mesa Diretora do Senado forme uma comissão para analisar o caso e emitir um parecer. A decisão final cabe ao Plenário da casa e poderia se transformar em um processo de impeachment do procurador-geral.

Zavascki também autorizou a quebra de sigilo bancário do ex-deputado João Pizzolatti (PP-SC), referente ao período de janeiro de 2009 a janeiro de 2012. Youssef afirmou que o ex-deputado compunha um grupo de parlamentares do PP que atuava na "operacionalização do esquema de corrupção" de forma "estável e perene".

O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), admitiu que a presidente Dilma Rousseff poderia ser investigada durante exercício do mandato se existissem indícios para abrir a apuração, ao contrário do que entende o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A observação consta em decisão desta tarde em que o ministro rejeitou pedido do PPS para levar a discussão sobre a investigação da presidente ao plenário da Corte.

Ao enviar inquéritos que investigam políticos por suposto envolvimento na Lava Jato ao STF, no início de março, Janot descartou investigar a presidente sob alegação de que os fatos narrados com relação a Dilma pelos delatores são anteriores ao mandato. O procurador-geral sustenta que a Constituição veda que o chefe do Executivo seja investigado, durante o mandato, por ato sem relação com exercício do cargo.

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Na decisão desta sexta-feira, no entanto, Zavaskci afirmou que a cláusula de exclusão de responsabilidade do presidente "não inviabiliza, se for o caso, a instauração de procedimento meramente investigatório". Para o ministro do Supremo, é possível realizar a investigação, o que não se confunde com a responsabilização da presidente durante o mandato. Para fundamentar o entendimento de que presidentes da República podem ser investigados, Zavascki faz referência à decisão do decano da Corte, ministro Celso de Mello, tomada em inquérito que investigou o ex-presidente e atual senador Fernando Collor (PTB-AL).

Pelo entendimento, se existirem indícios que mereçam investigação, cabe abertura de inquérito contra presidente da República. O entendimento é divergente do adotado pelo procurador-geral. Na mesma ação, protocolada pelo PPS, Janot se manifestou dizendo que não existe "viabilidade jurídica" para apurar os fatos contra Dilma. "Há total impossibilidade de investigação do presidente da República na vigência de seu mandato sobre atos estranhos ao exercício de suas funções", entende o procurador-geral.

No caso da presidente Dilma Rousseff, de acordo com Zavascki, a discussão sobre a possibilidade de investigação não tem "significado objetivo", pois o procurador-geral da República sustenta que não existe "suporte fático" para a investigação. O ministro aponta que a jurisprudência do Supremo é pacífica ao entender que o pedido de arquivamento de peças de informação - caso do trecho da delação que faz referência a Dilma - não pode ser recusado na Corte. "Não caberia ao Supremo Tribunal Federal instaurar, ele próprio, ex officio, a abertura de procedimento investigatório", escreveu Zavascki, destacando que cabe exclusivamente ao procurador-geral da República solicitar abertura de inquérito contra presidente da República.

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa mencionou em delação premiada que, no ano de 2010, recebeu uma solicitação por meio do doleiro Alberto Youssef para que fossem liberados R$ 2 milhões para a campanha presidencial de Dilma Rousseff. Em março, Zavascki encaminhou, a pedido de Janot, solicitação para a Justiça Federal do Paraná investigar o ex-ministro Antonio Palocci, citado no mesmo depoimento como o responsável por solicitar os valores. Zavascki menciona que o fato denunciado na delação "sobre suposto pagamento ilegítimo à campanha presidencial, já está sendo investigado em procedimento próprio", em referência ao caso de Palocci.

O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a quebra de sigilo bancário do ex-deputado João Pizzolatti (PP-SC), de acordo com fontes que acompanham a investigação. O pedido foi feito pela Polícia Federal no último dia 7.

Na tarde desta quinta-feira, 14, Zavascki atendeu à solicitação e liberou o acesso às movimentações bancárias do ex-parlamentar referentes ao período de janeiro de 2009 a janeiro de 2012. O procedimento tramita em segredo de Justiça no STF.

