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Incentiva o hábito da leitura nas crianças desde cedo é uma das formas de despertar a curiosidade, desenvolver o raciocínio lógico e habilidades de comunicação. Ler com os pequenos em casa é válido, entretanto, a escola também tem participação fundamental nesse processo. A biblioteca escolar tem como principal função complementar o planejamento pedagógico das escolas, ao atuar como recurso principal no processo de aprendizagem. 

Segundo o manifesto elaborado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em parceria com a Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias (IFLA), “a biblioteca escolar promove serviços de apoio à aprendizagem e livros aos membros da comunidade escolar, oferecendo-lhes a possibilidade de se tornarem pensadores críticos e efetivos usuários da informação, em todos os formatos e meios”. O documento também relata a contribuição da biblioteca no ambiente da escola.  

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Além de fornecer suporte aos professores e conteúdos aplicados em sala de aula, a biblioteca escolar possui diversos objetivos como desenvolver as crianças no hábito da leitura; apoiar a comunidade estudantil e na prática de avaliação; dar acesso à diferentes ideias e desenvolvimento de habilidades socioemocionais. A princípio, a biblioteca aparenta ser um recurso básico em qualquer escola, porém, dados do Censo Escolar de 2019 mostram que o Brasil ainda tem muito a evoluir neste quesito. Isso porque, apenas 36,5% das escolas brasileiras possuem uma biblioteca escolar. 

De acordo com a pesquisa do Ministério da Cultura, 420 cidades brasileiras ainda não têm bibliotecas municipais. O índice representa 7,54% dos 5.565 municípios em todo o país. O estado do Amazonas é o pior em termos destes percentuaios. Com o intuito de mudar essa realidade, foi criado o Projeto de Lei 9484/18. O texto aprovado adia a universalização das bibliotecas escolares no país para 2024, prazo que encerra também a vigência do Plano Nacional de Educação (PNE). Segundo o projeto, a biblioteca deve contar com o acervo mínimo de um livro para cada aluno matriculado e um bibliotecário por instituição de ensino. 

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Fundada em 1846, a Biblioteca Arthur Vianna (BPAV) comemorou 152 anos de história a serviço da comunidade paraense, no último sábado (25), com programações especiais gratuitas, no Centur – Centro Cultural e Turístico Tancredo Neves, em Belém. Atualmente, a biblioteca existe como uma instituição pública que tem o objetivo de promover o acesso à informação e difundir bens culturais paraenses.

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O espaço costumava receber, aproximadamente, mil usuários por dia. Após a pandemia de covid-19 (2020-2022), esses números caíram. Hoje, a frequência é de, em média, 600 a 700 pessoas por dia.

Tainara Cardoso, bibliotecária que atua na Fonoteca Satyro de Mello, um dos departamentos da biblioteca Arthur Vianna, falou sobre projetos da instituição. “São desenvolvidos projetos de incentivo e promoção da leitura, como: Múltiplas Visões, Literatura para Gente Miúda, Varandas Literárias, Ilustra, Pesquisa em Pauta e Sonoridades, dentre outros realizados nos diversos espaços da biblioteca", explicou. Alguns dos projetos também são realizados nas bibliotecas setoriais do Curro Velho, Casa das Artes e Casa da Linguagem.

A biblioteca Arthur Vianna possui um acervo físico de aproximadamente 800 mil volumes, com uma vasta variedade de formatos. Segundo a bibliotecária Tainara, a BPAV disponibiliza ao público Obras Raras, com acesso em endereço eletrônico. "Esse é um trabalho importante para que pesquisadores, estudantes e comunidade em geral possam ter acesso a obras de valor para a história do Pará e do Brasil. Além disso, é possível fazer consultas ao acervo físico pela internet”, diz.

Novos papéis

As bibliotecas vêm assumindo outros papéis para a sociedade, além do local propriamente para acesso à informação, afirma Tainara. "Pela necessidade emergente de espaços de convivência e interação social, em que o aspecto cultural também possa ficar em evidência", disse.

Tainara usa como exemplo as Usinas da Paz, em que o Estado do Pará, por meio do projeto Ter Paz, disponibiliza diversos serviços para a população, e a biblioteca é um ambiente confortável para estudo. Também ali são desenvolvidos projetos de leitura, de acesso a cursos e oficinas, de projetos pedagógicos, dentre outros.

"A Biblioteca Pública é um equipamento eminentemente cultural, de fomento e relacionamento entre diversas pessoas, grupos e comunidades da sociedade", destaca a bibliotecária.

Entre os serviços ofertados estão um acervo de livros e revistas em braille, audiolivros, além de outros recursos tecnológicos, como programas de computador com acessibilidade, óculos de leitura, lupa eletrônica e piso tátil para usuários cegos e de baixa visão.

História

A Biblioteca homenageia Arthur Otávio Nobre Vianna, farmacêutico, nascido em 11 de novembro de 1973, em Belém do Pará. Ainda na escola, Arthur Vianna escrevia artigos para o jornal estudantil “A Mocidade”. Também publicava artigos na imprensa.

Foi fundador da Mina Literária, da Sociedade de Estudos Paraenses, do Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico do Pará e da Academia Paraense de Letras. Renunciou à cadeira número 1 por julgar-se sem competência literária. Em 1889, Arthur Vianna foi nomeado diretor da Biblioteca Pública do Estado – atual Biblioteca Arthur Vianna, localizada no Centur.

A BPAV teve sua origem no Liceu Paraense, atual colégio estadual Paes de Carvalho. Em 1871, foi transferida pelo político Joaquim Pires Machado Portela, que viria a ser seu primeiro diretor.

Por David Nogueira e Kátia Almeida (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

A Biblioteca Pública Arthur Vianna comemora 152 anos neste sábado (25) com programação especial. Desde o dia 22, ocorrem apresentação de bonecos de fantoche no Centro de Eventos Ismael Nery (CEIN) e leituras de poesias. Além disso, também estão sendo realizadas palestras, oficinas, lançamentos de obras e workshops. Tudo de graça e aberto ao público. Nesta sexta-feira (24), a partir de 16 horas, haverá bate-papo com escritores e sarau literário no hall do Centur.

