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Próximo a duas avenidas movimentadas do Centro do Recife está a Praça do Sebe. O espaço, que existe há mais de 40 anos, resiste ao tempo e segue atraindo pessoas em busca de livros novos ou usados com preço acessível. Neste mês de janeiro, período em que há uma maior busca por materiais escolares, os boxes que fazem parte do local têm um aumento considerável de clientes, como afirma Cátia Sales, que, há 25 anos, trabalha no sebo.

“Por conta da época escola, da procura por livros escolares, há um aumento de pessoas por aqui. O pessoal vem atrás no período que vai de dezembro a março, a procura é maior. Quando passa essa época, a gente fica [com as vendas] na literatura em geral e livros de faculdade”, explica.

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No box de Cátia há livros didáticos usados e em bom estado de conservação a partir de R$ 80 (do 6º ao 9º ano e ensino médio). No local, os clientes também podem encontrar livros novos da educação infantil. À reportagem, ela conta que além do sistema habitual de compra e vende, há a possibilidade de troca e receber livros usados como parte do valor dos itens buscados.

“O pessoal traz o livro tanto para trocar, como traz para vender. É assim que a gente trabalha. Para que isso acontecer, a gente avalia coisas como conservação do livro, sem riscos ou marcas de caneta ou marca texto, edição da obra, porque o livro didático tem edições, ele não pode ser um livro muito antigo porque as escolas não adotam essas edições antigas”, ressalta.

Cátia trabalha há 25 anos no sebo. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá

Em busca dos melhores preços

Ao lado da filha Alice, de 10 anos, Gerlane Diniz buscas livros com valores acessíveis. Em entrevista ao LeiaJá, ela afirma que, mesmo no início das pesquisas, percebeu que os preços ainda não estão ideias. "Mesmo razoáveis [preços], mas ainda sai mais vantagem do que comprar um livro novo. Principalmente um livro que você vai usar, mas não vai escrever. Então, fica mais fácil a gente comprar pelo sebo". 

Gerlane observa que é vantajoso realizar a compra de livros no local do que, por exemplo, em uma livraria. "Na livraria, a gente paga pelo 'luxo' que eles vendem. No sebo não. Aqui a gente tem essa vantagem de conseguir livros baratos, com descontos. Isso faz toda diferença no orçamento porque tem os outros materiais [escolares], tem uma lista enorme que são [a escola] e a gente podendo economizar nos livros já ajuda muito e cuidado do livro para repassar, melhor ainda", frisa.

Pela primeira vez no sebo, Alice Diniz, que vai iniciar o 6º ano do ensino fundamental, mostrou-se entusiasmada. "Eu estou achando tudo muito interessante. Aqui tem muitos livros diferentes, livros com títulos interessantes que podem ter histórias legais. Diferente da livraria, aqui, a gente pode achar um livro usado, mas bem inteirinho (sic) por um preço menor. Já na livraria, o mesmo livro, está com um preço maior", disse. 

 

Alice e Gerlane Diniz. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá

Encontro de gerações 

A história de Augusto Silva se confunde com a da Praça do Sebo. No ramo há mais de quatro décadas, 42 nas contas dele, o sebista reúne diversos títulos no local, que fala ao LeiaJá com orgulho. "Estou aqui desde o início. Antes, a gente vendia em uma banca de táboa. Esse terreno aqui era local de despejo de lixo dos prédios e estacionamento de carros. Em 1981, a gente foi transferido para cá", relembra. À reportagem, Seu Augusto, como é conhecido na Praça do Sebo, contou que iniciou na área por acaso. "Eu comecei no sebo e me apeguei", ressalta. 

Com as transformações e período de pandemia, ele expõe que, mesmo com uma boa movimentação neste mês, ainda é menor do que em anos anteriores. "Era mais movimentado", afirma. Com certo pesar, Seu Augusto conta que a crise sanitária modificou a relação das pessoas com o sebo. "Eu não gosto nem de falar o nome [pandemia], que chega dá uma tristeza. Fiquei muito tempo em casa, onde tenho mais livros e me contentei com eles. O movimento ainda está engatinhando, está voltando. As pessoas se habituaram a comprar pela internet, ficar em casa e receber. Muitos se acomodaram e não estão vindo mais". 

O sebista fala que ainda não tem planos de iniciar vendas na internet, mas que é algo no campo das ideias. "Falei com meu filho [sobre vender na internet] e ele disse que a gente iria ver. Mas, o que eu gosto mesmo é do povo, eu gosto de falar, do contato, pessoa a pessoa (...) meus clientes mais antigos não deixam de vir aqui, trazem os filhos, os netos. É outra geração que alcanço, vou renovando". 

Augusto Silva está no sebo há 42 anos. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá 

O governo de Santa Catarina elaborou uma lista de livros que devem ser banidos das escolas do Estado. Fazem parte da relação de obras proscritas um best seller de Stephen King, A lista dos proibidos inclui ainda O governo de Santa Catarina distribuiu um ofício circular na terça-feira, 7, determinando a retirada dos livros da rede estadual de educação. No total, nove livros foram listados. Confira os títulos:

- A química entre nós (Larry Young e Brian Alexander);

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- Coração Satânico (William Hjortsberg);

- Donnie Darko (Richard Kelly);

- Ed Lorraine Warren: demonologistas - arquivo sobrenaturais (Gerald Brittle);

- Exorcismo (Thomas B. Allen);

- It: A coisa (Stephen King);

- Laranja Mecânica (Anthony Burgess);

- Os 13 Porquês (Jay Ascher);

- O diário do diabo: Os segredos de Alfred Rosenberg, o maior intelectual do nazismo (Robert K. Wittman e David Kinney).

"Determinamos que as obras listadas sejam retiradas de circulação e armazenadas em local não acessível à comunidade escolar. Em breve enviaremos novas orientações", diz o ofício. O documento é assinado pelo supervisor regional da Educação, Waldemar Ronssem Júnior, e pela integradora Regional de Educação, Anelise dos Santos de Medeiros. Procurada na noite dessa quarta-feira, 8, a Secretaria de Educação não se manifestou.

Pela primeira vez, as escolas estaduais de São Paulo não receberão os livros didáticos do programa nacional gerido pelo Ministério da Educação (MEC), que compra obras para instituições de todo o País há décadas. O secretário da Educação paulista, Renato Feder, resolveu abrir mão de 10 milhões de exemplares para os alunos do ensino fundamental 2 (6.º ao 9.º ano) no ano que vem para usar apenas material digital. O ensino médio também deixará de ter livros impressos.

"A aula é uma grande TV, que passa os slides em Power Point, alunos com papel e caneta, anotando e fazendo exercícios. O livro tradicional sai", disse Feder ao Estadão. Desde abril, a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem indicado aos professores que usem o diário de classe digital, onde estão aulas de todas as disciplinas, organizadas em cerca de 20 slides. O professor abre a aula em seu celular ou computador e projeta na TV da sala.