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No inquérito que investiga Pizzolatti perante o STF por suposta participação no esquema da Lava Jato, a Procuradoria-Geral da República relata que o doleiro Alberto Youssef afirmou que o ex-deputado compunha um grupo de parlamentares do PP que atuava na "operacionalização do esquema de corrupção" de forma "estável e perene". A defesa do parlamentar vê o pedido de quebra de sigilo com "naturalidade".

Zavascki também despachou nesta tarde na decisão da Procuradoria-Geral da República que pede quebra de sigilo bancário e fiscal no inquérito que investiga o senador Fernando Collor (PTB-AL). Ainda não se sabe o teor da decisão, que está em sigilo.

A PF também encaminhou ao STF solicitações para acompanhar movimentação bancária e fiscal no inquérito que apura suposta participação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e do deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) no esquema deflagrado pela operação Lava Jato.

Ainda não há decisão nesta ação. Nesta tarde, a defesa de Renan protocolou manifestação no STF na qual disponibiliza para o Supremo as movimentações bancárias e dados fiscais do senador, espontaneamente.

O ministro Teori Zavascki do Supremo Tribunal Federal (STF) negou nesta terça-feira, 17, recurso protocolado pelo PPS na última sexta-feira, 13, que pedia que a presidente Dilma Rousseff (PT) fosse investigada por citação pelos delatores da Operação Lava Jato. No documento, que foi entregue ao Supremo pelo deputado federal Raul Julgmann (PPS-PE), a sigla questionava a decisão da Procuradoria-Geral da República (PGR) de não pedir investigação da presidente Dilma Rousseff (PT) por ter sido citada pelos delatores da Lava Jato.

A decisão ocorreu no mesmo dia em que o senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), anunciou que a legenda iria endossar o pedido do PPS para que Zavascki autorize investigação sobre a presidente Dilma. "Amanhã, a partir de uma iniciativa do PPS, os partidos de oposição estarão buscando se encontrar com o ministro Teori... as oposições em razão das citações dos depoimentos da delação premiada vão pedir que se abra investigação em relação à presidente República", afirmou Aécio. A fala do senador ocorreu antes de ele tomar conhecimento sobre a decisão de Zavascki. Até a noite desta terça, a assessoria do PSDB não havia se posicionado sobre o despacho do STF rejeitando o pedido.

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Ao analisar o pedido do PPS, o ministro argumenta que a petição foi feita de forma errada, alegando que o agravo regimental é apócrifo (sem autor) e "sequer indica quem seria o subscritor, se advogado ou não. Não há identificação alguma, nem mesmo por timbre", escreveu Zavascki em despacho realizado hoje. "A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal impede que se conheça de recurso sem assinatura de advogado, já que a ausência de assinatura do advogado na petição", complementou o ministro.

Além disso, o ministro também nega pedido do PPS para tornar-se parte do processo. Zavascki argumenta que tal solicitação não cabe nessa fase do caso, ainda em inquérito, e que esse tipo de demanda só poderá ser feito quando já houver denúncia formal por meio do Ministério Público e, consequentemente, abertura de ação penal.

Dilma

Ao enviar o material da Operação Lava Jato ao Supremo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidiu não se manifestar sobre pedido de inquérito ou arquivamento relacionado à Dilma. O procurador alegou que a menção ao nome da presidente era referente ao fato anterior ao mandato da petista e que, por isso, artigo 86 da Constituição veda investigação de presidente da República por fatos que tenham ocorrido fora do exercício de mandato.

A Queiroz Galvão negou, em nota nesse sábado (7), que tenha realizado pagamentos ou cometido qualquer tipo de atividade ilícita para obter contratos. O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, sustentou no pedido de abertura de inquérito contra o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) que ele recebeu R$ 500 mil do esquema de corrupção na Petrobras para financiar sua campanha de 2010. O montante teria sido "parte do bolo" que o PP receberia de contrato da Queiroz Galvão com a estatal, conforme depoimento do doleiro Alberto Youssef.

