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“Se ficar na dúvida, substitui”. A fala do professor de língua portuguesa Diogo Xavier resume bem o que muitos estudantes fazem na hora de escrever uma redação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O famoso ditado popular “se escreve como se fala”, nem sempre se aplica neste momento, afinal, a língua escrita tende a diferente da falada.

Quem está se preparando para o Exame, que abre inscrições no dia 11 de maio, sabe que todo o conhecimento é válido nesta fase. Atento a isso, o LeiaJá, em parceria com o projeto Vai Cair No Enem (@vaicairnoenem), entrevistou o educador Diogo Xavier; o professor de português explicou quais palavras os alunos, geralmente, confundem a forma como são escritas.

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“É muito comum a ocorrência desses desvios, porque falamos e ouvimos muito mais que lemos e escrevemos. Na fala, a pronúncia sofre variações. Assim, quando as pessoas vão escrever essas expressões, baseiam-se nessa pronúncia, o que leva ao erro na ortografia”, diz o professor de português.

Diogo Xavier ainda pontua que “outro fator que influencia é a semelhança fonética e gráfica entre termos que não têm o mesmo radical nem significado, como a palavra ‘discussão’, por exemplo”. A estudante Yasmim Nascimento, que já pensa cursar engenharia necânica, conta que normalmente, quando está estudando redação ou qualquer outro assunto, seja de Ciências Humanas ou Exatas, ela faz alguns resumos para se nortear. Porém, ela explica que, durante o processo, comete alguns erros. “Muitas vezes, escrevo algumas palavras que na minha cabeça estavam corretas, mas depois vejo que sua forma escrita era outra”.

Yasmim se apoderou de uma técnica para não errar mais. “Posso citar o exemplo da palavra ‘utilizar’; escrevia muita ela com ‘l’, ou seja, ‘ultilizar’, depois percebi que essa não é a forma correta de se escrever. Foi um pouco complicado me desapegar do ‘l’, mas agora consegui. Agora, sempre procuro treinar a escrita e pesquisar a forma correta de como escrever a palavra quando surge alguma dúvida”, revela a estudante.

Para evitar que novos erros ortográficos aconteçam, o professor Xavier ensina algumas estratégias de aprendizado. “O que pode ajudar a evitar isso é a leitura mais frequente e a prática da escrita, sempre fazendo a revisão antes de passar a limpo. Na dúvida, o ideal é só usar palavras que o estudante conheça bem. Se ficar na dúvida, substitui”, conclui.

Certo x Errado

Confira uma lista de palavras elaborada pelo professor Diogo Xavier, que comumente os estudantes escrevem de uma forma, mas sua escrita é totalmente diferente:

Multirão - Errado

Mutirão - Correto

Excessão - Errado

Exceção - Correto

Discursão - Errado

Discussão - Correto

Cidadões - Errado

Cidadãos - Correto

Lhe dar - Errado

Lidar - Correto

Com tudo (adversativa) - Errado

Contudo - Correto

Perca de tempo - Errado

Perda de tempo - Correto

Encima (locução prepositiva) - Errado

Em cima - Correto

Anciosa - Errado

Ansiosa - Correto

Emponderamento - Errado

Empoderamento - Correto

Asterístico - Errado

Asterisco - Correto

Opnião - Errado

Opinião - Correto

Entertido - Errado

Entretido - Correto

Estrupo - Errado

Estupro - Correto

Sombrancelha - Errado

Sobrancelha - Correto

O professor de português Tiago Xavier também se deparou, durante a sua vida de docência, com erros gramaticais em textos de vestibulares e redações para concursos públicos. Acompanhe algumas dicas que evitam erros:

Nesta segunda-feira (17), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, fez uma publicação na qual repercutiu muito no Twitter devido ao erro de português. “Aonde está a pompa e a liturgia do cargo? Na poltrona 16A…", publicou o ministro pela manhã.

A gafe ortográfica além de ser corrigida por internautas foi, posteriormente, explicada pela jornalista Vera Magalhães, que tirou um print da postagem e publicou em seu perfil com a seguinte correção:

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"Aonde = locução adverbial que significa 'para onde'. Neste caso, a pergunta seria 'onde'. Pompa e liturgia são duas características. Isso obriga o verbo a flexionar. Frase seria, portanto: 'Onde estão a pompa e a liturgia do cargo?' A poltrona também está errada, como sabemos”, escreveu a jornalista em sua rede social.

O ministro, entretanto, compartilhou nesta tarde uma publicação cheia de erros de português, propositalmente para afrontar os internautas que o corrigiram. “Oje, intregamos 120 ônibus iscolares a municípios de São Paulo. No ano paçado, mais de 1300 foram entregues em todo o Brasil. O Governo @jairbolsonaro já disponibilizou atas a estados e municípios para aquisição de mais 6200 ônbus. Espero que dessa forma a notícia chegue a todos”, publicou em seu Twitter.

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Alguns de seus seguidores o apoiaram e publicaram legendas cheias de erros. O ministro ainda publicou um print de uma matéria na qual fala sobre seu erro com um título cercado de desvios gramaticais. Veja abaixo alguns twitter:

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Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do presidente Jair Bolsonaro, postou em sua conta no Instagram uma imagem de uma professora dedicando o seu diploma aos ex-presidentes petistas Lula e Dilma.

Explicando, no Twitter, nesta sexta-feira (29), a postagem feita, Eduardo afirmou que no cartaz havia escrito “profesora”, grafado com um ‘s’ apenas. “Isso me lembrou deste dia num ‘protesto’ contra Jair Bolsonaro”, introduziu o deputado.

