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O novo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), empossado neste, fez no discurso de transmissão de cargo uma série de elogios Márcio França (PSB-SP), que liderava a pasta. Dirigindo-se ao ex-governador paulista, disse que a tarefa de substituí-lo não é fácil e que espera sua ajuda.

"O senhor deixa aqui um amigo. Quero sempre dialogar com você sobre São Paulo e sobre o Brasil para que possamos construir essa agenda de maneira coletiva", afirmou Costa Filho. O pessebista cedeu o lugar na Esplanada ao Centrão, numa tentativa do governo de ampliar a base aliada na Câmara, e assumiu a pasta agora criada para cuidar do Empreendedorismo.

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Costa Filho disse que seu trabalho será pautado pelo diálogo e por projetos construídos com demais ministérios, prefeitos e governadores. "Vamos andar pelos quatro cantos do Brasil. Prometi ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva não decepcionar e trabalhar incansavelmente", afirmou.

Sobre o Voa Brasil, programa que oferecerá passagens aéreas a R$ 200, o novo ministro disse que a iniciativa será construída coletivamente com outros ministérios, incluindo o debate sobre o preço do querosene de aviação. Também prometeu uma atuação municipalista. "Vamos, a partir de amanhã, ligar para todos os prefeitos e todos os governadores", afirmou.

A cerimônia de transmissão de cargo contou com ampla participação de políticos e representantes do setor. Entre os presentes, o presidente nacional do União Brasil, deputado Luciano Bivar (PE), os ministros da Defesa, José Múcio Monteiro; de Transportes, Renan Filho (MDB-AL); da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos (PCdoB-PE); e o do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT-SP).

O diretor da Polícia do Senado, Alessandro Morales Martins, encaminhou ao interventor na Segurança do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, pedido de apoio em ações de segurança visando à cerimônia de posse dos novos senadores, que ocorre na quarta-feira (1º), e à abertura dos trabalhos legislativos, marcada para a quinta-feira (2).

No ofício, Morales solicita o reforço do policiamento ostensivo nas imediações do Congresso e outras providências que a Secretaria de Segurança Pública do DF julgar necessárias. Ele diz que as solenidades contam com "projeção política, característica cuja sensibilidade foi incrementada em razão dos últimos acontecimentos ligados à invasão dos Três Poderes em 08 de janeiro". E lembra que há a expectativa de participação de diversas autoridades, incluindo os chefes dos três Poderes.

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*Da Agência Senado

Os novos prefeitos de 5.472 municípios brasileiros tomam posse nesta sexta-feira (1º) para um mandato de quatros anos, após terem sido eleitos com a maioria dos votos válidos nas eleições de novembro.

Em 96 municípios, contudo, os prefeitos eleitos ainda não tiveram seu registro de candidatura deferido e seguem impedidos de tomar posse, segundo os dados mais atualizados disponíveis no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Nesses locais, o presidente da Câmara Legislativa deverá assumir a prefeitura interinamente. Há casos em que o TSE já negou o registro do candidato eleito e determinou nova eleição. A previsão é que os novos pleitos ocorrem somente a partir de março, e nenhuma data de votação foi marcada até o momento.

Em outras situações, o prefeito eleito possui recurso pendente no TSE e é possível que ainda consiga tomar posse em algum momento do ano que vem. Entre estes, há ainda aqueles cujo destino depende de uma definição do Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito da Lei da Ficha Limpa.

Em ao menos quatro cidades - Angélica (MS), Bom Jesus de Goiás, Pinhalzinho (SP) e Pesqueira (PE) – os prefeitos eleitos tiveram seus recursos eleitorais paralisados devido a uma liminar (decisão provisória) do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que reduziu o alcance da Lei da Ficha Limpa.

A controvérsia gira em torno de saber quando começa a contar os oito anos de inelegibilidade  previstos na Lei da Ficha Limpa, se a partir da condenação em órgão colegiado (segunda instância ou tribunal superior, por exemplo) ou a partir do fim do cumprimento da pena.

