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Mesmo com a onda de calor no país, o verão só chega a partir do dia 21 de dezembro. Ainda assim, vale reforçar que em dias mais quentes, as mulheres devem redobrar os cuidados com a saúde íntima, já que a transpiração corporal aumenta e a região fica mais abafada, o que aumenta as chances de proliferação de alguns fungos e bactérias. 

Pensando nisso, a médica ginecologista e obstetra, chefe do Centro Obstétrico da Santa Casa de São Paulo, Dra. Daniela Miyake, listou seis passos para cuidar da região íntima de maneira correta. Confira a seguir: 

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Dormir sem calcinha – Procure dormir sem calcinha, com calças ou shorts mais largos, para abafar menos a região e evitar a proliferação de bactérias e fungos já existentes no organismo, mas que são agentes causadores de doenças como a candidíase; 

Usar calcinhas de algodão – Prefira utilizar calcinhas de algodão, pois o material contribui para uma melhor respiração da região íntima. Demais materiais como, lycra, nylon e microfibra, abafam mais a área e dificultam a circulação de ar; 

Sabonetes Íntimos ou sabonete glicerinado infantil – Utilize sabonetes próprios para a higienização da região íntima ou glicerinados e destinados às crianças. Produtos com estas especificações, possuem um PH mais adequado para a região e são hipoalergênicos; 

Não usar protetor diário – Ao contrário do que muitas mulheres pensam, o protetor diário pode prejudicar a saúde íntima, já que em dias quentes, abafa ainda mais a região e consequentemente, provoca o aumento de secreções e corrimentos; 

Evitar o consumo exagerado de doces – Consumir doces em excesso provoca o desvio da flora intestinal, ou seja, altera o mecanismo de defesa do organismo e a atividade de bactérias benéficas para o corpo; 

Higienizar as partes íntimas apenas durante o banho – A higienização das partes íntimas deve ocorrer apenas uma ou duas vezes por dia, preferencialmente durante o banho e com o uso de sabonete. Lavar a região muitas vezes ao dia, diminui a atividade das nossas “bactérias boas”. 

 

Uma mulher de 20 anos, identificada como Amanda Oliveira, afirmou através de suas redes sociais que foi agredida pela esposa de um ginecologista durante um exame endovaginal em uma clínica no bairro de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. A violência, que foi filmada pela vítima, aconteceu na manhã da última segunda-feira (30).

No vídeo, é possível observar a agressora, que também é médica, proferindo ofensas verbais contra a paciente. Além disso, ela desfere tapas e puxa o cabelo da jovem. Segundo Amanda, o motivo da agressão foi ciúmes pelo fato dela ter sido atendida pelo esposo da agressora.

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Após a discussão, Amanda saiu do local e dirigiu-se, imediatamente, à Delegacia de Prazeres para registrar um boletim de ocorrência. Os policiais encaminharam a vítima ao Instituto de Medicina Legal (IML) para a realização do exame de corpo de delito, procedimento padrão para esses casos. 

De acordo com a Polícia Civil de Pernambuco, a lesão corporal já está sendo investigada, através de um inquérito policial que foi instaurado para apurar todas as circunstâncias. O caso está sob o comando da Delegacia de Prazeres.

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Em nota, a Clínica LP Saúde pediu desculpas pelo o ocorrido e afirmou que sempre preza pelo bem-estar dos pacientes. A unidade esclareceu que “não compactua com nenhum ato de violência, seja física ou verbal, e repudia veementemente as agressões cometidas”.

Ainda de acordo com a nota, a autora das agressões não trabalha na clínica. “O profissional responsável pelo atendimento já foi devidamente afastado e a segurança no local foi reforçada”.

Por fim, a clínica disse estar à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários e “compromete-se a auxiliar a paciente a promover a responsabilização cível, criminal e ética dos envolvidos”.

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Ao menos uma em cada quatro mulheres lésbicas que entram em um consultório ginecológico no Brasil sofre algum tipo de violência ou não recebe atendimento adequado. É o que aponta o I LesboCenso Nacional, da Liga Brasileira de Lésbicas e Associação Lésbica Feminista de Brasília– Coturno de Vênus. “Seja por um olhar, seja por alguma piada ou algo do tipo. É muito triste e revoltante, porque se a gente vai no médico a gente quer ser é acolhida”, conta Jussiara Silva, de 39 anos, ao se recordar de praticamente todos os atendimentos ginecológicos que recebeu depois de se reconhecer uma mulher lésbica, aos 30 anos. “Desde então eu nunca encontrei uma ginecologista que eu me sentisse 100%”, se ressente, por não conseguir fazer um acompanhamento prolongado com um mesmo profissional.

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Jussiara Silva, de 39 anos - Foto: Aequivo pessoal

Na data em que se celebra o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica (29 de agosto), relatos mostram que a violência não é exclusividade na atenção à saúde para mulheres adultas. Hoje, quem vê Mare Moreira, com 34 anos, se dividindo entre a tosa profissional de animais e os jogos de videogame, nem imagina que seus problemas nas idas ao médico começaram aos 13 anos. A primeira estranheza foi ser questionada sobre detalhes de sua vida sexual, mesmo ela afirmando que não tinha uma. Nessa época ela já sabia que não sentia atração por meninos, mas nem chegou a falar disso. Ela saiu do consultório, ao lado da mãe, confusa, constrangida e com uma receita de anticoncepcional na mão.

“Um dos flagelos da nossa cultura é permitir que a/o profissional assuma que qualquer mulher buscando atenção ginecológica é uma mulher heterossexual, o que automaticamente a/o direciona a pensar que o sexo experienciado por aquela pessoa é o sexo ‘pênis-vagina’”, afirma a ginecologista e obstetra Letícia Nacle.

A análise de Letícia é confirmada por pesquisas. Um estudo publicado pelo The Journal of Medicine, em 2018, e que analisa a revelação da orientação sexual entre mulheres que fazem sexo com mulheres durante atendimento ginecológico, mostra que os profissionais não questionam sobre a orientação sexual das pacientes, fazem perguntas padrão, elaboradas para atender mulheres que se relacionam com homens, prescrevem sempre o uso de anticoncepcional, mesmo sem necessidade de contracepção, usam equipamentos inadequados durante exames ou não solicitam os exames necessários para o acompanhamento dessas mulheres.