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A decisão agora de trocar as obras recomendadas do MEC pelo material digital foi adiantada pelo jornal Folha de S. Paulo. "Não é um livro didático digital. É um material mais assertivo, com figuras, jogos, imagens 3D, exercícios. Ele pode clicar em links, abrir vídeos, navegar por um museu", afirmou Feder.

Esse material, segundo ele, é produzido por uma equipe da Secretaria da Educação, com 100 professores, e alinhado ao currículo paulista. Conforme o secretário, a decisão de abandonar os livros didáticos impressos foi para não dar "dois comandos" para o professor e por questionamentos à qualidade das obras do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). "É para usar o livro ou o material digital da secretaria? O que cai na prova: o livro ou material digital? O professor ficava confuso."

De acordo com ele, o governo estadual também identificou que o material que seria distribuído pelo PNLD em 2024 estava "mais raso, mais superficial". "Tenta cobrir um currículo muito extenso de maneira superficial."

Visão do especialista

"A qualidade técnica dos livros ofertados pelo PNLD tem de ser valorizada. Uma informação errada não passa, é uma grande responsabilidade ter um material que é lido por milhões", diz a diretora executiva do Instituto Reuna, Katia Smole. Ela, que foi secretária da educação básica do MEC na gestão Michel Temer (2016-2018), pesquisa a introdução de livros digitais em vários países e diz que nenhum deles fez isso de forma abrupta e interrompendo o uso do material impresso.

Questionado sobre como São Paulo garantiria a qualidade do material criado pelo governo, Feder respondeu que há uma equipe de revisão na secretaria. Disse também que os próprios professores podem avaliar o material. Muitos dos livros do PNLD 2024, que foram recusados pelo Estado, são usados em escolas particulares de ponta da capital, como os das Editoras Moderna, FTD e Saraiva.

Por ter a maior rede de ensino do País, com cerca de 5 milhões de alunos, São Paulo representa 15% do PNLD. A decisão do secretário motivou uma série de críticas de especialistas, de editoras e de entidades de professores. "Para toda a cadeia do livro, autores, gráficas, indústria do papel, corpo editorial, é uma perda muito representativa", afirma o presidente da Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais (Abrelivros), Angelo Xavier. "E como o estudante vai estudar em casa? Nem todos têm celulares, computadores, internet."

Segundo Feder, as escolas podem imprimir o material para quem não tiver equipamentos em casa. Professores, porém, têm reclamado da falta de papel e de impressoras de qualidade. O governo estadual também promete investir no ano que vem nessa área.

Professores

O sindicato dos professores da rede estadual (Apeoesp) diz que Feder quer impor um "pensamento único a professores e estudantes da rede estadual de ensino, contrariando, mais uma vez, a liberdade de cátedra e o princípio da liberdade de ensinar e aprender". Depois de aprovados pelo MEC, são as escolas que escolhem os livros que pretendem usar entre os vários ofertados no catálogo. As redes de ensino também podem escolher um livro único de cada disciplina. Feder tomou essa decisão anteriormente quando era secretário de educação no Paraná.

Internacional

Relatório do braço das Nações Unidas para a educação (Unesco), divulgado na semana passada, recomendou o uso da tecnologia apenas como complementar a outras estratégias na sala de aula, e não como substituição. O documento cita pesquisas que indicam alguns efeitos negativos na aprendizagem quando estudantes têm uso considerado intensivo de tecnologias na educação.

Um desses estudos analisou resultados de 79 países que participaram do Pisa, a avaliação internacional da OCDE (grupo de países desenvolvidos). O resultado mostra que a melhora de desempenho ocorre até quando se usa moderadamente as tecnologias. Entre os estudantes que indicaram uso maior que "várias vezes na semana", os ganhos acadêmicos foram decrescentes, informa a Unesco.

Uma das razões apontadas é a distração causada por equipamentos eletrônicos, como no caso do celular, que tem sido proibido em até um quarto dos países analisados pela Unesco. Mas pesquisas também já mostraram que alunos que leem textos em papel podem ter desempenho melhor em testes de compreensão de leitura do que aqueles que o fazem em computadores. E que a leitura digital pode afetar a compreensão, a retenção e a reflexão.

Análises do Instituto Reúna sobre introdução de livros digitais nas escolas de países como Estônia, Coreia e Holanda, referências na educação mundial, mostram que ela foi feita de forma gradual, com a participação de professores e editoras. "As pesquisas mostram que há formas de melhorar a aprendizagem, combinando o digital e o impresso", diz Katia.

Segundo ela, os países investiram primeiro na formação digital dos professores para poder introduzir livros digitais e em avaliação criteriosa dos resultados. "É preciso um bom monitoramento. Se eu pegar um material, der aulas, fizer a prova, é obvio que tem chance de os alunos irem bem, mas e os processos metacognitivos?", indaga. "Há muito tempo já se superou a ideia de educação como treinamento. Os fundamentos são importantes, mas não bastam para formar um cidadão do século 21", afirma a educadora.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Abel Ferreira segue marcando época no Brasil. Para além de todas as conquistas em campo com o Palmeiras, o técnico português atingiu mais uma marca nesta sexta-feira. O treinador anunciou através das redes sociais que seus dois livros chegaram na marca de 100 mil exemplares vendidos no país e geraram R$ 8 milhões de receita total.

"Sempre foi nossa intenção cumprir este papel cultural e solidário, portanto ir além da esfera desportiva, e muito nos honra saber que este objetivo foi atingido. Obrigado a cada 1 dos 100.000 leitores. A vossa compra contribuiu para o futuro de muitas pessoas. Afinal, na vida, como no futebol, Todos Somos Um", disse Abel Ferreira na publicação de suas redes sociais.

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Até o momento, Abel Ferreira já publicou os livros "Cabeça Fria, Coração Quente" e "Volta Extra: Temporada 2022". Com os dois, o português gerou uma receita total de R$ 8 milhões. Parte deste valor será destinado para as ONGs Amigos do Bem, Instituto Ayrton Senna e Cesta de Três, já que Abel vai doar todo o valor que tem direito por ser autor das publicações.

Desde sua chegada ao Brasil, Abel Ferreira assume que sentiu falta de livros que falassem do ambiente esportivo. Após se ambientar no país, o treinador decidiu que iria escrever e lançar o seu, o que quando o "Cabeça Fria e Coração Quente" foi publicado em 2021. Recentemente, o treinador fez o lançamento da mesma obra em Portugal.

Mesmo comemorando a marca alcançada com o livro durante uma data Fifa, Abel Ferreira segue preparando o Palmeiras para a sequência da temporada. Nas quartas de final da Copa do Brasil, em segundo no Brasileiro e classificado para as oitavas de final da Libertadores, o time do treinador português voltará a atuar na próxima quarta-feira, 21, quando vai visitar o Bahia pela 11ª rodada do campeonato nacional.

Escrever para inspirar. Com esse tema, a UNAMA - Universidade da Amazônia promove nesta quarta-feira (7), no campus Alcindo Cacela, em Belém, a primeira Feira Literária dos Cursos Criativos Comunica (Flicri). A programação terá conversa com professores autores e venda e troca de livros.