"A Queiroz Galvão nega veementemente qualquer pagamento ou atividade ilícita para obtenção de contratos ou vantagens. A empresa reitera que todas as suas atividades e contratos seguem rigorosamente a legislação vigente", afirmou a companhia em nota.

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A Queiroz Galvão fez repasse como doação oficial ao diretório do PMDB em Rondônia, reduto eleitoral do senador, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A remessa foi delatada pelo ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, Paulo Roberto Costa. "(...) O valor, na realidade, se tratava de pagamento indevido decorrente de comissionamento de contrato firmado com a Petrobras", registrou o procurador.

A Queiroz Galvão rechaça a acusação e informa que "todas as doações realizadas pela empresa estão de acordo com a lei eleitoral".

Tido no PMDB como o homem de confiança do vice-presidente Michel Temer no Senado, Raupp é o primeiro vice-presidente nacional do partido. O senador ocupou a presidência da legenda quando Temer se afastou do comando da sigla, posto que retomou no ano passado.

Janot pediu a condenação de Raupp pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O inquérito foi autorizado pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), e as doações da Queiroz Galvão serão investigadas pela Polícia Federal.

Acusado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa de ter recebido R$ 2 milhões de origem ilegal durante sua campanha para o Senado, em 2010, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) será alvo de investigação autorizada ontem pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Neste sábado (7) em seu escritório no centro do Rio, ele recebeu a imprensa, negou irregularidades e afirmou que quer esclarecer logo o caso.

Segundo Paulo Roberto Costa, o dinheiro teria sido entregue a Lindbergh pelo doleiro Alberto Youssef. Mas, segundo Lindbergh, em depoimento à Polícia Federal o doleiro negou ter intermediado a entrega desse dinheiro. "Paulo Roberto diz que ajudou na minha campanha (de 2010) com R$ 2 milhões e que quem deu o dinheiro foi Youssef. Youssef diz que nunca me viu e nunca doou dinheiro para mim, e que Paulo Roberto não pediu a ele", afirma o senador.

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"O que estão querendo nesse processo é criminalizar doação eleitoral legal. Nesse processo tem gente envolvida em corrupção na Petrobras, gente que recebia propina semanal, recebia dinheiro na conta, inclusive em conta no exterior, e tem um caso de doação eleitoral legal, que é o meu caso", diz Lindbergh.

"Essas empresas que estão (sendo investigadas) na Lava Jato são responsáveis por 60% das doações em todas as campanhas eleitorais, no Brasil inteiro. O argumento que está indo contra a gente agora é o seguinte: `Se você recebeu (dinheiro ilegal), você tinha que saber'. Mas nós não tínhamos que saber, pois essas empresas são empresas grandes, respeitadas, não podia imaginar que do outro lado houvesse ilícito. Se eu tivesse recebido do Youssef seria diferente, mas não foi isso".

Em 2014, quando foi candidato a governador, Lindbergh teve o auxílio de Paulo Roberto Costa. "Ele participou da discussão do programa de governo, e nós tivemos uma reunião sobre como procurar algumas empresas para ajudar. A questão era: `Você pode nos ajudar em doações legais?'. O próprio Paulo Roberto diz que essas doações (de 2014) foram legais, não há nenhum ilícito aí", diz Lindbergh.

O senador pretende ir a Brasília para tentar acelerar a investigação. "Quero que me investiguem rápido, quero prestar depoimento, quero esclarecer tudo". Lindbergh não quis comentar as investigações sobre outros envolvidos na Operação Lava Jato. "Minha preocupação é me defender, me explicar", afirmou.

Assessores afirmam que Lindbergh considera sua situação diferente daquela do também senador e ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB-AL), outro que será investigado. O impeachment de Collor, em 1992, foi defendido por Lindbergh, então presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), que liderou manifestações públicas. Agora ambos são alvo de investigações decorrentes da mesma operação da Polícia Federal. "A acusação contra Collor é diferente, mais grave", diz um assessor. Collor nega irregularidades.

