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O Shopping RioMar receberá a 11ª edição da Feira Made Pernambuco com o trabalho de mais de 50 artesãos e artistas pernambucanos durante os dias 21 de setembro até o dia 2 de outubro. A entrada é gratuita e o evento acontece no Piso L1 do centrod e compras.

Serão levados para a mostra produtos feitos a mão e com design tradicionais e contemporâneos com materiais reciclados, de madeira, papel, metal, cerâmica, porcelana, telas, artigos, acessórios, vestuário e calçados. A feira faz homenagem a Cristine de Holanda, uma artesã da madeira que participa das feiras desde as primeiras edições.

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"A mostra se destaca pela qualidade e criatividade dos artesãos cuidadosamente selecionados por nossa curadoria. Os artesãos contam com opções para todas as idades", defende Tacy Pontual, designer, artesã e organizadora da Feira Made Pernambuco.

A organizadora detalha que a expectativa é que a feira movimente uma circulação de 1 milhão de reais em negócios. Os visitantes podem comparecer durante o horário de funcionamento do shopping. Para mais informações, basta acessar o site oficial do Made Pernambuco.

A Secretaria de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo de Pernambuco (SEDEPE-PE) está disponibilizando vagas na 23ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato (FENEARTE), que acontecerá nos dias 5 a 16 de julho. Serão selecionados 20 artesãos que poderão expor e comercializar sua arte gratuitamente no estande institucional da secretaria.

O processo seletivo de Empreendimentos Econômicos Solidários (EES) para ocupação do espaço coletivo no estande da secretaria é voltado para organizações de caráter coletivo e que os trabalhadores sejam do meio urbano ou rural, exercendo democraticamente a gestão das atividades e a alocação dos resultados, como associações e cooperativas.

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“A apresentação das peças na Fenearte, a maior Feira de Artesanato da América Latina, vai além da importância comercial, pois representa a oportunidade de oferecer uma grande visibilidade a esses produtos, fortalecendo toda uma cadeia de desenvolvimento social e sustentável”, afirma a gestora da SEDEPE-PE, Amanda Aires

Os artesãos interessados em participar da seleção podem se inscrever até o dia 17 de maio pelo formulário online. Para completar o cadastro, é necessário possuir o Cadastro Nacional de Empreendimentos Econômicos Solidários (CADSOL). A seleção irá avaliar critérios como qualidade do produto, criatividade/inovação e consciência ambiental.

Em um cruzamento no bairro do Espinheiro, Cícero Silva, de 43 anos, expõe a sua arte. O ofício de artesão veio em forma de herança deixada pelo pai e que mantém há 20 anos. A "oficina" não é longe de onde ele resolveu fazer morada. O artesão reside em uma estrutura improvisada com uma lona na calçada de um laboratório particular de análises clínicas.

O espaço, além de abrigar Cícero, também é ocupado pela companheira, o material de trabalho, casas de boneca, entre outras peças que produz. Contrastando com o ritmo acelerado da via, ele fala calmamente com a reportagem enquanto finaliza uma encomenda, uma casa de boneca que deve ficar pronta até o próximo sábado (15).

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O artesão conta que antes da pandemia de Covid-19, trabalhava como pedreiro e morava em uma casa alugada na cidade de Olinda, Região Metropolitana do Recife. “Antes eu morava em Olinda, tinha uma casa alugada e trabalhava como pedreiro. Acabei perdendo o emprego durante a pandemia. Antes de voltar para o artesanato, eu pedia uma ajuda por aqui”, relembra.

Nas contas dele, já se somam 190 dias em situação de rua e dois meses dedicados às casinhas de boneca e outras peças, como porta jóias. De acordo com Cícero, as peças são produzidas por encomenda e a maioria são arquitetadas por ele. “Eu penso em uma modelo, passo verniz, mas, sempre deixo do jeito que o cliente quer”, ressalta.

As casas são planejadas por Cícero, mas, ele deixa do jeito que o cliente quiser. Foto Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Todos os dias, exceto quando chove, Cícero começa o trabalho às 6h da manhã e finaliza às 17h, mas como tem encomenda, o horário se estende até o final da noite. Em média, segundo o artesão, uma casa de boneca leva entre quatro ou cinco dias para ser finalizada, a depender do tamanho, e os valores variam entre R$ 30 e R$ 80.

À reportagem, ele fala sobre a necessidade de ter material para continuar a construir as casas. “Eu uso papelão, cola, palito de picolé. Todas as casas têm como material principal o papelão. Se eu pudesse, faria minha casa de papelão também”, diz. Em um cartaz feito também de papelão, Cícero pede aos pedestres e motoristas, que passam constantemente pelo cruzamento do bairro nobre, a doação dos materiais para dar continuidade às produções.

Sem celular, o aparelho que tinha quebrou há pouco tempo, as encomendas precisam ser feitas presencialmente. Questionado sobre se todos os pedidos são retirados após a solicitação, o artesão conta que já aconteceu de não irem buscar a encomenda. No entanto, isso não parece um problema para ele. “Não se perde. Alguém compra”, afirma.

