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Na manhã desta segunda-feira (28), o Procon-PE, a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) e a Polícia Militar estiveram em Nazaré da Mata para fiscalizar algumas sedes de agremiações. Chegando na Zona Norte do Estado, os fiscais encontraram os locais fechados, cumprindo assim os protocolos de segurança em combate à pandemia da Covid-19.

Foram visitadas as agremiações Maracatu Estrela Brilhante, O Amunam, Maracatu de Baque Solto Cambinda Brasileira, Águia Misteriosa, Maracatu Beija Flor e Jacaré em Folia. A Praça do Caboclo, onde são realizadas as apresentações dos grupos, no município, também foi inspecionada.

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Além de Nazaré da Mata, as equipes envolvidas no supervisionamento estiveram presentes também, no último final de semana, em Pesqueira e Bezerros.

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprovou, nesta quarta-feira (16), em duas votações no plenário, o auxílio emergencial do Carnaval. O projeto foi encaminhado pelo Poder Executivo e deve contemplar 517 profissionais e agremiações do Estado. A proposta agora segue para a sanção do governador Paulo Câmara (PSB). 

O recurso do Auxílio Emergencial Ciclo Carnavalesco de Pernambuco chega no momento em que as festividades de Momo foram suspensas pelo governo do Estado em função da pandemia do coronavírus.

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O repasse deverá ocorrer em parcela única e corresponderá a 80% do último cachê pago pela Fundação do Patrimônio Artístico de Pernambuco (Fundarpe) ou pela Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), respeitando os limites mínimos e máximos estabelecidos.

Outra exigência para liberação do recurso é que o artista ou agremiação tenha sido contratado pelo Estado em pelo menos uma das edições dos ciclos carnavalescos realizados de 2018 a 2020.

De acordo com a justificativa do governo, a decisão de suspender as atividades do Carnaval e cancelar o feriado nesse período busca evitar o aumento dos índices de contaminação do Coronavírus e conter o avanço da variante Ômicron.

“A aprovação desse projeto atenderá os profissionais que, há dois anos, estão precisando dessa atenção, em virtude do momento de pandemia, quando se torna impossível a realização dos nossos eventos carnavalescos que atraem turistas de todo o mundo”, disse o presidente da Alepe, deputado Eriberto Medeiros (PP).

Representando a Comissão de Educação da Alepe, a deputada Teresa Leitão (PT) comentou que a suspensão do Carnaval prejudicará de certa forma os trabalhadores, mas trata-se de uma decisão necessária em defesa da vida dos pernambucanos.

Para o presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico da Alepe, deputado Erick Lessa, a situação atual da pandemia e o avanço dos casos de Covid exigem de todos sensibilidade para minimizar as dificuldades financeiras da classe artística do Estado. “O momento exige que nós encontremos alternativas que minimamente possam dar suporte aos trabalhadores”, afirmou Lessa.

*Da Alepe

A falta do Carnaval no ano de 2021 causou sentimentos conflitantes entre os brasileiros. Por um lado, a ciência da gravidade da pandemia do novo coronavírus e da necessidade de conter o avanço dos números de infecção, conformou aqueles que esperam ansiosos pela maior festa do país. Por outro, a saudade de botar o bloco na rua fez o ciclo passar envolto em lágrimas e melancolia. 

Já outra parte significativa da população acrescentou ao mix de sentimentos a preocupação. Os trabalhadores da cadeia produtiva do carnaval se viram sem ter como gerar a renda de um ano inteiro e a busca por ajuda foi inevitável. No Recife, o anúncio de um auxílio emergencial - o AME Carnaval do Recife -, feito no início do mês de fevereiro pelo prefeito João Campos (PSB), surgiu como bálsamo para essa classe de profissionais. No entanto, dificuldades enfrentadas para o acesso ao benefício e disparidades entre os valores oferecidos transformou o alívio em tormento.

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Integrantes de agremiações carnavalescas da capital pernambucana, que preferiram não se identificar,  procuraram o LeiaJá para relatar suas dificuldades. Segundo eles, a comunicação com a Prefeitura do Recife (PCR) tem sido bastante difícil e aqueles que estão encontrando dificuldades em fazer seu cadastro na plataforma do AME acabam ficando sem respostas. Além de e-mails e telefonemas que não são respondidos, atendentes que se dispõem a falar com os trabalhadores para sanar suas dúvidas não o fazem a contento. “A gente tem que recorrer ao suporte técnico que não funciona bem. Tem grupos que quando conseguem falar, o cara faz: ‘leia o edital’. Mas se o número é pra dar ajuda às pessoas que não estão conseguindo, pra que o cara atende e manda ler o edital?”.