Participam da manhã de autógrafos, com lançamentos e relançamentos de obras literárias e acadêmicas, sete professores dos Cursos Criativos de Comunicação Social da UNAMA (Publicidade e Propaganda, Jornalismo, Design Gráfico, Marketing e Filmmaker): Ana Paula Andrade, Antonio Carlos Pimentel, Thiago Barros, Maíra Evangelista, Rodolfo Marques, Robson Macedo e Filipe Larêdo. Eles vão falar sobre os desafios da escrita e de suas aventuras na produção científica e na literatura.

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Aberto ao público, o encontro será no auditório B-100, a partir das 10 horas. Mais informações nas redes sociais da UNAMA.

Da Redação do LeiaJá Pará.

 

 

No dia 27 de maio, ocorrerá a 26ª edição da Feira de Troca de Livros e Gibis de Guarulhos, no Bosque Maia,  das 10h às 18h. O evento é gratuito e voltado principalmente para estudantes e pessoas que não têm recursos para comprar livros. 

Os interessados em participar da feira, poderão levar livros e gibis para realizar a troca. A ideia é compartilhar conhecimento e cultura, possibilitando à população o acesso à leitura. 

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A atividade é uma parceria do Instituto Acervo, junto a Central do Voluntariado de Guarulhos (CVG), que encaminhará voluntários para auxiliar na atividade.

O objetivo da ONG é incentivar a educação e desenvolvimento pessoal, contribuindo para uma sociedade mais informada e consciente. Já a CVG, visa aproximar o público que deseja ser voluntário dos órgãos e instituições que os necessitam; além de fazer parte da Subsecretaria da Juventude, integrante da Secretaria de Direitos Humanos da cidade.  

Serviço - 26ª Feira de Troca de Livros e Gibis de Guarulhos

Data: 27 de maio de 2023

Horário: 10h às 18h

Local: Tenda Verde do Bosque Maia

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O escritor, jornalista, advogado e professor cametaense Salomão Larêdo lança, no próximo dia 13 de junho, às 17 horas, no Palacete Chermont, em Belém, as obras "Banhos de Rio - irresistível atração das águas" e "Baixo Tocantins - alguma memória - história - romances na vida de sua gente". O lançamento ocorre no ano em que o escritor será homenageado na 26ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes (26 a 30 de setembro de 2023). A entrada para a tarde/noite de autógrafos é gratuita.

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Escritos durante a pandemia, os livros abordam assuntos relacionados à geografia da gente do interior do Pará, mais especificamente da área do Baixo Tocantins, ampliada ao Marajó. O romance "Banhos de Rio", selecionado em Edital Público de Patrocínio 2023 do Banco da Amazônia, segundo o escritor, aborda “a relação do povo do Baixo Tocantins e do Marajó com a água, a apropriação do espaço público pelo privado, os banheiros nos rios, as facções, os crimes, a relação com o meio ambiente, o embate pelo poder entre Creonte e Antígona, a inação do Estado, a revolta da ictiofauna, os peraus, as encantarias do fundo”.

“O leitor está diante de narrativa líquida, do texto repleto de tudo que os nossos rios proporcionam e propiciam, cenários e cenas de crime e castigo, prazer e alegria nas alternâncias da vida. Quem manda no rio? Quem é o dono do rio, da água? A água ainda é água? Está limpa, está suja, potável, boa pra beber, pra fazer comida, pra tomar banho? Quanto temos que estar atentos, ver, saber, fiscalizar, não poluir, tratar, cuidar?”, ressalta Salomão Larêdo.

Já "Baixo Tocantins" resulta de intensa pesquisa, iniciada em 2013, sobre a região que dá nome à obra. Impresso pela Editora Pública Dalcídio Jurandir, da Imprensa Oficial do Estado (Ioepa), o livro é um passeio pelos municípios de Baião, Igarapé-Miri, Limoeiro do Ajuru, Cametá, Oeiras do Pará, Mocajuba, Tucuruí e Oeiras do Pará, onde Larêdo lecionou ao longo da vida, com seus encantos, contos, visagens, rezas, sabores e demais aspectos da cultura local.

"Estou sempre atento em toda parte, observando a fala de nossa gente que conta. Anoto e desenvolvo, faço a ficção baseado no conteúdo do que manifesta a gente da periferia, os simples, os despossuídos, mas também de outras camadas sociais", conta o escritor.

Salomão Larêdo nasceu em Vila do Carmo, na cidade de Cametá, Baixo Tocantins, e mudou-se em 1960, quando tinha 10 anos, para a capital paraense junto com seus pais e irmãos. Formado em Direito pela Universidade Federal do Pará (UFPA), o advogado, jornalista e professor é pós-graduado em Análise Literária pela Universidade do Estado do Pará (Uepa). Tem uma intensa ação política e cultural pela democratização do livro, leitura e formação do leitor crítico.

Serviço

Lançamento dos livros "Banhos de Rio" e "Baixo Tocantins", de Salomão Larêdo. Dia 13 de junho, às 17 horas, no Palacete Chermont (avenida Nazaré, nº 669, esquina da travessa Quintino Bocaiúva, no Largo do Redondo). Entrada franca. Mais informações: 98941-9117 – Instagram: @salomao.laredo

Da Redação do LeiaJá Pará.

 

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Belém ganha uma nova livraria de rua. A livraria Travessia, localizada na avenida Alcindo Cacela, tem como público-alvo, segundo o idealizador, o professor Pedro Gama, pessoas que estão atrás de uma boa história e também aquelas que estão em busca de conhecimento, filosofia e artes.

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O acervo da Travessia é variado. Vai desde um espaço com livros infantis até literatura clássica e filosofia, entre outros. O ambiente também conta com música, plantas, livreiros e atendentes dispostos a dar dicas e a ouvir a necessidade do cliente. Tudo isso torna o ambiente mais aconchegante.

“O diferencial da Travessia é o acervo. Desde que eu pensei esse projeto, eu imaginava assim, uma livraria de sensibilidade. Não vendemos livros de autoajuda, direito ou religiosos. Nós vendemos boas histórias”, afirmou o professor. “Nossa proposta de negócio é promover esse acesso a uma literatura que fique com o leitor. Histórias temporárias ensinam lições permanentes."

Docente do ensino médio, o professor Pedro Gama enfatiza que, apesar de sempre ter sido um sonho seu trabalhar com livros, a Travessia nasceu como uma necessidade. “Senti que nossa cidade estava órfã de um lugar onde o acervo é a prioridade. Eu precisava montar uma livraria nesse formato, pois eu me sentia só. A livraria é um lugar para combater a solidão’’, disse Pedro.

Pedro diz que considera desleal a comparação entre o conceito de livraria física e espaços no ambiente digital, pois são propostas divergentes. A livraria, segundo o professor, não é um supermercado, é um espaço de encontros, um local que vai muito além de algoritmos. “Aqui não temos livreiros, temos farmacêuticos literários. Para cada dor, uma história.’’