O artesão, aravés de um cartaz, pede ajuda para conseguir os materiais para produção das peças que serão vendidas. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Enquanto junta o valor necessário para comprar um outro celular, Cícero "faz propaganda" do seu trabalho por meio de um banner doado por uma pessoa que avistou a 'oficina' enquando passava pela via. "Esse cartaz eu ganhei. Antes, era um cartaz de papelão que eu fiz e ainda está ali [apontando para uma árvore]. Uma pessoa de bom coração chegou aqui e me deu essa placa", conta. 

Na esperança de dias melhores, ele ressalta que está em busca de emprego. "O artesanato é algo de agora, mas, se aparecer um emprego, eu quero. Pode ser de pedreiro, pintor, eletricista. Eu quero", reforça. Durante todo tempo da entrevista, Cícero não tira os olhos da casinha. Afinal, o tempo de entrega se aproxima. Nada passa despercebido por ele e o importante é que tudo está perfeito para o cliente.

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A Fundação Joaquim Nabuco publicou o edital de inscrição para artesãos que desejam ter seus produtos expostos e comercializados no Espaço Janete Costa Arte e Cultura, a lojinha do Museu do Homem do Nordeste. O prazo começou na última quinta-feira (1º) e vai até 1º de abril de 2022, sempre nos primeiros 10 dias do mês, das 8h30 às 12h.

Entidades representativas, artesãos individuais e microempreendedores podem se inscrever para credenciar seus trabalhos. As peças devem apresentar características culturais da arquitetura, fauna, flora e/ou manifestações e tradições culturais que fazem parte da história e identidade do Nordeste.

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“A iniciativa é pautada na missão institucional de atender a demandas e necessidades relacionadas à educação e cultura, compreendidas de forma interdependente, com vistas ao desenvolvimento justo e sustentável da sociedade brasileira. Nesse sentido, a valorização da cultura e da identidade da Região Nordeste, por meio do estímulo às atividades da produção do artesanato vem colaborar com o cumprimento desses objetivos”, explica o coordenador de Exposições do Muhne, Antônio Montenegro.

O credenciamento dos artesãos e entidades de artesanato é uma forma de difundir, estimular e valorizar a cultura do Nordeste, principal finalidade do Museu. As inscrições podem ser realizadas presencialmente no Museu do Homem do Nordeste, via postal, devendo a data da postagem estar dentro do período de inscrição ou via e-mail  artesao.museu@fundaj.gov.br e artesao.museu@fundaj.gov.br.

*Via Assessoria de Imprensa

Quem diria que uma crise de saúde possibilitasse o autoconhecimento e apresentasse novas perspectivas? Muito antes da pandemia da Covid-19, a vida de João Stanganelli, de 64 anos, sofreu uma reviravolta após um infarto. Sem se abater, aprendeu no repouso as habilidades do crochê com a esposa Marilena e reverteu a condição em um projeto pessoal de representatividade. Hoje, o artesão é um exemplo de ‘empreendedorismo de superação’ e exporta suas peças para o mundo.

Morador de Bragança Paulista, município do interior de São Paulo, João trabalhava no setor culinário e cumpria viagens pelo Brasil até sofrer o infarto em 2016. Portador do vitiligo, ele se entregou à agulha de crochê durante a recuperação e conta que a clareza das instruções da esposa fez com que aprendesse rapidamente os pontos de linha.

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O artesão lembra que logo cansou de reproduzir peças genéricas e idealizou um presente especial para a neta se sentir próxima enquanto estivessem distantes. "Queria fazer alguma coisa que marcasse e me representasse, e aí surgiu a Vitilinda. Eu fiz essa boneca e apanhei. Levei cinco dias para fazer uma bonequinha, que hoje a gente faz rapidamente [aproximadamente em um dia]", relembra ao LeiaJá.

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O amor por cada etapa do processo de criação e o cuidado em fazer um produto com identidade, diferente da tradição do mercado, trouxe reconhecimento para as manchas da boneca Vitilinda e, consequentemente, uma enxurrada de encomendas. A variedade dos pedidos estimulou o lado empreendedor de João, que se preparou para ampliar os horizontes e abordar a representatividade em suas obras. "A minha boneca tem personalidade mesmo porque a gente procura fazer como a pessoa é. Tem gente que só tem uma mancha no rosto, só nos braços ou nos pés [...] Ela é personalizada em cima de uma foto que a pessoa manda e, dentro dos limites do crochê, a gente tenta aproximar ao máximo", explica.

Com muita determinação, João estudou abordagens além do nicho dermatológico e hoje confecciona bonecas cadeirantes, traqueostomizadas, com alopecia, limitações visuais e toda a infinidade de possibilidades que a imaginação e a crochetagem podem reproduzir. "O mundo tem que ter isonomia e ser igualitário", reitera.

Como aproveitar o tempo livre?

O talento tornou-se um negócio lucrativo e já lhe rendeu experiências e agradecimentos inimagináveis. Analisando a trajetória e os motivos que o fizeram entrar no crochê, o faz concordar que 'após a tempestade, vem a bonança' e a pandemia deve ser encarada como oportunidade.

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"Esse espaço que a vida está nos concedendo é interessante para pensar em fazer coisas que você achava que não poderia. É um momento para você extravasar toda sua criatividade e procurar novas formas. Esse momento acaba sendo muito rico", aconselhou.  