O problema é maior em grupos que são liderados por idosos. “Existe uma dificuldade com agremiações que não têm muita experiência com computador e tudo é feito pela internet. E eles não permitem que as associações representem as agremiações sabendo que muitas delas são lideradas por senhores que não tem familiaridade com internet”. Além disso, uma aparente desorganização no sistema de inscrições está preocupando os grupos quanto ao recebimento do benefício: “O representante de um grupo não estava conseguindo se inscrever, mandou e-mail, ligou, foi até à Prefeitura para pegar informação e descobriu que o grupo já estava inscrito, sendo que o responsável era ele”. 

Outros critérios do edital como o veto do benefício à agremiações que tenham como representante alguém com vínculo empregatício com entidades da administração pública ou empresas privadas, e ainda, os que definem o valor a ser recebido têm intrigado a classe. “Aqueles que participaram do concurso (oficial do Carnaval da cidade) receberão 50% da subvenção, os que não participaram e só fizeram alguma apresentação vão receber o valor baseado no último cachê recebido, então alguns grupos receberão valores bem inferiores e outros valores maiores. É como se fosse: ‘olhe, a gente pelo menos tá fazendo alguma coisa, aceite do jeito que está’”. 

O AME foi anunciado no início de fevereiro como uma medida emergencial para minimizar os impactos financeiros, causados pela não realização do Carnaval em 2021, entre os trabalhadores da folia. O plano é destinado à agremiações e artistas, sediados na capital pernambucana, que se apresentaram no ciclo carnavalesco de 2020 e visa o repasse de cerca de R$ 4 milhões para cerca de 160 agremiações e 900 atrações artísticas. 

Em resposta ao LeiaJá, confira o que diz a gestão:

Durante todo o período de inscrições, está funcionando um atendimento presencial no térreo do prédio sede da Prefeitura do Recife, para pessoas com deficiência ou que não puderem realizar a solicitação pelo site. Apesar do agravamento da pandemia em todo o país, que exigiu dos poderes públicos medidas de controle sanitário mais severas, entre elas o rodízio de servidores e a restrição do acesso ao público à sede da Prefeitura do Recife, implementadas esta semana, o atendimento presencial para as inscrições do AME foi preservado, devido à importância e urgência do serviço prestado.

Em respeito aos protocolos sanitários, o acesso do público é limitado e precisa ser agendado pelos telefones: (81) 3355-8582 e (81) 3355-9013, também disponíveis, de segunda a sexta, das 9h às 17h, para esclarecimento de dúvidas. A Prefeitura do Recife disponibiliza ainda o e-mail para prestar informações. O cadastro deve ser feito por um representante de cada atração/agremiação que se apresentou no Carnaval 2020. No caso das agremiações carnavalescas que, obrigatoriamente, farão sua inscrição através do próprio CNPJ, o seu representante será, automaticamente, o seu responsável legal.

Uma mesma atração/agremiação não pode ter dois representantes, assim como um mesmo CNPJ ou CPF não poderá ser informado para representar mais de uma agremiação/atração. Em caso de duplicidade ou desencontro de informações, as agremiações/artistas envolvidos são contactados para esclarecimentos.

Criado pela Prefeitura do Recife para amparar os trabalhadores e trabalhadoras da cadeia criativa do Carnaval e da cultura, uma das mais impactadas pela pandemia e pela necessidade de suspensão de eventos e aglomerações, o Auxílio Municipal Emergencial (AME) - Carnaval do Recife equivale a 50% do valor máximo unitário de cachê, para atrações artísticas, ou de subvenção, para agremiações, tendo por base o Carnaval 2020, respeitando o teto de R$ 10 mil para cada beneficiado.

O cálculo para definição do valor do auxílio para cada agremiação/atração beneficiada é feito a partir do valor unitário de subvenção ou de cachê recebidos no Carnaval do ano passado. Para atrações, será considerado o maior valor de cachê recebido, desde que não ultrapasse o teto máximo estabelecido, de R$ 10 mil. Já o auxílio pago às agremiações será calculado a partir do valor da subvenção recebida no Carnaval 2020.

A partir da próxima segunda-feira (22), cerca de 160 agremiações e 900 atrações artísticas - entre cantores, bandas, orquestras e grupos de dança - aptas a receber o Auxílio Municipal Emergencial (AME) poderão realizar as inscrições até o dia 9 de março, pela internet.