Oficialmente investigados pela Polícia Federal por suspeita de corrupção na Petrobras, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), podem seguir à frente do Congresso Nacional. Não precisam renunciar ao mandato enquanto não forem condenados. E, mesmo diante de uma condenação, a perda de mandato ocorre apenas após comunicação formal à Mesa Diretora das Casas, lideradas por Calheiros e Cunha. As mesas determinam, então, que os corregedores da Câmara e do Senado avaliem o processo judicial.

Somente após essa consulta é que o colegiado da mesa decide por encaminhar o pedido de cassação à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e à Comissão de Ética. A decisão das duas comissões é o que determina o envio da cassação para votação aberta no plenário da Câmara e do Senado.

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Outro caminho para a cassação pode ser feito por partido representado no Congresso, que pode encaminhar representação solicitando a abertura de processo para suspensão de mandato.

Apesar dessas prerrogativas regimentais, a renúncia de mandato é artifício comum de parlamentares para fugir da cassação. Foi o que fez, em 2007, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que será investigado na Lava Jato pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Naquela ocasião, Calheiros abdicou ao cargo após ser acusado de que teria despesas pessoais pagas por lobista de uma construtora, incluindo pensão alimentícia de uma filha com a jornalista Mônica Veloso.

A presidência do Senado já havia sido abandonada por Jader Barbalho (PMDB-PA), em 2001, após um longo embate com o então senador Antônio Carlos Magalhães. O embate entre eles acabou levando ao surgimento de denúncias que levaram à renuncia de mandato por ambos naquele ano. Barbalho abriu mão do mandato após envolvimento de desvios no Banco do Estado do Pará (Banpará). Já ACM fugiu da cassação pelo escândalo do vazamento da votação secreta da cassação do ex-senador Luiz Estevão (PMDB-DF).

A Lava Jato investigará Eduardo Cunha, que acusou o pedido de inquérito do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, de "alopragem" e "piada". "É mais uma alopragem que responderei e desmontarei com relativa facilidade", escreveu Cunha no Twitter. Em 2005, a pressão política levou o então presidente da Câmara Severino Cavalcanti (PP-PE) a renunciar ao cargo por supostamente receber um "mensalinho" para prorrogar a concessão de um restaurante da Casa. Calheiros e Cunha integram a lista de 22 deputados e 12 senadores que serão oficialmente investigados no âmbito da Operação Lava Jato, com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou nesta sexta-feira, 6, que o partido irá tomar as medidas necessárias após avaliar os casos de parlamentares que são alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal (STF).

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ex-ministro de Minas e Energia, senador Edison Lobão (PMDB-MA) serão investigados ao lado de mais 37 nomes por suposta formação de quadrilha.

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Além deles, estão na lista dos que serão investigados por formar a organização criminosa o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto; um dos vice-presidentes do PMDB, Valdir Raupp; o segundo vice-presidente do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) e o presidente do PP, senador Ciro Nogueira. O lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, também foi incluído na investigação. Também está na lista de investigados o ex-governador de Minas Gerais e senador Antônio Anastasia (PSDB).

"Torna-se agora imprescindível a análise dos fatos que ensejaram os procedimentos instaurados e, tão logo esse exame seja feito, tomar as medidas necessárias em relação aos nomes divulgados. Será analisado caso a caso, considerando os elementos já contidos nos inquéritos e a individualização das condutas para definir os procedimentos a serem tomados a partir de agora, inclusive recorrendo aos Conselhos de Ética das duas casas do Congresso Nacional", diz trecho da nota assinada por Aécio Neves e pelos líderes do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB) e pelo da Câmara, Carlos Sampaio (SP).

Os três se dizem, porém, surpresos com a inclusão do senador Antônio Anastasia entre os investigados. O senador mineiro não quis comentar e afirmou, por meio da assessoria que só iria se pronunciar após tomar conhecimento do processo.

"No que se refere ao senador Antônio Anastasia, cuja história e trabalho só geraram benefícios ao Brasil, com exemplos de uma gestão eficiente e responsável, não obstante a surpresa com sua inclusão na relação, temos a mais absoluta certeza de que tudo será plenamente esclarecido. Por conhecermos o seu proceder irretocável, em tantos anos de vida pública, temos a convicção de que a sua inocência será evidenciada", dizem os líderes do partido em trecho da nota. "Neste momento, a melhor forma de nos dedicarmos à sua defesa é termos nossas atenções voltadas à análise dos fatos para que possamos dar, o quanto antes, as respostas que o país espera, com ansiedade, sobre a lisura de suas ações", concluem.

O Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou nesta noite a relação de nomes que serão investigados por suposto envolvimento no esquema deflagrado pela Operação Lava Jato. Em relação a parlamentares com mandato, há 22 nomes do PP, sete do PMDB, quatro do PT, um do PTB e um do PSDB. São, portanto, 35 nomes com foro privilegiado, no STF.

Na última terça-feira (3), a Procuradoria-Geral da República encaminhou ao Tribunal 28 pedidos de abertura de inquérito para investigar 54 pessoas. Também foram enviados ao STF sete solicitações de arquivamento. O material permaneceu em sigilo na Corte até esta sexta-feira. Os nomes foram divulgados há pouco pelo gabinete do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF.

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Houve decisão pela instauração de inquéritos referentes aos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Edison Lobão (PMDB-MA), Lindbergh Farias (PMDB-RJ), Romero Jucá (PMDB-RR), Valdir Raupp (PMDB-RO), Gleisi Hoffman (PT-PR), Benedito de Lira (PP-AL), Humberto Costa (PT-PE), Ciro Nogueira Lima Filho (PP-PI) e Gladson de Lima Cameli (PP-AC). Há inquéritos já instaurados em relação aos senadores Antonio Anastasia (PSDB-MG) e Fernando Collor (PTB-AL).

Também serão alvo de instauração de inquéritos os deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Aníbal Ferreira Gomes (PMDB-CE), Nelson Meurer (PP-PR), Simão Sessim (PP-RJ), Arthur Cézar Pereira de Lira (PP-AL), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Carlos Magno Ramos (PP-RO), Dilceu Sperafico (PP-PR), Eduardo da Fonte (PP-PE), Jeronimo Goergen (PP-RS), Afonso Hamm (PP-RS), José Linhares da Ponte (PP-CE), José Olimpio Silveira Moraes (PP-SP), José Otávio Germano (PP-RS), Lázaro Botelho Martins (PP-TO), Luiz Carlos Heinze (PP-RS), Luiz Fernando Ramos Faria (PP-MG), Renato Delmar Molling (PP-RS), Roberto Balestra (PP-GO), Roberto Pereira de Britto (PP-BA), Waldir Maranhão (PP-MA), Vander Loubet (PT-MS) e José Mentor (PT-SP).

A lista de pedidos de inquéritos envolve ainda os ex-deputados federais Aline Corrêa (PP-SP), Cândido Vacarezza (PT-SP), João Alberto Pizzolatti (PP-SC), Luiz Argolo (SD-BA), Mário Negromonte (PT-BA), Pedro Correa (PP-PE), Pedro Henry (PP-MT), Roberto Sergio Ribeiro Coutinho Teixeira (PP-PE), e Vilson Covatti (PP-RS). Também foi pedida instauração de inquérito para a suplente de deputado Sandes Junior (PP-GO) e para a ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB) e o vice-governador da Bahia, João Felipe de Souza Leão (PP). O vice-governador tem foro privilegiado, só que no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Também estão na lista Fernando Santos, o "Fernando Baiano", lobista do PMDB, e João Vaccari Neto, tesoureiro do PT. Ao todo, são 30 nomes do PP.

Houve decisão pelo arquivamento para os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Delcídio do Amaral (PT-MS) e para o ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e o ex-deputado Alexandre José dos Santos (PMDB-RJ). Foi decidido pela remessa dos autos ao juízo de origem relativo ao ex-ministro Antonio Palocci (PT).

O Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou nesta sexta-feira (6) a relação de nomes que serão investigados por suposto envolvimento no esquema deflagrado pela Operação Lava Jato. Na última terça-feira, 3, a Procuradoria-Geral da República encaminhou ao Tribunal 28 pedidos de abertura de inquérito para investigar 54 pessoas. Também foram enviados ao STF sete solicitações de arquivamento. O material permaneceu em sigilo na Corte até esta sexta-feira. Os nomes foram divulgados há pouco pelo gabinete do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF.

