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Após dois anos ocorrendo virtualmente, devido à pandemia da covid-19, a 27ª Parada do Orgulho LGBTI+ Rio ocorre nesta domingo (27), na Praia de Copacabana, com o tema Coragem pra ser feliz. O evento tem atividades desde as 11h na pista da orla no Posto 5 da Avenida Atlântica. O desfile está previsto para começar às 14h com percurso pela orla até a Rua Rodolfo Dantas.

Organizada pela ONG Grupo Arco-Íris, a Parada do Orgulho LGBTI+ Rio 2022 conta com dez trios elétricos e com alas temáticas que reforçam a importância da preservação da Amazônia e do meio ambiente e homenagem às vítimas da covid-19.   Segundo os organizadores, a marcha reúne diferentes grupos discriminados, como pessoas LGBTI+, negras, mulheres, povos originários, entre outros, com o objetivo de reforçar a luta por um Brasil igualitário.

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“Esta é a parada do renascimento após um período de dor e perdas em razão da covid-19 e especialmente pelo aumento do discurso de ódio em parte da sociedade contra nossa comunidade LGBTI+ e do nosso renascimento como cidadãos de direitos”, disse Cláudio Nascimento, presidente do Grupo Arco-Íris e coordenador geral da Parada do Orgulho LGBTI+ Rio 2022.

“Sabemos que retomar o caminho para o respeito às nossas identidades exigirá coragem para romper com os últimos anos de conservadorismo e com a tentativa de fazer o ódio imperar. Somos sempre pelo afeto e pelo diálogo. Porque, no final, o amor venceu e sempre vencerá”, acrescentou Nascimento.

Para demarcar as reivindicações da comunidade LGBTI+ será divulgada a Carta Por Um Brasil sem LGBTIfobia, endereçada ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, com propostas de políticas públicas nos campos da segurança, saúde, educação, trabalho e renda, cultura, esporte e lazer, turismo, assistência social e direitos humanos.

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Com mais de três meses de isolamento social, em grande parte do Brasil, o lar virou um dos poucos lugares onde as pessoas sentem-se seguranças. No entanto, para a população LGBT o que acontece da porta para dentro tem virado motivo de insegurança.

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Passando mais tempo confinados com familiares LGBTfóbicos, o índice de violência física e maus-tratos psicológicos tem aumentado. Sem poder sair de casa, a maioria não tem contato físico com amigos ou com a rede apoio e acaba sofrendo sozinha.

Pensando em uma forma de ajudar, o grupo Inquietações - Arte, Saúde e Educação, da UFPA (Universidade Federal do Pará), formado por mestres e doutores em Psicologia realiza nesta quinta-feira (2), às 17 horas, na plataforma Google Meets, uma roda de conversa com o tema: “LGBTIfobia: a casa como um espaço de violência em tempo de isolamento social”. Para realizar a inscrição basta acessar o link.

A professora de psicologia da UFPA e coordenadora do grupo Inquietações, Maria Lúcia Lima, diz que a pandemia de novo coronavírus trouxe novos desafios para o grupo de estudo, pesquisa e intervenção social da universidade. Um dos elementos que chamaram a atenção dos pesquisadores, por ter várias pessoas LGBTIs presentes no grupo, é a violência familiar. “A LGBTIfobia é muito vista e noticiada nas escolas, nas ruas, em lugares de trabalho, seja com agressões físicas ou verbais. Mas, a pandemia tem mostrado outro tipo de violência não visível, que é no convívio familiar e realizada por entes queridos”,  explica.

No momento atual da pandemia, o grupo percebeu a importância de abordar violência sofrida no ambiente doméstico praticado contra pessoas LGBT e dar espaços para as pessoas serem escutadas e compartilharem as suas experiências. As psicólogas Brenda Motta, Victória Reis e Stefanie Ramos vão mediar a roda de conversa on-line.

A mestra em Psicologia Social Brenda Motta, membro do grupo Inquietações e uma das mediadoras da roda de conversa, afirma que a LGBTIfobia é historicamente produzida e reproduzida na sociedade heteronormativa, que marginaliza tudo o que for contrário. Em cima disso se desenvolvem as práticas de violência física e psicológica, afirma, que causam danos irreparáveis, como depressão e ansiedade.

Brenda Motta explica que cada caso deve ser analisado isoladamente, mas que de forma geral as pessoas entram em sofrimento psíquico a partir do momento em que se percebem LGBT, pois o primeiro pensamento que eles têm é de inadequação. “O movimento de se colocar ‘dentro do armário’, de se situar entre ser e o não ser, mostrar-se ou não, de estabelecer romances de fachadas com o sexo aposto, são formas de atender a expectativa da família e sociedade”, aponta a psicóloga sobre características de tentar se encaixar nos padrões normativos.

Uma pesquisa internacional realizada com 3,5 mil homens gays, bissexuais e transexuais pelo aplicativo de relacionamentos Hornet confirma que 30% dos entrevistados responderam que não se sentem seguros em casa durante o isolamento.

A maioria dos LGBTIs não possui apoio e respeito dentro da própria casa, que se apresenta como um ambiente instável. Então, diz a psicóloga, é muito comum que busquem a rede de apoio informal, que são amigos próximos, o parceiro e a militância que viabiliza a identificação de lutar por uma causa.

Segundo Brenda Motta, em um momento pandêmico, as pessoas são obrigadas se manterem em isolamento social e acabam se afastando da rede apoio e obrigados a ficar no lar, no qual não possuem acolhimento. Para ela, é nesse momento que a violência LGBTfóbica se faz presente com agressões físicas, morais e psicológicas.

Mesmo que a LGBTIfobia já tenha sido declarada crime pelo Supremo Tribunal Federal (STF), muitas vítimas relatam dificuldades em denunciar familiares próximos, como pais e mães, e se veem sem ter onde buscar abrigo após uma denúncia.