O AME vai assegurar R$ 4 milhões para amparar a cadeia produtiva e criativa do ciclo carnavalesco da cidade, impactada pela suspensão do Carnaval por conta da pandemia da Covid-19. 

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A Secretaria de Cultura e a Fundação de Cultura do Recife publicaram o extrato com os termos gerais do auxílio neste sábado (20), no Diário Oficial do Recife. A Chamada Pública com o detalhamento das informações está disponível no site da Cultura do município.

Segundo a Prefeitura do Recife, a divulgação das inscrições validadas está prevista para o dia 20 de março, com a publicação do resultado final no dia 30 de março - após prazo para apresentação e avaliação de eventuais recursos.

O AME equivale a 50% do valor máximo unitário de cachê, para atrações artísticas, ou 50% da subvenção, para agremiações, tendo por base o Carnaval de 2020, respeitando um teto de R$ 10 mil para cada pagamento. Nenhuma contrapartida obrigatória será exigida aos contemplados pelos recursos.

Para possível contemplação, as agremiações e atrações artísticas precisam estar sediadas no Recife e ter integrado a programação oficial do Carnaval 2020, promovido pela capital pernambucana. 

A PCR confirma que durante o período de inscrições irá funcionar um atendimento presencial extraordinário no térreo do prédio da prefeitura para pessoas com deficiência ou que não puderem realizar a solicitação pelo site. Para isso, será necessário o agendamento através dos telefones: (81) 3355-8582 e (81) 3355-9013, das 9h às 17h. 

No ano em que o Carnaval ficou impossibilitado de acontecer, por conta da pandemia do novo coronavírus, as lives despontaram como alternativa e alento para aqueles que são apaixonados pela folia. Em Pernambuco, blocos tradicionais como Elefante de Olinda, Cariri e Homem da Meia-Noite, se prepararam para levar até o folião, através da internet, um pouquinho do que é visto e vivido nas ruas do Recife e Olinda durante o ciclo carnavalesco. A programação, no entanto, foi atravessada por um anúncio do Governo do Estado, feito na última quarta (10), proibindo a realização de lives com mais de 10 pessoas em sua produção. A determinação pegou as agremiações e os foliões de surpresa, gerando frustração e revolta. 

Durante coletiva de imprensa, transmitida pelas redes sociais do Governo de Pernambuco na última quarta (10), o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, informou que as lives de Carnaval não poderiam ser realizadas caso ultrapassassem o quantitativo de 10 pessoas em sua produção, com base no decreto Nº 49055, de maio de 2020. O secretário assinalou uma preocupação tanto quanto ao número de pessoas envolvidas nesses eventos online quanto ao risco de aglomeração de foliões nas áreas externas dos locais de transmissão. 

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Pedro Eurico também frisou que serão aplicadas sanções em caso de descumprimento da determinação. "Não estamos fazendo isso porque odiamos os artistas, porque não queremos que as pessoas se divirtam, não, se divirtam dentro de suas casas. Aqueles que tentarem afrontar as determinações do governo, nós vamos aplicar os dispositivos do código penal brasileiro, artigos 268 e 330. As pessoas vão responder criminalmente pelas suas ações”. Tais artigos tratam da desobediência de ordens de funcionários públicos, sobretudo às destinadas a impedir propagação de doença contagiosa e preveem detenção de 15 dias até um ano, além de multa. 

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A medida, anunciada poucos dias antes do ‘início’ do Carnaval de 2021, segundo o calendário, pegou agremiações e foliões de surpresa. A proibição frustrou as comemorações do centenário da Troça Carnavalesca Mista Cariri Olindense que faria sua live de aniversário na segunda (15). “A gente entende a necessidade das medidas restritivas para conter o avanço da Covid, mas meio que não entende porque passar essa informação tão em cima da hora para que a gente não se organizasse, não pensasse em um plano B, uma alternativa, com segurança, com distanciamento, enfim. Vamos seguir o protocolo, vamos cancelar a programação que a gente tava prevendo. Vamos suspender isso, nos readequar a alguma atividade com até 10 pessoas. Estamos pensando nesse formato ou mesmo cancelar tudo e realmente guardar toda essa celebração do centenário do Cariri para tão logo a gente possa se reunir “, disse, em entrevista ao LeiaJá, o diretor de comunicação da agremiação, Hilton Santana.