Por ter menstruado pela primeira vez aos 9 anos, Isadora Costa, estudante de arquivologia, começou a ir cedo ao ginecologista. Aos 16, quando começou a compreender sua orientação sexual, se afastou dos consultórios. Por volta dos 18, buscou atendimento, queria fazer exames de rotina e saber se estava tudo bem com sua saúde sexual, já que àquela altura tinha uma vida sexual ativa. Mas os atendimentos eram sempre interrompidos quando ela contava que suas parceiras eram mulheres. “Elas paravam ali, nunca nem passaram um papanicolau [exame para a detecção de câncer do colo de útero], sabe? Eu ouvi várias e várias vezes que sexo entre mulheres não é considerado um sexo de verdade, então, para elas eu continuava virgem. Apesar de não ser”, se indigna Isadora. Para conseguir ter o seu direito de fazer uma ultrassonografia transvaginal respeitado, conta, foi preciso discutir com a ginecologista e ameaçar ela mesma se penetrar com o equipamento do exame.

Diagnóstico

A demora em ter um atendimento bem feito, com exames e atenção, retardou o diagnóstico da síndrome dos ovários policísticos (SOP), que Isadora só recebeu aos 25 anos, depois de anos de fortes cólicas e pelos grossos pelos corpo. “É estúpido, é ridículo porque minha irmã nunca precisou passar por isso, minhas primas também sempre fizeram os exames delas e eu ficava me perguntando se tinha algo errado comigo. Eu me senti lesada por uma vida inteira porque eu nasci homossexual”, afirma Isadora.

Mariana Viegas, cineasta, também poderia ter tido um diagnóstico precoce de um cisto grave no ovário. Mas só conseguiu isso no ano passado, apesar de frequentar consultórios ginecológicos desde a adolescência. Mas em vez de um atendimento adequado, ela conta que recebeu uma série de questionamentos preconceituosos ao revelar a uma das médicas que se relacionava mulheres.

“Ela questionou que drogas eu usava, eu disse que nenhuma. Ela insistiu e eu reafirmei que não usava nada. Então a médica disse que sabia que “nesse meio” rolava muitas drogas. Ela questionou também com quantas parceiras eu me relacionava. Eu disse que estava namorando há mais de um ano. Então ela me passou diversos exames de ISTs (infeções sexualmente transmissíveis) porque, segundo ela “com a homossexualidade vem a promiscuidade, vem o uso de drogas””, relembra Mariana.

“Eu fiquei tão chocada que eu não consegui reagir, as palavras (da médica) ficavam rondando na minha cabeça, ficava aquilo ecoando”. Depois dessa experiência, Mariana só conseguiu voltar ao ginecologista dois anos depois, ao retornar para sua cidade natal. Hoje ela faz acompanhamento na cidade em que mora e relata ter encontrado uma “médica ótima, muito cuidadosa, muito atenciosa, muito gentil e muito acolhedora”.

Atualmente, encontrar uma médica acolhedora é o desejo da maquiadora Janaína Oliveira, de 28 anos. Segundo ela, foi necessário mentir e dizer que já tinha feito sexo com um homem, para que lhe fosse solicitado um exame preventivo do câncer de colo de útero.

“Já tive mais de uma experiência de ser negada a guia de exame preventivo, por ser considerada virgem pelo olhar médico, por eu nunca ter me relacionado com homens, e mesmo eu dizendo que eu precisava sim, pois me relaciono com mulheres e a penetração acontece”, conta Janaína.

A maquiadora Janaína Oliveira, de 28 anos. Foto: Arquivo pessoal

De acordo com o I LesboCenso Nacional, feito pela Liga Brasileira de Lésbicas e Associação Lésbica Feminista de Brasília– Coturno de Vênus, publicado em 2022, 24,98% das mulheres lésbicas se sentiram discriminadas e/ou violentadas em um atendimento ginecológico por conta de sua orientação sexual.

Violências

“São poucas as pacientes que não trazem relatos infelizes ou até mesmo traumáticos em consultas com ginecologista. As experiências variam desde a invisibilidade da orientação sexual até discursos claramente lesbofóbicos ou realização de exames ginecológicos inapropriados e incongruentes com a vivência e contexto daquela mulher. É comum escutar relatos de uso de espéculos (ou bicos-de-pato) de tamanhos M ou G para essas pacientes, o que torna o exame extremamente desconfortável ou até doloroso. Existem espéculos P e PP que seriam muito mais adequados”, garante a ginecologista Letícia Nacle.

Mas as agressões vão além da orientação sexual.  Racismo e gordofobia são relatos comuns nos consultórios. Mare Moreira ouviu de uma ginecologista que deveria “tomar alguma coisa para emagrecer e que assim eu teria uma vida sexual de verdade”, querendo ligar o fato de ela ser gorda ao de só se relacionar com mulheres. Isadora Costa também teve o mesmo problema, uma das profissionais disse que as dores fortes eram resultado do tamanho do corpo dela. “Você sente cólicas porque está gorda, porque você não se alimenta bem”, disse a médica, sem perguntar sobre a alimentação da paciente

Isadora também vivenciou outra agressão. “Senti muito a questão do elitismo. Esse elitismo médico de quem te olha de cima a baixo. É um desconforto muito grande além da lesbofobia, além da gordofobia. Eu me senti muito diminuída, que não deveria estar ali procurando aquele serviço”, conta.

Qualificação dos profissionais

De acordo com a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, publicada em 2011, os profissionais da área da saúde devem ser capacitados para o atendimento adequado da população LGBTQIAPN+. O Ministério da Saúde afirma que tem trabalhado no âmbito da educação permanente, identificando necessidades e capacitando profissionais de saúde. Um exemplo é o curso “Enfrentamento ao estigma e discriminação de populações em situação de vulnerabilidade nos serviços de saúde”, fruto do Acordo de Cooperação Técnica/ Ministério da Saúde nº 1/2022, que também prevê a revisão da Política Nacional de Saúde Integral LGBT.