“Esse tipo de violência pode e deve ser combatido todos os dias com simples que deve partir de sociedade quanto amigo, mãe, pai e filho. A partir do momento que você não apoia uma piada LGBTfóbica, o simples fato de evitar e não sorrir, ou tratar com o pronome correto na qual a pessoa se sente confortável e não se importar com o gênero de nascimento”, conclui a psicóloga Brenda Motta. (Clique no ícone abaixo e ouça entrevista com as psicólogas).

Por Amanda Martins.

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O Clube Náutico Capibaribe resolveu disponibilizar algumas de suas mídias para ajudar vítimas de violência doméstica e racismo. A partir deste domingo (28), mulheres, negros e LGBTs poderão denunciar qualquer tipo de violência através do aplicativo NAU ou do site do clube. O serviço é gratuito. 

O objetivo do clube é auxiliar pessoas que porventura estejam passando por situações de agressão e racismo. A ideia é que as vítimas possam fazer a denúncia de forma discreta, ao fingir fazer uma compra ou consulta no aplicativo. No NAU, a função ‘Denuncie Violência’  fará uma ligação para o  Disque 180 (violência contra mulher) ou Disque 100 (violência contra LGBTs e casos de racismo). O app é gratuito e pode ser baixado tanto para Android quanto para iOS. 

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O site do Náutico também foi preparado para receber denúncias. Através da aba ‘Contato’, a vítima pode pedir ajuda ao ser redirecionada para  o site do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Os serviços começam a funcionar neste domingo (28), data em que é celebrado o Dia do Orgulho LGBTI. 

Domingo costuma ser dia de futebol mas, neste em específico, 28 de junho, vários clubes brasileiros foram ‘a campo’ para marcar um outro tipo de gol. No dia em que se celebra o Orgulho LGBTI, vários clubes usaram suas redes sociais para lembrar a data que, muito além de festejar, se propõe a marcar a luta pelo fim do preconceito e violência contra essa população. 

No Twitter, as hashtags #OrgulhoLGBT e #ClubedeTodos acompanharam postagens em celebração à data. Clubes como Santa Cruz, Fluminense, Grêmio e Corinthians, entre outros, entraram na campanha e arrancaram muitos elogios dos torcedores. O posicionamento dos times foi bastante comemorado. “O tamanho da alegria em ver este processo de perto, não sei nem dimensionar”; “Parabéns ao clube do povo pela postura, que continue honrando sua alcunha”; “Tenho certeza que um dia isso vai ser mais que só uma hashtag”. 

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Até o dia 30 de outubro, casais LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, pessoas trans e intersexo) interessados em oficializar a união podem se inscrever no casamento comunitário que acontecerá no dia 8 de dezembro em Guarulhos, na Grande São Paulo. As inscrições são feitas na Subsecretaria de Políticas da Diversidade (SPD). Estão disponíveis 35 vagas para casais homoafetivos e transafetivos.

A atividade torna pública a união estável dos casais, proporcionando cerimônia e festa. No dia do evento, os noivos ganharão o documento de declaração de união. Vale ressaltar que, o casamento coletivo não representa gasto para o município porque tudo é fruto de doações, desde roupas, buffet, decoração e até DJ.

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Para participar do evento comunitário é preciso ter mais de 18 anos e residir em Guarulhos. Para as inscrições são necessários comprovante de residências, RG, CPF e carteira de trabalho.

Serviço

Casamento Coletivo LGBTI 2019

Inscrições até 30 de outubro, das 8h às 17h

Onde: Rua Claudino Barbosa, 313, 3º andar, Guarulhos – SP

Na próxima quinta-feira (10), será realizada a aula inaugural do curso de Confeitaria Escola Cozinha Solidária, do Grupo de Trabalhos em Prevenção Posithivo (GTP+). O encontro é destinado a lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens (HSH), LGBTs egressos do sistema prisional ou que possuam familiares na situação, além de pessoas portadoras do HIV/Aids e deficientes auditivos.

Com início às 13h, no auditório da Defensoria Pública da União (DPU), localizada no centro do Recife, o evento conta com a apresentação de pesquisas sobre os desafios e avanços da população LGBTI no ambiente de trabalho, com foco no ramo alimentício.  Essa apresentação será promovida por estudantes da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), além do lançamento de uma campanha virtual para a compra do restante dos equipamentos da Escola Cozinha Solidária e a participação de empresas consideradas amigas desta população.

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De acordo com o coordenador do GTP+, Wladimir Reis, a formação é de extrema importância, visto que engloba diversos fatores sociais em prol do público LGBTI, bem como tem o objetivo de incluí-lo no mercado de trabalho. “Com o curso, a nossa população terá a oportunidade de gerar possibilidades de sustentabilidade, já que ela vem sendo colocada à margem da sociedade”, declara.

O curso, que tem o objetivo de desenvolver uma ponte de mobilização de recursos que fortalece as ações de sustentabilidade institucional, além de minimizar a vulnerabilidade social. A qualificação conta com o total de 105 inscritos, tem duração de seis meses e será realizado duas vezes por semana com aulas práticas e teóricas, que acontecem no GTP+ e na Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire), respectivamente.

A terceira edição do Rec’n Play, evento que une tecnologia, economia criativa e cidades, em Pernambuco, promete ser gigante. E este é um título que vai além das mais de 300 atividades que acontecerão dentro e fora dos espaços selecionados para receber o evento. Maior até que a estimativa de 20 mil pessoas, circulando pelo bairro do Recife, para assistir à palestras e participar de workshops. A grandeza do festival este ano não está só medida em atrações, mas - principalmente - em representatividade.

Com convidados ilustres, shows diversos e até mesmo uma praça de alimentação de dar água na boca, as ações para garantir a equidade de gênero no festival podem - apesar de não dever - passar despercebidas. Porém, basta olhar duas vezes para notar o esforço de seus organizadores em tornar esta edição ainda mais inclusiva para mulheres e grupos LGBTI. 