De acordo com os gestores da biblioteca, a comemoração do aniversário tem o objetivo de promover a interação entre profissionais e amantes da leitura, bem como fortalecer as bibliotecas como locais de compartilhamento de ideias e aprendizados. Em entrevista à Agência Pará, Thiago Miranda, presidente da Fundação Cultural do Pará (FCP), aponta o espaço como uma referência no que diz respeito ao acervo de obras e de materiais de pesquisa no Estado.

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“É a biblioteca mais importante da nossa região, pois dispõe de um valioso acervo de livros, vinis e CDs. É uma contribuição que vai além dos serviços culturais, chegam a ser sociais, pois a biblioteca atua nos mais diversos municípios do Estado. Essa sempre foi a missão da nossa Fundação, interiorizar a nossa cultura no nosso Estado”, disse.

Espaço de cultura

Ao longo da história da humanidade, a biblioteca atravessou séculos como um dos mais importantes espaços de interação e descobertas. A bibliotecária geral da UNAMA - Universidade da Amazônia, Nazaré Soeiro, disse que o desafio dos profissionais da área está em encontrar meios ou métodos para engajar jovens no universo da leitura. 

Segundo Nazaré, um fator que é de extrema importância para formar um leitor fiel é o incentivo à leitura dentro do ambiente familiar, com o estímulo à vontade de aprender.

Nazaré também destacou o foco na acessibilidade dentro das bibliotecas. Na UNAMA, disse, há todo um suporte aos cadeirantes. "Todo o nosso espaço está voltado para eles", concluiu, ressaltando como é essencial construir um ambiente de inclusão.

Da Redação do LeiaJá Pará (com apoio de Ana Beatriz Coelho e David Nogueira).

 

 

Um homem de 39 anos foi preso em flagrante após proferir falas racistas e homofóbicas na tarde de terça-feira, 2, na Biblioteca Mário de Andrade, localizada na Avenida São Luís, na República, região central da capital paulista.

Guardas municipais foram acionados para atenderem a ocorrência e, no endereço indicado, verificaram que Wilho da Silva Brito estava ofendendo uma mulher, de 39 anos, e uma idosa, de 66.

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O caso foi registrado como injúria e preconceitos de raça ou de cor (praticar a discriminação) pelo 2º Distrito Policial (Bom Retiro), segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP).

Em nota, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, também repudiou veementemente as falas e atitudes homofóbicas e racistas do frequentador. Conforme a Prefeitura, os funcionários da biblioteca também compareceram à unidade policial para prestar depoimento no mesmo boletim de ocorrência.

"A biblioteca é um espaço público marcado pelo respeito à liberdade de gênero, raça, orientação sexual, credo e de celebração da diversidade e de todos os direitos individuais", disse, em nota. Ainda de acordo com a Prefeitura, nos últimos meses, a Biblioteca Mário de Andrade, tal como diversos outros equipamentos culturais da cidade, "tem se empenhado em treinar a sua equipe para lidar com atitudes racistas, transfóbicas e misóginas em seus espaços, ao mesmo tempo em que vem desenvolvendo um trabalho de conscientização junto aos seus servidores".

Nas rede sociais, o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), comentou sobre a prisão de Brito. "Denunciem todo e qualquer ato de racismo. Racistas não podem ficar impunes", disse ele.

   O Compaz Governador Eduardo Campos vai inaugurarno próximo sábado (12), às 9h, Bebeteca Alto Santa Terezinha. O espaço irá acolher as famílias e suas crianças, propiciando momentos de interação. Enquanto as crianças exploram o ambiente planejado para exercitar a criatividade e autonomia desse público, os adultos têm a oportunidade de observar e acompanhar a experiência, atividade exploratória da criança: o brincar. 

“Este vai ser um espaço do brincar onde a criança poderá exercitar sua curiosidade inata com equipamentos e materiais que propiciam um ambiente favorável a todas as suas dimensões de desenvolvimento: física, cognitiva, linguagem e sócio afetiva”, destacou a especialista em primeira infância, Ana Maria Bastos. 

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A estrutura será replicada nas Bibliotecas Jornalista Carlos Percol (Compaz Escritor Ariano Suassuna), no Cordeiro, e Clarice Lispector (Compaz Dom Hélder Câmera), no Coque.

Programação

Durante a inauguração haverá contação de história com Ilana Ventura, apresentação de balé com a Orquestra Anjo Luz, concerto-aula com o grupo da Bomba do Hemetério, Trombomba, mágico Rodrigo Lima, show da Fada Magrinha, oficina de musicalização infantil com Tio Bruninho, torneio de Judô. E, às 10h, Roda de Diálogo sobre Cidades no auditório no prédio. 

As autoridades do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, que se reuniram de maneira remota na última quarta-feira (2), presenciaram uma cena inusitada e que rendeu bastante nas redes sociais nos dias seguintes. O desembargador Yedo Simões, ao empurrar a cadeira para trás, acabou batendo contra uma falsa estante de livros que servia como fundo da sua chamada de vídeo, e o objeto desabou. O susto aconteceu durante uma sessão das Câmaras Reunidas, aberta a todos os públicos. 

Após notar que o fundo falso caiu, o desembargador levantou sem falar nada e colocou o objeto caído no chão de volta no lugar. Os demais desembargadores não comentaram o ocorrido e apenas observaram o colega se recompor. A gravação do momento viralizou nas redes sociais e foi compartilhada centenas de vezes durante a tarde dessa quinta-feira (3). 

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A cena pode ser vista no minuto 43 do vídeo da sessão remota, compartilhado no perfil do YouTube do Tribunal. Confira: 

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Nas redes sociais, o momento ainda não parou de repercutir:

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O Plenário do Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucionais dispositivos de lei de Mato Grosso do Sul que tornaram obrigatória a manutenção de exemplares da Bíblia nas escolas da rede estadual de ensino e nas bibliotecas públicas, às custas dos cofres públicos. Por unanimidade, os magistrados seguiram o voto da relatora, ministra Rosa Weber, que considerou que a lei estadual desprestigiou as demais denominações religiosas e os que não professam nenhuma crença.

A decisão foi proferida em sessão virtual finalizada na sexta-feira (22). Os ministros analisaram uma ação em que a Procuradoria-Geral da República questionava lei que previa a manutenção de exemplares da Bíblia, tanto de edição católica quanto evangélica, em local visível e de fácil acesso, sem restrição ou impedimento para a manutenção, nos acervos públicos, de livros sagrados de outras comunidades religiosas.