O professor também fala sobre a leitura ser um autocuidado. “A impressão que tenho é que a leitura é um momento de autocuidado, é um momento em que você precisa aceitar sua companhia. O processo de leitura é quando você dá nome aos seus sentimentos”, disse Pedro Gama.

Sobre os obstáculos enfrentados para o incentivo à leitura, o professor afirmou que o que mais o preocupa hoje em dia é a ausência de políticas públicas que formem novos leitores. “Nós vivemos em um país onde o preço do livro é equiparado ao resto do mundo. Temos muitas desigualdades sociais que são irrevogáveis e essas desigualdades sociais transformam o livro em um objeto de luxo. A minha preocupação em relação à leitura são as políticas públicas que incentivam o acesso ao livro’’, ressaltou Pedro.

Pedro Gama revelou que Travessia não é um nome aleatório, mas uma referência a seu livro preferido. “Travessia é uma alusão ao livro da minha vida, ‘Grande sertão: veredas’ (de Guimarães Rosa): o real não acontece nem na chegada nem na saída, acontece no meio, e é uma palavra forte na obra, pois é a última palavra do livro”, finalizou.

Serviço

A livraria Travessia fica na avenida Alcindo Cacela, 1404, entre José Malcher e Magalhães Barata. Horário de funcionamento: das 9 às 20 horas, de terça a sábado. O espaço também promove encontros e leituras em grupo, no porão (veja aqui).

Da Redação do LeiaJá Pará (com produção e reportagem de Fernanda Santos).

 

O jornalista Ricardo Mello e o diretor de arte Betinho Montenegro escolheram o Dia Nacional do Livro Infantil, nesta terça-feira (18), para lançar seu primeiro projeto juntos: “Terra do Brinca” e “Meu Pai Travesseiro”.

As duas obras de poesia, que mergulham no universo da garotada para falar de experiências que marcam essa fase da vida, como as férias, a ida ao teatro, brincadeiras e o elo de amor que une pai e filho, serão autografadas a partir das 18h, na Livraria Jaqueira, no Bairro do Recife. Toda a renda obtida com a venda dos livros será revertida para os estudos de Francisco, filho de Jr. Black. Artista morreu em outubro do ano passado.

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Apesar de ganharem o mundo juntos, os dois projetos foram iniciados e construídos em momentos diferentes. “Terra do Brinca” foi montado em etapas, conta Mello, que atualmente divide o tempo para a escrita com os inúmeros afazeres como secretário de Cultura do Recife. “Há cerca de cinco anos, Lis, minha filha que hoje tem 11 anos, estava com uns seis, e propus a ela que me sugerisse temas para poemas de um futuro trabalho. Queria que o livro viesse do universo infantil, diferente do que já tinha feito até então. Minha ideia era de que os poemas partissem do universo dela enquanto criança, tratando de temas que ela gostaria de falar”, explica.

E “Terra do Brinca” ficou bem assim: tem poema sobre viagem de avião, férias, teatro, amizade, cachinhos dourados e até sobre um dia de preguiça quando sair do colchão é difícil. São 12 poemas, quem ganham vida em forma de imagens pelo desenho criativo e cheio de vida de Betinho Montenegro, que faz até o ‘hahahaha’ ganhar vida nas páginas coloridas.

“Eu e Betinho temos uma história curiosa, porque nossos pais eram amigos desde a juventude. E nós já nos admirávamos, um acompanhando a trajetória do outro na mesma área, até que fizemos esta parceria. Sempre trabalhei escrevendo para que a ilustração fosse outra forma de expressão daquilo que é dito pelas palavras. O ilustrador tem total liberdade para criar, em traços e cores, a expressão dele para os poemas; nada é brifado”, completa o autor.

Ligação com Jr. Black

A pandemia fez o livro ser editado, inicialmente, em versão digital. Contando com uma participação mais do que especial, que abriu uma nova porta para o projeto. "Um dia eu vi Jr. Black, amigo que conhecia como cantor e compositor, contando histórias para crianças. Não era apenas um ator, era um verdadeiro encantador dos pequenos. Fiquei absolutamente impressionado com aquilo, daí passamos a conversar sobre o projeto, incorporando a ideia de declamação dos poemas, que também seriam musicados, assim teríamos alguém contando e cantando a “Terra do Brinca”, que se tornava o lugar de um gigante anfitrião, incorporado por aquele parceiro multitalento. Convidamos Moringa Áudio, que compôs as primeiras melodias. Black as gravou três canções. Sua partida faz com que o projeto se complete assim. E traga a sua marca única. Black foi incentivador, parceiro e uma grande inspiração”, diz o jornalista.

A participação de Jr. Black no projeto, além da trilha sonora original, que será apresentada no lançamento, foi registrada no papel. Um gigante sorridente ilustra as primeiras páginas da publicação.

Já “Meu Pai Travesseiro” tem uma ‘dupla’ origem. “Recebi de um amigo um texto feito pela filha dele com referência a uma garota que havia perdido o pai e criado uma relação com algo que a fazia lembrar dele. Na mesma época, Tiê, minha filha mais nova, se acostumou a deitar com a cabeça na minha barriga. Foi uma fase em que eu estava num ritmo intenso de trabalho e, sempre que chegava em casa, ela deitava encostada na minha barriga. Me inspirei na fusão dessas histórias, na relação de amor de pai e filha e na forma que a filha encontrou para lidar com a ausência paterna”, revela Mello.

Além de ser o Dia Nacional do Livro Infantil, o 18 de abril é também uma das datas em que no Brasil se comemora o Dia do Amigo, sendo mais um motivo para dedicar o lançamento a Jr. Black. “O projeto é dedicado a ele, este gigante contador de histórias, este gigante cantador, de sentimentos, de emoções, como grande ator, cantor e compositor que ele é, pois deixou uma obra eterna. A terça-feira será um tributo à amizade, ao encontro presencial, a esta volta do encontro pós-pandemia, e ao que é eterno, como obra, como legado, que é o que Black deixou pra gente”, finaliza Mello. Toda a renda obtida com a venda dos livros será revertida para os estudos de Francisco, filho de Jr. Black.

SERVIÇO:

Lançamento dos livros “Terra do Brinca” e “Meu Pai Travesseiro”, dia 18h, às 18h, na Livraria Jaqueira (Rua Madre de Deus, 110, Bairro do Recife)

 

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Fundada em 1846, a Biblioteca Arthur Vianna (BPAV) comemorou 152 anos de história a serviço da comunidade paraense, no último sábado (25), com programações especiais gratuitas, no Centur – Centro Cultural e Turístico Tancredo Neves, em Belém. Atualmente, a biblioteca existe como uma instituição pública que tem o objetivo de promover o acesso à informação e difundir bens culturais paraenses.

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O espaço costumava receber, aproximadamente, mil usuários por dia. Após a pandemia de covid-19 (2020-2022), esses números caíram. Hoje, a frequência é de, em média, 600 a 700 pessoas por dia.

