A cautela prevaleceu e as bolsas europeias fecharam majoritariamente em baixa nesta quarta-feira, 4, com os investidores evitando apostas mais ousadas na véspera da reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE). Os principais índices acionários na Europa, porém, reduziram perdas ou garantiram pequena alta pouco antes do encerramento dos negócios, ajudados pelo desempenho das ações em Nova York, que apontavam para cima após uma série de indicadores mistos dos Estados Unidos. O índice pan-europeu Stoxx 600 terminou a sessão praticamente inalterado, a 343,56 pontos.
Após vários sinais emitidos pelo BCE e seus dirigentes nas últimas semanas, a expectativa é de que a autoridade monetária europeia amplie o relaxamento monetário na reunião de quinta-feira, 5. A aposta é que o BCE reduza a taxa básica e adote uma inédita taxa negativa para depósitos bancários.
##RECOMENDA##
Os últimos números de atividade da zona do euro reforçam a perspectiva de novas medidas de estímulo pelo BCE. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto - que reúne os setores industrial e de serviços - do bloco recuou para 53,5 em maio, de 54,0 em abril, contrariando previsão de queda menor, a 53,9.
Nos EUA, números de criação de empregos e de comércio exterior decepcionaram, mas o índice PMI de serviços medido pelo Instituto para Gestão de Oferta (ISM) agradou ao avançar para 56,3 em maio, de 55,2 no mês anterior, superando de longe a previsão dos analistas, que era de estabilidade do indicador. Com isso, as bolsas em Wall Street viraram para cima por volta de meio-dia, contribuindo para uma melhora generalizada entre as ações europeias pouco antes do fechamento.
Em Londres, o índice FTSE 100 recuou 0,26%, a 6.818,63 pontos, após o PMI de serviços do Reino Unido, que veio melhor que o esperado, alimentar especulações de que o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) poderá elevar sua taxa básica de juros da mínima histórica atual já este ano. Para amanhã, quando o BoE também revisa sua política monetária, não há expectativa de mudanças. A Vodafone foi destaque negativo no mercado inglês, com queda de 1,2%, após o regulador britânico do setor de telecomunicações revelar propostas para reduzir as tarifas cobradas por operadores móveis.
No mercado francês, o índice CAC-40 mostrou perda marginal de 0,06%, a 4.501,00 pontos, pressionado pela empresa de telecomunicações Bouygues. No campo positivo, os destaques em Paris foram os bancos Credit Suisse (+2,1%) e BNP Paribas (+1,2%), e a Lafarge (+3.2%), do setor de materiais de construção.
Em Frankfurt, o índice DAX conseguiu fechar com pequeno ganho de 0,07%, a 9.926,67 pontos, apesar de a Volkswagen ter caído 1,5% após emitir mais de 10 milhões de novas ações, num aumento de capital de 2 bilhões de euros. Lufthansa (+1,4%) e Infineon (+1,3%) colaboraram para a alta na Alemanha.
Entre os índices de países periféricos, o IBEX 35, de Madri, perdeu 0,20%, a 10.755,60 pontos, enquanto o FTSE Mib, de Milão, cedeu 0,16%, a 21.622,77 pontos. Em Lisboa, por outro lado, o PSI 20 avançou 0,54%, a 7.164,89 pontos, impulsionado pelo setor financeiro: o Banco Comercial Português (BCP) saltou 3,92% e o Banco Espírito Santo (BES) ganhou 2,45%.