Embora confesse que a paralisação decorrente da Covid-19 desacelerou as vendas, João garante que as agulhas seguem a todo vapor e usa o tempo como ócio criativo para planejar novas criações. "Tá tudo parado. Eu tenho bonecas prontas para mandar para Alemanha e Estados Unidos, até já estão pagas, mas ainda tô esperando abrir os Correios internacional. Mesmo assim a gente não parou de trabalhar, diminuiu bastante, mas não deixamos", ressalta ao destacar que pretende investir no ateliê para ampliar a produção.

Nesta quinta-feira (21), 12.700 toneladas de alimentos serão distribuídos aos artesãos cadastrados no município de Jaboatão dos Guararapes, localizado na Região Metropolitana do Recife. A iniciativa é da prefeitura da cidade e se dá por conta da pandemia do Covid-19 e o impacto econômico causado na vida desses trabalhadores.

As primeiras entregas das cestas básicas acontecerão das 9h às 16h, no Centro de Orientação Permanente à Economia Solidária (Copes), em Piedade; e das 14h às 17h, no Mercado das Mangueiras, em Prazeres. As próximas entregas acontecerão amanhã, na sede da Regional 1 (Jaboatão Centro) e na Regional 3 (Curado). Na próxima segunda-feira (25), será a vez dos artesãos de Jaboatão Centro, Cavaleiro e Muribeca.

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“Desde que essa crise teve início, ficamos preocupados não só com as consequências da doença, mas, também, com a perda da renda das pessoas. Compreendemos a situação dos artesãos, que praticamente deixaram de comercializar seus produtos, e incluímos a categoria na relação de trabalhadores beneficiados com cestas básicas. Esse é o momento de todos se unirem e ajudarem uns aos outros para que possamos superar essa crise”, aponta o prefeito Anderson Ferreira.

*Com informações da assessoria

 

A Polícia Civil apresentou, na manhã desta quarta-feira (13), a prisão do suspeito de matar Josivan Santana da Silva, de 38 anos, famoso pelos bordados que fazia em Passira, no Agreste de Pernambuco. O crime foi cometido pelo sobrinho de Dodinha, identificado como Marcílio Barbosa de Santana, de 22 anos, concluíram as investigações.

De acordo com o delegado Paulo Roberto Amorim, a motivação do crime foi patrimonial, porque o suspeito teria conhecimento de que Dodinha era avesso a bancos e guardava todo seu dinheiro em sua residência. No momento da prisão, Marcílio também estava com porções de cocaína, sendo autuado, além de latrocínio, por tráfico de drogas.

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Marcílio, que é de Natal-RN, chegou em Passira em dezembro e morou cerca de um mês na casa do artesão. Dodinha teria solicitado que o jovem deixasse a casa após suspeitar do envolvimento do mesmo com o tráfico na cidade.

O assassinato de Josivan chocou a cidade de Passira. Ele era famoso por ser um dos poucos homens que fazem bordados. O corpo dele foi encontrado no dia 6 de fevereiro, mas a polícia acredita que o homicídio ocorreu dois dias antes. A vítima foi encontrada com as mãos amarradas por uma camisa e despida. “O suspeito queria dar uma conotação sexual para o crime, que foi totalmente patrimonial”, afirma o delegado. Dodinha foi esganado e sufocado com um travesseiro.

O suspeito levou um notebook, um celular e uma quantia em dinheiro incerta. O valor que teria sido subtraído por Marcílio seria no mínimo de R$ 10,5 mil, quantidade em dinheiro repassada a Dodinha por sua irmã para uma viagem que ele faria a São Paulo no dia em que seu corpo foi encontrado.

Marcílio não assume a autoria do crime, mas a polícia acredita possuir indícios suficientes para apontá-lo como culpado. Na cena do crime foram encontrados uma sandália e um relógio do suspeito. Além disso, a camisa com a qual as mãos do artesão foram atadas pertencia ao detido. “Ele talvez tenha percebido alguma movimentação e saído com pressa do local, esquecendo seus pertences lá”, supõe Amorim.

O suspeito também teria dito a um familiar que deixou Natal após cometer dois homicídios. A Polícia Civil tenta confirmar essa informação. Ele contou ainda para um amigo ouvido durante a investigação que era especialista em dar nós, chamando a atenção da polícia, visto que a vítima estava com as mãos atadas.

As investigações, entretanto, não foram encerradas. O delegado suspeita que o latrocínio tenha sido cometido por duas pessoas. “Essa segunda pessoa seria traficante local, de Passira. Os itens roubados teriam ficado com ela. Ela também teria entrado na casa e participado do crime”, explica o investigador.

Internado desde outubro de 2018, no Hospital Mestre Vitalino, o artesão Severino Vitalino morreu na madrugada desta segunda-feira (7), ao 78 anos, em Caruaru, no Agreste pernambucano. Severino foi hospitalizado após sofrer um infarto e ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Coronariana. Em novembro, o quadro clínico foi agravado por uma infecção.

Severino Vitalino era um dos quatro filhos do Mestre Vitalino que tinha optado por trabalhar com barro. Em maio de 2018, ele foi agraciado com o Prêmio Culturas Populares Gomes de Barros, do Ministério da Cultura, onde recebeu nota máxima por seu projeto.