Tainara Cardoso, bibliotecária que atua na Fonoteca Satyro de Mello, um dos departamentos da biblioteca Arthur Vianna, falou sobre projetos da instituição. “São desenvolvidos projetos de incentivo e promoção da leitura, como: Múltiplas Visões, Literatura para Gente Miúda, Varandas Literárias, Ilustra, Pesquisa em Pauta e Sonoridades, dentre outros realizados nos diversos espaços da biblioteca", explicou. Alguns dos projetos também são realizados nas bibliotecas setoriais do Curro Velho, Casa das Artes e Casa da Linguagem.

A biblioteca Arthur Vianna possui um acervo físico de aproximadamente 800 mil volumes, com uma vasta variedade de formatos. Segundo a bibliotecária Tainara, a BPAV disponibiliza ao público Obras Raras, com acesso em endereço eletrônico. "Esse é um trabalho importante para que pesquisadores, estudantes e comunidade em geral possam ter acesso a obras de valor para a história do Pará e do Brasil. Além disso, é possível fazer consultas ao acervo físico pela internet”, diz.

Novos papéis

As bibliotecas vêm assumindo outros papéis para a sociedade, além do local propriamente para acesso à informação, afirma Tainara. "Pela necessidade emergente de espaços de convivência e interação social, em que o aspecto cultural também possa ficar em evidência", disse.

Tainara usa como exemplo as Usinas da Paz, em que o Estado do Pará, por meio do projeto Ter Paz, disponibiliza diversos serviços para a população, e a biblioteca é um ambiente confortável para estudo. Também ali são desenvolvidos projetos de leitura, de acesso a cursos e oficinas, de projetos pedagógicos, dentre outros.

"A Biblioteca Pública é um equipamento eminentemente cultural, de fomento e relacionamento entre diversas pessoas, grupos e comunidades da sociedade", destaca a bibliotecária.

Entre os serviços ofertados estão um acervo de livros e revistas em braille, audiolivros, além de outros recursos tecnológicos, como programas de computador com acessibilidade, óculos de leitura, lupa eletrônica e piso tátil para usuários cegos e de baixa visão.

História

A Biblioteca homenageia Arthur Otávio Nobre Vianna, farmacêutico, nascido em 11 de novembro de 1973, em Belém do Pará. Ainda na escola, Arthur Vianna escrevia artigos para o jornal estudantil “A Mocidade”. Também publicava artigos na imprensa.

Foi fundador da Mina Literária, da Sociedade de Estudos Paraenses, do Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico do Pará e da Academia Paraense de Letras. Renunciou à cadeira número 1 por julgar-se sem competência literária. Em 1889, Arthur Vianna foi nomeado diretor da Biblioteca Pública do Estado – atual Biblioteca Arthur Vianna, localizada no Centur.

A BPAV teve sua origem no Liceu Paraense, atual colégio estadual Paes de Carvalho. Em 1871, foi transferida pelo político Joaquim Pires Machado Portela, que viria a ser seu primeiro diretor.

Por David Nogueira e Kátia Almeida (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

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Será na sexta-feira (31), a partir das 19 horas, na Casa da Linguagem (Av. Nazaré, 5, esquina com Assis de Vasconcelos), em Belém, a Viração Literária, um evento artístico e cultural que terá na programação o lançamento do livro "Conta de mentiroso", do poeta e professor Paulo Nunes, com ilustração da artista plástica Claudia Cruz. Também será lançada a segunda edição do livro "Insagrado das traquinagens", do mesmo autor, ilustrado por Tadeu Lobato, mestre das artes plásticas paraenses. Ambos os livros foram editados por Andréa Pinheiro, da Amo! Editora.

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A programação do evento constará de performances literárias, tendo a contadora de histórias Ana Selma Cunha como âncora, além de exposição varal das ilustrações de Tadeu Lobato e Cláudia Cruz. Haverá, ainda, declamação de poemas, bate-papo com os artistas e outras maquinações lúdicas.

Segundo Paulo Nunes, doutor e pesquisador de literatura, professor da UNAMA - Universidade da Amazônia, a Casa da Linguagem foi escolhida a dedo para o evento, visto que “é o templo da palavra poética em Belém”. “Na Casa, temos encravadas as energias criativas de Max Martins, Maria Lúcia Medeiros, mestres de muitas gerações”, afirmou.

A entrada é gratuita. Os livros serão autografados durante o evento.

Da Redação do LeiaJá.

A Biblioteca Pública Arthur Vianna comemora 152 anos neste sábado (25) com programação especial. Desde o dia 22, ocorrem apresentação de bonecos de fantoche no Centro de Eventos Ismael Nery (CEIN) e leituras de poesias. Além disso, também estão sendo realizadas palestras, oficinas, lançamentos de obras e workshops. Tudo de graça e aberto ao público. Nesta sexta-feira (24), a partir de 16 horas, haverá bate-papo com escritores e sarau literário no hall do Centur.

De acordo com os gestores da biblioteca, a comemoração do aniversário tem o objetivo de promover a interação entre profissionais e amantes da leitura, bem como fortalecer as bibliotecas como locais de compartilhamento de ideias e aprendizados. Em entrevista à Agência Pará, Thiago Miranda, presidente da Fundação Cultural do Pará (FCP), aponta o espaço como uma referência no que diz respeito ao acervo de obras e de materiais de pesquisa no Estado.

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“É a biblioteca mais importante da nossa região, pois dispõe de um valioso acervo de livros, vinis e CDs. É uma contribuição que vai além dos serviços culturais, chegam a ser sociais, pois a biblioteca atua nos mais diversos municípios do Estado. Essa sempre foi a missão da nossa Fundação, interiorizar a nossa cultura no nosso Estado”, disse.

Espaço de cultura

Ao longo da história da humanidade, a biblioteca atravessou séculos como um dos mais importantes espaços de interação e descobertas. A bibliotecária geral da UNAMA - Universidade da Amazônia, Nazaré Soeiro, disse que o desafio dos profissionais da área está em encontrar meios ou métodos para engajar jovens no universo da leitura. 

Segundo Nazaré, um fator que é de extrema importância para formar um leitor fiel é o incentivo à leitura dentro do ambiente familiar, com o estímulo à vontade de aprender.

Nazaré também destacou o foco na acessibilidade dentro das bibliotecas. Na UNAMA, disse, há todo um suporte aos cadeirantes. "Todo o nosso espaço está voltado para eles", concluiu, ressaltando como é essencial construir um ambiente de inclusão.

Da Redação do LeiaJá Pará (com apoio de Ana Beatriz Coelho e David Nogueira).

 

 

Na era digital, é comum avistar pessoas dividindo livros em pdf ou comprando um ‘kindle’, produto que serve para ler livros digitais. Apesar da grande popularização destas obras na web, os livros físicos não são apagados, é o que defendem os bibliotecários. Bibliotecas públicas e comunitárias são espaços que se mantêm carregando cultura, aprendizado e intelecto nos dias de hoje.