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O Ministério Público Federal sustentou que os dispositivos traduziam medidas pelas quais o Estado de Mato Grosso do Sul passaria a promover, financiar, incentivar e divulgar, de forma direta e obrigatória, livro de natureza religiosa adotado por crenças específicas, em afronta aos princípios constitucionais da laicidade do Estado e da liberdade religiosa.

Em seu voto, a ministra Rosa Weber afirmou que a proteção à liberdade religiosa é um traço comum às Constituições do período republicano e, na de 1988, foi alçada a direito fundamental. A relatora citou precedentes em que o Supremo atuou, de modo firme e intransigente, para proteger as liberdades constitucionais de consciência e de crença e para garantir o livre exercício dos cultos religiosos.

Segundo a ministra, o Estado não pode manifestar, de maneira oficial, predileção por qualquer denominação religiosa, 'razão pela qual não deve aderir ou propagar discursos sobre religião, tampouco utilizar documentos religiosos para fundamentar seus atos'.

Ela assinalou que o princípio da laicidade do estado não impõe a supressão da expressão religiosa, mas veda o tratamento discriminatório ou o favorecimento de determinada facção, organização ou grupo. As informações foram divulgadas pelo STF.

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A biblioteca Francisco Paulo Mendes, localizada na Casa da Linguagem, em Belém, recebeu no dia 13 de setembro um acervo com clássicos da literatura. Os livros doados faziam parte da coleção pessoal do professor de Letras e pesquisador Paulo Nunes, e agora estão disponíveis para todos os interessados.

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O acervo oferece aos leitores obras de literatura internacional e nacional. Os exemplares estão no espaço destinado à pesquisa universitária. Entre outros autores há Miguel de Cervantes, Honorè de Balzac, William Shakespeare, Machado de Assis, Fiódor Dostoiévski e Adélia Prado.

De acordo com o professor Paulo Nunes, a ação incentiva os leitores a conhecer mais a cultura do país. "Os livros estavam trancados em casa, tristes. Eles precisavam ser acariciados por outras mãos que não são as minhas, vistos por outros olhos que não são meus. Por isso, parti para mais uma doação", afirma.

Essa não é a primeira doação feita pelo professor Paulo Nune para a Casa da Linguagem. Para ele, doar é um ato de amor e resistência. "O que me deixa feliz é que a Fundação Cultural do Pará, através da oficina Curro Velho e da Casa da Linguagem, ao aceitarem cuidar de meu pequeno acervo, acabam fazendo jus a uma tradição de valorização da literatura", afirma o professor.

Os livros foram recebidos por colaboradores do núcleo da Casa. A servidora Elaine Oliveira, da Fundação Cultural, disse que as obras contribuirão muito para a biblioteca, principalmente em um país que ainda tem um baixo nível de leitura. "Expandir o universo cultura dessas pessoas por meio da leitura educa e forma cidadãos mais críticos", destaca.

Os exemplares auxiliarão no desenvolvimento intelectual dos leitores, explica Socorro Baía, diretora da biblioteca Arthur Vianna. "É um acervo que muito contribuirá para ampliar os conhecimentos acerca da literatura e linguística para estudiosos no assunto, devido proporcionar uma visão geral do processo criativo de escritor e aprofundar o estudo da arte literária", reforça a diretora.

A doação de livros a bibliotecas públicas pode ser feita por qualquer pessoa. Basta procurar a coordenação na Casa da Linguagem e se informar sobre os documentos necessários para dar início ao processo.

Por Quezia Dias.

 

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Um projeto idealizado pelo Grupo Trupe Teia durante o auge da pandemia, momento em que as bibliotecas comunitárias se encontravam de portas fechadas, a Biketeca será lançada nas ruas no próximo dia 25 (sábado), em cortejo no bairro do Guamá, periferia de Belém, com divulgação de livros e atividades culturais. A biblioteca sobre a bicicleta foi criada com o objetivo de ser uma alternativa para continuar levando leitura e cultura para a população, de porta em porta.

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Além de divulgar livros, a Biketeca também promove atividades culturais. “Durante o auge da pandemia, o espaço cultural Nossa Biblioteca estava fechado e as crianças não podiam vir emprestar livros, então a Biketeca surgiu como estratégia de levar os livros até a casa delas junto com contação de história, teatro, dança e música”, explica Alana Lima, uma das idealizadoras e produtora do projeto.

A Biketeca foi totalmente projetada e construída por profissionais e moradores do Guamá. No sábado (25), um cortejo sairá do Espaço Nossa Biblioteca e percorrerá as ruas do bairro até a Praça Benedito Monteiro.

O cortejo cênico de lançamento contará também com o empréstimo de livros e  diversas atividades e programações. “Como a nossa bicicleta é grande, iremos fazer jus ao tamanho dela. O lançamento será um cortejo pelas ruas do Guamá, fazendo palhaçada, até chegar ao local da apresentação”, explica Mônica Torres, produtora e atriz brincante do projeto.

O projeto faz parte do Edital de Multilinguagens da Secult/Pa - Lei Aldir Blanc - Cultura Urbana e Periférica.

Trupe Teia

Coletivo criado em 2019, a partir de inquietações comuns sobre o modo de pensar e fazer arte na cidade, a Trupe Teia reúne sete artistas. A comicidade, o teatro de invasão e a improvisação são os pilares de pesquisa e produção da trupe, que atualmente desenvolve trabalhos a partir do conceito de Teatro de Cortejo.

Divididos entre o bairro do Guamá, em Belém, e dois municípios do Marajó, as intervenções da trupe partem de experimentações de rua, de palhaçaria e de arte-educação. Entre as ações se destacam o experimento cênico "Enquadrados", apresentado em 2020 no Festival Jambu Live; os diversos cortejos cênicos pelas ruas do Guamá e o espetáculo "Histórias de um Viajante", contemplado pelo edital de Teatro da Secult - Lei Aldir Blanc Pará.

Serviço

Cortejo cênico de lançamento da Biketeca - "Chá revelação Biketeca".

Dia: 25/09. Hora: 18h.

Ponto de saída: Espaço Cultural Nossa Biblioteca - 25 de junho, 214.

Chegada na Praça Benedito Monteiro - Barão De Igarapé Miri Com Tv. Ezeriel.