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Para este ano, 50% dos curadores do evento são do sexo feminino. Além disso, a presença de atividades pensadas especialmente para o público LGBTI torna o festival ainda mais plural e preparado para uma geração que quer, mais do que aprender sobre negócios, se sentir representada. 

“Desde o primeiro ano que a nossa intenção é aumentar a diversidade, principalmente em relação a participação feminina”, afirma o coordenador do evento, Bruno Stehling. Essa colocação torna-se ainda mais importante quando se analisam os dados divulgados no começo do ano pelo programa YouthSpark, da Microsoft. A pesquisa feita pela gigante aponta que, no Brasil, apenas 18% dos graduados em Ciência da Computação e 25% dos empregados em áreas técnicas de tecnologia da informação (TI) são mulheres.

Para reverter esse quadro, o estímulo da presença feminina torna-se ainda mais requisitado. “Eu acho que a gente chegou num momento de inflexão. Não dá pra voltar atrás nesse tema”, diz Stehling. Em relação ao público LGBTI entidades como coletivo Transborda e o Porto+, que é uma iniciativa do Porto Digital, são pontes de apoio e fomento para a inclusão de diferentes gêneros e debates no ramo dos negócios digitais e da tecnologia.

A palavra delas

Entre os convidados já confirmadas pelo evento estão nomes importantes como Tânia Cosentino, Presidente da Microsoft Brasil, Flávia Picolo, da Accenture e Renata Albertim, CEO e Co-fundadora do Mete a Colher, entre outras. Painéis como “A representatividade negra nos games”, com Tainá Félix, “Data Driven Marketing”, com a diretora de Marketing da Mercedez-Benz do Brasil, Ebru Semizer e “Mulheres na Robótica”, com a estudante Maria Eduarda Oliveira, de 15 anos, são outros destaques.

Nomes como o do apresentador Luciano Huck, o professor de criatividade Murilo Gun, os jornalistas Luis Nassif e Caco Barcellos, também participam do evento. 

Um adeus às filas

Para os amantes da tecnologia, outra novidade do festival é a utilização de QR CODEs para conseguir participar das atividades. Ao invés do habitual crachá um aplicativo, homônimo ao evento, será usado para que o público consiga ter acesso aos ambientes fechados. “O uso de app será tanto para Android e iOS. O usuário vai conseguir ver o mapa do bairro, saber mais sobre programação, o que vai ter naquele dia. A novidade deste ano é não precisar mais ficar na fila. Por causa disso é obrigatório ter a inscrição geral no site”, explica o coordenador do evento.

Bruno lembra que, apesar da facilidade é necessário que o público entenda que esses espaços são bastantes disputados e estão sujeitos a lotação. “Nossa ideia é ser o festival mais democrático do mundo em tecnologia. Ampliar a experiência do usuário. Conseguir com que o público entenda a dinâmica e participe de forma ativa de tudo”, diz.

O Rec’n Play está marcado para acontecer entre os dias 02 e 05 de outubro, no bairro do Recife. A programação é aberta a pessoas de todas as idades e todas as atividades são gratuitas. As inscrições são obrigatórias e já podem ser realizadas no site.

A trans Bianka Rodríguez recebeu um prêmio da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) nesta quarta-feira por sua luta pelos direitos da comunidade LGBTI em El Salvador.

Rodriguez, 26, recebeu o Prêmio Nansen de 2019 para os Refugiados da ACNUR em uma cerimônia em San Salvador.

"Durante a cerimônia, a embaixadora norueguesa em El Salvador, Rut Krüger Giverin, descreveu Rodriguez como "uma feroz e destacada promotora dos direitos humanos".

O Prêmio Nansen é financiado pelos governos da Noruega e da Suíça.

Em agosto passado, uma dezena de organizações que defendem a diversidade sexual em nove países latino-americanos apresentaram um relatório sobre números de homicídios de pessoas LGBTI entre 2014 e 2019.

Segundo o relatório, 1.292 pessoas dessa comunidade foram mortas durante esse período nos países participantes do estudo.

Do total de mortes, 542 foram registradas na Colômbia, 402 no México, 164 em Honduras, 57 no Peru, 53 em El Salvador, 28 na República Dominicana, 26 na Guatemala, 12 no Paraguai e oito na Bolívia.

Organizações latino-americanas defensoras dos direitos da comunidade LGBTI pediram nesta quinta-feira (8) em San Salvador o fim das agressões contra membros dos coletivos, que, entre 2014 e 2019, sofreram a morte violenta de quase 1.300 pessoas na região.

"É importante que os Estados atendam o chamado pois há uma desproteção, não há estratégias para enfrentar a violência que a comunidade LGBTI sofre" (lésbicas, gays, bissexuais, transsexuais, e intersexuais), disse à imprensa Lucía Vacca, da ONG Colombia Diversa.

As organizações defensoras da diversidade sexual de nove países latino-americanos apresentaram um informe que recolhe dados de homicídios de pessoas LGBTI entre 2014 e 2019.

Segundo o informe, 1.292 pessoas dessa comunidade foram assassinadas nesse período nos países participantes do estudo.

Desses, 542 foram registrados na Colômbia, 402 no México, 164 em Honduras, 57 no Peru, 53 em El Salvador, 28 na República Dominicana, 26 na Guatemala, 12 no Paraguai e oito na Bolívia.

Segundo o relatório, as principais vítimas de homicídio são homens gays e mulheres transexuais.

O relatório indica que a maioria das vítimas "costumam ser muito jovens", com idades de entre 18 e 25 anos.

Do total de 1.292 homicídios, 30% ocorreram "por preconceito" ou por ódio, devido à orientação sexual ou identidade de gênero da vítima.

"A situação é preocupante, é necessário que os Estados adotem mecanismos de proteção, que as sociedades sejam mais tolerantes", declarou Bianka Rodríguez, diretora da associação salvadorenha Concavis Trans.