Bibliotecas públicas

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As bibliotecas públicas são ofertadas e mantidas pelo poder público, aberta para todos, de todas as faixas etárias, e que disponibilizam livros para estudo no local e empréstimo. Parte da rede de 'bibliotecas pela paz', Deborah Echeverria representa as bibliotecas municipais do Recife, em Pernambuco.

“Elas são importantíssimas para o combate à desigualdade, porque elas são democráticas. Então qualquer cidadão de qualquer classe social, idade, sexo, podem usufruir daquele espaço”, afirma.

Deborah explica que existem tipos diferentes de bibliotecas. A mais conhecida é a biblioteca do silêncio. Segundo a profissional, esse tipo foi importado para o Brasil e trabalha apenas para um público leitor e estudioso, muito comum nas universidades, o que não é o público principal do país.

Já o sistema da biblioteca viva, além de disponibilizar os serviços tradicionais, se torna um centro cultural que acolhe o público. Não é feito para receber leitores, mas para criar leitores e oferecer cultura, lazer e educação informal dentro desse mesmo espaço. Um local de convivência é o sistema que se tornou mais comum pelas bibliotecas públicas.

“As bibliotecas nunca foram muito valorizadas, é como eu digo, as bibliotecas públicas no sistema tradicional que é de silêncio, ela não é muito acessada porque a gente não tem uma população muito leitora. Então ela fica muito restrita às pessoas que vão fazer pesquisa para trabalho de escola, para universidade… Essa biblioteca que estamos mudando o formato para ser uma biblioteca mais de acordo com o que o país precisa, com o que o nosso povo precisa, é mais ampla e com mais oportunidade”, defende Deborah.

“A sociedade e o poder público tem que ter a percepção da importância biblioteca para uma cidade da força e da potência que esse equipamento tem para cidade. Principalmente no combate à desigualdade social. Porque é um espaço como ele diz, democrático, de livre acesso e que você disponibiliza ali um espaço de expansão de conhecimento de forma gratuita”, conta a profissional.

A bibliotecária reforça que o modelo de biblioteca do silêncio não é tão usado pelo governo como antes. As bibliotecas públicas contam, além dos livros disponíveis, com mostras de cinema, música, apresentações, musicais, sarau literário, oficinas de artesanato e disponibilizam computadores e wi-fi. “Isso tudo pode acontecer dentro de uma biblioteca, sempre mediando um pouco os livros nessas atividades. Começa a ler uma história para depois a gente desenvolver uma outra atividade”, explica.

Bibliotecas comunitárias

Criada e mantida por algum membro da comunidade nas áreas mais periféricas das cidades, as bibliotecas comunitárias não contam propriamente com o apoio do governo para continuar na ativa. “No intuito de modificar um pouco a realidade local, e que por vezes é o único equipamento cultural daquela região, está em locais onde o poder público não consegue chegar”, é o que diz Juliana Albuquerque, bibliotecária.

Juliana é mestranda em Ciências da Informação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e é membro da rede de bibliotecas comunitárias em Recife que conta com nove bibliotecas diferentes, a Releitura. A profissional conta que toda biblioteca comunitária tem uma proximidade com seus usuários e dá a segurança de estar em um espaço em que ele tem pertencimento.

Assim como algumas bibliotecas públicas, as bibliotecas comunitárias também não se encaixam no modelo do silêncio e trabalham diversas atividades com toda a comunidade. Entre o empréstimo de livros também acontecem ações de mediação de leitura, rodas de conversas, projetos literários, atividades culturais, entre outros.

“Temos o Papo de Mulher, em que são trazidos temas para debate com as mulheres da comunidade. Neste dia, só ficam as mulheres mesmo, é até dia de folga do gestor. Temos a Mala de Leitura, em que é escolhido junto com o usuário quais livros gostaria de levar para ficar alguns dias em sua casa, com sua família, o Fuxico Literário…”, relembra Juliana.

“Algumas práticas de mediações culturais conectam as atividades literárias com as manifestações populares e estabelecem significados de identificação com a comunidade como o Boizinho Menino do Nascedouro, da Biblioteca Multicultural Nascedouro de Peixinhos, Recife/Olinda, O Urso Leitor, da Biblioteca Popular do Coque, no Recife, e os grupos de Dança Popular e ao Maracatu Nação Erê, primeiro Maracatu Infantil da cidade, fundado em 1993, da Biblioteca Comunitária do CEPOMA, em Brasília Teimosa, Recife”, explica a bibliotecária. 

Apesar do grande trabalho, pessoas de fora da comunidade não ouvem tanto sobre esses projetos e não dão a atenção necessária às bibliotecas comunitárias. É por meio dos membros e colaboradores do próprio espaço, que valorizam e cuidam do ambiente, que há um trabalho de valorização para manter vivo estes lugares de convívio e aprendizado.

A mestranda em Ciências da Computação explica que, em muitos bairros, as bibliotecas comunitárias são os principais, às vezes até único, meios de comunicação comunitária para garantir o acesso às informações de interesse público da própria comunidade. 

“A pandemia, por exemplo, interferiu diretamente na dinâmica de abertura dos espaços físicos das bibliotecas comunitárias, e, na Releitura, foi preciso intensificar as estratégias de utilização do universo digital e foi necessário produzir mais conteúdos de incentivo à leitura literária para manter a relação de afeto e pertencimento.”

Qual a importância das bibliotecas nos dias de hoje?

Não é mais só sobre pegar um livro emprestado, as bibliotecas hoje produzem muito mais que um empréstimo, produzem cultura, arte, participação e integração de uma comunidade. A tecnologia sempre pode existir junto ao físico, com experiências diferentes.

“Assim como quando surgiu a televisão o cinema não se acabou, você vai ter sempre público porque a experiência de ler um livro impresso é diferente de uma experiência de ler um livro no Kindle ou no tablet. As pessoas vão gostar de vivenciar ou um ou outro ou até as duas, eu acho que uma não anula a outra”, é o que acredita Deborah Echeverria.

Contudo, não é só sobre a tecnologia. Pois há, também, aquelas pessoas que não têm acesso ou condições de obter um Kindle, ou internet para baixar os livros digitais em PDF. Manter estes ambientes é garantir o acesso sem restrições, é criar leitores e fortalecer uma comunidade.

“Se você entende que as bibliotecas vão além de um espaço físico para leitura, ou somente um depósito de livros, o que infelizmente acontece em algumas bibliotecas, se consegue vê-las e percebê-las como espaços importantes de convivência, local para trocas e cuidados da população para a população e aprendizagem informacional. Acho que ajuda a entender que mesmo na era digital há espaço para a existência de bibliotecas. Afinal, um dos materiais que lidamos é a informação”, diz Juliana Albuquerque.