Já na formação universitária, a ginecologista Letícia Nacle avalia que o ambiente ainda é “muito conservador” para se discutir essas questões. A médica se formou em 2019 e relata que nunca recebeu nenhum tipo de instrução formal na graduação sobre especificidades no cuidado em relação à saúde e mulheres lésbicas ou de qualquer pessoa da comunidade LGBTIAPN+. “Infelizmente o MEC ainda não contempla a temática da diversidade sexual e de gênero em nenhuma graduação da área da saúde”, menciona.

Derrubando mitos

Mas, de todas as falas médicas relacionadas à saúde das mulheres lésbicas o que é verdade e o que é mito, preconceito e desconhecimento? De acordo como o Ministério da Saúde não há protocolo diferenciado para a coleta de exame citopatológico em mulheres que fazem sexo com mulheres. Para a pasta, todas as mulheres de 25 a 64 anos, independente da orientação sexual e/ou como se relacionam, devem realizar o exame.

A médica Letícia Nacle defende que além de seguir o protocolo médico, o profissional deve dialogar com as pacientes, para que o cuidado prestado seja alinhado com a realidade de cada uma. Ela explica que a realização de exames como ultrassom transvaginal ou coleta de prevenção geralmente são realizados em pacientes que já tiveram algum tipo de penetração. Mas a coleta também pode ser feita em uma paciente que tenha vida sexual ativa sem penetração, se ela se sentir confortável pra isso. E para essa definição uma relação de confiança é fundamental.

Outro mito é o de que lésbicas não devem se preocupar com as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). A ginecologista afirma que sim, lésbicas estão sujeitas a essas infecções, mas que hoje a prevenção acontece em forma de “redução de danos”, com orientações para que as mulheres lésbicas mantenham “as unhas sempre curtas e limpas, usem lubrificante e preservativos e evitem sexo oral ou penetrativo no período menstrual”, por exemplo. De acordo com ela, estas falas não levam em conta que a prevenção é dificultada porque “os principais métodos de proteção – para as ISTs - foram criados para o sexo pênis-vagina. Quando falamos sobre mulheres lésbicas cis, são poucas as opções. As calcinhas de látex são caras e de difícil acesso. Os métodos mais baratos e acessíveis são ‘artesanais’ e muitas vezes não são congruentes com a prática sexual lésbica”, enfatiza a médica.

“Eu sei que não é só comigo”

Os dados do Censo 2022, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não traz informações sobre a orientação sexual dos brasileiros, então não é possível saber quantas são as mulheres lésbicas hoje no país. O Ministério da Saúde também não tem – facilmente – dados sobre quantas mulheres lésbicas foram ao ginecologista e fizeram exame de prevenção no último ano. Mas a expressão usada por Mariana Viegas para responder ao convite para esta reportagem diz muito sobre a comunidade lésbica “eu sei que não é só comigo”. E mesmo com a invisibilidade e violência relatada por todas as mulheres aqui ouvidas, elas seguem se amparando e rasgando o preconceito. Seja na criação de conteúdos, como o caso da médica e mulher lésbica Letícia Nacle, seja dando seus relatos como Jussiara, Mare, Mariana, Janaína e Isadora. A visibilidade é construída diariamente e todas elas concordam que é preciso que os brasileiros estudem mais, se conscientizem mais para que todas as mulheres sejam respeitadas em suas particularidades nos consultórios ou fora deles.

Mas caso isso não ocorra, o importante é que a mulher e vítima do preconceito – e suas violências - não se silenciem, ressalta Letícia Nacle. Denúncias de violência ginecológica podem ser feitas pelo Disque Saúde 136 e também pelo Disque 100, que recebe denúncias de quaisquer violações de direitos humanos.

 

 

Um ginecologista de Nova York acusado de abusar de dezenas de mulheres, entre elas a mulher de um ex-candidato à presidência, foi condenado nesta segunda-feira (24) a 20 anos de prisão por abusos sexuais.

Robert Hadden, 64, foi declarado culpado em janeiro por induzir pacientes a viajarem de outros estados para fazer exames ginecológicos em Manhattan, onde o médico abusava sexualmente delas.

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A promotoria apelidou Hadden, que perdeu seu registro em 2012, de "predador de jaleco branco". Ao anunciar a sentença, o juiz Richard Berman disse que nunca havia visto "nada tão horrível, inimaginável ou depravado" como o caso do médico.

Após cumprir a pena, Hadden ficará em liberdade vigiada pelo restante de sua vida, informou um porta-voz do tribunal à AFP.

Morador do estado vizinho de Nova Jersey, Hadden foi acusado de abusar de mulheres entre o começo da década de 1990 e 2012. Entre suas vítimas, está Evelyn Yang, mulher de Andrew Yang, empresário do setor de tecnologia que aspirava à presidência em 2020 pelo Partido Democrata.

Em janeiro daquele ano, Evelyn disse à rede de TV CNN que Hadden havia abusado dela em 2012, quando ela estava grávida de sete meses de seu primeiro filho. Em um primeiro momento, ela não contou o que havia acontecido ao marido.

Hadden se declarou culpado em 2016 de duas acusações de apalpação e uma de abuso sexual de terceiro grau, após um acordo com a promotoria que o poupou da prisão. Como parte do acordo, ele perdeu seu registro médico.

No ano passado, o Centro Médico Irving, da Universidade de Columbia (CUIMC), anunciou que havia fechado um acordo de US$ 165 milhões (R$ 783 milhões) para ressarcir 147 pacientes de Hadden. Isto ocorreu depois que a Columbia anunciou outro acordo, de US$ 71,5 milhões, em 2021, entre seus hospitais e 79 pacientes de Hadden representadas por um advogado diferente.

Segundo a Universidade de Columbia, o departamento de obstetrícia e ginecologia do CUIMC revisou na última década as políticas existentes e ampliou os recursos para aumentar a segurança das pacientes.

Um médico ginecologista suspeito de abusar sexualmente das pacientes foi preso, nessa quinta-feira, 6, em operação da Polícia Civil do Distrito Federal. Segundo a denúncia, ele é acusado de fazer as vítimas crerem que estavam sendo submetidas a um procedimento adequado, mas tocava os órgãos genitais das mulheres de forma libidinosa. O mandado de prisão do profissional foi expedido pelo juízo da 2ª Vara Criminal do DF.