Informações e Entrevista e imagens de apoio em vídeo: (91) 993772930. 

Ficha Técnica:

Produção: Trupe Teia.

Identidade Visual: José Neto.

Oficineiras: Sabrina Sousa e Valdecira Maciel.

Atores-brincantes: Alana Lima, Mônica Torres, Lucas Serejo, Marcos Adles.

Apoio técnico: Victoria Myuke.

Apoio logístico: Edson Cachorrão.

Da assessoria do evento.

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Belém foi a quarta capital brasileira que mais leu em 2019, com 61% da população sendo considerada leitora, segundo ranking divulgado pela 5ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-livro. João Pessoa, capital da Paraíba, está em primeiro, com 64% da população, seguida por Curitiba, com 63%, e Manaus, com 62%. A pesquisa foi realizada entre outubro de 2019 e janeiro de 2020, com 8.076 entrevistas em 208 municípios.

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O brasileiro lê, em média, cinco livros por ano, sendo aproximadamente 2,4 livros lidos apenas em parte e 2,5, inteiros. A Bíblia é apontada como o tipo de livro mais lido pelos entrevistados e também como a leitura mais marcante.

Ainda segundo a pesquisa, a maior parte começou a se interessar por obras literárias por causa de indicações da escola, professores, amigos, ou porque viu filmes baseados em livros. Os autores preferidos citados no estudo são Machado de Assis, Monteiro Lobato, Jorge Amado, Carlos Drummond de Andrade e Paulo Coelho, e 60% dos leitores de literatura afirmam ler mais de um livro do mesmo autor.

O gênero preferido do brasileiro que lê literatura é o conto, seguido pela poesia, as crônicas e os romances. A maioria do grupo prefere comprar livros em livrarias físicas (48%), pela internet (24%) ou em sebos (15%).

Para a estudante de jornalismo Érica Castro, 24 anos, a paixão pela literatura surgiu quando seus pais estavam enfrentando uma crise no casamento, em processo de separação, na época ela tinha 12 anos. "Eu encontrei um refúgio nos livros, desde então não parei, deixou de ser gosto e virou minha paixão’’, disse a estudante. Ela também conta que a literatura pôde ajudá-la a escrever bem, a ter um pensamento mais crítico e mais conhecimento sobre o mundo.

Érica tem guardados aproximadamente 200 livros. Ela diz que lê livros de todos os gêneros, mas gosta mais de romances e de terror. Por causa da pandemia do novo coronavírus, ela passou a ler mais. "Eu me via isolada em casa, sem ter contato com outras pessoas, vendo muitos noticiários que não me faziam bem, então comecei a reler meus antigos livros e livros novos. Durante a pandemia, comecei a comprar mais livros, porque como as lojas físicas estavam fechadas, as lojas virtuais estavam com muitas promoções, então aproveitei e renovei a minha estante’’, conta a estudante de jornalismo.

Internet e biblioteca

A internet e as redes sociais são razões para a queda no percentual de leitores. A internet e o whatsapp ganharam espaço entre as atividades preferidas no tempo livre entre todos os entrevistados, leitores e não leitores. Em 2015, 47% disseram usar a internet no tempo livre. Esse percentual aumentou para 66% em 2019. Já o uso do whatsapp passou de 43% para 62%. 

Ainda conforme a pesquisa, 5% dos leitores disseram que não leram mais porque acham os livros caros. Um dos fatores que influenciam a leitura é o incentivo de outras pessoas. Um de cada três entrevistados disse que alguém o estimulou a gostar de ler.  Uma boa parte desses eleitores é estimulada por projetos que atuam na comunidade, sejam em escolas, bibliotecas públicas ou associações de moradores, que incentivam o hábito de ler e o direito à educação.

Promover a leitura para crianças e adolescentes, estimular a democratização do livro e o aumento do número de leitores, por meio da oferta de rodas de diálogo, círculos de leitura, oficinas de teatro, dança, música e popular paraense, é objetivo do Espaço Cultural Nossa Biblioteca (ECNB), localizado no bairro do Guamá, em Belém. "Nós queremos transformar a leitura num ato de pertencimento à vida cultural da nossa cidade. Queremos que os moradores sejam conhecidos como cidadãos leitores’’, disse Raimundo Rodrigues, coordenador do Espaço Cultural Nossa Biblioteca.

O projeto atua desde 1977 com a iniciativa de irmãs da Sociedade das Missionárias Médicas que realizavam ações com crianças em situação de rua, por meio de atividades de apoio, pedagógico e lúdico, no bairro do Guamá. Atualmente o ECNB atende aproximadamente 300 jovens e crianças.

Para Raimundo Rodrigues, a educação não é possível sem a leitura. "Uma pessoa que não lê hoje ela está fora da sociedade. Faz com que você tenha a possibilidade de se desenvolver integralmente, de conseguir acessar os outros níveis de saberes, os tempos da humanidade, o seu passado, o seu futuro e entender o seu presente’’, explica o coordenador.

Devido à pandemia do novo coronavírus, a Nossa Biblioteca segue fechada ao público. Com o isolamento social, o espaço realizou transmissões ao vivo nas redes sociais, tendo contação de histórias, entrevistas, discussões de livros. No período pandêmico, o espaço cultural continuou exercendo seu papel social, arrecadando cestas básicas para doação no Guamá e região. "Conseguimos arrecadar aproximadamente de 1.400 a 1.500 cestas básicas, grande parte foi entregue com livros para fazer companhia às pessoas no isolamento. Estamos tentando trabalhar para construir uma campanha chamada Natal Sem Fome, porque mais do que dar comida, queremos também trabalhar a esperança das pessoas’’, disse Raimundo.

Por Amanda Lima.

 

A Biblioteca Pública do Estado (BPE) reabriu as portas ao público. A retomada segue o protocolo de prevenção da Covid-19, determinado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). O equipamento fará um retorno gradual dividido em três etapas, além de funcionar com o horário reduzido, das 9h às 14h. Além das placas de sinalização e máscaras para todos os profissionais, a Biblioteca irá disponibilizar aferição de temperatura corporal, tapetes sanitizantes, espaços sinalizados e totens de álcool em gel, que foram doados pelo Consulado da Alemanha, e locais para higienização das mãos.