Rodríguez explicou que, devido à falta de estatísticas oficiais "confiáveis", as organizações da comunidade LGBTI criaram um observatório para levar um registro estatístico de vítimas da violência homofóbica nos nove países participantes.

No Sindicato dos Bancários de Pernambuco, o mandato coletivo Juntas (PSOL) promoverá um debate com o movimento LGBTI que visa discutir as propostas que pautam o projeto político-legislativo sobre direitos dessa comunidade.

 O encontro será nesta quarta-feira (29), às 18h30, na sede do sindicato, que fica na Rua Bispo Cardoso Ayres, 111, na Boa Vista. "A mandata coletiva, popular, antirracista e antiLGBTfóbica das Juntas sabe das necessidades específicas e urgentes da população LGBTI e da importância de construir conjuntamente soluções e encaminhamentos de competência legislativa para o avanço das políticas públicas de defesa dos direitos dessa população, para que visibilidade, cidadania e liberdade sejam efetivas", diz a convocação das parlamentares para o encontro.

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 O convite ainda reforça que a oportunidade é uma chance de aproximação e visibilidade dessas pessoas. "Como espaço e ferramenta de participação popular, a plenária é um ambiente de aproximação, visibilidade e formulação de ações eficazes para a construção de políticas públicas que atendam às parcelas mais invisibilizadas e vulneráveis na nossa população", afirma.

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O espetáculo ATRAQUE, que ocorreu na noite de quinta-feira (18), no Teatro Estação Gasômetro, em Belém, teve como objetivo promover respeito à vida, o amor e a resistência da comunidade LGBTI. Idealizado pelo Grupo Homossexual do Pará Noite Suja, o ato contou com apoio de vários grupos que fazem parte da luta contra o preconceito. 

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O evento teve show musical de artistas paraenses, feira de empreendedorismo LGBTI e performances de drag queens. Para os organizadores, o ato político também contribuiu para reforçar o combate à LGBTQIFOBIA no Estado.

Dario Jaime, ator e performer, destacou que artistas desse movimento promovem muitas ações que não ganham visibilidade dentro de mídias sociais, mas que afetam diretamente cada pessoa com quem eles lidam. “Visitamos hospitais habilitados a lidar com pessoas que possuem câncer, para trabalhar a autoestima destes pacientes, fazemos muita coisa que não tem visibilidade, mas que socialmente tem um peso muito importante”, disse o performer.

Conceitualmente, o espetáculo ATRAQUE se compara com um navio, pois só atraca em um porto seguro quando encontra seu real destino. De acordo com Tristan Soledade, criador do Noite Suja e organizador, fazer o evento, desde 2012, significa uma celebração de sobrevivência. "Promovemos eventos para celebrar nossa sobrevivência, principalmente em um país onde temos esse grande índice de violência”, disse.

O Teatro Gasômetro, cedido para a organização do espetáculo, contou com estandes de vendas de roupas, bazares e comidas típicas paraenses, além de dividir espaço com tattoos flashs e artes em geral. A comunidade LGBTI expôs sua obra dentro de uma programação especial relacionada ao Dia Internacional de Combate à LGBTQIFOBIA.

Por Tayana Reis e Júnior Silva.

 

 

O senador e líder da Oposição no Senado Randolfe Rodrigues (Rede) lamentou, nesta sexta-feira (17), a realidade vivida no Brasil pela população LGBT. Este dia marca o Dia Internacional Contra a Homofobia.

 Através de seu perfil oficial no Twitter, o parlamentar lembrou que o país caiu no ranking de segurança para homossexuais. “Em março, passamos do 55º lugar para o 68º no ranking de países seguros para a população LGBTI, nos tornando um país mais perigoso para essas pessoas”, disse.

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 “Além disso, seguimos no primeiro lugar do ranking de assassinatos de transexuais. Precisamos mudar esse cenário de intolerância”, alertou o senador amapaense, cobrando mais políticas públicas em prol dos LGBT.

 Além disso, Randolfe aproveitou para falar sobre a gestão no âmbito da educação no Governo Federal. “Cinco meses de governo e o presidente não conseguiu manter nem o gestor do INEP no cargo! Já foram 3 substituições”, lembrou.

 Uma disputa de poder no Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais (Inep), órgão responsável pela realização do Exame Nacional do Ensino Médio, levou à demissão do presidente da autarquia, Elmer Vicenzi. A assessoria do Ministério da Educação oficialmente diz que Vicenzi pediu demissão, sem detalhar a motivação.

 “Estamos às vésperas da realização da prova mais importante do país, o Enem, mas a balbúrdia do governo continua!”, finalizou Randolfe Rodrigues.

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O dia 17 de maio foi instituído como Dia Internacional Contra a Homofobia. A data originou-se em 1990, quando a homossexualidade foi excluída da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS). Por isso, nesse dia geralmente são organizadas diversas atividades que promovem e apoiam a igualdade de direitos ao público LGBTI+.

Para marcar a data, a Univeritas/ UNG, em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Guarulhos, promove um evento que conta com performances de drag queens, exposições fotográficas e palestras com advogados e professores da universidade.

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O objetivo do evento, segundo a Presidente da Comissão da Diversidade Sexual da OAB, Cintia Gomes de Santis Perazzolo, é chamar a atenção da sociedade para a questão da LGBTIfobia, aproveitando a data do calendário internacional. “O objetivo não é só de chamar a atenção para o tema, mas também conscientizar que somos todos iguais, cada um com suas características. Promover a conscientização artística, pois acreditamos no poder da arte como instrumento de libertação, além de apontar as decisões dos tribunais superiores e como isso impacta na população”, explica.

A exposição das fotos fica por conta do “Coletivo Prisma”, um projeto de conclusão de curso dos alunos de fotografia da universidade, “LGBT: da Agressão à Resistência”. “A mostra traz uma perspectiva fotográfica sobre a comunidade LGBT e a resistência que desenvolvem para defender o seu reconhecimento na sociedade, mostrando através das obras a superação da LGBTfobia, do preconceito e da não aceitação, ou seja, mostrando a resistência diante das dificuldades que enfrentam”, conta o integrante do coletivo Lucas Balchuna, 19 anos.