A equipe de investigação da Seção de Atendimento à Mulher da 12ª Delegacia de Polícia realizou a Operação Asmodeus (demônio na mitologia judaica), mobilizando até apoio aéreo para prender o médico. C.S.K. foi localizado próximo à cidade de Formosa, em Goiás, a 80 km de Brasília, e levado para a carceragem da Polícia Civil do DF. A prisão é preventiva, segundo a polícia. A defesa do médico disse que ele se declara inocente.

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De acordo com a Polícia Civil, as investigações apontaram que o médico usava de artifícios que não faziam parte dos protocolos de atendimento para conseguir praticar atos libidinosos com as vítimas. Ao menos duas pacientes relataram terem sido abusadas pelo médico quando estavam deitadas para o atendimento.

Outras possíveis vítimas ainda serão ouvidas formalmente. O mandado de prisão preventiva expedido pela 2ª Vara Criminal menciona a prática, em tese, de crimes de violação sexual mediante fraude.

O Conselho Regional de Medicina no Distrito Federal (CRM-DF) informou que, após surgirem as primeiras denúncias, o médico teve sua conduta apurada por meio de processo ético profissional, resultando na aplicação de penalidade de suspensão por 30 dias, em fevereiro do ano passado. Conforme o CRM, os novos fatos estão sendo apurados "com respeito ao sigilo profissional".

O defensor do médico, advogado Eduardo Teixeira, disse que o processo corre em segredo de Justiça e que foram apresentados nos autos todos os elementos informativos aptos a demonstrar que as acusações são inconsistentes. A defesa considera que não foram preenchidos os requisitos para a prisão preventiva e vai pedir sua substituição por medidas alternativas.

Um homem de 30 anos foi preso, nesta quinta-feira (29), em Goiânia (GO), após socar o rosto de um médico ginecologista de 73 anos, no Centro Integrado de Atenção Médico Sanitária (Ciams) Novo Horizonte. Tiago Bernardes é filmado pelo tio entrando no consultório, confirmando o nome do médico, e o atacando com um murro no rosto. Durante a agressão, Tiago o chama de “abusador”.

Segundo levantamento feito pela Guarda Civil Metropolitana (GCM), a esposa de Tiago, que está no oitavo mês de gestação, teria se consultado com o ginecologista na última quarta-feira (28), que a teria tocado indevidamente. Ela se sentiu violada e chegou a prestar um boletim de ocorrência contra o profissional de saúde.

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Em depoimento, o médico alegou que realizou o procedimento de toque pois ela disse que estava sentindo contrações, e corria o risco de entrar em trabalho de parto.

Todos os envolvidos foram encaminhados para a Central de Flagrantes, e o médico também foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para realizar exame de corpo de delito.

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Denúncia

Após o ocorrido no Ciams, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) foi acionada para prestar esclarecimentos. Em nota, o órgão declarou que o funcionário compõe o quadro de médicos há nove anos, e que “não tem conhecimento de nenhum ato que o desabone. Diante da denúncia, a secretaria vai apurar os fatos. Caso haja confirmação, tomará as providências pertinentes”.

O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) afirmou que “não tem conhecimento desta acusação”. Declarou ainda, por meio de nota, que “repudia veementemente qualquer ato de violência contra médicos e contra qualquer cidadão”.

O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) abriu uma sindicância para apurar denúncias de abusos sexuais que teriam sido praticados pelo ginecologista e obstetra Felipe Sá Ferreira. O médico, de 40 anos, foi preso na semana passada em seu consultório, na cidade de Maringá. Pelo menos 15 mulheres que foram atendidas por ele já procuraram a polícia. A defesa de Felipe Sá refuta as acusações.

"O CRM-PR informa que instaurou procedimento sindicante ex officio para apurar denúncia veiculada nos meios de comunicação de possível desvio ético cometido pelo médico Felipe Sá Ferreira (CRM-PR 28.546)", informou o órgão, em nota. De acordo com o conselho, Felipe Sá está regularmente inscrito no Paraná desde fevereiro de 2011.

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As pacientes denunciaram aos investigadores que os abusos do ginecologista aconteciam durante as consultas. As investigações começaram no início do ano, e desde a prisão temporária do médico outras pacientes procuraram a polícia para denunciar suas condutas.

Os agentes investigam os crimes de violação sexual mediante fraude, importunação sexual e estupro de vulnerável. Em pelo menos um dos casos, o ginecologista teria tentado hipnotizar a paciente.

"Durante todo o pré-natal, meu marido me acompanhou. E aí teve uma consulta que eu acabei indo sozinha. Ele (Felipe Sá) pediu pra que eu fechasse os olhos, que eu me imaginasse num lugar paradisíaco, contou até dez, estalou os dedos. Mas nenhum momento eu estava hipnotizada, eu estava em sã consciência. Ele falou: 'não, é sério. Se imagine tendo relações sexuais só com coisas que estejam dentro dessa sala'. Aí ele começou a pegar pesado do tipo, você se tocaria agora?", relatou uma mulher, em entrevista ao Fantástico.

Outra paciente, que é sexóloga, contou que o médico falou que ela precisa "deixar tabus" de lado durante a consulta. "Ele estava me examinando e tentou me estimular. Eu imediatamente disse pra ele parar, e ele dizia coisas... Ele dizia 'você precisa relaxar', 'você precisa entender que o seu corpo pode te dar muito prazer'", narrou.

O advogado Leonardo Batistella, que representa Felipe Sá, disse que ainda analisa as provas contra o médico, mas ressaltou que as acusações "não condizem com o histórico" dele.

"Trata-se ainda de uma investigação, portanto estamos analisando as provas e tão logo possível entrarei com o pedido de soltura", disse Batistella, que é especialista em direito médico e também atua na esfera criminal. "Não tive acesso a todas as provas ainda, mas posso afirmar que as alegações não condizem com o histórico profissional do Dr. Felipe."

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) entrou com uma ação contra a ginecologista Helena Malzac pelo crime de racismo durante uma consulta médica. Na ocasião, ela teria afirmado à paciente que “mulheres pretas têm mais probabilidade de ter cheiro mais forte nas partes íntimas”. O caso veio à tona por uma reportagem do programa Fantástico, que foi ao ar no último domingo (10).