Veja a lista:

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Investigados:

AGUINALDO VELLOSO BORGES RIBEIRO

ALINE LEMOS CORRÊA DE OLIVEIRA ANDRADE

ANÍBAL FERREIRA GOMES

ARTHUR CESAR PEREIRA DE LIRA

BENEDITO DE LIRA

CÂNDIDO ELPIDIO DE SOUZA VACAREZZA

CARLOS MAGNO RAMOS

CIRO NOGUEIRA LIMA FILHO

DILCEU JOÃO SPERAFICO

EDISON LOBÃO

EDUARDO CUNHA

EDUARDO HENRIQUE DA FONTE DE ALBUQUERQUE SILVA

GLADISON DE LIMA CAMELI

GLEISI HELENA HOFFMAN

HUMBERTO SÉRGIO COSTA LIMA

JERONIMO PIZZOLOTTO GOERGEN

JOÃO ALBERTO PIZZOLATTI JUNIOR

JOÃO FELIPE DE SOUZA LEÃO

JOÃO LUIZ ARGÔLO FILHO

JOÃO SANDES JUNIOR

JOSÉ AFONSO EBERT HAMM

JOSÉ LINHARES DA PONTE

JOSÉ MENTOR GUILHERME DE MELO NETO

JOSÉ OLIMPIO SILVEIRA MORAES

JOSÉ OTÁVIO GERMANO

JOSÉ RENAN VASCONCELOS CALHEIROS

LÁZARO BOTELHO MARTINS

LUIZ CARLOS HEINZE

LUIZ FERNANDO RAMOS FARIA

LUIZ LINDBERGH FARIAS FILHO

MÁRIO SILVIO MENDES NEGROMONTE

NELSON MEURER

PEDRO DA SILVA CORREA DE OLIVEIRA ANDRADE NETO

PEDRO HENRY NETO

RENATO DELMAR MOLLING

RENATO EGÍGIO BALESTRA

ROBERTO PEREIRA DE BRITTO

ROBERTO SERGIO RIBEIRO COUTINHO TEIXEIRA

ROMERO JUCÁ FILHO

ROSEANA SARNEY MURAD

SIMÃO SESSIM

VALDIR RAUPP DE MATOS

VANDER LUIZ DOS SANTOS LOUBET

VILSON LUIZ COVATTI

WALDIR MARANHÃO CARDOSO

Arquivamentos:

DELCÍDIO DO AMARAL GÓMEZ

ALEXANDRE JOSÉ DOS SANTOS

HENRIQUE EDUARDO LYRA ALVES

AÉCIO CUNHA NEVES

Remessa à Justiça do Paraná:

CÂNDIDO ELPIDIO DE SOUZA VACAREZZA

ANTONIO PALOCCI FILHO

Remessa de documentos ao STJ:

CIRO NOGUEIRA LIMA FILHO

AGUINALDO VELLOSO BORGES RIBEIRO

Remessa ao TRF da 1ª Região:

JOÃO ALBERTO PIZZOLATTI JUNIOR

PEDRO DA SILVA CORREA DE OLIVEIRA ANDRADE NETO

Os nomes dos políticos que serão investigados por possível envolvimento no esquema de corrupção deflagrado na Operação Lava Jato serão conhecidos no início da noite desta sexta-feira, 6. Os assessores do ministro Teori Zavascki, relator dos casos no Supremo Tribunal Federal (STF), ainda trabalham nos últimos detalhes da decisão para autorizar abertura de inquérito, arquivamentos e retirada do sigilo do material.

A previsão é de que ao menos os nomes dos investigados sejam conhecidos após as 18 horas. As peças elaboradas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) devem se tornar públicas ao longo da noite. Os pedidos de investigação são baseados nas delações do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Os delatores citaram o envolvimento de parlamentares de cinco partidos: PT, PMDB, PP, PSDB e PSB.