Isso porque Marques suspendeu monocraticamente (de modo individual), a expressão “após o cumprimento da pena” do artigo da Lei da Ficha Limpa que trata da contagem do prazo de oito anos de inelegibilidade em caso de condenação por órgão colegiado (segunda instância, por exemplo). A decisão, na prática, reduz o alcance da punição.

O presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, decidiu paralisar os processos dos prefeitos eleitos que apresentaram recurso com base na decisão de Marques. Nesses casos, a definição se eles tomarão posse ou não só será alcançada após o plenário do Supremo pacificar a controvérsia sobre a Ficha Limpa.

Empossados

Em decorrência de medidas de distanciamento contra a disseminação de covid-19, a posse de muitos candidatos deverá ser por meio de videoconferência. A medida foi autorizada, por exemplo, pelo legislativo de Goiânia, cidade em que o prefeito eleito, Maguito Vilela (MDB), encontra-se há meses internado com a doença na UTI do hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Há casos ainda de prefeitos eleitos que morreram vitimados pela doença antes de tomarem posse. Foi o que aconteceu com Izalda Maria Barros Bocaccio, que faleceu em 3 de dezembro, aos 72 anos, por complicações da covid-19. Ela havia sido eleita para assumir o executivo de Santo Antônio das Missões (RS). Com o falecimento, toma posse o vice, Betinho (PP).

É o que vai acontecer também em Tapiraí (SP), onde o vice Vanderlei Cassiano de Resende (Avante) toma posse depois que o prefeito eleito, Ronaldo Cardoso (DEM), morreu em um acidente de carro em 18 de dezembro, um dia após ter sido diplomado pela Justiça Eleitoral.

Já em Muriaé (MG), o prefeito mais velho a ser eleito no Brasil, o empresário José Braz (PP), de 95 anos, toma posse nesta sexta-feira (31) “com muita saúde”, conforme ele próprio declarou a jornalistas após vencer a eleição com 42,8% dos votos válidos.

Outro que assume o cargo sem nenhum problema aparente de saúde é o prefeito eleito de Conchas (SP), Julio Tomazela Neto (PSDB), que com 21 anos e uma margem de apenas sete votos se tornou o prefeito mais jovem a ser eleito.

Nas capitais, o mais jovem a tomar posse nesta sexta é João Campos (PSB), que assume a prefeitura do Recife com apenas 27 anos, enquanto Dr. Pessoa (MDB), empossado em Teresina, é o mais velho, com 74 anos.

Na próxima sexta-feira (1º), a Câmara e o Senado vão eleger as novas mesas diretoras, os comandos das duas Casas legislativas. A votação para a Mesa Diretora é secreta. Além da presidência, estão em disputa a primeira e segunda vice-presidência das Casas, quatro secretarias e as respectivas quatro suplências.

Na Câmara, entre as atribuições do cargo de presidente está a de submeter propostas à votação no plenário e também de colocar em pauta pedidos de impeachment do presidente da República. O presidente da Casa é o segundo na sucessão da Presidência da República, atrás apenas do vice-presidente.

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Para eleição em primeiro turno, é necessária maioria absoluta entre os presentes na sessão, o correspondente a 257 deputados. Se ninguém atingir esse número, há segundo turno com os dois mais votados. A eleição dos demais integrantes da mesa só ocorre quando o presidente é eleito. 

Os deputados federais serão empossados às 10h do dia 1º. Após a sessão de posse, os partidos políticos têm até as 13h30 para definir a formação dos blocos parlamentares, que têm o potencial de aumentar a representatividade na composição dos órgãos da Casa.

Todos os cargos permitem candidaturas avulsas de deputados, ou seja, aquelas que não têm apoio de legendas. O registro das candidaturas poderá ser feito até as 17h.