Uma prova desse trabalho realizado pelas bibliotecas é a história de Rosângela Maria de Santana, manicure de 51 anos que participa de rodas de conversa promovidas por bibliotecas comunitárias da Rede Releitura. Rosângela afirma que conseguiu passar o interesse pelos livros para a filha desde muito nova.

“A Releitura teve um impacto muito grande para mim, minha família e a minha comunidade. A biblioteca comunitária nos proporciona muitos projetos e ações para diversas famílias, foi através da releitura que eu pude aprimorar meus conhecimentos e aprender mais. A rede de apoio para todos nós dessa comunidade é muito grande, somos gratos e felizes por tudo isso”, afirma a entrevistada.

Promover o acesso às bibliotecas, aos livros e à leitura como direito humano, e contribuir para a formação de leitores é uma das missões que as bibliotecas comunitárias carregam consigo e é com esse objetivo que elas produzem tantos projetos e influências importantes na sociedade de hoje.

Nascido na Inglaterra, hoje o escritor Charles John Huffam Dickens (1812-1870) faria 153 anos. Considerado um dos romancistas ingleses mais populares, ele é conhecido por “Um conto de Natal” e “Oliver Twist”. Para comemorar, o Leia Já separou uma lista com seus principais livros, confira: 

Um conto de Natal (1843) - O clássico segue o rabugento Ebenezer Scrooge e acompanha a visita dos fantasmas que lhe mostram seu passado, presente e futuro durante a noite da véspera de Natal. Possui diversas adaptações, uma versão animada, live-action, musical e até mesmo da boneca Barbie;

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Oliver Twist (1838) - O livro acompanha a história do menino órfão Oliver Twist. Ele nasceu em um asilo de pobres e foi criado numa paróquia. Aos dez anos, Oliver retorna para o asilo - onde é castigado e encaminhado para ser aprendiz na funerária. Após os maus-tratos, o rapaz decide fugir. Em Londres, ele conhece John Dawkins, que lhe oferece abrigo e comida. Porém, Twist acaba se envolvendo com uma gangue de ladrões. 

David Copperfield (1850)- A mãe de David Copperfield resolve se casar novamente. Porém seu novo marido, o Sr.Murdstone, é um homem cruel e influenciado pela irmã, ele decide enviar David para um rígido internato. Certo tempo depois, a mãe de Copperfield morre e o padrasto o rejeita. Agora, David Copperfield é órfão e se vê sozinho no mundo, convivendo com diferentes pessoas e sentimentos;

A velha loja de curiosidades (1841) - Originalmente, foi publicada como série durante dez meses em um jornal. A história segue a jovem Nell Trent e seu avô, que moram no fundo do prédio de uma loja. Um vício, a dívida a um agiota, a mercadoria quase sem valor, os móveis antigos, os brinquedos estranhos e as estátuas horríveis são o ponto de partida da trama.

Alan Spadone é um empresário conhecido no mercado do marketing digital e uma das atrações do terceiro e último dia do GoDigital Festival, que acontece neste sábado (28) em Recife. O empreendedor começou sua palestra presenteando todos os ouvintes com uma cópia digital do seu livro, “Como construir um Império”.

Focado em explicar ao público como construir um ecossistema, Alan Spadone iniciou sua apresentação contando sua história com o mercado. Segundo o palestrante, ele sempre cresceu no meio do marketing, mas chegou a ficar devendo para esquemas de pirâmides e trabalhava para pagar as dívidas do mês.

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No início de sua carreira na área da beleza, Spadone também conta que, quando novo, costumava fazer escovas e progressivas no cabelo das mulheres enquanto sentia o cheiro da panela com a carne para o jantar das clientes e sentia a sua barriga roncar. 

“Para você crescer, não é somente ter algo novo, é sobre falar não para algumas coisas”, afirma o empresário. Com essa frase, ele apresentou o grande ecossistema presente na sua empresa, a AS Academy, que possui desde cursos online até sua linha própria de produtos de beleza. A empresa AS Academy sofreu um incêndio na última sexta-feira (27) mas foi rapidamente controlado por seguranças que estavam presentes no local por causa de uma aluna que esqueceu um carregador. Alan Spadone diz entender isso como um recado de Deus, de que o mesmo está no controle de tudo em sua vida.

O palestrante, logo no início de sua apresentação, chamou a atenção de todos para uma metáfora com um pote de ‘danone’, onde as pessoas que possuem coragem suficiente de comer tudo apenas com a língua, estão mais prováveis a serem grandes líderes do que aquelas que tem certo “nojo”.

No palco, ele convidou um homem e uma mulher empresária para lamberem todo pote de danone na frente do público. Porém, após uma passagem bíblica, ele explicou que a atitude de subir no palco para cumprir o desafio sem medo do que todas as outras pessoas iriam pensar, já prova uma atitude corajosa da dupla. Ambos os participantes receberão, sem precisar passar por nenhum desafio e nem gastar um real sequer, uma mentoria com ele em Jundiaí, cidade de São Paulo, com tudo pago.

GoDigital Festival

O maior festival de marketing digital e empreendedorismo da América Latina, o GoDigital Festival realiza sua segunda edição em Recife, Pernambuco, nos dias 26, 27 e 28 de janeiro de 2023.

Promovido pela GoDigitalEdu em parceria com a GoKursos, o festival conta com grandes nomes do mundo empreendedor como Thiago Nigro, Janguiê Diniz, Igor Coelho (Flow Podcast), Pyong Lee e muitos outros.

Na última semana, a Amazon divulgou o ranking dos livros mais vendidos no Brasil em 2022. A autora americana Colleen Hoover lidera a lista geral e de romance com “Assim Que Acaba” (2018), que saltou do Top 20 no ano passado para o primeiro lugar em 2022.Hoover também obteve mais quatro obras entre os 25 best-sellers do ranking: “Todas as suas (im) perfeições” e “Verity” (2018), “Até o verão terminar” (2021), “O lado feio do amor” (2015) e “É Assim que Começa” - lançado este ano, o livro conquistou 1º lugar na categoria de eBooks digitais.Em segundo lugar está o gênero de economia, com o “O homem mais rico da Babilônia" (1926) de George S Clason. Já em terceiro, “Os sete maridos de Evelyn Hugo” (2017) de Taylor Jenkins Reid, que lidera a categoria de "Literatura e Ficção” e no ano passado estava no Top 5. Além disso, a obra de Reid em breve ganhará uma adaptação pela Netflix.Entre os escritores nacionais, Thiago Nigro está no Top 15 com “Do Mil ao Milhão. Sem Cortar o Cafezinho” (2018). Itamar Vieira Júnior, que encabeçou a lista em 2021 também segue entre os mais vendidos com “Torto Arado” (2019).“As obras mais vendidas, mais do que um sucesso de números, são importantes ao incentivo da leitura, com um grande potencial de atrair leitores”, afirma Ricardo Perez, gerente geral de livros da Amazon. “Livros são uma parte fundamental de uma sociedade saudável, e nos comprometemos em ter um efeito positivo na comunidade do livro no Brasil. Junto com autores independentes, que trazem novas histórias e vozes, os livros mais vendidos mostram as tendências que estão fazendo sucesso entre os leitores, e conseguem alcançar outras pessoas que ainda irão mergulhar na literatura”, finaliza.Veja a lista completa: 