Haverá performances das Drag Queens Ashiley Close e Luciana Marinanatti.

Serviço

Univeritas/ UNG - Campus Centro de Guarulhos

Data: 17 de maio

Horário: 18h

Endereço: Rua Soldado Basílio Pinto de Almeida s/n – Anfiteatro F

Entrada: 400 kg de leite em pó integral

 

Voltado para o público LGBTI, o programa Empodera Diversidade oferecerá um curso de preparação e inclusção dos gêneros no mercado de trabalho a partir de segunda-feira (6), no Teatro Adamastor Centro, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Serão 30 vagas.

Durante quatro dias, os interessados no desenvolvimento profissional e preparação pessoal para os desafios do mundo corporativo serão orientados sobre como se portar em entrevistas de emprego. As recomendações vão desde a maquiagem e vestuário ideal para a ocasião até o modo de se expressar sem erros de português.

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O curso também aconselha os candidatos a enfrentarem a insegurança no momento em que se é necessário romper a timidez, além de ensinar práticas de etiqueta à mesa.  Ao término, todos os que concluírem as etapas receberão certificado.

As inscrições devem ser feitas pelos telefones (11) 2414-4267 e (11) 94182-4619.

O dia 22 de dezembro nascerá muito mais alegre para alguns dos integrantes do grupo Resistência LGBTI pela Democracia. Isso porque 50 casais poderão dizer, oficialmente, sim para a vida a dois. Três deles irão casar-se pela manhã e os demais, à tarde.

Criada no mês de outubro, após o resultado do primeiro turno das eleições presidenciais de 2018, a comunidade de Resistência LGBTI é a principal responsável por organizar a cerimônia. O grupo, que era formado, a princípio, somente por amigos, atualmente conta com mais de 700 curtidas na sua página na rede social Facebook e 100 integrantes no aplicativo WhatsApp. O coletivo tem como intuito principal promover uma mobilização dentro da comunidade LGBTI+ e defender os direitos dessa população.

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Com receio das propostas conservadoras do governo de Jair Bolsonaro, os atvistas decidiram se organizar. “Jogaram essa ideia no grupo, o pessoal gostou e dissemos que íamos colocar em pauta. Levamos na reunião seguinte a discussão de que existia essa demanda e que íamos encaminhar e fazer uma campanha para o casamento LGBT. Foi surpreendente, porque não esperávamos a repercussão, demanda que foi na nossa página”, disse Lélia Oliveira, uma das organizadoras do casamento e integrante do grupo.

O número expressivo de pessoas interessadas foi espantoso. Entretanto, algumas não puderam participar por falta da documentação solicitada. “Tem muita gente que ficou de fora porque não conseguiu dar entrada na documentação. E com isso foi abrindo vagas para outras pessoas. Passou muita gente para casar, mas depois chegou nesse número que está”, relatou Lélia Oliveira.

Voluntários que se puseram à disposição para auxiliar na organização do evento estão trabalhando em diversas áreas. “Apareceu de tudo. Fotógrafos, designer, cerimonialista, artistas, cabeleireiros e maquiadores. São mais de 150 pessoas que se inscreveram para estar ajudando de alguma forma”, comentou Lélia. 

Para muitos dos colaboradores apoiar esse momento é algo que tem muitas causas e significados. “Na verdade, não é decisão. É um dever. Dever de cidadão e de ser humano, apoiar o amor, a vida e a felicidade. Vivemos em tempos sombrios e usarei minhas armas para defender os direitos LGBT+. Estamos juntos, de mãos dadas, e viva a diversidade”, ressaltou o cantor Anderson Moyses.

Muitos dos casais já vivem juntos só por questão oficial vão registrar a sua união e família. O planejamento já havia inclusive sido realizado por alguns que participarão da cerimônia. “É uma oportunidade importante de exercer um direito civil conquistado: o casamento igualitário. E ao mesmo tempo, reafirmar que nossas famílias existem e que juntos somos resistência. Estamos felizes por tomar parte neste grande ato de amor”, declarou o casal Rita Melem e Cris Rodrigues.

“O casamento, em si, já era algo planejado por nós, e estávamos conversando sobre isso. Tivemos a sorte e honra de participar desse casamento coletivo que visa a aproximação e força que nós, enquanto casais homoafetivos, precisamos demonstrar para esse novo governo opressor. Sentimos a imensa felicidade em não só partilhar esse momento com alguns amigos próximos  mas também com casais que vivem situações parecidas com a nossa ”, disse o casal Juliane e Jeane.

Rita Melem, integrante do grupo Resistência e noiva, procurou o Cartório do 4º Ofício para que fosse realizada a cerimônia, também política, da melhor maneira para todos os envolvidos. O grupo conseguiu o desconto no cartório e a partir disso mobilizou-se para garantir a gratuidade dos trâmites para realização do matrimônio, exceto a taxa de deslocamento

O coletivo, apesar do apoio de mais de 150 pessoas, necessita de ajuda para que a estrutura do evento, que será realizado no Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino Superior no Estado do Pará (SINDTIFES), seja assegurada. O conjunto de casais ainda está vendo como pode adquirir a decoração da cerimônia, por exemplo. “Achamos por bem fazer o envolvimento da sociedade por meio das campanhas: adote um casal, doação de salgadinho e docinho. Nós pensamos ser possível realizar para 30 casais, mas quando a Rita, uma das noivas, fez o primeiro anúncio na página dela, e depois que fizemos no Resistência, a procura foi muito grande. Passou de 30 rapidamente. Então procuramos de novo o cartório e perguntamos se era possível fazer para 50 casais e eles disseram que sim desde que fosse fora do cartório. E, assim, entramos em contato com o SINDTIFES e ele cedeu a sede campestre”, explicou Lélia.