A eleição da Mesa Diretora, na qual será definido o próximo presidente da Câmara, deverá ocorrer por volta das 18h. A votação só é iniciada quando houver, pelo menos, 257 deputados no plenário. A apuração é realizada por cargo, primeiro pelo presidente da Câmara. Depois de eleito o novo presidente, serão apurados os votos dos demais integrantes: dois vice-presidentes, quatro secretários e quatro suplentes.

Provável candidato à reeleição da presidência, oi deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) não poderá coordenar a sessão. A condução dos trabalhos caberá ao parlamentar mais idoso entre aqueles com o maior número de legislaturas.

Senado

No Senado, o presidente da Casa define a pauta do plenário e a do Congresso Nacional – do qual também é o presidente. Além disso, cabe ao parlamentar empossar o presidente da República. Para ser eleito, o candidato precisa receber no mínimo 41 votos. Se isso não ocorrer, é feito um segundo turno de votação.

A cerimônia de posse ocorre às 15h. Em seguida, haverá a sessão para a eleição dos cargos da Mesa. A expectativa é que ela tenha início no mesmo horário da Câmara, às 18h.

Não há previsão regimental para que os candidatos façam a defesa de suas candidaturas, mas nas duas últimas eleições houve a concessão de tempo para essa argumentação. Os senadores são chamados a votar de acordo com a ordem de criação dos estados, assim como ocorre na posse de seus mandatos.

A sessão para a eleição do presidente do Senado será comandada pelo senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), por ser o único parlamentar remanescente da Mesa Diretora da última legislatura. Se ele não estiver presente, caberá ao senador mais idoso entre os presentes presidir a reunião.

O ex-prefeito de Belém Duciomar Costa (PTB), o "Dudu", afirmou à Polícia Federal que detém "apenas a posse" de uma área de mil hectares no município de Nova Timboteua, no Pará. "Dudu" prestou depoimento em 1º de dezembro, quando foi preso na Operação Forte do Castelo por suspeita de ligação com esquema de fraudes em licitações e desvios de R$ 400 milhões de recursos públicos durante sua gestão (2005/2012) - agora, o ex-prefeito está em regime domiciliar.

"Possui apenas a posse de uma área rural em Nova Timboteua, há aproximadamente dois anos; esclarecendo que a referida propriedade possui área aproximada de 1.000 hectares", declarou o ex-prefeito em depoimento.

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Os investigadores da Operação Forte do Castelo suspeitam que o gari Célio Araújo de Souza tenha sido usado como "laranja" do ex-prefeito. Em nome de Célio estão registrados dois imóveis, a Fazenda Tangará I e a Fazenda Tangará II.

O ex-varredor de rua de Belém experimentou um estupendo aumento patrimonial. Em 2006 era dono de um carro popular. Em 2015, detinha R$ 1,6 milhão e "grande quantidade de gado’ - um salto de 6.567%. Ele é acusado por improbidade administrativa em três de seis ações que o Ministério Público Federal no Pará ajuizou contra o ex-prefeito.

"Tomando-se por base os dados do Cadastro Ambiental Rural é possível observar que Célio Araújo de Souza, também investigado na operação Forte do Castelo, teria sido utilizado como suposto proprietário da Fazenda Tangará I para registro na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas/PA)", afirma a Procuradoria em ação de improbidade administrativa contra o ex-prefeito.

Os investigadores identificaram que a Tangara I tem 713 hectares e é "muito mais extensa" que a Tangara II - 90 hectares.

"Embora o investigado Célio Araújo de Souza esteja registrado na Semas/PA como proprietário dessas duas fazendas, em consulta às suas Declarações de Imposto de Renda, verificou-se que este não declarou à Receita Federal possuir qualquer propriedade rural. Já Duciomar Costa declarou uma das fazendas à Receita Federal, muito embora não seja registrado como proprietário de qualquer fazenda junto a Semas/PA", afirma a Procuradoria da República.