Neste primeiro momento, estarão funcionando apenas o salão de leitura e setor circulante para entrega dos livros emprestados antes do isolamento social. Todos os títulos recebidos passarão por um rígido protocolo de higienização e permanecerão em quarentena. Em seguida, os títulos serão encaminhados para o setor de processamento técnico, onde será avaliado a necessidade de higienização, por causa do material do livro, para, posteriormente, serem disponibilizados novamente ao público.

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De acordo com o gerente da Biblioteca, Hélio Monteiro, nenhum usuário sofrerá ônus por passar todo esse período com os livros. “Nós recebemos muitas demandas de pessoas preocupados por estarem com os livros durante todo esse tempo. A gente reconhece que foi um momento muito difícil e que não tinha condições para eles realizarem a entrega desses materiais. Portanto, a gente deixa claro que os usuários ainda terão até o final do ano para trazerem os livros sem nenhum prejuízo”, disse, segundo informações da assessoria.

Na segunda-feira (26), a biblioteca retornará com as atividades da praça da informação, que irá funcionar com apenas 50% da capacidade do público. Nesta fase,  o Escritório de Direitos Autorais e o Setor de Referência, este último reaberto apenas para leitura e com mesas limitadas a apenas duas pessoas, também retomarão as atividades presenciais. 

A terceira etapa, ainda sem data definida, consiste na ampliação do atendimento dos setores e a realização de eventos, que será anunciada de acordo com o plano de retomada do Governo de Pernambuco. “Está sendo muito importante essa reabertura da biblioteca, mesmo que seja de forma gradual, porque tem muita gente que utiliza esse espaço como local de leitura e de estudo. A gente entende que todos os cuidados devem ser tomados tanto para os funcionários quanto para os usuários, mas o que é importante mesmo é ter esse convívio com as pessoas que só a biblioteca é capaz de proporcionar”, comenta Hélio.

A Biblioteca de São Paulo (BSP) promove a partir deste sábado (25) a atividade “Histórias para sonhar no dia de hoje”, dentro da programação online Hora do Conto Interativa. Serão quatro encontros para a contação de histórias, marcados para os dias 25 de julho, 1º, 8 e 15 de agosto, sempre às 16h, e com 45 minutos de duração. A atividade é gratuita.

Neste sábado, a contadora de histórias e escritora Kiara Terra convida os participantes para mostrar com o que brincam e seus livros. Ao final, os participantes vão descobrir o brinquedo mais legal do mundo com a história do protagonista do livro João Felizardo – O Rei dos Negócios, de Angela Lago.

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Na semana seguinte (1º), a contação da história da garça e do rinoceronte, conto original de Kiara, vai estimular que os participantes mostrem suas fotos mais importantes e contem as histórias delas.

No dia 8 de agosto, os participantes serão convidados a descobrir os países secretos, escondidos dentro de sua própria casa. Ao final, a viagem acontecerá por meio de histórias de tradição oral do Brasil, a partir do livro Histórias à brasileira, de Ana Maria Machado. 

No último dia da programação, as histórias de Kiara Terra encontram as aventuras da convidada Priscila Jácomo em uma sessão surpresa que terá referências do livro Selvagem, de Emily Hughes.

As inscrições devem ser feitas pelo site da biblioteca. As vagas são limitadas e os interessados podem escolher de quais encontros querem participar.

O presidente Jair Bolsonaro voltou atacar jornalistas na saída do Palácio da Alvorada, na manhã deste sábado (15). Desta vez, os ataques foram motivados por críticas feitas pela imprensa contra uma reforma no Palácio do Planalto, onde Bolsonaro mandou desmontar metade da biblioteca presidencial para instalar um gabinete com banheiro privativo para a primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

“Vocês só se preocupam com besteira. Nenhum livro vai embora. Vai ficar tudo lá. A minha esposa faz um trabalho para pessoas deficientes de graça. Arranjei um lugar para ela trabalhar lá na Presidência, porque é melhor, fica mais perto dos ministros para despachar. Estão descendo a lenha que a biblioteca vai diminuir e em vez de elogiar a primeira-dama, vocês criticam? Tenha a santa paciência. Quem age dessa maneira merece outra banana”, disse Bolsonaro, aos jornalistas.

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Reforma

Com um acervo de 42 mil itens e 3 mil discursos de presidentes, a tradicional biblioteca da Presidência da República, está sendo reduzida pela metade por ordem de Jair Bolsonaro. O local deverá servir para instalação da sala da primeira-dama e da equipe do programa Pátria Voluntária, coordenado por Michelle, de acordo com informações de Bela Megale, na edição deste sábado do jornal O Globo.

Com a reforma, a biblioteca não terá mais capacidade de aumentar o acervo e os espaços de estudo, convivência e leitura serão praticamente extintos. O valor gasto com a mudança não foi informado. Em 2019, a Presidência gastou R$ 328,8 mil na montagem e decoração de um gabinete para a primeira-dama no bloco A da Esplanada dos Ministérios.

Em comemoração ao Dia do Quadrinho Nacional, celebrado em 30 de janeiro, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) destaca os 340 títulos de histórias em quadrinhos, HQs de luxo e fanzines presentes na Biblioteca Blanche Knopf (rua Dois Irmãos, 92, Apipucos, Recife). A coleção doada, em 2018, pelo servidor público Rodrigo Bastos de Freitas, reúne desde produções da vanguarda européia da década de 1960, nacionais da geração paulista dos anos 1980, a independentes deste século. "É uma coleção diversa com obras de grande valor para a história deste gênero literário e artístico no Brasil e no mundo", aponta a diretora da Biblioteca, Nadja Tenório Pernambucano.

Dentre os destaques do acervo, está a coleção de sete números da revista "Chiclete com Banana". O título da década de 1980, publicado pela Circo Editorial, reuniu uma geração de quadrinistas brasileiros que contou com nomes como Glauco, Angeli e Laerte. As obras refletiam a situação política e social da década, de modo que os quadrinhos de humor investiram em críticas ao 'modo de vida pequeno' do burguês dos centros urbanos, conforme destaca Roberto Elísio dos Santos, em seu artigo "O quadrinho alternativo brasileiro nas décadas de 1980 e 1990". O autor aponta, ainda, a influência do comix underground norte-americano e do humor europeu.

