Noites sem dormir, 24 horas de dedicação e um amor incondicional. Essas são algumas das atividades e características de milhares de mulheres. Como se não bastassem as tarefas maternais, as ‘super-mamães’ ainda encontram tempo para a carreira profissional e o empreendedorismo. Mesmo que a maratona de desafios e dificuldades comece na gestação, o prazer de ser mãe só surge com o nascimento do filho. E para garantir a atuação das mães modernas, há várias conquistas que são garantidas pelo Direito do Trabalho.
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A relações públicas Amanda Lôbo é mãe de Bruna, de 4 anos, e relata que após a gestação, a jornada diária tornou-se intensa. Para ela, a licença maternidade foi fundamental. “Senti que era mãe quando Bruna nasceu e a licença maternidade ajudou muito. Quando voltei a trabalhar, foi como se cortasse o cordão umbilical novamente”, diz. “Meu tempo sempre foi cronometrado, dez minutos de atraso já desandava tudo. Mas, ser mãe é compensador”, conta. A atenção dedicada à filha sempre foi uma das preocupações de Amanda.
A rotina dela era corrida. Simultaneamente, ela trabalhava fora, fazia doces sob encomenda e criava a filha. “Acordava às 3h para fazer doces, levava a pequena à escola e, às 8h, eu tinha que estar no trabalho, quando atuava como coordenadora de qualidade”, explica. Com a saída da empresa onde trabalhava, a mamãe decidiu investir no próprio negócio para ganhar mais tempo. “Há dois anos e meio, criei a Além do Doce e já tenho clientes fiéis. Acredito que essa é a oportunidade para mim e minha família”, fala esperançosa.
Para ajudar na empreitada, ela conta com a ajuda da mãe. “Como dizem, avó é mãe duas vezes!
Mas, para mim, ela vai além. Simplesmente ela é o meu braço direito e minha fortaleza”, conta Amanda, emocionada. Mesmo com tanta batalha, a mãe moderna, de 30 anos, conclui. “É compensador. Uma vez ouvi Bruna falando: 'Quando crescer, eu quero ser igual a minha mamãe'. Presenciar isso tem mais valor que qualquer remuneração”, diz a nova empreendedora.
A administradora Shirley Oliveira, grávida de dois meses e mãe da pequena Maria Eduarda, diz que nunca quis ser mãe. “Sempre me preocupei com a minha carreira profissional. Quando descobri que estava grávida, não acreditei. Precisei inclusive fazer terapia e só aos sete meses comprei a primeira roupinha de bebê”, desabafa. “Preocupava-me com a responsabilidade de criar um filho, administrar a casa e trabalhar. Só senti que era mãe quando a médica encostou o rostinho dela no meu. A partir daí, o amor aflorou, incondionalmente”, fala emocionada.
Shirley ainda opina: “Ser mãe é uma dádiva divina. Acreditava que para ser uma boa mãe teria que estar presente em todos os momentos, mas, infelizmente, o trabalho impossibilita isso. Mesmo com a correria, vejo que sou muito atenciosa e dedicada”. A administradora só lamenta não poder fazer uma especialização. “Após a gestação, temos que repensar todas as nossas escolhas. Acaba que algumas coisas ficam escanteadas”, diz.
Além do trabalho semanal, no final de semana, a mãe de 34 anos gerencia a loja de roupas infantis, localizada no município de Gravatá, Agreste do Estado. “É como um hobby. Sempre gostei de tendências, por isso abri o negócio. Mas o tempo que tenho para descansar, acabo trabalhando”, sorri satisfeita. Ela ainda afirma que está pronta para o segundo filho que está a caminho. “Dessa vez estou mais tranquila, principalmente no trabalho. Lembro que, na primeira vez, me senti deixada de lado, como um enfeite decorativo. Muitas atividades, que eram de minha responsabilidade, foram tiradas”, ressalta.
Direitos trabalhistas
Giovanne Alves, especialista em Direito e Processo do Trabalho, explica que há muitas garantias conquistadas pelas mulheres. O principal, segundo o advogado, é a licença maternidade, que é concedida durante o período de quatro meses. Além dela, quando a mulher volta ao trabalho, ele ainda lembra das duas horas de amamentação. “Nesse caso, a empresa deve deixar a funcionária chegar uma hora mais tarde e largar uma hora antes para amamentar o filho”, exemplifica.
Quanto à necessidade de acompanhar os filhos ao médico, Giovanne afirma que a mãe tem o direito de levá-lo, independente da idade. Para isso, ela deve apresentar na empresa a Declaração de Acompanhamento, que deve ser aceita pela organização. “Com ela, as horas de ausência são abonadas”. Em relação à demissão - antes, durante e após a gestação - Alves expõe quando ela pode ser dada, legalmente. “A empresa só pode dispensar a trabalhadora, após o término da licença maternidade. Antes disso é ilegal”, alerta.
O especialista na área trabalhista ainda comenta que ainda há preconceito nas instituições e que as mulheres, em alguns casos, são assediadas. “Muitas vezes, elas questionam ou apuram se a gravidez vai atrapalhar na carreira profissional. Isso não pode ocorrer, as mulheres são livres para escolher quando desejam engravidar”, conclui.