À reportagem, Luana Génot relatou que levou a afilhada de 19 anos ao consultório da médica, por conhecê-la há mais de dez anos, para a colocação de um dispositivo intrauterino (DIU). O diálogo foi gravado por Luana, onde Helena afirma: “Muito forte, aqui, ó. Quando você sua, o cheiro piora. É a mesma coisa no sovaco. É o mesmo cheiro, um cheiro forte, mas é por causa da cor e do pelo. Você vai ser a vida inteira assim.”

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Segundo a defesa de Malzac, apresentada pela reportagem, não houve vontade da médica em “discriminar a suposta vítima”.

“O objetivo do comentário da ré foi estrito e visando exclusivamente tratar o mau cheiro com forte odor na região das virilhas”, teria argumentado o advogado.

Com a medicina em constante evolução, alcançar a tão sonhada maternidade se tornou uma forte possibilidade, inclusive, para pacientes oncológicas. Com o Dia das Mães celebrado no próximo domingo (14), a onco-preservação merece destaque.

Segundo Dr. Edilberto Rocha, ginecologista e responsável pelas áreas de onco-preservação e oncogenética do Hospital Santa Joana Recife, da Rede Americas, a onco-preservação é indicada para pacientes em idade fértil, que planejam gravidez futura e que serão submetidas a tratamento quimioterápico ou radioterápico sabidamente agressivos aos gametas.

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“Na grande maioria dos casos, é possível realizar a onco-preservação em qualquer fase da doença clínica, pois são necessários poucos dias para todo o processo de coleta, o que normalmente não atrapalha o início do tratamento proposto. Mas para a realização, é necessário que a paciente esteja em condições clínicas de se submeter ao tratamento hormonal de estimulação e ao procedimento de coleta dos óvulos”, informa o ginecologista.

A técnica de onco-preservação envolve coleta, processamento e armazenamento de óvulos ou espermatozoides de pacientes antes do início do tratamento contra o câncer, com o objetivo de preservar esses materiais para uma futura gestação. Sabemos que o tratamento oncológico pode causar efeitos colaterais agudos, ou seja, que acontecem durante a terapia, como as náuseas, por exemplo. Mas, além disso, efeitos colaterais tardios também podem ser causados, como a perda da fertilidade, isso porque durante o tratamento de um câncer, as células germinativas, que são responsáveis pela produção de espermatozoides nos homens e pelos óvulos nas mulheres, podem sofrer danos. Porém, nos casos de pacientes que desejam ser mãe, no futuro, é possível fazer a preservação da fertilidade. 

“Ao preservar as células germinativas, óvulos e espermatozoides, esses pacientes podem, uma vez superado o período de tratamento para câncer, utilizar estas células para conseguir uma gestação, caso necessitem”, explica o especialista.

“Uma vez decidido pela preservação dos gametas, utiliza-se medicamentos para estimular a ovulação e se procede a coleta desses óvulos por meio da técnica de aspiração folicular, realizada através do ultrassom transvaginal”, acrescenta o médico. “Para isso, é necessário anestesia do tipo sedação. Os óvulos captados são então congelados em laboratório para permanecerem armazenados até quando forem necessários”, complementa.

“Com o progresso dos tratamentos e a melhoria dos resultados, uma vez superado o tratamento para o câncer, essas pacientes terão uma vida inteira pela frente. E isso inclui o desejo da maternidade. A onco-preservação é uma poderosa aliada para pacientes que desejam gravidez futura”, finaliza. 

Sobre a rede Americas: Referência no atendimento de alta complexidade e qualidade, a rede Americas, do UnitedHealth Group Brasil, está presente em cinco estados brasileiros – São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e no Distrito Federal. Atualmente, a rede conta com total de 12 hospitais, 30 centros médicos e clínicas especializadas, 7 centros de excelência, mais de 60 especialidades, além de mais de 2,6 mil leitos. 

Para mais informações acesse: www.americasmed.com.br.

*Da assessoria 

Um médico ginecologista, que não teve o seu nome divulgado, acusado de cometer violação sexual mediante fraude contra mais de 14 mulheres foi preso nesta terça-feira (9), em uma casa localizada na cidade de Arcoverde, Sertão de Pernambuco. Havia dois mandados de prisão contra ele expedidos pelo Tribunal de Justiça de São Paulo e pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco.

A delegada da Mulher, Ana Luiza Mendonça, declarou que o suspeito usava de profissão para abusar sexualmente das pacientes durante as consultas. A autoridade policial detalhou que o acusado não usava luvas, tocava e tentava estimular as vítimas dizendo que o procedimento seria essencial para a melhoria sexual e até física delas. 

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“A forma que ele abordava essas mulheres durante as consultas não era uma forma usual. Ele pedia que as mulheres se despissem toda, não usava bata, pedia para ela ficar em posições distintas das posições normais ginecológicas para exames. Ele, de fato abusava, ele introduzia a mão nas mulheres”, apontou a delegada.

Ana Luiza comentou que, segundo o código de ética médica, em consultas íntimas o ideal é que exista um assistente na sala. “O médico não chamar um assistente é um sinal de alerta”, asseverou.

A orientação policial é que as vítimas de crimes sexuais procurem qualquer delegacia mais próxima e, se tiver a necessidade de fazer a denúncia nas delegacias especializadas, não deixem de buscar ajuda.

Confira a lista de delegacias especializadas em Pernambuco

Recife

1ª Delegacia de Polícia Especializada da Mulher

Rua do Pombal, Praça do Campo. Santo Amaro. Recife. Fone: (81) 3184.3352

Jaboatão Dos Guararapes

2ª Delegacia de Polícia Especializada da Mulher

Estrada da Batalha, s/n°. Prazeres. Jaboatão dos Guararapes.