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Uma seleção de histórias publicadas na "Chiclete com Banana" e na "Geraldão", entre 1985 e 1989, pode ser conferida, aliás, em "Seis Mãos Bobas: Laerte, Glauco e Angeli" (Devir, 2006). A edição especial traz textos e fotos que contextualizam as circunstâncias em que as artes foram produzidas e como era o processo de criação dos desenhos. Outro título desta geração disponível para a consulta é a revista "Striptiras" (1993), publicação de Laerte, que lançou personagens como Fagundes o Puxa-saco, Gato e Gata, além de Piratas do Tietê. Estas produções são verdadeiras compilações das tirinhas publicadas pelos jornais paulistanos.

Dos mais contemporâneos, a coleção conta com a primeira publicação de "Malvados" (Gênese, 2005) em livro, do carioca André Dahmer. As tirinhas da série foram publicadas no Jornal do Brasil, O Globo, Folha de S. Paulo e até nas revistas Piauí e Caros Amigos. Nelas, Dahmer tece críticas aos costumes e prisões do dia a dia através dos diálogos dos personagens Malvadinho e Malvadão. "O Livro Negro" (Desiterada, 2007) é outro título de Dahmer presente no acervo. O sarcasmo desta época pode ser conferido, também, no quarto HQ especial do gaúcho Allan Sieber: "Assim Rasteja a Humanidade" (Desiterada, 2006), considerada uma obra da "revelação do desenho humorístico da virada deste século".

Ganhador do Troféu HQ Mix de 1998 - equivalente ao Oscar do gênero no Brasil - na categoria "melhor projeto editorial", a coleção "miniTonto" também está presente neste acervo. São inúmeros livretos (formato 10,5 cm x 15 cm) que, no fim da década de 1990, apresentava um autor a cada nova edição. Entre os título disponíveis na Biblioteca, estão "Mulher Preta Mágina", de L. F. Schiavo; "Urrú", de MZK; "Pinóquio vai à Guerra", de Elenio Pico; e "Últimas Palavras", de Allan Sieber. "A Blanche Knopf se orgulha de abrigar estas produções. Demonstra assim o valor das publicações clássicas, mas, também, das obras independentes", destaca Nadja.

A Biblioteca Blanche Knopf funciona de segunda a sexta-feira das 8h às 12h e das 13h às 17h. Não é necessário agendamento prévio para visitar o acervo. 

Da assessoria

Distante das políticas de lazer, as crianças da Vila Santa Luzia, comunidade no bairro da Torre, estavam fadadas a observar de longe o desenvolvimento urbano da Zona Norte do Recife. A região tomada pelos imóveis mais caros da cidade soma parques públicos. Em contrapartida, a infância local mergulha no Rio Capibaribe para emergir com o sustento, facetando trabalho em diversão. Inquieto com o que via da sua janela, o marceneiro Claudemir Amaro da Silva construiu uma possibilidade para que os pequenos pudessem sonhar. Ao longo de 12 anos, seu esforço vem se materializando em um espaço sustentável de ‘brincadeira, alegria e amizade’.

O pedaço de chão envolto pelo mangue abriga uma biblioteca, uma horta comunitária e diversos brinquedos. Antes, o local era tomado por palafitas, quando uma ação da prefeitura retirou as famílias da condição de risco, mas não propôs nenhum projeto à comunidade. Cheio de atitude e com pouca ajuda, Claudemir começou a capinar o ‘mato’ ao passo que plantava árvores no seu tempo livre. Porém, o germinar das plantas ainda era muito pouco.

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Para ele, a retirada das moradias, em 2007, não havia transformado a vida na Vila efetivamente. "Eu fiz uma área para as crianças daqui, que os pais não têm tempo de ir para um parque distante e deixar o menino sozinho. Aí os meninos têm que ficar de frente para o celular, acabando com a visão. Isso aqui é para elas brincarem e ter infância. Isso é importante", explica.

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Cada palavrinha tem um significado

"Pensei num lugarzinho maravilhoso que é esse aqui. Olha que sombra", convida o marceneiro, sem esconder o orgulho de idealizar a RioTeca. O nome veio junto com os primeiros livros doados, que hoje, tomam conta da pequena instalação feita com tábuas. "Com a leitura a gente aprende a ser sábio e viver a vida. A RioTeca é o ponto de tudo", destaca enquanto varre e limpa o pó das prateleiras de caixote.

À princípio, a biblioteca era destinada aos pequenos, mas a expectativa foi superada com a visita de ‘pessoas de fora’, atraídas pelo acervo. Estudantes universitários e concurseiros também vão ao cantinho em busca de calmaria e referência para os estudos.

"Não tem coisa melhor que ver uma criança lendo um livro, folheando sozinha. Isso é que dá mais força ainda de fazer as coisas aqui, ver uma criança querendo aprender alguma coisa pra no futuro ter uma vida melhor”, conta entre sorrisos. "As pessoas também têm que ter respeito pelas crianças. A gente tem que educar de alguma forma, sem grosseria. Ninguém quer uma pessoa com grosseria pro seu lado. Aqui é um lugar de educação", avalia Claudemir.

Muito do apreço que conserva pela garotada e a ligação com o rio é fruto do passado de subsistência na Zona Canavieira de Rio Formoso. Sua diversão também foi privada e seu brinquedo era uma foice para cortar cana-de-açúcar junto ao pai, morto ao se afogar em um rio, quando Claudemir tinha apenas 10 anos. Desde então, o primogênito de quatro irmãos assumiu o posto e aos 16 mudou-se para a capital, embalado pelo desejo de melhorar a condição da família.

Um pé de mesa vira a alegria de todo mundo

Já no Recife, ele lembra que fugiu ao conhecer uma serra elétrica e chegou a acidentar um dos chefes pela falta de experiência. Entretanto, teimava em não desistir e, a caminho do serviço, percebia que havia valor nas lixeiras. Os itens que "a turma jogou fora" passaram a ser revitalizados pela vontade de ressignificar aquele espaço em prol do bem comum. "Onde eu passo numa calçada, se eu ver uma cadeira, um pé de mesa ou alguma coisa, eu trago já pra consertar e fazer a alegria de todo mundo", descreve.

