A terceira edição do Rec’n Play, evento que une tecnologia, economia criativa e cidades, em Pernambuco, promete ser gigante. E este é um título que vai além das mais de 300 atividades que acontecerão dentro e fora dos espaços selecionados para receber o evento. Maior até que a estimativa de 20 mil pessoas, circulando pelo bairro do Recife, para assistir à palestras e participar de workshops. A grandeza do festival este ano não está só medida em atrações, mas - principalmente - em representatividade.
Com convidados ilustres, shows diversos e até mesmo uma praça de alimentação de dar água na boca, as ações para garantir a equidade de gênero no festival podem - apesar de não dever - passar despercebidas. Porém, basta olhar duas vezes para notar o esforço de seus organizadores em tornar esta edição ainda mais inclusiva para mulheres e grupos LGBTI.
##RECOMENDA##Para este ano, 50% dos curadores do evento são do sexo feminino. Além disso, a presença de atividades pensadas especialmente para o público LGBTI torna o festival ainda mais plural e preparado para uma geração que quer, mais do que aprender sobre negócios, se sentir representada.
“Desde o primeiro ano que a nossa intenção é aumentar a diversidade, principalmente em relação a participação feminina”, afirma o coordenador do evento, Bruno Stehling. Essa colocação torna-se ainda mais importante quando se analisam os dados divulgados no começo do ano pelo programa YouthSpark, da Microsoft. A pesquisa feita pela gigante aponta que, no Brasil, apenas 18% dos graduados em Ciência da Computação e 25% dos empregados em áreas técnicas de tecnologia da informação (TI) são mulheres.
Para reverter esse quadro, o estímulo da presença feminina torna-se ainda mais requisitado. “Eu acho que a gente chegou num momento de inflexão. Não dá pra voltar atrás nesse tema”, diz Stehling. Em relação ao público LGBTI entidades como coletivo Transborda e o Porto+, que é uma iniciativa do Porto Digital, são pontes de apoio e fomento para a inclusão de diferentes gêneros e debates no ramo dos negócios digitais e da tecnologia.
A palavra delas
Entre os convidados já confirmadas pelo evento estão nomes importantes como Tânia Cosentino, Presidente da Microsoft Brasil, Flávia Picolo, da Accenture e Renata Albertim, CEO e Co-fundadora do Mete a Colher, entre outras. Painéis como “A representatividade negra nos games”, com Tainá Félix, “Data Driven Marketing”, com a diretora de Marketing da Mercedez-Benz do Brasil, Ebru Semizer e “Mulheres na Robótica”, com a estudante Maria Eduarda Oliveira, de 15 anos, são outros destaques.
Nomes como o do apresentador Luciano Huck, o professor de criatividade Murilo Gun, os jornalistas Luis Nassif e Caco Barcellos, também participam do evento.
Um adeus às filas
Para os amantes da tecnologia, outra novidade do festival é a utilização de QR CODEs para conseguir participar das atividades. Ao invés do habitual crachá um aplicativo, homônimo ao evento, será usado para que o público consiga ter acesso aos ambientes fechados. “O uso de app será tanto para Android e iOS. O usuário vai conseguir ver o mapa do bairro, saber mais sobre programação, o que vai ter naquele dia. A novidade deste ano é não precisar mais ficar na fila. Por causa disso é obrigatório ter a inscrição geral no site”, explica o coordenador do evento.
Bruno lembra que, apesar da facilidade é necessário que o público entenda que esses espaços são bastantes disputados e estão sujeitos a lotação. “Nossa ideia é ser o festival mais democrático do mundo em tecnologia. Ampliar a experiência do usuário. Conseguir com que o público entenda a dinâmica e participe de forma ativa de tudo”, diz.
O Rec’n Play está marcado para acontecer entre os dias 02 e 05 de outubro, no bairro do Recife. A programação é aberta a pessoas de todas as idades e todas as atividades são gratuitas. As inscrições são obrigatórias e já podem ser realizadas no site.