O diretor do bloco, um dos mais tradicionais do Carnaval de Olinda, afirmou também que o “sentimento de tristeza” por não poder celebrar os 100 anos da troça na rua, em meio ao Carnaval, já havia sido “superado” pelo entendimento da gravidade do momento e a necessidade de cuidar da saúde coletiva. Porém, a impossibilidade de festejar, mesmo que à distância, deu lugar a outra sensação: a frustração. “Nos 45 do segundo tempo ver o pouco de celebração que a gente ia ter do nosso centenário sendo cancelado assim de uma forma inesperada, é realmente frustração. A gente se sente muito frustrado, acredito que não só a gente como o nosso folião, outros carnavalescos também que tinham suas lives programadas, o sentimento é de frustração mesmo”. 

O Cariri Olindense ia celebrar seu centenário com uma programação online. Foto: Reprodução/Instagram

Já a diretoria do Clube Carnavalesco Misto Elefante, bloco cujo hino tornou-se um dos símbolos do Carnaval olindense, está “analisando juridicamente suas possibilidades” e ainda não definiu como irá proceder. O bloco havia programado uma ‘saída simbólica’ com uma live no domingo (14), mesmo dia em que ganha as ladeiras no período momesco. “Não temos nenhum intuito de desrespeitar decretos, sobretudo porque a despeito do poder público ter deixado literalmente para as vésperas do Carnaval para tomar uma decisão, nós do Clube já havíamos decidido não ir às ruas, por entendermos que a saúde das pessoas vem em primeiro lugar”, explicou Juliana Serretti, uma das diretoras do clube. 

No entanto, Juliana aponta algumas incongruências no discurso de Eurico que, segundo ela, vai de encontro a uma determinação do Ministério Público de Pernambuco (MP) expedida na última terça (9).  A diretora cita os artigos 14 e 13 do decreto 49055, de maio de 2020, que determinam a proibição de eventos particulares com mais de 10 pessoas e liberam eventos culturais com até 150, respectivamente.

“O secretário citou o artigo errado para dizer que a live estava proibida. Ele poderia ter citado o parágrafo 5º B do decreto 50052, que diz que eventos carnavalescos estão proibidos. Uma live é um evento carnavalesco. Só que tem esse ofício do MP que o procurador enviou para o próprio Pedro Eurico falando que live não estava abarcada na interpretação do 5B. Se a live não está abarcada de acordo com o próprio MP, se o artigo 13, parágrafo oito, do mesmo decreto do artigo 14 que ele cita permite evento cultural com até 150 pessoas e se o decreto está em pleno vigor, por que a gente não pode fazer? O governo diz uma coisa, o decreto que o governo cita diz outra, o MP diz outra”, explica a diretora.

A live do Elefante ia arrecadar recursos para os trabalhadores do Carnaval. Foto: Reprodução/Instagram

Serretti também diz que tanto o Elefante quanto outras agremiações foram notificadas pelo Procon, na última quinta (11), que orientou que os blocos seriam punidos caso descumprissem as determinações, e reclama da falta de diálogo por parte da gestão. “A gente meio que sofreu ameaça até do Procon, o governo não estabeleceu diálogo com nenhuma agremiação, quando vieram falar com a gente foi através daquele comunicado que Pedro Eurico cita o artigo errado e além disso a gente fica recebendo notificação meio que sendo intimidado. É muito desrespeitoso, isso tudo às vésperas do Carnaval, isso é inacreditável. Existiu sim uma falta de respeito, no mínimo uma negligência”.

A live do Elefante, assim como algumas outras que estavam previstas, visavam a arrecadação de recursos que seriam destinados aos trabalhadores da cadeia produtiva do Carnaval. Juliana cita diversos profissionais, como catadores, ambulantes e costureiras, entre outros, que dependem da renda proveniente da festa  para sobreviver e não serão contemplados pelos auxílios emergenciais anunciados na última semana pelas prefeituras do Recife e de Olinda e pelo Governo do Estado.

“Essas lives que a gente tá fazendo não é porque a gente quer aparecer, ou porque a gente quer afrontar a lei, não é nada disso, é porque os trabalhadores estão precisando e o governo não fez política pública para esse pessoal.  O Carnaval não é só agremiação e artista, é muita gente que depende dele. A gente fez essa live pra ajudar, não vai ficar nada pro clube, até porque a gente não lucra nada com Elefante. É mais fácil eu gastar dinheiro do que lucrar com Elefante. A gente faz por amor. O poder público proíbe (as lives) e não faz a política pública que precisa fazer, assim fica complicado”, lamenta a diretora. 