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A prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), emitiu uma nota de pesar lamentando o acontecido, enaltecendo o trabalho do artesão e agradecendo pelo talento de Severino Vitalino.

“É com profunda tristeza que recebo a notícia do falecimento de Severino Pereira dos Santos, o Severino Vitalino. Filho do grande Mestre Vitalino, ainda criança se mudou com sua família para o Alto do Moura, em Caruaru, onde viveu até o final de sua vida. O povo brasileiro será sempre grato a Severino que, com o seu grande talento, deu continuidade à obra do seu pai e mentor e influenciou a comunidade de artesãos de Caruaru e de todo o país. Meus sinceros sentimentos aos familiares, amigos e admiradores”, disse a prefeita.

Reginaldo segurando sua "cruz". (Chico Peixoto/LeiaJá Imagens)

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Oito de outubro de 1996. Um garoto desafia o perigo e salta das pedras da Praia dos Milagres, na Orla de Olinda - Região Metropolitana do Recife -, para o mar. Desacordado, após uma possível pancada na cabeça, ele engoliu muita água rápido. “Eu e mais dois caras carregamos o menino até a orla, mas teve gente que disse: ‘deixa ele aí, está morto’. Eu insisti, tome respiração boca a boca e ele arrotando no meu rosto. O danado viveu”, lembra o artesão Reginaldo Souza. O grupo conseguiu conduzir o garoto, que àquela altura já tinha sido identificado como “Mário”, ao hospital, mas nunca mais se reencontraria com ele.

“Eu quase não fui à praia naquele dia. Alguma coisa me carregou para lá. Um ano depois, para lembrar desse milagre, organizei o primeiro Dia das Crianças do Alto da Saudade”, conta Reginaldo. Fruto do acaso ou não, o evento chega à sua vigésima edição na tarde desta sexta-feira (12), com doação de brinquedos e atividades infantis, graças ao esforço de seu realizador.

O dia de Reginaldo começa cedo. Às quatro horas da manhã, ele já está na rua para “garimpar”, como gosta de falar, sua matéria prima. “Não gosto de chamar ‘catador’, porque o pessoal pensa logo que a gente é drogado. Prefiro dizer que sou garimpeiro, porque garimpeiro garimpa tudo. Muitas roupas e acessórios que uso achei no lixo, não tenho vergonha de dizer”, explica. Garrafas pet, cabos de vassoura e até resto de asfalto, nas mãos de Reginaldo, viram maracas, ganzás, balões e carrinhos. O trabalho com brinquedos artesanais surgiu como alternativa para complementar a renda familiar. “Antigamente, a luta para sobreviver era muito grande, se não fosse a maré aí embaixo para catar caranguejo, a gente não comia. Nunca tive emprego de carteira assinada, mas todo mundo tem uma criança dentro de si. Agora, vendo e exponho minha arte, a gente tem que transformar nossa dificuldade em criatividade”, coloca.

Reginaldo distribui cartas para os vizinhos e transeuntes pedindo doações para crianças carentes. (Chico Peixoto/LeiaJá Imagens)

Depois da criação do Dia das Crianças da comunidade, Reginaldo passou a conciliar o “garimpo” com uma prosaica distribuição de cartas. Em envelopes- curiosamente, específicos para transporte aéreo-, as letras ainda desajeitadas de quem retomou a quarta série em 2018, depois de décadas fora da escola, resumem os destinatários: “para meus amigos e pessoas de bom coração”. Em seu interior, uma folha ofício A4, formaliza: “Faça uma criança feliz doando um brinquedo”. “Muita gente critica, não sabe como é difícil pedir, ando para caramba. Vou encontrando amigos e conhecidos e dando as cartinhas. Quando eles não me entregam os brinquedos, dão dinheiro para eu ir comprar”, completa.

Quem garante o sucesso nas arrecadações é o prestígio do artesão na comunidade. Reginaldo causa euforia por onde passa por carregar, seja no carnaval de Olinda ou em outras celebrações importantes para o calendário da cidade, uma cruz, que sustenta a palavra “paz”, confeccionada com tampas de garrafas pet.

“Eu fiz a ‘paz’ para um evento chamado ‘Reciclando em Folia’, que não existe mais. De primeiro, eu só andava com a paz com medo, porque o homem é um predador. Se você sai com uma coisa muito forte, intimida”, coloca. Segundo o artesão, o coração vermelho feito de garrafas representa o amor que Maria teve por Jesus, enquanto a pombinha confeccionada com simplicidade, remete ao Espírito Santo. “O povo fala muito de sua cruz, mas não tem coragem de carregar. Jesus é o príncipe da ‘paz’, tenho força para carregar a minha cruz, porque ele está dentro de mim. Saio para todo canto com a ‘paz’ porque ela precisa ir a todos os lugares”, explica.

Reginaldo em uma das festas que promoveu. (Acervo pessoal)

Além de brinquedos, o Dia das Crianças de Reginaldo conta com doações de confeitos, refrigerantes e quase tudo que agrada a garotada. “Exceto armas de brinquedo, tipo revólver e espada. Com isso, nosso objetivo é o de semear a paz entre as crianças”, defende. Aos 55 anos de idade, Reginaldo demonstra preocupação com o debate político do país sobre facilitar a concessão do porte de armas. “Não devemos desmanchar o que foi construído. A gente vê o que acontece em outros países. Crianças entrando nas escolas e matando colegas, adultos devastando tudo no trabalho”, opina.