No depoimento, "Dudu" foi questionado sobre a propriedade da fazenda. O ex-prefeito de Belém afirmou que "não é proprietário da Fazenda Tangara, esclarecendo que apenas detém a posse".

A PF quis saber de "Dudu" sobre a relação com o ex-varredor de rua e com a Fazenda Tangara. O ex-prefeito afirmou não saber. "Não sabe o porquê consta o nome de Célio no registro da Fazenda na Semas/PA. Neste particular esclarece não conhece pessoa de nome Célio Araújo de Souza", disse. "Parte das reses da fazenda Tangara é do declarante (Duciomar Costa), não sabendo de quem são as demais". O prefeito informou possuir "entre 300 e 400 cabeças de gado".

Segundo o Ministério Público Federal no Pará, Célio está ligado a quatro empresas. Entre 2007 e 2009, ele foi um dos controladores da Metrópole Construção e Serviços de Limpeza. No mesmo período, esteve à frente da SBC Sistema Brasileiro de Construção. Atualmente é responsável pela Prestibel Construções e pela ST - Sistema e Transporte. Todas as empresas estão na mira da Forte do Castelo.

A investigação aponta que no mesmo período em que esteve ligado às empresas, Souza tinha outras ocupações. De 2007 a 2011, atuou como varredor de rua, auxiliar de escritório, coletor de lixo domiciliar e ajustador ferramenteiro.

A Operação Forte do Castelo identificou que a empresa SBC, da qual Souza foi sócio, firmou contratos com a prefeitura da capital paraense no montante total de R$ 288 milhões, entre 2009 e 2011. A SBC também é controlada por Elaine Baia Pereira, mulher de "Dudu".

Duciomar foi senador entre 2002 e 2004 e prefeito de Belém entre 2005 e 2012. O Ministério Público Federal aponta que, em 2003, o patrimônio pessoal de "Dudu" alcançou R$ 1 milhão. Segundo a Procuradoria, no final do ano de 2015, esteve "próximo de R$ 3 milhões".

Defesa

A reportagem entrou em contato com a defesa de Duciomar Costa "Dudu". O espaço está aberto para manifestação.

Desde que a doação eleitoral por empresas foi proibida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2015, os políticos tentam encontrar uma outra forma de financiar as campanhas eleitorais.

Uma possível solução para este problema é o Fundo Especial de Financiamento da Democracia (FFD), proposto no pacote que compõe a reforma política. Com isso, o Brasil, que já financia as atividades dos partidos por meio do Fundo Partidário, passaria a integrar o grupo de países que também garantem o financiamento público de campanhas eleitorais.

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A criação do fundo é um dos pontos discutidos pela comissão especial que analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 77/03, que trata de mudanças no sistema político-eleitoral. A análise do substitutivo da comissão foi concluída na semana passada e agora o texto deve ser votado no plenário da Câmara dos Deputados a partir de terça-feira (22).

De acordo com a proposta, o valor do fundo será de 0,5% da receita corrente líquida do governo em 12 meses, o que corresponderá a cerca de R$ 3,6 bilhões em 2018. Com o novo fundo, o país passaria a ter um duplo financiamento dos seus partidos. O regular, que corresponde ao Fundo Partidário previsto na Constituição, e um outro para bancar as campanhas, o Fundo da Democracia.

De acordo com Luciano Santos, codiretor do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), na prática, o Brasil já conta com um sistema público para pagar campanhas, porque as emissoras de rádio e TV podem deduzir de impostos o custo para exibição da propaganda eleitoral. A questão é o valor que está sendo discutido agora.

“Nós não vemos problemas com relação ao financiamento de campanhas eleitorais com o dinheiro público. O que não dá para admitir é um valor extremamente alto, e é preciso estabelecer também algumas contrapartidas, como a transparência”, diz Santos.