A campanha adote um casal possibilita que as pessoas interessadas em ajudar possam fazer doações e assim contribuir com um algum valor a partir de R$ 20,00, apadrinhando algum casal. Além disso, está sendo também feita uma rifa para ajudar na arrecadação de fundos. A rifa irá correr pela loteria federal no dia 08/12. A página para os interessados entrarem em contato com o grupo é: https://www.facebook.com/resistenciaLGBTIpelaDemocracia/

Por Wesley Lima.

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Foi como se todos os espaços espaços seguros tivessem sido extintos. No mesmo ônibus e horário de sempre, 17h20, segundo registravam as mensagens em sua conta no Whatsapp, Dandara* abriu uma foto da deputada Manuela D’Ávila, há pouco derrotada em sua empreitada de tentar a vice-presidência do país, no celular. Um homem alto o suficiente para olhar a tela de cima para baixo passou a encarar a moça. “Ele vestia uma camisa do Brasil. O ônibus estava lotado e só eu e um senhor sentado, com a cabeça à altura da cintura dele, vimos quando ele tirou uma pistola preta da cintura e apontou para baixo junto ao corpo”, descreve Dandara.

Apavorada, ela teve que obedecer à uma ameaça do passageiro. “Eu estava na passagem dele para a porta de saída do ônibus. Ele ainda falou assim: ‘venha para cá e eu vou praí, que é melhor para todo mundo’. Quando troquei de lugar, ele guardou a pistola e desceu”, completa. “Estou assustada, depois disso cheguei em casa e chorei muito. Acho que a atitude dele tem a ver com os discursos de Bolsonaro”, continua. Bissexual, Dandara, desde então, não anda mais de mãos dadas com sua companheira na rua, por medo.

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Para Igor Andrade, membro do Coletivo Rua-Juventude Anticapitalista, o pavor de Dandara diante da conjuntura política do Brasil não é exceção na comunidade LGBTI+. “Bolsonaro foi um dos propulsores do incentivo à intolerância e, por mais que ele tente negar isso, acaba atraindo para o campo dele pessoas intolerantes, que pregam supremacias de cor, gênero e orientação sexual. Como ele respalda esse discurso violento, acaba instigando pessoas que agora sentem que podem fazer tudo”, explica. De acordo o ativista, além do medo das agressões físicas, a comunidade enfrenta ainda mais atribulações emocionais. “Muita gente tem relatado depressão e ansiedade. Acompanhamos inúmeras declarações de ameaças verbais e físicas à população LGBTI+ diretamente relacionadas à vitória de Bolsonaro”, acrescenta.

Embora insista que não tem nada contra a comunidade LGBTI+, em novembro de 2017, Bolsonaro chegou a ser condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro por suas declarações homofóbicas ao programa CQC, exibido pela TV Bandeirantes, em 2011. Após ser questionado pela equipe da atração sobre o que faria se tivesse um filho gay, o político disparou: “Isso nem passa pela minha cabeça, porque eles tiveram uma boa educação. Eu sou um pai presente, então não corro esse risco”, afirmou.

O processo ainda tramita na Justiça, mas a pena estabelecida em 2015 era o pagamento de uma indenização de R$ 150 mil por dano moral coletivo. O histórico do presidente eleito, segundo Igor Andrade, ligou o sinal de alerta dos movimentos sociais. “Estamos nos organizando em grupos voluntários de ajuda psicológica, terapia e de troca de informações. À medida em que a opressão avança, nossa organização aumenta”, afirma.

Tão chocante quanto ter sido intimidada por um desconhecido no ônibus, foi receber mensagens ofensivas de familiares e amigos de longa data. “Gente que eu conhecia da Igreja me mandou recados pelo celular, me chamando de ‘vabagunda’ e ‘esquerdopata’. Meu melhor amigo do ensino médio me escreveu: ‘feminazi, Bolsonaro vai ter teu presidente’”, lamenta Dandara.

Um casamento feliz e uma vida na educação estavam nos planos da jovem, antes das eleições. “Acho que minha vida não vai ser mais nada do que eu imaginava, parece que meus projetos não existem mais. Porque meu único projeto está sendo sobreviver”, desabafa.

Camila vestia uma camisa com os dizeres "Ele Não" quando foi empurrada por um desconhecido. (Acervo Pessoal)

“Disse que a vontade dele era me jogar na frente do ônibus”

Dois dias antes do ato que levou centenas de milhares de mulheres de todo o país sob o mote “Ele Não”, a estudante Camila Vilanova estampava os dizeres em uma camisa quando foi surpreendida por um desconhecido, à luz do dia, na Avenida Conde da Boa Vista, uma das mais movimentadas do Centro do Recife. “O homem veio na minha direção, me empurrou forte e caí no meio da rua. Disse que a vontade dele era me jogar na frente do ônibus, que só não fez isso ‘porque Bolsonaro ainda não é presidente’ e me chamou de feminista nojenta”, relata Camila.

Após ver o agressor deixar o local sorrindo, Camila ficou perplexa com a inércia das pessoas que presenciaram o empurrão. “Tinha um monte de gente na parada do ônibus e ninguém fez nada. Fiquei muito assustada, em pânico, não consegui reagir”, surpreende-se. Lésbica, ela acredita que a homofobia cresceu com a ascensão política de Bolsonaro. “Estou amedrontada, a homofobia parece ter crescido e as pessoas estão claramente mais violentas”, completa.

“Quando o capitão ganhar vai acabar essa safadeza”

Meio dia, no Centro do Recife. O estudante Gabriel Silva caminhava despreocupado em uma rua pouco movimentada graças à ameaça de chuva. “Dois homens vestindo camisas de Bolsonaro começaram a me seguir. Eles falaram: ‘quando o capitão ganhar vai acabar essa safadeza’, que ‘essa safadeza não existia mais’. Eu não usava nenhum tipo de adesivo, mas eles me viram como gay”, lembra. Gabriel apressou o passo e conseguiu entrar em uma loja, despistando os agressores. A sensação de solidão, no entanto, ainda o acompanha. “É como se não tivesse ninguém por você. Me senti vulnerável, achei que fosse morrer. Depois de tudo que passei para aceitar quem eu sou, pela primeira vez tive medo de voltar para o armário”, afirma.