Dificuldades

Com bom humor, o artesão vence o cotidiano adverso. Quando volta do “garimpo”, Reginaldo precisa confeccionar os brinquedos em seu apertado ateliê, não à toa jocosamente apelidado por ele de “Tomara que Não Chova”. Em uma das ladeiras do Alto da Saudade, o cômodo é a único acesso para sua casa, que não possui porta para a rua. “Antigamente eu tapava, mas hoje em dia não tenho medo”, comenta.

As sessões de trabalho são organizadas entre tarefas domésticas como cozinhar e dar banho na esposa, Ceci, convalescente do segundo AVC que sofreu. “Fiquei quase sem condições de fazer a festa das crianças, mas existe luz no fim do túnel. Hoje está ruim, mas quando você acredita, amanhã fica bom”, crava. Constantemente abordado pelos pequenos, sedentos por informações do evento, Reginaldo contou com a ajuda dos amigos. “Tivemos pessoas doando material. O projeto das crianças é um direcionamento que Deus colocou na minha vida para promover a paz. A paz é tudo”, conclui.

No ateliê "Tomara que não Chova". (Chico Peixoto/LeiaJá Imagens)

Resgate dos brinquedos artesanais?

Reginaldo não é o único a acreditar nos brinquedos artesanais como forma de promover o desenvolvimento infantil. A comerciante Line Chian, do Mercado de São José, Centro do Recife, observa que alguns pais procuram artigos do gênero para presentear seus filhos. “Eles querem mostrar como se brincava na época deles e dar outras opções, que não sejam eletrônicas, aos filhos”, relata. A vendedora vizinha, Letícia Silva, discorda. “As crianças passam aqui e ficam muito interessadas, mas alguns pais não compram por medo de eles perderem o interesse se encontrarem um brinquedo mais moderno fora daqui”, acrescenta.

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Realizada no Centro de Convenções, em Olinda, Região Metropolitana do Recife, com dez dias de funcionamento a Fenearte já recebeu mais de 265 mil pessoas. Por conta disso, alguns expositores estão com pouquíssimas mercadorias para vender ao público que frequenta o espaço. Este sábado (14) é o penúltimo dia da feira, que se estende só até domingo (15).

Já no seu sétimo ano participando da Fenearte, o artesão Lindomar Isidoro, 40 anos, é uma das pessoas que antes mesmo do fim da feira já não tem muito material para oferecer aos consumidores. "Eu e meu pai trabalhamos com a madeira, fazemos bancos e vários produtos para decoração; nós já vendemos quase tudo", informa.

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Para ele, a 19ª Fenearte está sendo bem melhor do que foi em 2017. "Para se ter ideia, no penúltimo dia de feira do ano passado tínhamos mais mercadorias sobrando do que agora", enfatiza. Lindomar Isidoro veio de Petrolina para expor os seus trabalhos no local.

 

Sendo um dos poucos mestres artesãos que a apresentadora Fátima Bernardes, que foi à feira na última sexta (13), conversou e comprou algum dos seus produtos, Everaldo Cabral, 65 anos, chama a atenção de quem passa ao fazer as suas obras ao vivo, para quem quiser ver. "O pessoal me acha importante (por conta do trabalho) mas eu me acho normal, como qualquer um. A diferença é que eu sou um artista", explana Mestre Cabral, como é conhecido. "Ontem mesmo Fátima Bernardes veio aqui com o atual namorado dela (Túlio Gadelha) para comprar uma peça e as pessoas ficaram 'loucas'. Eu não acho ela maior ou melhor que eu", certifica o artesão. Ele complementa dizendo: "Ela é artista no ramo dela e eu no meu, trabalhando há 48 anos. Já rodei todo o Brasil e alguns países com as minhas obras", finaliza.  

 

Dispostas a conhecer e comprar alguma arte desses artesãos que se preparam durante todo o ano para as exposições, algumas senhoras, mesmo com suas limitações físicas, foram prestigiar o evento. Heloisa Dutra, 64 anos, natural de Minas Gerais, acredita que o local seja um encontro da cultura de Pernambuco. "Há mais de 5 anos que eu venho para a Fenearte. Eu acho esse momento maravilhoso, só estou achando as coisas uma pouco mais caras. Não sei se é isso ou estou ficando mais pobre", brinca.

Dona Francisca Minervina, 76 anos, que há mais de 50 anos deixou o Ceará para morar no Recife, há dois anos visita a feira com o propósito de prestigiar os produtos locais e da sua terra natal. "Eu amo artesanato. Mesmo com minhas dificuldades, resolvi sair de casa pra poder ver essa gente", diz Dona Francisca.  

Serviço

Neste sábado (14) e domingo (15), últimos dias da Fenearte, o público poderá ter acesso ao local das 10h às 22h 

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A família do artesão Geraldo Humberto de Carvalho, com cerca 55 anos, iniciou uma luta judicial para provar que Geraldo está vivo, depois de morto e enterrado. O artesão, depois de três meses desaparecido, reapareceu numa missa em ação de graças pelo aniversário de 23 anos da comunidade terapêutica Fazenda da Paz, no Piauí, de onde ele foi interno.