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No total, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a investigação de 54 pessoas com ou sem foro especial perante o STF - aproximadamente 45 desses nomes são de deputados e senadores com mandato.

Já se sabe que estão na lista de futuros investigados os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além dos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Romero Jucá (PMDB-RR), Edison Lobão (PMDB-MA) e Fernando Collor (PTB-AL). As citações ao senador senador Aécio Neves (PSDB-MG) e ao ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) estão entre os pedidos de arquivamento.

O ex-líder do PP na Câmara dos Deputados, o deputado Nelson Meurer (PR) afirmou que, se o Supremo Tribunal Federal decidir investigá-lo em decorrência da Operação Lava Jato, poderá se associar a outros colegas na mesma situação para tentar conseguir preço mais baixo dos advogados.

Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, políticos com mandato são maioria entre as pessoas que a Procuradoria-Geral da República pediu para o Supremo Tribunal Federal investigar. O procurador-geral Rodrigo Janot encaminhou solicitações de inquéritos contra 54 pessoas e 45 seriam parlamentares. O Supremo deve divulgar os nomes dos citados ainda na tarde desta sexta-feira (6).

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"Se o ministro Teori Zavascki autorizar abertura de inquérito, vou ser obrigado a ter advogado. Cada um vai defender a sua situação. O que pode haver, e não aconteceu, porque você nem sabe quem vai ficar nessa abertura de inquérito, é talvez procurar um advogado cunjunto só para tentar baixar o custo", afirmou Meurer.

Para ilustrar o raciocínio, o deputado deu um exemplo com valores hipotéticos. "Por exemplo: se eu sozinho for contratar advogado, ele vai me cobrar R$ 50 mil. Mas, se eu arrumar mais três companheiros... Isso se eu estiver na lista, porque até agora é a imprensa que está falando... Eu posso pegar três companheiros e falar: olha, faz R$ 20 mil para cada um e defende os três".

Meurer deu a declaração após ser questionado se o PP iria oferecer uma defesa centralizada para todos seus filiados que, eventualmente, forem investigados. Segundo ele, caso os políticos tentem ter um único advogado, isso não terá nada a ver com a legenda.

Preocupação

Um grupo de políticos do PP, preocupados com os desdobramentos da Operação Lava Jato, consultou o advogado Michel Saliba, em Brasília, para saber como lidar com a possibilidade de serem investigados pelo STF. As consultas foram relatadas por participantes da conversa.

Saliba já defende políticos do partido em alguns processos na Justiça Eleitoral e, em 2014, foi responsável pela defesa do ex-petista André Vargas durante o processo que culminou com a cassação de seu mandato na Câmara dos Deputados.

Ao menos 10 políticos do PP foram citados nos depoimentos de delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que aceitou colaborar com as autoridades em troca de punições mais brandas. O grupo inclui o senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional da legenda.

Em público, os políticos evitam falar sobre o assunto. Procurado pela reportagem, o atual líder da legenda na Câmara, deputado Eduardo da Fonte (PE), afirmou que Saliba "sempre está pela (sala da) Liderança do partido", mas que não houve "nenhuma consulta pré-marcada para tratar de qualquer assunto".

Fonte e Ciro Nogueira participaram, de acordo com relato do deputado Simão Sessim (PP-RJ), de uma reunião em que foi pedida "valiosa ajuda" a Paulo Roberto Costa em favor de uma empresa locadora de veículos. Além disso, Costa afirmou às autoridades que foi Eduardo da Fonte quem o apresentou ao ex-presidente nacional do PSDB Sérgio Guerra.

O Supremo Tribunal Federal confirmou a abertura de inquérito contra o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE). Até a tarde de hoje, Costa dizia não ter informação de que seu nome constava na lista que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entregou ao STF.

A reportagem fez contato por telefone com o senador, que não retornou aos pedidos de entrevista. Por meio de nota, Humberto Costa declarou que recebeu "com surpresa e indignação a inclusão do seu nome entre os dos parlamentares" que serão investigados.

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O líder do PT no Senado informou que não tem conhecimento formal, até o presente momento, das acusações atribuídas a ele, "salvo pelas supostas informações de criminosos vazamentos seletivos oriundos de delações prestadas à Justiça por réus confessos".