Fone: (81) 3184.3444/3445

Petrolina

3ª Delegacia de Polícia Especializada da Mulher

Rua Castro Alves, nº 57. Centro. Petrolina. Fone: (87) 3866.6625

Caruaru

4ª Delegacia de Polícia Especializada da Mulher

Rua Dalton Santos, nº 115. São Francisco. Caruaru. Fone: (81) 3719.9106

Paulista

5ª Delegacia de Polícia Especializada da Mulher

Praça Frederico Lundgren, s/n°. Paulista. Fone: (81) 3184.7072

Garanhuns

9ª Delegacia de Polícia Especializada da Mulher

Rua Frei Caneca, nº 460. Heliópolis. Garanhuns. Fone: (81) 3761.8507

Dias depois que o estado americano de Ohio proibiu o aborto, a médica Mae Winchester recebeu uma paciente que necessitava interromper a gravidez para salvar sua vida.

Em 24 de junho, a Suprema Corte dos Estados Unidos revogou o direito ao aborto que vigorava há quase meio século.

Com a decisão, muitos estados conservadores proibiram ou restringiram amplamente os procedimentos.

Com esta virada histórica, o panorama legal deixou muitas lacunas e "um nível significativo de estresse" na profissão, afirma Harry Nelson, advogado especialista na área médica.

Em Ohio, onde Winchester trabalha, os abortos ainda são permitidos, mas somente até as seis semanas de gravidez e o entendimento sobre "emergência médica" é ambíguo.

Sua paciente já tinha ultrapassado esse prazo, então a médica precisou consultar o departamento jurídico do hospital.

"Sei o que devo fazer como médica. Mas do ponto de vista legal, como a protejo, como me protejo, como protejo a instituição, as enfermeiras e anestesistas envolvidas no caso?", questionou.

"Afeta a todos", declara esta obstetra à AFP.

"Confusão"

As leis que proíbem o aborto preveem sanções substanciais para os profissionais de saúde. As penas variam de multas caras a até 10 anos de prisão.

A ameaça de processos e os custos legais levam a "uma situação estranha, na qual os médicos ficam tensos ao prestar um atendimento legítimo em casos potencialmente mortais", destaca Nelson.

O governo do presidente Joe Biden tentou trazer a estes profissionais um pouco mais de segurança ao garantir que a lei federal "prevalece" sobre a estatal em emergências.

Se um médico acreditar que um aborto é necessário para "estabilizar" uma emergência, deve praticá-lo, escreveu o ministro da Saúde, Xavier Becerra, à equipes dos serviços de urgência do país.

No entanto, o estado do Texas já recorreu aos tribunais, acusando o governo democrata de querer "transformar cada sala de emergências do país em uma clínica de aborto sem data marcada".

O presidente da poderosa organização de planejamento familiar Planned Parenthood, Alexis McGill Johnson, estima que esta denúncia aumenta "a confusão e cria perigo de morte em caso de gravidez ectópica, septicemia, entre outros".

"Medo"

Mais de 90 procuradores locais disseram que não apresentarão denúncias nestes casos em suas jurisdições, mas outros estão determinados a fazê-lo.

O procurador-geral de Indiana, um ultraconservador, ameaçou processar uma ginecologista que ajudou uma criança de 10 anos a abortar após um estupro.

A menina precisou viajar de seu estado Ohio porque excedeu as seis semanas de gravidez. As interrupções voluntárias de gravidez continuam legais em Indiana, mas o procurador-geral Todd Rokita acusou a médica de descumprir com a obrigação de informar sobre o caso.

No fim, os advogados da médica comprovaram que ela havia informado.

Nelson estima que este caso mostra como alguns procuradores, funcionários eleitos, podem usar "táticas intimidatórias" para desmotivar os médicos.

"Entre a cruz e a espada"

Os médicos não são os únicos que correm riscos.

No Texas, Idaho e Oklahoma, as leis autorizam processos civis contra qualquer pessoa que ajude mulheres a abortarem, o que poderia afetar um taxista ou até mesmo uma instituição que financie o procedimento.

As leis são vagas e isso traz dificuldades também em outras situações, como por exemplo, quando o tratamento para um câncer ameaçar a gravidez.

Desde a decisão da Suprema Corte, os ginecologistas se sentem presos "entre a cruz e a espada", explica Kristin Lyerly, do Colégio de Ginecologistas dos EUA que, junto com 75 organizações, denuncia interferências legislativas no trabalho dos médicos.

"O que devemos fazer: realizar más práticas ou ser presos por praticar um aborto?", questiona.

Um cardiologista de um hospital de Soverato, na província de Catanzaro, foi detido pela polícia italiana sob a acusação de ter violentado sexualmente pelo menos 63 mulheres, incluindo uma menor de idade. Ele atuava falsamente como ginecologista.

De acordo com as autoridades italianas, o profissional de saúde, que não foi identificado, se passava por um médico ginecologista para abusar das pacientes em seu consultório. Os assédios teriam começado em 2017.

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As investigações contra o falso ginecologista tiveram início a partir da denúncia de uma jovem de 20 anos, que foi uma das vítimas do médico. Com isso, a polícia local conseguiu identificar mais de 60 pessoas que foram violentadas pelo profissional.

A ordem de prisão preventiva foi emitida por um juiz de Catanzaro a pedido do Ministério Público. O homem é acusado de diversos crimes, como violência sexual, pornografia infantil e fraude.

Os crimes cometidos pelo médico foram identificados graças às imagens captadas por uma câmera instalada no consultório do profissional.

Da Ansa

Um ginecologista de 67 anos foi indiciado por assédio sexual contra duas técnicas de enfermagem e importunação sexual contra paciente. O suspeito atuava profissionalmente há cerca de 40 anos em Campo Grande-MS.

A delegada responsável pelas investigações, Maíra Pacheco, acredita que possam ter mais vítimas. "Os depoimentos das mulheres relatam situações muito similares da conduta do suspeito que nos levam a acreditar que possam ter mais vítimas que vivenciaram a mesma situação, mas ainda não procuraram a Polícia Civil", conta a investigadora.

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Durante as investigações, a polícia intimou pacientes e colegas médicos do ginecologistas. Elas detalharam como ocorriam os assédios. O médico ficou calado durante o interrogatório.

Segundo a delegada, o Conselho Regional de Medicina do Mato Grosso do Sul recebeu informações sobre comportamentos e atitudes dele dentro da área hospitalar e médica ainda em 2013. No caso mais recente em que a polícia tem registro, a paciente teria sido beijada pelo médico, que a chamou de 'gostosa' e se ofereceu para dar uma 'carona maravilhosa'.