Após a perseguição, Gabriel passou alguns dias sem ir à faculdade, por medo do percurso. (Acervo Pessoal)

Depois do incidente, foi preciso muita coragem para voltar a frequentar a faculdade. “Estava voltando da aula quando aconteceu. Passei dois dias sem ir estudar, tentando evitar o caminho e ser espancado, torturado ou agredido”, conta Gabriel. Além da intimidação física, o estudante passou ainda por outras situações de agressão verbal, vindas de pessoas que se identificaram como eleitores de Bolsonaro. “Estava na frente da minha casa, era uma terça-feira. Um caminhão parou no sinal e os homens dentro dele começaram a gritar ‘Bolsonaro 2018’, me chamando de ‘viado’, dizendo que era ‘pra votar no mito’”, lembra.

Auto-defesa

Há dois anos e meio, o advogado Alisson Paes resolveu criar o próprio curso de auto-defesa para pessoas LGBTI+, o Piranhas Team. Vítima de violência física motivada por homofobia, ele participava de curso pré-vestibular para homossexuais e transgêneros, onde constatou que os incidentes de violência que vitimam pessoas da comunidade acontecem com frequência.

“Entrei em contato com uma academia, que me indicou instrutores de krav maga, que é basicamente defesa pessoal. Queríamos criar um grupo onde as pessoas se sentissem seguras para aprender, sem sofrer discriminação”, explica. Com duas turmas lotadas, o curso acaba de abrir uma nova, para dar conta dos novos interessados.

Para Alisson, o crescimento da procura pelas aulas está ligado à atual conjuntura política. “Participo de diversos coletivos LGBTI+, incluindo a Frente Ampla do Rio de Janeiro, que surgiu depois do resultado do primeiro turno das últimas eleições presidenciais, quando vários coletivos começaram a pensar em estratégias ligadas à nossa segurança”, comenta.

Com o objetivo de atingir quem não chega ao curso, o Piranhas Team acaba de lançar uma cartilha com dicas de segurança para LGBTI+’s, com orientações básicas para como reagir diante de situações de agressão ou a quem recorrer, caso seja necessário. “Comunicar o trajeto” a ser feito a pessoas de confiança e manter “a bateria do celular carregada” são algumas das recomendações expressas no material. “Toda semana depois do treino temos feito rodas de conversa para ouvir os relatos e estimular as pessoas a compartilhar experiências de como elas estão lidando com o momento”, acrescenta o ativista.

Curso de defesa pessoal para LGBTI+'s abriu nova turma para dar conta dos interessados. (Ana Júlia Costa/divulgação)

Procura por ajuda é grande

Movido pelo desejo de prestar auxílio jurídico a LGBTI+’s vítimas de violência durante o período eleitoral, Alisson chegou a disponibilizar o número do próprio celular nas redes sociais. O advogado ficou surpreso ao receber cerca de 15 mil mensagens via WhatsApp, o suficiente para travar o aplicativo, segundo ele. “Não tinha como responder. Vi que essa estratégia não funcionaria, então estou vendo outras formas de ajudar. As pessoas estão muito amedrontadas, sem se sentirem acolhidas”, conclui.

Com o objetivo de auxiliar pessoas que sofreram violência motivada por política, a Ordem dos Advogados do Brasil- Seccional Pernambuco (OAB-PE) lançou o Observatório da Intolerância Política. O projeto permite que o público encaminhe suas denúncias à instituição via e-mail (observatorio@oabpe.org.br), WhatsApp (81. 9.9247.2115) ou mesmo presencialmente, no setor de protocolo, localizado na sede (Rua Imperador Pedro II, 346, bairro de Santo Antônio, Centro do Recife).

Na ocasião do lançamento da plataforma, o presidente da OAB-PE, Ronnie Duarte, declarou que a ferramenta foi criada diante da “escalada de episódios, inclusive com agressões físicas perpetradas contra homossexuais e mulheres, geralmente tendo como pano de fundo questões relacionadas às opções políticas adotadas pelas pessoas”.

De acordo com a presidente da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da Ordem, Maria Goretti Soares, a instituição não tem autonomia para tomar decisões. “A gente se reúne e analisa as denúncias, encaminhando o material enviado para os órgãos competentes, como a Polícia Federal, a Defensoria Pública e o Ministério Público. Também estamos à disposição para orientar o público sobre como proceder em cada caso”, explica.

Desde de o dia 15 de outubro, quando foi lançada a ferramenta, a OAB já recebeu um total de 195 contatos, incluindo elogios à iniciativa de denúncias sem provas. “Cerca de 50% são denúncias de fato, com provas anexadas. Nossa orientação é que as pessoas não fiquem caladas, pois o agressor denunciado tende a recuar”, completa Maria Goretti.

Um dos recortes da última pesquisa Datafolha, que aponta Jair Bolsonaro (PSL) com 56% dos votos válidos e Fernando Haddad (PT) com 44%, traz uma preferência maior pelo petista entre a população LGBTI. De acordo com os dados, Haddad tem 57% das intenções de votos do grupo e Bolsonaro 29%. Esta foi a primeira vez que o instituto perguntou a orientação sexual dos entrevistados.

Dos que responderam ao levantamento, 86% se declararam heterossexuais, 3% homossexuais, 2% bissexuais e 2% de outras orientações sexuais. Os que não quiseram indicar a sexualidade somaram 6%. Entre os que se enquadram no grupo LGBTI, 89% disseram estar totalmente decididos do voto e 11% pontuaram que ainda podem mudar.