Cancelamentos

Com a proibição, diversos eventos carnavalescos online foram cancelados, com exceção dos que estavam previamente gravados, a exemplo do festival RecBeat, que será exibido no domingo (14), e da programação do Galo da Madrugada, neste sábado (13).  A esperada saída do Homem da Meia-Noite, que aconteceria ao vivo também no sábado (13), será readequada e gravada para ser exibida no mesmo horário já agendado previamente, às 23h, pelas redes sociais do clube e pela televisão. 

A Troça Carnavalesca Mista Causa Ganha também cancelou sua live e postou um comunicado oficial em seu Instagram. “Repudiamos a forma equivocada e desrespeitosa do Estado de Pernambuco que após um ano de pandemia e produções desses conteúdos deixou para tomar uma decisão violenta na semana dos eventos demonstrando um despreparo e falta de consideração a toda classe artística, sem apresentar aos organizadores nenhuma reparação”. 

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Na última quinta (17), o Governo de Pernambuco oficializou sua posição quanto à realização do Carnaval no ano de 2021. Em coletiva de imprensa realizada pelas redes sociais, o secretário de saúde do Estado, André Longo, anunciou a suspensão do ciclo carnavalesco em Pernambuco, no próximo ano, devido ao aumento dos números da pandemia do novo coronavírus em solo pernambucano. Na data do anúncio, o Estado contabilizava 203 mil diagnósticos de Covid-19 e 9.361 mortes pela doença. 

A decisão dos gestores pernambucanos, no entanto, não causou muita surpresa na população. Outros Estados brasileiros, com Carnavais tradicionais como o de Pernambuco, já haviam decidido pela não realização da festa em 2021, a exemplo da Bahia e Rio de Janeiro; bem como São Paulo e Brasília. O aumento nos números da pandemia e na ocupação de leitos nos hospitais locais, além da incerteza quanto à data da chegada da vacina contra a Covid no país também davam indicativos da suspensão dos festejos momescos. 

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Com a decisão assinada, resta agora aos fazedores de Carnaval se articularem para que o ano não seja totalmente perdido. Para esses profissionais, a festa representa muito mais do que folia, garantido-lhes o sustento da família e provisões para além do período carnavalesco. O Carnaval de Pernambuco é considerado o quinto maior do país em faturamento e, só no Recife, o ciclo momesco de 2020 rendeu ao município R$ 1, 4 milhão. 

Em entrevista ao LeiaJá, Rafael Nunes - presidente da Federação das Escolas de Samba de Pernambuco (FESAPE), da Liga Nordeste das Escolas de Samba, da Escola de Samba Pérola do Samba e ainda, vice-presidente da Federação Nacional das Escolas de Samba (Fenasamba)  -, disse concordar com a decisão do governo, que ele classifica como “racional”. O carnavalesco contou que a suspensão já era esperada dentro do seu segmento e que muitas agremiações nem se prepararam para 2021. 

No entanto, Nunes faz uma ressalva; ele acredita que o poder público deva abrir um diálogo com a cadeia produtiva do Carnaval na busca de soluções para aqueles que dependem da festa para faturar. “ O governo devia sentar com quem produz Carnaval aqui no estado para conversar. A Fesape tem um projeto pronto para as agremiações não serem totalmente penalizadas e poderem mover a economia da sua comunidade. A apresentação de lives com seu samba enredo, no YouTube, pro seu público poder prestigiar de forma segura, em casa, o que seria o desfile de cada escola na avenida. A gente tá esperando o novo governo (municipal) tomar posse pra gente apresentar essa saída para que os carnavalescos não fiquem parados durante o ano”, disse. 

Segundo o presidente da Fesape, a maioria das escolas de samba não se preparou durante o último ano para um possível Carnaval em 2021. Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquiivo

Esse diálogo com o poder público já vinha sendo solicitado por parte dos trabalhadores da cultura pernambucanos desde meados de 2020. Em agosto, o coletivo  Acorde - Levante Pela Música de PE, formado por músicos e produtores locais, publicou em suas redes sociais uma carta aberta sugerindo um debate com os gestores acerca do tema. Já em outubro, o coletivo, em nova carta aberta, sugeriu propostas para a realização segura do Carnaval 2021 e, nesta última quinta (17), após o anúncio oficial da suspensão do ciclo, o grupo voltou às redes para propor uma conversa a fim de criarem juntos soluções que “garantam trabalho e renda para as pessoas que fazem o Carnaval, e também sejam capazes de amenizar, no coração do folião, a falta que fará não estar nas ruas, brincando junto com a multidão”. 