O marceneiro relembra a alegria da sua primeira doação. Um dos irmãos é zelador e ligou para Claudemir à pedido da síndica, que queria pagar R$ 100 para alguém se livrar de um antigo brinquedo do residencial. "‘Tu vai querer? Eu Quero!”, respondeu prontamente. Já com o arco de serra e uma chave à postos, desligou o telefonema e, sem avisar, foi atrás do ‘lixo’. O irmão ficou surpreso com a recusa a quantia. "Eu não queria nada da síndica. Só queria o brinquedo. Aí meu irmão: 'pega o dinheiro, ela não quer pagar a tu?' Quero não", respondeu entre os cumprimentos aos visitantes da RioTeca.

Aos poucos a biblioteca crescia e o parque vinha cumprindo seu papel social. Tanto que até hoje, livros e brinquedos são doados e passam pelos reparados do marceneiro. Apontada para a educação, a ideia do parque partiu do entendimento que o conhecimento só é pleno se for divertido. Escorrego, pula-pula de pneus, balanço e casa da árvore eram as atrações da criançada do bairro e logo chegaram pedidos para realizar eventos na pracinha.

Madeira que cupim não rói

Os esforços de Claudemir se popularizaram na comunidade e geladeiras quebradas ganharam uma cara nova para equipar uma cozinha humilde. Devido a demanda de pedidos, ele controla o fluxo das festas de aniversário, chá de fralda e demais comemorações com seu caderninho, "as crianças não querem nem saber de comer, só querem saber de brincar", conta. Em troca, fixou apenas uma regra: "eu entrego [o local] limpo e peço limpo de volta. Não custa nada a pessoa sujar e limpar".

Detentor da admiração e da gratidão da Vila Santa Luzia, Claudemir lamenta que a RioTeca foi ameaçada em 2018. No mês de maio, policiais militares e uma equipe da Brigada Ambiental notificou o local como construção irregular. “Então eu tô errado de plantar árvore?”, questionou ao reforçar que o esgoto é despejado no Rio Capibaribe.

"Eu batalhei 12 anos e não tive ajuda. Aí o poder público querer tirar um negócio que é pra todos nós viver em paz, em harmonia um com o outro e fazer amizade? Isso é maravilhoso pra mim e não tem coisa melhor do que ver a alegria estampada no rosto do outro", comenta.

Ao lado do advogado, foi à sede do órgão ambiental para lutar pela RioTeca. "Se vai sair ou não, eu sei que a população aqui tá do meu lado. Enquanto vocês não fazem uma coisa boa aqui, a coisa boa é esse lugar para estudar", disse aos agentes. Perguntado se teme sofrer novos embargos, ele ressalta a união da comunidade e a força das redes sociais para impedir. "Vou juntar com a população e a gente vai ter que fazer uma barreira para proteger a leitura", sugere.

Os sonhos para o espaço fluem com o rio

Perguntado sobre o futuro da RioTeca, Claudemir foi categórico, "tenho tantos sonhos que não cabem dentro de mim". Todos os recursos vêm dos lixeiros ou do próprio bolso, contudo ele sente falta de companheiros para tocar o projeto. "Não tem gente empenhada em ajudar. Então os moradores deveriam se empenhar mais uns com os outros para cuidar de um espaço lindo desse, que você pode colher um remédio pra um filho a noite", pontuou apresentando a horta.

Dentro do cercado, a beleza das borboletas colore o local, no entanto, ele lamenta o desinteresse, “tem gente que só vem pra colher”. A horta lhes rende plantas medicinais, frutas - como abacaxi e maracujá -, além de verduras e hortaliças. 

Com o desejo de expandir a RioTeca, um dos ‘tantos sonhos’ de Claudemir é promover um ‘dia de educação’. Ele requisita parceiros para instruir a molecada. "É muito raro ter um voluntário, mas não será possível que um dia não apareça um né? Era para ter mais gente pela quantidade de criança que vem aqui, mas com o passar do tempo, vamos começar a educar essas crianças da comunidade", planeja enquanto contempla um grupo de crianças aos risos, correndo entre as instalações da sua obra.

 

 

Em alusão ao Dia da Consciência Negra, o Espaço Cultural Nossa Biblioteca está realizando diversas atividades, entre elas rodas de conversas, jogos teatrais adaptados para treinamento corporal do teatro negro, jogo de tabuleiro humano, que ajudará a exemplificar de forma didática a história da escravidão no Brasil, exercícios teatrais e outros. A temática do evento é toda voltada para o universo cultural africano, origens, religiosidade e costumes.

A programação começou no dia 4 e vai até o dia 23 deste mês, no espaço cultural localizado na avenida 25 de Junho, no bairro do Guamá, em Belém.

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Victor Ramos, um dos colaboradores do Espaço Cultural, falou um pouco sobre a importância do evento. “Não é chegar e dizer o que eles têm que fazer ou como têm que agir. A gente cria um encantamento nos jovens. Tentamos passar como a diversidade é bonita, para que eles comecem a se valorizar. A maioria dos alunos são negros e já sofreram ou sofrem com o preconceito. E a gente tem essa responsabilidade social de conversar com eles e dizer que não são eles que estão errados, e sim as pessoas que os desrespeitam e agem com preconceito”, explicou o colaborador.

O mês da consciência negra contará também com apresentação narrativa de origem afro-indígena e danças folclóricas de origem africana, cuja a ideia é o resgate a ancestralidade. As apresentações ocorrerão no dia 23 de novembro em uma atividade denominada “Rua de leitura”.

Um dos participantes, o aluno Geisel Damasceno está há sete anos no espaço cultural. “Para mim está sendo incrível participar dessa programação, me sinto de alguma forma importante. É bom trabalhar para aumentar a autoestima e a representatividade das crianças e jovens dos bairros periféricos, que são a maioria negros”, destacou o aluno.

O público presente e os moradores das proximidades também poderão interagir com os alunos, que farão um programa fictício para entrevistá-los e saber o que as pessoas conhecem e entendem a respeito do dia da consciência negra. Uma data que simboliza uma história de luta e resistência.

Serviço

Evento: Mês da Consciência Negra.

Data: 4 a 23 de novembro. Horário: Durante todo o dia.

Local: Espaço Cultural Nossa Biblioteca.

Endereço: Avenida 25 de junho, nº214, Guamá.

Contato: (91) 3249-5270. Redes sociais: @ecnossabilioteca.

Da Ascom Nossa Biblioteca.