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Eduardo Bolsonaro fazia menção a uma manifestação que houve em Maringá (PR) contra o presidente, ainda na época das eleições, em que outro cartaz trazia a grafia errada do grito de ordem “racistas não passarão”. Invés de ‘ão’, o final havia sido escrito com ‘am’.

Na ocasião, o deputado falou no microfone, em cima de um trio elétrico: “só queria dizer que é com ‘ão’ no final e não com ‘am’”. Eduardo foi aplaudido euforicamente pelos apoiadores de seu pai.

“Desde aquele tempo esse pessoal já passa vergonha. E depois dirão que nós somos preconceituosos linguísticos”, finalizou o deputado.

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NÃO PUBLICAR AINDA A promessa de bons salários, estabilidade e progressão de carreira atraem muitas pessoas para os concursos públicos, deixando a concorrência pelas vagas muito alta e aumentando a importância de se dedicar bem à preparação para todas as etapas de seleção. A redação, que para muitas pessoas é um desafio desde os tempos de colégio, é cobrada em alguns certames e exige tanta atenção quanto as provas objetivas, por exemplo, uma vez que pode ser um fator decisivo para a aprovação. 

De acordo com a professora Vanessa Alves, que dá aulas de redação voltadas ao público concurseiro, não há muitas diferenças entre as redações dissertativas-argumentativas dos vestibulares e as dos concursos, que têm a mesma estrutura textual, podendo apenas variar um pouco em relação à temática abordada. “Nos concursos os temas podem ser mais objetivos, como no vestibular, ou mais metafóricos e subjetivos”, explicou ela. 

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A professora Tereza Albuquerque também destaca que, para alguns cargos, o tema da redação do concurso pode ter ligação com a atividade laboral a ser exercida pelos aprovados. De acordo com ela, um candidato a analista, por exemplo, tem questões ligadas ao direito na profissão. Nesse caso, a prova de redação quer que o aluno discurso sobre essas questões ligadas ao universo jurídico. 

Vanessa também explica que alguns concursos podem cobrar questões discursivas, que de acordo com ela têm uma estrutura semelhante com a da redação, mas com perguntas pré-moldadas pela banca, dando um assunto a ser tratado, explicado, embasado e exemplificado, porém sem criação de argumentos, em um texto expositivo. A professora explica que também podem ser cobrados estudos de caso em que a banca cria uma situação em que o aluno irá usar dispositivos legais e base jurídica para responder à questão.

Ainda sobre a temática cobrada nas provas, Vanessa explica que, via de regra, os concursos têm alguns eixos temáticos, abordando assuntos ambientais, políticos e sociais. Uma pesquisa realizada pelo LeiaJá em temas que já foram cobrados encontrou, por exemplo, “preservação do espaço público”, que apareceu em uma prova para o Banco do Brasil em 2015, “a conciliação dos sentimentos humanos na vida moderna” no concurso da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul em 2013 e “o papel da linguagem escrita na sociedade contemporânea” no certame do Tribunal Regional Federal da 4ª Região em 2014, entre outros. 

No que diz respeito às maiores dificuldades que os concurseiros apresentam quando se trata de redação, a professora Tereza aponta a dificuldade de compreensão do texto, erros gramaticais, progressão temática e textual, textos confusos, argumentos baseados em senso comum, preconceito e desrespeito aos direitos humanos como os problemas mais comuns. Por sua vez, Vanessa apontou a falta de embasamento teórico, arcabouço cultural e leitura como erros mais frequentes. 

A professora Tereza Albuquerque orienta que os concurseiros comecem a se preparar para a prova de redação com antecedência para garantir que já estejam produzindo textos bons o suficiente para obter uma boa nota na data da prova. “Às vezes o aluno começa em cima da hora e aí infelizmente tira uma nota baixa, porque a produção de texto requer prática”, explica ela, que também destacou a importância de ter o acompanhamento de um professor que corrija os textos produzidos para sanar os erros e aprimorar a redação.

A mesma posição é defendida por Vanessa, que também recomenda que o candidato a uma vaga no serviço público, ao se preparar para uma prova de redação, se mantenha informado e antenado com os fatos contemporâneos, desde questões sociais até assuntos ambientais. Para isso, ela indica que o concurseiro esteja atento a “bons manuais, boas enciclopédias, jornais, revistas, portais, porque só se aprende a escrever escrevendo, mas para fazer uma boa redação antes de tudo é preciso ser um leitor antenado à realidade”. 

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O Colégio Estadual Gonçalo Rollemberg Leite, localizado na cidade de Aracaju, terá um dia especial nesta sexta-feira (3). Os estudantes do local serão beneficiados pelo projeto “A Faculdade vai à escola pública”, cuja intenção é dar dicas de gramática e sobre o acordo ortográfico de maneira simples e clara.

O projeto, idealizado por alunos de letras da Faculdade Maurício de Nassau, unidade Aracaju, busca incentivar entre os alunos o desejo pela leitura e escrita. Segundo a coordenação da iniciativa, durante as aulas a escrita das crianças é observada para a identificação das principais dificuldades.

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Mostrando banners, os universitários da Nassau apresentam erros gramaticais mais comuns, como por exemplo, o uso de “mal” e “mau”, ou mesmo o uso adequado dos porquês. A partir daí, os acadêmicos expõem aos alunos as formas corretas de aplicação da língua portuguesa. 

Quem está se preparando para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), nesta quinta-feira (19), tem a oportunidade de ver uma dica de inglês, com o professor do BJ Colégio e Curso, Geraldo Baracho. No Vai Cair no Enem, ele fala sobre a importância de conhecer a gramática da língua inglesa. Nesse sentido, Baracho sugere que os feras reforcem os estudos em tempos verbais. Confira.

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Os programas da série Vai Cair no Enem vão ao ar todas as terças e quintas-feiras AQUI no Portal LeiaJá.

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