Geraldo de Carvalho fazia tratamento contra alcoolismo e desapareceu. Ele virou morador de rua e mendigo por três meses. A família, sem noticias, reconheceu um corpo no IML como sendo o do artesão, fez velório e sepultamento.

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O diretor da Fundação Fazenda da Paz, Célio Luiz Barbosa, informou que Geraldo foi acolhido novamente na instituição e está entrando no terceiro mês de tratamento contra a dependência química, que deve durar cerca de um ano. Ele disse que a família está muito abalada e não quer mais se expor sobre o caso.

A Fazenda da Paz disponibilizou assessoria jurídica para ressuscitar Geraldo de Carvalho juridicamente, inclusive em parceria com a Secretaria de Segurança Pública e da Secretaria de Assistência Social.

"Ele não está apenas morto. Está morto e enterrado. Tememos até que haja problemas pelo uso de documentos dele, porque pode parecer que está havendo uso de documentos falsos. Atualmente, ele é um morto vivo. Agora tem que provar que está vivo. E nascer de novo. Estamos correndo atrás e adotando os procedimentos jurídicos para trazer ele de volta a vida, juridicamente", explicou Célio Luiz Barbosa.

Ele disse que Geraldo não tinha nenhum problema físico ou mental. Ele apenas é um dependente químico e tinha o perfil para ser acolhido na Fazenda da Paz. Geraldo, segundo Célio Luiz, é um excelente artesão em arte sacra em madeira. Ele poderia viver numa situação confortável, se não fosse a dependência do álcool, que o fez perder tudo e virar morador de rua.

O artesão foi resgatado pelo Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP), bem debilitado, mas sem doenças física ou mental.

"Agora ele tem que recuperar os documentos. Ele não, a família, porque ele não existe mais. Tem que fazer exames e todos os trâmites legais. O artesão reapareceu no dia 26 de junho, durante uma missa pelo aniversário de 23 anos da Fazenda da Paz, na catedral de Nossa Senhora das Dores, quando foi reconhecido por uma senhora. Ela tinha ido ao velório e ao sepultamento, é amiga da família", informou o diretor da Fazenda da Paz.

Em relação ao homem enterrado como sendo Geraldo Humberto de Carvalho ainda não tem identificação e nem se sabe se será feita a exumação do corpo para fazer outro tipo de identificação. A família tinha reconhecido o corpo por característica físicas, como o fato de ser careca.

Segue até o dia 12 de maio as inscrições para 18ª Feira Nacional de Negócios e Artesanato (Fenearte) dos artesãos vinculados ao Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Artesanato do Recife (Prodarte). A feira, que vai acontecer de 6 a 16 de julho, será realizada no Centro de Convenções de Pernambuco.

Os interessados devem realizar a inscrição na sala do Prodarte, localizada no térreo do edifício da Prefeitura do Recife, até o período estipulado, das 8h às 12h e das 14h às 17h. Na ocasião, os artesãos precisam apresentar entre três e cinco produtos para serem avaliados por uma curadoria especializada no assunto. Para obter mais informações, os profissionais podem entrar em contato com o Programa através do telefone  (81) 3355-8755 ou 3355-9045.

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Criar, renovar e se reinventar. Diariamente, os profissionais tentam utilizar estratégias para ganhar mais destaque em seu trabalho. Essa necessidade é ainda mais latente no mundo da arte, no qual a criatividade precisa ser ainda mais aflorada pelos artistas.

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Foi a partir dessa perspectiva que o artesão França Filho conseguiu se reinventar e, atualmente, aposta na transformação de lixo em obras de arte que chamam a atenção do público que passeia na Fenahall, feira de artesanato realizada no Classic Hall, em Olinda, até o próximo domingo (15). São portas, cadeiras, mesas, guarda roupa, janelas que ganham cores, beleza e formatos diversos pelas mãos de França.

O artista recifense, que também é músico, começou pintando telas. Após 15 anos, ele percebeu que precisava se reinventar, através dos seus próprios traços. "Senti que podia fazer diferente! E foi a partir da necessidade social que apostei no lixo para mudar a minha vida e das pessoas que estão ao meu redor", falou. "A essência do meu trabalho é garimpar objetos jogados no lixo e posteriormente fazer uma grande intervenção em sua estrutura. Por exemplo, as 'pernas' das cadeiras velhas se transformam em peças decorativas. Até cápsulas de café podem ser adaptadas em um belo colar", exemplificou França.

Segundo o artesão, quando ele fala em mudar a vida das pessoas, a ideia vai muito além do físico. "As pessoas estão cada vez mais jogando as coisas no lixo, muitas vezes sem avaliar se o objeto serve para outras utilidades, ou seja, tudo é descartável. Sinceramente, eu penso que podemos alterar essa percepção e recriar o mundo que está ao nosso redor", contou.

O artista está expondo suas peças na Fenahall. Os valores das obras variam de R$ 15 até R$ 2 mil. Ainda conforme o artesão, durante as duas semanas de exposição na feira é possível arrecadar até R$ 20 mil.