Também é possível ver as obras mais vendidas por gênero, como Autoajuda, Religião, Infantil, HQ, Mangás e Graphic Novels, além de títulos independentes no link: amazon.com.br/livrosmaisvendidos2022

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Nascida na cidade de Steventon na Inglaterra, hoje (16) faz 247 anos do nascimento da escritora Jane Austen (1775-1817). Ela é considerada uma das maiores romancistas da literatura inglesa no século XIX, conhecida pelos clássicos como "Orgulho e Preconceito" e "Razão e Sensibilidade". O Leia Já preparou uma lista com alguns dos principais livros de Austen, confira:

Orgulho e Preconceito (1813)

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O livro se passa durante o século XVIII na zona rural da Inglaterra e acompanha a história das irmãs Bennet. Até que um dia, Charles Bingley - um homem rico e solteiro se muda para o local junto a sua irmã e seu amigo Fitzwilliam Darcy. Bingley acaba se apaixonando pela irmã mais velha dos Bennet, Jane. Porém, seus familiares são contra o romance,  devido às diferenças sociais e econômicas do casal.

Enquanto isso, a jovem Elizabeth Bennet ignora o Sr. Darcy após um mal-entendido entre os dois em um baile local. A obra possui diversas adaptações, algumas das principais são a minissérie de 1995 com Colin Firth e Jennifer Ehle, além do filme de 2005 com Keira Knightley e Matthew Macfadyen.

Persuasão (1817)

No último livro escrito por Austen, Anne Elliot é a filha de um baronês que se apaixona por um rapaz pobre, Frederick Wentworth. A família e amigos dela são contra a união e Anne acaba cancelando o casamento. Oito anos depois, Wentworth volta para cidade rico e os dois precisarão lidar com os sentimentos que pensaram estar adormecidos. Este ano, a Netflix lançou uma adaptação da obra, estrelada por Dakota Johnson e Cosmo Jarvis.

Emma (1815)

A primeira da obra da escritora segue Emma Woodhouse, uma jovem rica e solteira que não pretende se apaixonar ou casar, mas adora interferir na vida amorosa das pessoas. Emma tenta encontrar um marido para sua amiga Harriet Smith, mas seus planos acabam não saindo como ela imaginava. Em 2020, a obra ganhou uma adaptação protagonizada por Anya-Taylor Joy, Mia Gothe Josh O'Connor.

A seccional paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil classificou como 'indefensável' a conduta de um grupo autointitulado 'advogados de direita' que simulou queima de livros em frente à sede da entidade em Cascavel, no interior do Estado, na tarde de sexta-feira, 2. Em vídeo, o grupo disse se manifestar 'contra violações e arbitrariedades perpetradas por representantes do Poder Judiciário'. Durante o protesto, eles atearam fogo em algumas páginas supostamente de um livro de autoria do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo.

Alexandre tem sido alvo de pesadas críticas de advogados, empresários e deputados por causa de medidas adotadas em inquéritos sensíveis como o das fake news e o das milícias digitais - no âmbito do quais decretou bloqueio de contas nas redes e de ativos financeiros de investigados.

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Após a gravação do grupo de Cascavel ser compartilhada nas redes sociais, a OAB Paraná afirmou que a manifestação foi uma 'iniciativa privada em área pública, desvinculada da Instituição'.

"Tais atitudes, além de não representarem a classe dos advogados ou a instituição OAB, merecem o repúdio institucional e estão sendo apuradas pelos instrumentos legais e regimentais apropriados", ressaltou a entidade.

No vídeo que circula no Twitter, os manifestantes se postam em frente à OAB de Cascavel exibindo uma faixa com a inscrição 'Advogados de Direita de Cascavel'.

O áudio da gravação é precário em alguns trechos, mas é possível ouvir o porta-voz dizendo que a simulação de queima de livros se dá como 'materialização' à manifestação 'contra violações e arbitrariedades perpetradas por representantes do Poder Judiciário'.

Um perfil que compartilhou o vídeo, de nome 'Advogados de Direita Brasil', chega a afirmar que os 'livros' queimados seriam de autoria do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Nas imagens, a capa do livro não aparece nitidamente. É possível ler apenas as palavras 'penal especial'.

O magistrado é autor de uma publicação, em parceria com o ex-procurador-geral de Justiça de São Paulo Gianpaolo Poggio Smanio, intitulada 'Legislação Penal Especial'.

Neste sábado (3), no Shopping ETC, será realizada a última feira de trocas de livro de 2022. O evento chamado Troca Troca de Livros tem o objetivo de incentivar as pessoas com o hábito da leitura. De acordo com a organização, é importante que os interessados no projeto separem seus exemplares que estejam em um bom estado de conservação.

As regras da feira contam com as seguintes informações: não serão aceitos livros didáticos, acadêmicos, de poesia, obras em outros idiomas ou até distribuídos gratuitamente; reserva de produtos não pode ser solicitada. Fica proibida também qualquer tipo de venda de livro.

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Cada livro que for doado na feira dá direito a outro. Ao entregar um livro para troca, a ação de retirar outro deve ser imediata. A troca dos livros pode ser feita no horário das 10h às 17h, no espaço montado no piso principal do centro de compras. O Shopping ETC fica localizado na avenida Conselheiro Rosa e Silva, nº 1460, Aflitos, Zona Norte do Recife.

Moradores das comunidades do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio, recebem neste sábado (26) mais de 5 mil livros do projeto social criado pelo jornal Voz das Comunidades. O nome do projeto, Invasão de Livros, que está na sua terceira edição, faz uma alusão à ação de pacificação realizada pelas forças de segurança do estado, em 2010, que ocupou as duas comunidades.

Os livros serão distribuídos gratuitamente em ruas e vielas do Alemão e da Penha. A ação é um protesto contra a falta de investimentos nas favelas do Rio.

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O fundador do Jornal Voz das Comunidades, René Silva, que lançou o jornal quando tinha 11 anos de idade, disse que, durante a ocupação, o governo só entrou com a polícia, numa forma de repressão.

“A Biblioteca Parque está desativada há seis anos, mesmo tempo em que o teleférico parou de funcionar e levava os moradores às partes mais altas da comunidade”, critica.

René disse ainda que o projeto Invasão de Livros, criado em 2020, é uma forma de protesto contra as promessas feitas e não cumpridas pelo estado.

Cerca de 70 voluntários vão participar da distribuição dos exemplares voltados, em sua maioria, para o público infantil.

As comunidades beneficiadas com a ação são: Morro do Adeus, Fazendinha, Inferno Verde, Favela da Galinha, Casinhas, Mineiros, Campo do Sargento, Central, Favelinha da Skol, Alvorada, Nova Brasília, Merendiba, Terra Prometida, Vacaria e Vila Cruzeiro.

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