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A rejeição dos presidenciáveis nesta categoria eleitoral é de 62% para Bolsonaro e 31% para Haddad. A maior parcela contrária ao capitão da reserva é explicada pelo histórico de discursos contra a população minoritária.

Apesar de pontuar insistentemente que não é homofóbico, Bolsonaro já chegou a disparar contra os gays em discursos posteriores. “Não vou dar uma de hipócrita aqui: prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí. Para mim ele vai ter morrido mesmo”, afirmou em uma entrevista concedida em 2011.

Além disso, o presidenciável do PSL também é crítico a implantação de uma política de combate ao preconceito nas escolas, inclusive apelidou de kit gay o programa de combate à homofobia nas escolas públicas do governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e atribuiu a iniciativa a Haddad, chamando-o de “pai do kit gay”.

O homenageado da 1º Parada LGBTI em São Conrado, zona sul do Rio de Janeiro, será o funkeiro Mr. Catra, que no último dia 9 de setembro, aos 49 anos, faleceu em decorrência de um câncer gástrico.

O evento acontecerá no próximo domingo (23) e terá as participações de Valeska popozuda, Inês Brasil, Boivi, entre outros. A festa também contará com o grupo ‘Segura Nega’ que cantará as músicas do artista em ritmo de samba.

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Serviço

1° Parada LGBTI em São Conrado-RJ

23/09 (Domingo) – 13h

Posto 13  da praia de São Conrado

Por Denise Siqueira

A Secretaria de Assuntos Difusos de Guarulhos, através da Subsecretaria de Políticas da Diversidade (SPD), criou o Disque 100 para facilitar o recebimento de denúncias de homofobia e agressões a pessoas do segmento LGBTI. 

A SPD será responsável para encaminhar e direcionar ao órgão competente da denúncia, além de acompanhar os contatos diretos com o denunciante para acompanhar o caso até sua conclusão.

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“Isso faz com que aquele munícipe veja o serviço público e o trabalho realizado de uma forma mais branda, e que possa se sentir acolhido em um momento tão delicado. É mais um grande passo que estamos dando no combate ao preconceito e a violência”, diz a subsecretaria de Assuntos Difusos, Ana Marques.

O Disque 100 recebe denúncias 24 horas por dia, já a SPD funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

Além do Disque 100, para contribuir na redução dos índices de violência a SPD colocou à disposição um e-mail exclusivo para estes casos (denunciasdiversidade@guarulhos.sp.gov.br) e também o sistema de mensagens online pelo WhatsApp (11) 94182-4619.

Até o dia 30 de janeiro acontece a 6ª edição do SP Transvisão – Semana da Visibilidade de Travestis, Mulheres Transexuais e Homens Trans. O tema desta edição é “União em Busca da Diversidade” e a programação é dedicada ao Dia da Visibilidade Trans, comemorado no dia 29 de janeiro. A ação é uma parceria entre a Assessoria de Cultura para Gêneros e Etnias, Secretaria da Cultura do Estado, Museu da Diversidade Sexual e a SP Escola de Teatro.

O evento é gratuito e visa promover o debate sobre a diversidade sexual com assuntos sobre cidadania, religiosidade e saúde. Haverá debates, premiações e apresentações artísticas. Confira a programação:

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26/01 (sexta-feira)

- Roda de conversa: “Como ser transexual em um país altamente transfóbico”, com o educador social Raphael Henrique Martins (time Meninos Bons de Bola, composto por homens trans), o técnico de futebol Pietro Henrique Alves dos Santos (time Meninos Bons de Bola) e o cantor Valentim Nunes Rosa (banda Visionário Bicho Solto).

- Exibição do filme “Tomboy” (2011), da cineasta francesa Céline Sciamma, que aborda a transmasculinidade na infância.

- Show: Banda Visionários Bicho Solto.

Local: Centro de Cidadania LGBT Laura Vermont (Av. Nordestina, 496, São Miguel Paulista).

Horário: das 16h às 20h.

27/01 (sábado)

- 3ª Caminhada Trans – Organizado pelo CAIS – Centro de Apoio e Inclusão Social de Travestis e Transexuais.

Local: Concentração no Masp (Avenida Paulista).

Horário: 13h.

28/01 (domingo)

- Espetáculo: “Chão de Estrelas”, com a atriz transexual Marcia Daylin Araujo.

Local: SP Escola de Teatro (Praça Roosevelt, 210, Consolação).

Horário: 17h.

- Espetáculo: “Suzi: A Boneca do Prazer”, com a atriz transexual Fernanda Custódio

Local: SP Escola de Teatro (Praça Roosevelt, 210, Consolação).

Horário: 19h.

29/01 (segunda-feira)

- Ação positiva de visibilidade para travestis e transexuais. Show seguido da entrega do prêmio Claudia Wonder, com arte doada pela cartunista Laerte Coutinho.

Recebem a premiação: Casa Florescer, Terça Trans, Taiane Miyake, Pietro H. Alves dos Santos e Raphael Martins

Local: Satyros 1 (Praça Roosevelt, 214, Consolação).

Horário: 17h.

30/01 (terça-feira)

- Exibição do documentário “Um Atentado Violento ao Pudor” (2017).

Duração: 95 minutos. Direção: Gilson Goulart Carrijo e Keila Simpson. A exibição será seguida por bate-papo com os diretores e um coffee break.

- Lançamento da publicação: “Reafirmando Cidadania e Identidade de Gênero – Uma Experiência na Cidade de São Paulo”.

Realização: ONG AIDS Healthcare Foundation Brasil (AHF Brasil).

Local: Biblioteca Municipal Mário de Andrade.

Horário: 14h às 17h

- Palestra: “Mercado de trabalho para população trans”, com a integrante da ONG Nurap, Agatha.

Local: Centro de Cidadania LGBT Edson Néris (Rua São Benedito, 408, Santo Amaro).

Horário: 15h.

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