Serviço

Fenahall

R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada), à venda no local

Classic Hall (Avenida Agamenon Magalhães, s/n, em Olinda)

(81) 3207.7500

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--> FenaHall apresenta novos expositores e ala dos mestres

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Na tarde desta sexta-feira (6), o Classic Hall, em Olinda, abriu as portas para a 14ª edição da FenaHall. Em 2017, a feira de artesanato reúne 220 expositores locais, nacionais e internacionais. A expectativa de público é de 100 mil visitantes durante o período de exposição, que segue até o dia 15 deste mês.

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De acordo com o coordenador geral do evento, Leonardo Cavalcanti (foto à esquerda), mesmo em tempo de recessão, o evento trouxe novidades e mudou a estratégia de divulgação com o intuito de aumentar o número de visitantes. "Este ano, a feira apresenta novos estandes com peças de estados que nunca estiveram na região, como o do Rio Grande do Sul, nacional e o de Stambul, que é internacional", falou Cavalcanti.

Além dos novos expositores, o público vai poder conferir uma área reservada para alguns mestres pernambucanos. Entre eles estão Elias Sultanum, Paulo Francisco, Thiago Amorim, Neilton Menezes e Titino. A aréa dos mestres está organizada no palco do Classic Hall.

Ainda conforme Cavalcanti, a organização da FenaHall espera aumentar em 5% o faturamento dos artesãos em relação ao ano passado, o que representa a aproximadamente R$ 2 milhões. Para isso, a estratégia foi investir em ações para mobilizar o público e ultrapassar em 12% o número de visitantes. "Desta vez, começamos as divulgações 30 dias antes do previsto para atingir o público alvo e consequentemente alcançar a expectativa citada", disse.

Para o artesão França Filho, a feira é uma ótima oportunidade para movimentar o seu trabalho e consequentemente, sua renda. "Participo do evento há oito anos e mesmo sendo um período difícil é possível apurar R$ 10 mil nesses dias de exposição", concluiu o artesão, especialista em transformar lixo em arte.

O público ainda pode conferir as aréas de gastronomia e infantil, que ficam próximas ao palco onde acontecem apresentações culturais e shows de artistas locais. A entrada de acesso para a feira custa R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). 

Serviço

Fenahall

R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada), à venda no local

Classic Hall (Avenida Agamenon Magalhães, s/n, em Olinda)

(81) 3207.7500

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Após vários anos dedicados ao ramo da construção civil, na Refinaria Abreu e Lima, situada na Complexo Portuário de Suape, em Pernambuco, o pedreiro Valmir da Silva acreditou que o trabalho iria perdurar por muito tempo. Entretanto, a sua realidade mudou, e o que era um sonho se tornou um pesadelo quando ele foi desligado da empresa e passou a integrar a relação dos mais de 40 mil trabalhadores que foram demitidos na região.

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Depois do baque, a solução foi correr atrás de um novo emprego, mas não foi fácil e a crise econômica só atrapalhou. Foram meses a procura de oportunidade, sem sucesso. “Passei muito tempo entregando currículo, visitando as empresas, porém não tive nenhum resultado positivo. Sem vaga, sem solução, sem dinheiro”, falou Valmir. Desiludido, o pedreiro enxergou uma nova oportunidade de negócio, inusitadamente.

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“Um certo dia, minha mulher viu na internet um pneu em formato de arara totalmente pintado e muito bonito. Foi quando eu falei que podia fazer igual e comecei a criar objetos de decoração e móveis”, falou Silva, que desde então, migrou para a área artística e há três anos é artesão no município de Jaboatão dos Guararapes - Região Metropolitana.

Foi a partir da dificuldade que Valmir Araras descobriu o dom reciclar objetos em desuso, como pneus e garrafas de plástico, e transformar em produtos para comercializar. “Passei por muitos problemas, triste e sem rumo, por muito tempo, só pude contar com os amigos e a família que divulgaram o meu trabalho”, contou o artesão.

Com o sucesso, Valmir foi convidado para participar da Feira Nacional de Negócios e Artesanato (Fenearte), após o primeiro ano de atuação, mas não estava preparado ainda. “Fui orientado pelo Sebrae, mas tinha uma quantidade de peças suficientes para colocar no estande. Foi aí que tive que recolher alguns objetos, já vendidos, para colocar como mostruário e conseguir receber encomendas”, lembrou o artista satisfeito.  

Participando da 17ª edição da Feira, Valmir Araras dispõe de diversas peças, são poltronas, cadeiras, arranjos e peças decorativas que podem ser adquiridas por valores que variam de R$ 50 a R$ 600. A Fenearte funciona durante a semana das 14 às 22h e aos sábados e domingos das 10h às 22h. Os ingressos custam R$ 12 (inteira) e R$ 6 (meia) de sexta a domingo e R$ 10 e R$ 5 de segunda a quinta-feira.

Senadores e deputados federais lançarão nesta sexta-feira (10), na 16ª Feira Nacional do Negócio do Artesanato (Fenearte), a Frente Parlamentar Mista em Defesa do Artesão. A solenidade que contará com os senadores Douglas Cintra (PTB-PE) e Fátima Bezerra (PT-RN) e a deputada Luciana Santos (PCdoB-PE), será realizada às 10h, na Sala Petrolina do Centro de Convenções, em Olinda.