Costa declarou que todas as doações que recebeu em campanhas eleitorais foram "legais, auditadas, julgadas e aprovadas pela Justiça Eleitoral" e que, há quatro meses, deixou à disposição do Supremo, do Ministério Público e do Senado Federal, todos os seus sigilos bancário, fiscal e telefônico.

O senador afirmou que, "diante da injusta exposição a que ficará submetido, espera celeridade do processo e confia no seu consequente arquivamento, em razão de estar certo da insubsistência de qualquer ilação que haja contra ele".

Por fim, o petista disse estar "pronto a cooperar com todas as etapas de eventuais investigações e diligências, seguro de que, ao fim, a sua inocência será rigorosamente comprovada".

Em delação premiada realizada no final do ano passado, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que Humberto Costa foi destinatário, em 2010, de parte da "comissão" da cota de 1% destinada ao PP, partido da base aliada do governo. O porcentual representaria R$ 1 milhão do esquema de propinas e corrupção na Petrobrás, o que Humberto Costa nega.

A chegada dos inquéritos que pedem a investigação de políticos citados na Operação Lava Jato ao Supremo Tribunal Federal ainda não foi capaz de acalmar os ânimos no Congresso Nacional. Isso porque, até agora, pouco se sabe sobre o conteúdo das peças elaboradas pelo grupo de Rodrigo Janot, procurador-geral da República.

Para que a famosa "lista de Janot" seja conhecida, é preciso aguardar a decisão do ministro Teori Zavascki, o relator da Lava Jato no Supremo. Cabe a Teori retirar o sigilo dos 28 pedidos de abertura de inquérito enviados pela PGR e sete solicitações de arquivamento. Só aí se saberá, oficialmente, quem são os 54 nomes que Janot quer investigar formalmente.

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Ainda não há uma previsão de quanto tempo o ministro do STF vai levar para tornar públicos os inquéritos da Lava Jato. Com perfil discreto e avesso a comentários sobre o caso, Teori mantém silêncio rigoroso na Corte, despertando a curiosidade dos próprios colegas de Tribunal.

No gabinete, é possível contar nos dedos de apenas uma mão o número de funcionários com acesso às delações de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef e ao trabalho da PGR.

A chance de que se confirmem, antes da decisão de Teori Zavascki, os nomes de políticos que serão investigados está em outro ponto da Praça dos Três Poderes: o Congresso.

Janot está avaliando se irá enviar comunicados aos parlamentares citados sobre a situação de cada um, informando o que foi pedido ao Supremo. A decisão, segundo fontes da PGR, deve sair ainda nesta quarta-feira, 4, e será tomada pessoalmente pelo procurador.

É por meio de deputados e senadores que poderá sair a confirmação da lista do procurador - em especial, por parte daqueles que receberem a "cartinha" mais esperada: o aviso de que seu nome ficou de fora dos inquéritos e dentro dos pedidos de arquivamento.

Enquanto as informações não chegarem ao Congresso - de onde costumam vazar com mais facilidade - as atenções continuam sob Teori Zavascki, o ministro "técnico" escolhido por Dilma Rousseff em 2012.

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), concluiu que a CPI da Petrobras tem o poder de convocar o ex-diretor Paulo Roberto Costa, preso na Operação Lava Jato. "A convocação de pessoas para prestar depoimento perante Comissões Parlamentares de Inquérito constitui prerrogativa constitucional dessas comissões, razão pela qual a sua implementação independe de prévia autorização judicial", disse o ministro em despacho assinado no início da noite.

Zavascki examinou um ofício no qual a CPI Mista da Petrobras havia comunicado a decisão de convocar Paulo Roberto Costa para prestar depoimento na próxima quarta-feira, dia 17. No final do despacho, o ministro ressaltou que devem ser assegurados ao ex-diretor da Petrobras direitos constitucionais. Entre essas garantias está a de não se auto incriminar. Com base em jurisprudência consolidada do STF, convocados por CPIs podem ficar em silêncio.

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