 

 

A Semana Nacional do Livro e da Biblioteca começou no dia 23 de outubro e prossegue até o dia 29 deste mês. O objetivo é incentivar a leitura e a construção do conhecimento através da difusão do livro, da informação e do acesso a diversas formas de manifestações artísticas e culturais.

A comemoração visa, também, divulgar a profissão do bibliotecário e possibilitar a atualização e o desenvolvimento desse profissional. Nazaré Soares, diretora das bibliotecas da UNAMA - Universidade da Amazônia, diz que é essencial na vida de qualquer pessoa o contato com a leitura, seja ela para fins educativos ou de entretenimento. “Este é um convite para que todas as pessoas venham até as bibliotecas da UNAMA, ela é aberta a todas as pessoas que queiram buscar aprendizado, conheçam o espaço e todo o acervo que ela tem à disposição e, principalmente, que despertem para a leitura e o quanto ela é importante para o nosso crescimento como pessoa ou como profissionais”, disse Nazaré.

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Por Bruna Braz.

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Faltam dois meses para o Natal. Muitas famílias começam a se programar para viajar, outras para receber os parentes e amigos. O comércio fica mais movimentado e, em meio a essa movimentação toda, há as crianças que esperam ansiosas para receber seus presentes.

Esse é o caso das crianças do Espaço Cultural Nossa Biblioteca, que começaram a escrever suas cartinhas para os padrinhos do Espaço. Como quase tudo na biblioteca, a ajuda é voluntária. Os presentes de Natal são doados por padrinhos que se sensibilizam com as cartinhas.

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Todos os anos, as crianças do Espaço escrevem suas cartas. Ewerton Ferreira, de 10 anos, já fez a sua. “Eu quero ganhar um kit de material escolar e uma bola original”, disse. Martha Ferreira, de 12 anos, também. “Espero ganhar um kit material escolar e um tênis”, informou.

Para Victor Ramos, voluntário do Espaço há cinco anos e professor e orientador da Cooperativa Mirim da Nossa Biblioteca, as cartinhas são importantes para ajudar as crianças que são de famílias carentes, sem condições financeiras de presenteá-las. “A gente monta essa força-tarefa para que cada criança consiga pedir o que deseja. Claro que a gente vai orientando para que não sejam coisas tão difíceis de conseguir,  mas que sejam coisas que elas almejam”, disse.

A maioria das crianças escolhe material escolar, tênis e roupas. “São coisas que têm necessidades ou que elas veem outras crianças ganhando e elas têm esse acesso”, explicou Victor Ramos.

São muitas crianças, em torno de 300. “Conseguir 300 padrinhos não é uma coisa tão fácil, mas a gente está na esperança, assim como nos outros anos, de que esse ano seja incrível e que as pessoas se sintam sensibilizadas com esse trabalho e nos ajudem”, concluiu Victor.

O navio biblioteca Logos Hope vai aportar em Belém no dia 12 de novembro, com mais de 800 mil livros a bordo. A embarcação ficará ancorada até 28 de novembro, na Escadinha do Cais do Porto. São esperados entre dois e cinco mil visitantes por dia. 

“Expressar amor de forma prática a quem precisa promover a paz abraçando a diversidade e orientar as pessoas a uma vida com propósito”, disse Roberto Renger, coordenador e porta-voz do projeto. Renger ainda acrescentou que o objetivo é oferecer leitura de qualidade.

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Os títulos da biblioteca são de esportes, culinária, saúde, ciência, artes, hobbies, literatura cristã, idiomas, literatura infantil, dicionários e atlas nas diversas línguas. A maioria em inglês. Cerca de 20 a 30% das obras estão em Português.

Segundo o coordenador, o principal objetivo dos tripulantes é compartilhar o conhecimento e levar esperança às pessoas. “Seminários sobre temas relevantes como casamento, conscientização sobre HIV/AIDS, higiene e tráfico humano podem fornecer um novo horizonte para mudanças. A vasta gama de literatura a bordo também oferece aos visitantes oportunidades de desenvolvimento pessoal e progressão na carreira”, disse.

Atualmente, a embarcação possui 400 tripulantes. Em seus quase 50 anos, o navio biblioteca já recebeu mais de 46 milhões de visitantes nos 160 países por onde passou.

Renger também acrescenta que depois que o navio passa por um porto a comunidade muda. Mesmo que um retorno da embarcação ao local demore de 10 a 30 anos é comum encontrar pessoas que se lembrem da visita anterior. “Mesmo em Belém, encontramos várias pessoas que se lembram dos Doulos vividamente, uma pessoa até conheceu sua (então futura) esposa a bordo”, finalizou.

O projeto navio biblioteca foi criado em 1973, tendo como primeira embarcação o Gustav Vasa, que se parecia mais com uma balsa e sua primeira rota foi o Atlântico Norte. Ao longo dos anos o projeto teve vários navios, como Logos, Doulos (tendo sido esse a atracar em Belém no ano de 1981), Logos II e atualmente o Logos Hope. 

A GBA Ships (Good Books for All, “Bons livros para todos”) é uma empresa não governamental sediada na Alemanha, que financia o projeto desde o início. A tripulação inteira do Logos Hope é de voluntários. Quem tiver interesse em participar pode se inscrever no site: logoshope.org. Para se candidatar o único requisito é que a pessoa deve ter acima de 18 anos. Não é necessário ter formação acadêmica nem cursos.

O Logos Hope estará aberto a visitas de terça-feira a domingo. No domingo, apenas à tarde e à noite.

Por Bruna Oliveira.

 

A comunidade do Poço da Panela, Zona Norte do Recife, está há um ano e meio sem desfrutar de um de seus principais centros culturais. O espaço no qual a Biblioteca Comunitária do bairro está localizada tem recebido reparos há cerca de um mês, mas os recursos não são suficientes para a conclusão do serviço.  

Em apoio à iniciativa dos moradores do bairro e frequentadores do local, Cavani Rosas, Clarissa Garcia, Iramaraí e outros artistas pernambucanos doaram obras que vão ser sorteadas no próximo sábado (4), em evento na Casa de Clarissa, também no Poço da Panela, às 17hrs.

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O local, que também oferece aulas de música e contação de histórias, lançou uma vaquinha online para arrecadar contribuições para o término das obras e manutenção do espaço, voltará à ativa em breve.

Os cupons para participar do sorteio no sábado custam R$ 10 e estarão disponíveis no local.

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