A investigação aponta que os crimes ocorriam tanto em hospitais quanto no consultório particular. A delegada também foi informada de uma outra vítima que foi examinada pelo ginecologista e considerou que o procedimento foi feito de uma forma não comum. A suposta vítima ainda não prestou queixa.

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) anunciou nesta quinta (21) que prendeu o médico Fábio Lima Duarte, de 36 anos, investigado pelos crimes de estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude. A prisão ocorreu na quarta-feira (20) em sua residência, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. De acordo com as apurações, o suspeito teria vitimado 105 pacientes, sendo 74 adultas e 31 crianças e adolescentes.

Duarte já havia sido detido em flagrante, no dia 31 de outubro do ano passado, durante a Operação Infância Reavida, pelo delito de produção, compartilhamento e armazenamento de imagens pornográficas envolvendo crianças e adolescentes. Em desfavor dele havia um mandado de busca e apreensão, sendo arrecadadas pela PCMG mais de 30 mil arquivos contendo pornografia e imagens de exames de ultrassonografia.

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Segundo a Delegada Renata Ribeiro Fagundes, o material foi periciado pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil. Ao analisar a grande quantidade de material pornográfico infantil e adulto encontrada nos dispositivos informáticos arrecadados na casa de Fábio, verificou-se ainda que, no exercício do ofício da medicina, durante exames de ultrassonografia, ele gravava as partes íntimas das pacientes e mantinha os arquivos em seu computador, observa.

Renata Fagundes informa que o laudo pericial ainda registrou imagens do investigado em atos sexuais com adolescente, além de um tutorial que visava orientar a prática de sexo com crianças. Em outro vídeo, há uma jovem amarrada e amordaçada, aparentemente desacordada.

Crime em consultórios - As investigações apontam que, antes do atendimento, Fábio Lima Duarte direcionava uma câmera para a maca, filmava exames, inclusive ginecológicos e guardava imagens da região genital e seios das vítimas. Nos dispositivos informáticos arrecadados, foram encontradas pastas que continham imagens das pacientes, mantidas em arquivos onde ele intitulava com o primeiro nome acompanhado de termos aviltantes. No caso de pacientes menores, ele ainda colocava as idades (entre 9 e 17 anos), explica a Delegada.

De acordo com Renata Fagundes, até o momento, foi possível identificar uma dessas pacientes. Ela foi filmada sem seu consentimento e relatou que se sentiu constrangida e notou algo errado durante o exame, que demorou mais de 40 minutos, conta. Conforme os levantamentos da equipe da PCMG, o médico atendia em clínicas nas cidades de Betim, Vespasiano e Belo Horizonte. As investigações continuam para tentar identificar outras vítimas.

O crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do Código Penal) prevê pena de reclusão de 8 a 15 anos. Já a violação sexual mediante fraude (art. 215 do Código Penal) reclusão de 2 a 6 anos.

Da Polícia Civil de Minas Gerais

Um conhecido e controverso ginecologista italiano, Severino Antinori, conhecido por ter ajudado mulheres de mais de 60 anos a dar à luz, foi detido por supostamente ter roubado óvulos de uma paciente.

Antinori, de 70 anos, foi preso na sexta-feira no aeroporto romano de Fiumicino após uma denúncia feita por uma espanhola de 24 anos, tratada por um cisto de ovário na clínica de Milão dirigida pelo especialista.

O médico está em prisão domiciliar em Roma e sua licença de ginecologista foi retirada por um ano, segundo fontes policiais e judiciais citadas pela agência AGI. A justiça italiana o acusa de roubo agravado e de ter causado danos corporais à suposta vítima, uma jovem espanhola, que tinha um diploma de enfermeira e que começou a trabalhar na clínica de Antinori em Milão.

A justiça suspeita que o médico organizou uma entrevista para contratar a jovem, que havia conhecido casualmente, e que lhe diagnosticou com um cisto de ovário com o único objetivo de apoderar-se de seus óvulos. A denunciante afirma ter sido imobilizada, anestesiada e operada contra sua vontade, quando ela pensava que ia ser tratada com injeções para seu suposto cisto.

Os advogados de Severino Antinori classificaram de "absurdas" as acusações contra seu cliente. A justiça investiga se trata-se ou não de um caso isolado. "A detenção de Severino Antinori é muito grave, pois mostra a existência de um mercado de ´óvulos que não vai parar diante de nada", declarou Donata Lenzi, deputada do Partido Democrata no poder.

Severino Antinori permitiu em 1994 que uma italiana de 63 anos se tornasse mãe. Também afirmou em 2009 ter clonado três bebês, mas sem apresentar nenhum detalhe nem confirmar se o experimento foi de sua própria iniciativa.

Uma decisão judicial sobre direito de mulheres encarceradas à saúde gerou uma polêmica sobre o sistema carcerário do Rio. A juíza Adriana Marques Laia Franco, da 4ª Vara de Fazenda Pública do Rio, rejeitou uma ação da Defensoria Pública estadual que exigia atendimento médico e ginecológico para presas. O serviço deveria ser prestado por dois profissionais em tempo integral em cada uma das seis unidades prisionais femininas do Estado. A magistrada considerou que oferecer o serviço às detentas seria dar-lhes um "privilégio" em relação às mulheres em liberdade. O argumento surpreendeu defensores de direitos humanos.

"A procedência do pedido (…) implicaria, na prática, a criação de um privilégio inconstitucional - por violar a isonomia - à população carcerária, em detrimento de todo o resto da sociedade livre", defende a magistrada, na sentença de julho. A ação civil pública foi ajuizada em 2014. "Ocorre que tais serviços públicos não estão disponíveis à população fora do sistema prisional, de modo que um provimento judicial positivo seria inconstitucional, por violar a isonomia."

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Em sua decisão, a juíza reconhece que presos recebem tratamento "desumano". Afirma também que as condições carcerárias "não deixam de reiteradamente sensibilizar". Logo depois, porém, alega que os argumentos da ação "não são suficientes". Segundo ela, outras mulheres, que vivem em liberdade, também são "desatendidas".