O colegiado formado por 207 parlamentares tem como objetivo agilizar a aprovação do Projeto de Lei que regulamenta a profissão de artesão, o PLS 7755/2010. Originária do Senado e em tramitação na Câmara dos Deputados, a proposta permitirá eliminar a alta informalidade no setor.

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O debate da profissão de artesão, promovido pela Comissão de Cultura e pela Frente em Defesa da Cultura da Câmara dos Deputados, deu o que falar. Iniciado com uma hora de atraso, às 10h desta terça-feira (9), no Teatro do Brum, localizado no Centro de Convenções, em Olinda, reuniu à mesa a Deputada Luciana Santos (PCdoB), o presidente da Fundação de Cultura do Recife, Roberto Lessa, a curadora da Fenearte, Patrícia Lessa, a secretaária da Secretaria da Micro e Pequena Empresa do Governo Federal, Cícera Rolim, o Secretário da Secretária de Economia Criativa do Ministério da Cultura (Minc), Geraldo Horta e, como representante dos artesões, Isabel Gonçalves.

Durante a conferência, assuntos como a criação da Carteira Nacional do Artesão, do Registro Nacional do Artesanato, linhas de crédito especiais, incentivo à exportação e muitos outros. Mas, foi a questão da valorização da profissão que levantou mais polêmica. Na metade da apresentação, enquanto Gilberto Horta falava, a plateia começou a aplaudir fortemente o secretário para que o discurso fosse encerrado. Sem entender muito bem a reação, a deputada Luciana intercalou os representantes com depoimentos dos artesãos. Ao ver a oportunidade, a presidente da Federação dos Artesãos do Espirito Santo, Graça Campos, pediu o microfone e falou da necessidade de regulamentação da categoria. Após a solicitação, Isabel Golçalves foi à bancada e, em defesa dos trabalhadores, gritou "Regulamentação já para que as políticas cheguem até nós. E isso nós vamos gritar no Congresso, do Espirito Santo. A nossa luta é a resistência", afirmou.

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A vice-presidente do Sindicato dos Artesões dos Municípios da Região Metropolitana do Recife (Sinderem), Ivanilda Morais, mais conhecida como Vani Mariss, diz que "o debate representa um grande passo para os artesãos. Antes as leis vinham de cima para baixo. Eles decidiam o que achavam melhor e empurravam guela abaixo. Agora, nós estamos tendo a oportunidade de decidir sobre nós mesmos", ressaltando o fato de que é preciso despertar o orgulho na categoria. "Não precisamos de política assistencialista, precisamos de política valorativa. Muitos não se dão o valor e não gostam de se afirmar como tal no âmbito profissional". O artesanato é uma arte milenar, como muito bem citado por Geraldo Horta. É tradição e transmitida por família. É uma profissão muito antiga e que merece o seu reconhecimento, principalmente quando se tem 8,5 milhões de pessoas trabalhando com artesanato. "Eu sou geóloga de formação, mas hoje atuo como artesã por opção", orgulhasse a vice-presidente da Sinderem.

Com excluisividade para o Portal LeiaJá, o artesão Nivaldo Jorge fala sobre a realidade do setor:

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Um projeto de lei está sendo analisado pela Câmara dos Deputados, que busca criar o Estatuto do Artesão. A ideia é definir a profissão e autorizar o Poder Executivo a criar o Conselho Nacional do Artesanato e o Serviço Brasileiro de Apoio ao Artesanato. A proposta é da deputada Gorete Pereira (PR-CE).

De acordo com a Agência Câmara de Notícias, o texto define três tipos de atividade artesanal: arte, ofício e produção e confecção tradicional de bens alimentares. Além disso, ele define o artesão como o trabalhador que desempenha uma atividade artesanal, em caráter habitual e profissional, dominando o conjunto de saberes e técnicas a ela inerentes. Segundo o texto, para que o indivíduo se encaixe na definição, é exigido que ele tenha sentido estético e perícia manual.

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Já existe um documento que lista 160 atividades consideradas como artesanato, tais como fabrico de redes e de carvão, gravura em madeira e tecelagem. A meta é que elas devam ser regulamentadas no prazo de 180 dias após a publicação da lei. O projeto ainda aponta que o trabalhador, para exercer a profissão, terá que requerer registro nas Delegacias Regionais do Trabalho, que emitirão o Registro Profissional do Artesão. Segundo o texto, a validação do documento deverá ser feita a cada três anos.

A autora do projeto destaca que o artesanato é um forte segmento que ajuda a fortalecer a economia das diversas regiões. “No Ceará, por exemplo, a atividade artesanal constitui uma forma alternativa de incentivo à economia local. Ela assegura a preservação da cultura local e a geração de emprego e renda para muitas famílias. Muitas pessoas encontram no artesanato uma forma de garantir a própria sobrevivência”, explica Gorete, conforme informações da agência.

O projeto ainda será analisado em caráter conclusivo e em regime de prioridade. As comissões de Educação e Cultura, Trabalho, de Administração e Serviço Público, Finanças e Tributação, e Constituição e Justiça e de Cidadania são responsáveis pela análise.

Com informações da Agência Câmara do Notícias             



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