Para o cientista político Leonardo Barreto, a mudança é uma resposta de parlamentares à proibição do financiamento privado das campanhas eleitorais. Barreto ressalta que esse tipo de financiamento é comum em muitos países. “A figura do financiamento público não deveria gerar tanta polêmica. É um expediente normal. Na medida em que se proibiu o financiamento de campanhas por empresas, é preciso debater outras alternativas de financiamento do sistema político”, comenta.

No entanto, debater o valor correto e a fonte desses recursos são os pontos-chave, para o cientista político. “O fundo tem um problema que foi vincular o valor às receitas do governo”, diz.

Segundo o professor de ciência política da Universidade de Brasília (UnB), Aninho Irachande, a reforma política em tramitação está no caminho oposto àquilo que está sendo discutido no mundo e ao que a sociedade brasileira anseia. Ele explica que existem sistemas pelo mundo que funcionam de forma mais próxima à vontade coletiva.

“Alguns sistemas de financiamento de campanha vão desde o investimento feito pelo próprio candidato conjugado com o dinheiro público, tudo isso sob controle”, comenta. O professor ressalta que a justificativa para a criação do fundo é nobre, visto que o intuito é o fortalecimento da democracia.

Financiamento de partidos no mundo

Entre os 180 países listados pelo International Institute For Democracy (Idea), 34% usam financiamento público eleitoral para campanhas, o correspondente a pouco mais de um terço. Já cerca de 25% dos países pesquisados vetam financiamento privado de campanha.

Cerca de 24% dos 180 países adotam tanto o financiamento regular (para a organização partidária) quanto o financiamento específico para campanhas eleitorais, assim como o proposto no Brasil. Outros 10% têm financiamento público apenas para as campanhas. Os demais países adotam apenas o financiamento regular (32%), isto é, sem transferência de recursos para uso nas campanhas eleitorais.

Ainda, de acordo com o Idea, 31,7% dos países não têm financiamento público regular nem o financiamento público para as campanhas. É o caso da Itália, Bolívia, Líbia, do Irã e Afeganistão, por exemplo.

Confira outros pontos da mini-reforma política debatida na comissão especial:

Distritão

O texto aprovado cria o modelo do distritão, que valerá apenas para as eleições de 2018 e 2020 - deputados federais, estaduais, distrital (2018) vereadores (2020). O modelo do distritão funciona da seguinte maneira: todo o território do estado e do município se torna um distrito eleitoral e funcionará para a escolha de deputados federais, estaduais, distrital e vereadores. Assim, serão eleitos os candidatos mais votados no distrito, como acontece hoje na eleição dos senadores. Não é levado em conta os votos para partidos e coligações.

Distrital Misto

De acordo com a proposta, pelo sistema distrital misto, o eleitor vota duas vezes: uma na lista preordenada pelo partido e outra no candidato de seu distrito eleitoral. Os votos recebidos pelo partido são contabilizados de forma proporcional e indicam o número de cadeiras a que tem direito, sendo eleitos os candidatos pela ordem da lista indicada. De outro lado, os votos nos candidatos do distrito são de forma majoritária, considerando metade das cadeiras em disputa no distrito.

De acordo com o parecer do relator na comissão, deputado Vicente Cândido (PT-SP), o voto distrital misto será adotado para a eleição dos cargos de deputados federal, estadual e distrital e vereador nos municípios com mais de 200 mil eleitores.

O sistema de voto distrital misto, que combina voto majoritário e em lista preordenada, deverá ser regulamentado pelo Congresso em 2019 e, se regulamentado, passaria a valer para as eleições a partir de 2022.

Posses no Executivo

A proposta altera as datas das posses dos eleitos, que passarão a ser as seguintes: 6 de janeiro: governadores e prefeitos; 7 de janeiro: presidente da República; 1º de fevereiro: deputados e vereadores.

Vacância da Presidência da República

No caso de vacância da Presidência da República no último ano do mandato presidencial, será feita eleição indireta, pelo Congresso, até 30 dias após a abertura da vaga. A regra também valerá para governadores e prefeitos.

