Escolher a primeira escola do filho nem sempre é uma tarefa fácil. Até porque, o colégio é o primeiro ambiente que a criança vai passar horas longe dos pais e do convívio familiar. São coleguinhas, professores, brinquedos e espaços totalmente novos. Devido a tantas descobertas, normalmente, o primeiro dia de aula da criança é marcado por choro - dos filhos - e insegurança dos responsáveis.
Os responsáveis precisam pesquisar, avaliar e elencar aspectos importantes para uma escolha mais assertiva. Durante esse desafio, vários fatores devem ser considerados pelos pais de ‘primeira viagem’, como a abordagem metodológica, estrutura física, socialização, tradição e a experiência vivida por eles.
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O casal Nathália e Fernando Vita, pais do pequeno Davi, de um ano e nove meses, está passando por esse processo. Para o engenheiro Fernando, o que foi levado em consideração foi a experiência vivida na escola em que estudou, porém, sua esposa foi bem além. “Quando pensei em colégio recorri ao que frequentei, mas Nathália observou nuances que nunca tinha imaginado”, contou.
De acordo com a advogada Nathália, a procura iniciou, praticamente, seis meses antes e para tomar a decisão, ela visitou quatro escolas diferentes. “É um momento delicado! Temos que começara a pesquisar o quanto antes porque há poucas vagas e a demanda é grande”, lembrou.
“Para começar, busquei, primeiramente, as indicações dos amigos e conhecidos. Afinal, a melhor orientação é de quem vive a experiência da escola. Então, sempre quando via uma criança coma a farda de algum colégio, perguntava a opinião dos responsáveis e foi com isso que escolhi as escolas”, disse.
Mesmo depois de ‘garimpar’ as indicações, a mãe de Davi se deparou com várias dúvidas e a indecisão, que resultaram em mais critérios para a seleção. “Quando visitei os espaços, observei a localização, a proposta pedagógica e, principalmente, se o meu filho iria se sentir à vontade, uma vez que este último ponto é muito importante para uma boa adaptação e a sua socialização. Por isso, sempre o levava comigo”, considerou.
Para Nathálaia, a escolha foi difícil porque a ideia era encontrar uma escola que fosse a extensão da educação do filho. “Quero que ele aprenda brincando, que seja uma experiência única e que ele goste de ir ao colégio, como eu gostava, Tive muito cuidado porque Davi também tem algumas restrições alimentares e o lanche coletivo não poderia ‘segregar’ por essa especificidade dele”, falou.
A analista de acomunicação Ericka Farias (foto à direita) está planejando colocar a filha Maitê na escola apenas em 2018, mas já começou a pesquisar. A antecipação da procura se deu devido à quantidade mínima de crianças por sala, no maternal. “As turmas de maternal costumam ser pequenas e em algumas escolas se esgotam muito rápido. Estou visitando algumas escolas e analisando o que cada uma oferece. Não quero ter a surpresa e acabar não tendo vaga para minha filha, por isso pretendo bater o martelo e reservar a vaga dela até o meio de 2017”, afirmou.
Para escolher a escola, Ericka falou que está analisando bastante a estrutura e o acolhimento de cada instituição. “A estrutura que a escola oferece é fundamental quando a criança é pequena. Fujo de ambientes improvisados. Tudo tem que ser muito seguro e voltado para crianças de dois anos. Além disso, são importantes o acolhimento das professoras e funcionários, e a relação deles com as crianças. O ambiente precisa ser amigável para que a criança sinta vontade de estar na escola. Dou preferência a metodologias que integrem e estimulem o trabalho em grupo”, opinou. Quanto à expectativa, Erika revelou que espera uma experiência agradável e que ela possa evoluir bastante e construir amizades.
Em entrevista ao Portal LeiaJá, a pedagoga Shirley Monteiro falou da expectativa dos pais nessa fase e deu algumas dicas para a escolha. “A procura pela primeira escola é um momento de muitas expectativas, às vezes, gera até ansiedade nos responsáveis, pois todos idealizam que será a decisão de uma vida”, disse a especialista. Entendendo a importância desse momento, a pedagoga indicou alguns pontos que precisam ser avaliados.
1 - Avalie os ambientes de aprendizagem, a estrutura humana e física da escola. Visitar a escola em pleno funcionamento pode oferecer uma visão geral da realidade desse cotidiano.
2 - Observe as concepções ideológicas da instituição, pois a criança se torna aluno, e os pais parceiros da escola. Essa relação alicerça o desenvolvimento da criança.
3 - Fique atento à organização de sala, relação dos profissionais e as crianças, além do quantitativo de alunos em sala de aula, a manutenção do ambiente físico, higiene e as adequações da estrutura a cada faixa.
4 - Avalie o material do mobiliário. Se muito pesado, facilmente gera acidente, lembrando que eles devem ser sem pontas, ou seja, boleada.
5 - Analise a abordagem metodológica de cada instituição e escolha a que você considera mais apropriada para o seu filho. Entre as existentes, os pais podem optar pela Construtivista, Montessori, Sócio-interacionista, tradicional, entre outras. É imprescindível compreender que o resultado final é uma consequência da caminhada do processo de ensino aprendizagem.
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