"Inúmeros outros direitos constitucionalmente assegurados, igualmente não são implementados devido à falta de verbas, incumbindo exclusivamente à atividade administrativa resolver a questão", afirma a magistrada no texto.

A juíza invoca na sentença o princípio da "Reserva do Possível". Trata-se de uma figura jurídica que versa sobre a necessidade de se levar em conta, na decisão, as limitações do Estado para executar serviços públicos. O Rio passa por uma crise econômica e financeira. Pode ter Orçamento deficitário em 2016.

Recurso

A Defensoria Pública vai recorrer da decisão. O órgão informou que não vai se pronunciar sobre o caso. Procurada por intermédio do Tribunal de Justiça do Rio, a juíza avisou que não concederia entrevista.

Para Maíra Fernandes, advogada e representante da seccional Rio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) no Comitê Latino-Americano de Defesa dos Direitos da Mulher, o teor da decisão é "absurdo".

"Quando a pessoa é presa, fica sob responsabilidade do Estado para tudo. Não existem pessoas de categoria inferior. Os presos não valem menos que os outros humanos.. Se a mulher ficar presa 10 anos, vai ter que fazer exames ginecológicos. Ela não foi condenada a contrair doenças. Foi condenada à prisão. Não à pena de morte".

Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) declarou que todas as detentas têm acesso a tratamento ginecológico. O sistema carcerário, porém, só tem um ginecologista para 2093 presas. O dado é de setembro de 2015. A Seap diz ainda que todas as presas, em 2015, fizeram exame preventivo anual. O material colhido, afirma o órgão, é encaminhado para o Instituto Nacional do Câncer (Inca), onde são analisados.

A Seap informou ainda que as presas grávidas são submetidas a pré-natal. O trabalho é feito por um ginecologista da Organização Social Viva Rio e por uma enfermeira da Seap. As ultrassonografias são feitas em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) montada dentro do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu (zona oeste). Já as mamografias são marcadas através do Sistema Estadual de Regulação.

A realidade descrita pela Seap difere da relatada pela irmã Petra Silvia Pfaller, da pastoral carcerária.

"Em geral, nos presídios, o que importa é a segurança. O resto é o resto. Em geral a saúde anda muito mal, pior ainda do que de fora dos muros, onde a pessoa tem como buscar ajuda alternativa com planos de saúde ou atendimento particular". A irmã considera que a decisão judicial "em vez de garantir um direito que está claramente sendo violado, democratiza o desrespeito à lei".

Procurada pela reportagem, a juíza não se manifestou.

O Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 8 de março, relembra as conquistas alcançadas ao longo dos anos, mas também serve para alertar o público feminino para alguns cuidados. A realização de exames preventivos é algo que deve ser feito regularmente, já que é através deles que vários tipos de doenças são diagnosticadas.

Dentre eles estão o papanicolau, coloscopia, mamografia, ultrassonografias, desintometria óssea e histeroscopia. O ginecologista Waldemy Carvalho alerta que exames periódicos são fortes aliados da vida saudável quando somados a uma alimentação balanceada e a prática de exercícios físicos.

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“Para a qualidade de vida da mulher, exames ginecológicos adequados para cada idade são fundamentais”, afirma o ginecologista. Ainda segundo o médico, a maioria das doenças que atingem o público feminino possuem ligação com o sistema reprodutor. Por isso, o check-up deve fazer parte da rotina de toda mulher depois da primeira menstruação.

Confira alguns dos exames indispensáveis para as mulheres:

Papanicolau – É um exame que analisa células retiradas do colo do útero, identificando se existem células cancerígenas antes da formação do câncer. Ele deve ser feito anualmente por mulheres que têm vida sexual ativa ou mais de 20 anos.

Colposcopia – É feita através do colposcópio, aparelho que aumenta a imagem várias vezes dando detalhes de lesões no colo uterino, como aceto-brancas, cervicites, mosaico, displasias do colo uterino e até mesmo suspeita de hpv, que podem levar ao câncer de colo uterino. Deve ser feito anualmente, durante três anos consecutivos, depois a critério do médico.

Mamografia e USG – São exames de avaliação das mamas. Com eles é possível diferenciar cistos mamários de tumores sólidos e até mesmo do câncer de mama. A USG o médico pode solicitar em qualquer idade, já a mamografia todas as mulheres com mais de 35 anos devem realizar uma vez por ano. Mulheres com histórico familiar de câncer, que menstruaram cedo ou engravidaram depois dos 30 anos, devem ficar ainda mais atentas.

Ultrassom Transvaginal – Identifica cistos no ovário, mioma e tumores, prevenindo o câncer de endométrio e ovário. É um exame simples feito através de um transdutor que é introduzido na vagina e deve ser feito a partir dos 40 anos.

Desintometria Óssea – Ele mede a densidade dos ossos e, assim, identifica a osteoporose. O exame deve ser feito anualmente por mulheres após os 50 anos ou em caso de antecedentes familiares de osteroporose.

Videolaparoscopia diagnóstica – Este exame é solicitado em casos de dores pélvicas frequentes onde possa existir a suspeita de endometriose. Ele pode ser feito por mulheres de todas as idades.

Histeroscopia - É a visualização interna do útero através do histeroscópio. O exame é solicitado pelo médico em casos de sangramentos vaginais ou de espessamento da cavidade uterina. Ele também pode ser feito em qualquer idade dependendo do quadro clínico da paciente.

Com informações da assessoria

O III Simpósio Pernambucano de Reprodução Humana será realizado nos dias 20 e 21 de setembro, no Recife. O encontro, que tem como coordenadora a ginecologista Altina Castelo Branco, abordará diversos temas, tais como “Aspecto ético na reprodução assistida”, “Infertilidade conjugal”, “Videolaparoscopia”, “Videohisteroscopia”, e  “Aborto de repetição; Endometriose”.

O evento é destinado a ginecologista e obstetras. Entre os participantes do simpósio estão os médicos Paula Frassinetti, Artur Dzik e Kleber Morais. A ação será realizada das 8h às 12h, no salão de convenções do Hospital Português. O local fica no endereço da Avenida Agamenon Magalhães, 476, no 9º andar, área central do Recife. No próprio local do evento é possível realizar as inscrições, em horário comercial.   



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