Mandatos no judiciário

O texto prevê mandato de dez anos para integrantes de tribunais superiores, como o Supremo Tribunal Federal (STF), Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Superior Tribunal Militar (STM). Atualmente, ministros de tribunais superiores e do Tribunal de Contas da União (TCU) têm cargos são vitalícios, mas são obrigados a se aposentar compulsoriamente aos 75 anos. A regra não valerá para os atuais membros dos tribunais. Somente aqueles indicados após a possível promulgação da proposta.

Após o vazamento do teor da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MT), ex-líder do governo no Senado, com citações à presidente Dilma Rousseff e o suposto envolvimento dela com o escândalo da refinaria de Pasadena, Dilma criticou o vazamento ilegal de informações, enfatizou que o "princípio da presunção de inocência vale para todos" e que não se pode permitir "execração pública".

"Continuaremos defendendo que a presunção de inocência não pode ser substituída pelo pressuposto da culpa, nem tampouco dar lugar a execração pública, sem acusação formal e condenação sem processo, por meio de vazamentos ilegais e seletivos", afirmou.

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Ao empossar os novos ministros da Justiça, Wellington César, da Advocacia-Geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo, e da Controladoria-Geral da União, Luiz Navarro, Dilma afirmou que é preciso "arregaçar as mangas porque tem muito trabalho e muito desafio pela frente" e destacou que a o combate a corrupção continua sendo uma "prioridade" de seu governo.

"Nenhum governo realizou um enfrentamento tão duro e eficiente da corrupção. E continuará sendo assim. Afinal, não estamos investigando a corrupção porque ela começou agora no meu governo. Ela está sendo investigada livremente e sem pressão porque nós não impusemos barreiras nem engavetamos investigações. Pelo contrário", destacou Dilma. Após a saída de Cardozo do Ministério da Justiça, houve temor de que o novo dirigente pudesse interferir nas investigações da Lava Jato. Cardozo afirmou que foi pressionado tanto pela base como pela oposição por causa do andamento da operação.

Em meio ao envolvimento de grandes empresas em escândalos de corrupção, a presidente afirmou que as empresas precisam continuar existindo e gerando renda. "Penalizar responsáveis não significa destruir empresas, devemos buscar a reparação dos danos, mas sem destruir empresas ou fragilizar as economias", destacou a presidente. Ela afirmou que caberá ao novo ministro da CGU a negociação de acordos de leniência.

A presidente destacou ainda que todas as investigações devem ser realizadas dentro dos limites legais e constitucionais. "É absolutamente necessário conciliar os devidos respeitos aos direitos individuais", disse. A presidente afirmou ainda que seu governo não se afastará "um milímetro sequer" da atitude republicana de respeito aos demais Poderes "e ao pleno funcionamento das instituições subordinadas ao meu governo, desde que atuem dentro dos limites estabelecidos pela lei".

Deixam o cargo o advogado Luís Inácio Adams, que estava à frente da Advocacia-Geral da União, e Cardozo, que comandava a Justiça. Navarro assume o lugar de Valdir Simão, que foi para o Ministério do Planejamento no fim do ano passado. Dilma afirmou que as mudanças no comando das pastas não afetam o papel que elas vêm exercendo e destacou que Cardozo é o nome perfeito para substituir Adams e que Wellington chega ao cargo "precedido de ótima reputação".

Nascido em Salvador, Wellington César é formado em direito pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e ingressou no MP em 1991; foi promotor nas comarcas de Itagimirim, Tucano e Feira de Santana. Em 1995, ele foi promovido para Salvador, onde atuou na Promotoria de Justiça de Assistência, na 6ª Vara Criminal e na Central de Inquéritos do MP. Também ocupou o cargo de assessor especial do procurador-geral de Justiça nos anos de 1996, 1999 e 2000.

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