A Universidade da Amazônia (Unama) está oferecendo oficinas de costura e bordado básico durante o mês de julho. As atividades ocorrem no laboratório do curso de Moda do campus Alcindo Cacela e contam com a participação de alunos do ENACTUS da Universidade Federal do Pará (UFPA) e dos alunos da graduação em Moda da Unama.
A proposta do projeto “Costuraê”, desenvolvido pelos integrantes do ENACTUS, é qualificar mulheres em situação de vulnerabilidade social por meio da costura. Para Helena Sousa, estudante de economia e integrante do ENACTUS, a importância das oficinas se dá, sobretudo, na renda extra. “Muitas delas já falaram que, com essa oficina, pretendem abrir um ateliê ou se juntar com as amigas pra ter uma própria lojinha, vender, e isso é muito importante para elas porque dá um pouco mais de independência”, explicou Helena.
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Além da oficina de corte e costura, o Costuraê já elaborou outras duas, de modelagem e crochê, e pretende se expandir ainda mais. Todo o processo de seleção ocorreu em parceria com o CRAS do Guamá, que divulgou o curso e inscreveu as mulheres. Juliana Reis é uma delas. “Eu não sabia nem enfiar a linha na agulha”, conta Juliana. Ela explicou que, devido à falta de recursos da ilha onde vive, os moradores são obrigados a recorrer à cidade, e revela seu sonho de criar seu próprio ateliê. “Lá na ilha não tem costureira, então eu quero me profissionalizar. Isso aqui foi uma porta que se abriu pra mim e eu estou agarrando com todas as forças”, revelou.
O professor Fernando Hage, coordenador do curso de Moda da Unama, contou que a relevância do curso foi fundamental na parceria com o ENACTUS – UFPA. “Quando surgiu a vontade deles de fazer um curso de profissionalização na área de vestuário e confecção, eles vieram atrás do curso de Moda da Unama, por ter uma tradição. A gente já tem 10 anos de curso, as pessoas conhecem a estrutura que a gente tem. Então é uma forma de trazer um retorno pra comunidade de algo que a gente produz, de um espaço que a gente tem na instituição e que fica de certa forma obsoleto durante as férias”, justificou o professor.
Ao mesmo tempo em que aconteciam as aulas de corte e costura, realizava-se a oficina de bordado. Diferentemente da de costura, que tinha como foco mulheres, a oficina de bordado não tem um público específico, podendo participar homens e mulheres de diferentes idades. Nathalia Fonseca, estudante de Moda, participou da primeira classe de bordado e gostou tanto que agora é monitora. “A minha primeira dificuldade foi ter a paciência de ficar fazendo tudo certinho, porque às vezes dá nó e é preciso desmanchar tudo. Mas quando você pega a prática e gosta, você vai treinando até aprender a ter paciência”, explicou.
Para Rafaela Silva, criadora da oficina e estudante do 6º semestre de Moda, a ideia de fazer uma classe de bordado se deu devido a um curso que fez pelo Pronatec que tinha ênfase na técnica. “O bordado é uma espécie de designer têxtil e como no meu TCC eu estou falando de bordado, fiz um curso pelo Pronatec que era tudo sobre o designer a mão, então dei essa proposta para o professor de trazer esse curso do bordado a mão pra cá”, relatou a estudante. A aceitação da técnica pelos colegas e o incentivo para a criação de uma aula específica geraram a primeira oficina. ”Eu sempre falava para um colega ou outro sobre o bordado de costura e eles achavam bacana e queriam. Na segunda, a gente pensou em fazer algo mais aberto, pra trazer quem quer conhecer essa técnica. A galera gostou, se interessou mesmo e compareceu”, disse.
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