Médico filmava exames ginecológicos e abusou de menores
Laudo pericial registrou imagens do investigado em atos sexuais com adolescente, além de um tutorial que visava orientar a prática de sexo com crianças
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) anunciou nesta quinta (21) que prendeu o médico Fábio Lima Duarte, de 36 anos, investigado pelos crimes de estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude. A prisão ocorreu na quarta-feira (20) em sua residência, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. De acordo com as apurações, o suspeito teria vitimado 105 pacientes, sendo 74 adultas e 31 crianças e adolescentes.
Duarte já havia sido detido em flagrante, no dia 31 de outubro do ano passado, durante a Operação Infância Reavida, pelo delito de produção, compartilhamento e armazenamento de imagens pornográficas envolvendo crianças e adolescentes. Em desfavor dele havia um mandado de busca e apreensão, sendo arrecadadas pela PCMG mais de 30 mil arquivos contendo pornografia e imagens de exames de ultrassonografia.
Segundo a Delegada Renata Ribeiro Fagundes, o material foi periciado pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil. Ao analisar a grande quantidade de material pornográfico infantil e adulto encontrada nos dispositivos informáticos arrecadados na casa de Fábio, verificou-se ainda que, no exercício do ofício da medicina, durante exames de ultrassonografia, ele gravava as partes íntimas das pacientes e mantinha os arquivos em seu computador, observa.
Renata Fagundes informa que o laudo pericial ainda registrou imagens do investigado em atos sexuais com adolescente, além de um tutorial que visava orientar a prática de sexo com crianças. Em outro vídeo, há uma jovem amarrada e amordaçada, aparentemente desacordada.
Crime em consultórios - As investigações apontam que, antes do atendimento, Fábio Lima Duarte direcionava uma câmera para a maca, filmava exames, inclusive ginecológicos e guardava imagens da região genital e seios das vítimas. Nos dispositivos informáticos arrecadados, foram encontradas pastas que continham imagens das pacientes, mantidas em arquivos onde ele intitulava com o primeiro nome acompanhado de termos aviltantes. No caso de pacientes menores, ele ainda colocava as idades (entre 9 e 17 anos), explica a Delegada.
De acordo com Renata Fagundes, até o momento, foi possível identificar uma dessas pacientes. Ela foi filmada sem seu consentimento e relatou que se sentiu constrangida e notou algo errado durante o exame, que demorou mais de 40 minutos, conta. Conforme os levantamentos da equipe da PCMG, o médico atendia em clínicas nas cidades de Betim, Vespasiano e Belo Horizonte. As investigações continuam para tentar identificar outras vítimas.
O crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do Código Penal) prevê pena de reclusão de 8 a 15 anos. Já a violação sexual mediante fraude (art. 215 do Código Penal) reclusão de 2 a 6 anos.
Da Polícia Civil de Minas Gerais