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Para o presidente da Associação dos Maracatus de Baque Virado de Pernambuco (Amanpe), Fábio Sotero), a falta de abertura entre gestões e classe artística é um “desrespeito”. “ O Governo do Estado, através da Fundarpe e da Secretaria de Cultura, não nos deu nenhuma satisfação, em momento algum, em relação à nossas perdas. Porque eles não estão cancelando um simples evento, um simples lazer, eles estão cancelando ou suspendendo o ganha pão de milhares de trabalhadores da área da cultura que dependem exclusivamente do Carnaval. O que realmente o Governo do estado fez? Cancelou ou a suspendeu? A gente tá com essa dúvida”, diz frisando que nenhum grupo ou artista da classe foi consultado antes do aviso da suspensão - realizado, também, sem a presença de qualquer representante da pasta de Cultura.  

Fábio conta que dentro da categoria do Maracatu de Baque Virado, ou Maracatu Nação, diversas pessoas trabalham para que um desfile seja organizado. São costureiros, aderecistas, luthiers, fora os desfilantes que saem na corte e no batuque. Muitos desses dependem do apurado da festa para se manterem durante todo um ano.

Os impactos de não haver um Carnaval atingem diretamente o bolso dessas pessoas, mas também, o emocional. “É um período de no mínimo cinco, seis meses, várias pessoas convivendo, trabalhando em prol daquele instrumento, das fantasias; esse período que a gente ta aquartelado praticamente, sem atividade, a gente já tá de uma forma... Eu confesso que às vezes eu vou pra sede (da nação), porque eu não aguento ficar longe do pessoal”, diz o presidente que também dirige a Nação de Maracatu Aurora Africana. 

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Para o representante da Amanpe, é possível haver atividades seguras para marcar o Carnaval de 2021, ainda que de forma bastante diferente do tradicional. Ele diz que assim como as nações, várias ouras categorias de agremiações já estão pensando em alternativas para não ficarem parados durante um ano inteiro. Mas, para que os projetos possam sair do papel, deve-se haver espaço para tanto. “Isso a gente só pode fazer quando a  gente sentar com os gestores, eles são nossos principais clientes, são eles que nos contratam para as apresentações, a gente depende do aval deles, a gente precisa que eles nos entendam e cheguem a um determinado acordo. O Governo do Estado não fez absolutamente nada pelos trabalhadores da cultura em geral (durante a pandemia). O auxílio emergencial é do Governo Federal, o dinheiro tá vindo de lá, a Secretaria da Fultura e a Fundarpe não fizeram absolutamente nada para auxiliar, para dar uma ajuda aos trabalhadores da cultura.”

Trabahadores que dependem do Carnaval estão preocupados com a falta de trabalho e renda. Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo

Diálogo e auxílio

Procurados pelo LeiaJá, a Fundarpe (Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco) e Secretaria de Cultura informaram que, atualmente, é a Secretária de Turismo e Lazer (Setur) o órgão à frente dos assuntos pertinentes ao Carnaval. A reportagem tentou estabelecer contato com a assessoria da Setur, porém, não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço está aberto para qualquer esclarecimento. 

Já as prefeituras do Recife e Olinda não responderam aos questionamentos enviados. No entanto, a reportagem apurou junto à fonte ligada à classe artística que já foram iniciadas discussões junto aos gestores olindenses bem como na última sexta (18), alguns representantes de agremiações estiveram na sede da Prefeitura do Recife para tratar do tema em uma reunião “bastante favorável”. 

Uma das mais tradicionais agremiações carnavalescas de Pernambuco, o Maluco Beleza, retorna com o camarote vip no Carnaval do Recife. Um dos blocos de destaque no Recifolia está de volta no Maior Bloco do Mundo, no dia 22 de fevereiro, sábado de Zé Pereira.

Com serviços premium de Open Food e Open Drinks, o espaço, de acordo com a organização, tem capacidade para duas mil pessoas e ficará localizado na Praça Sérgio Loreto, o coração da festa. Com estrutura de pisos em easy-flor, varanda com vista panorâmica e palco com shows exclusivos, o local também deve contar com decoração temática e espaço relax.

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Os ingressos já estão disponíveis nas lojas Chili Beans, na Bilheteria Digital e na VitabrasilNet. O primeiro lote custa R$ 270.

Serviço

Camarote Maluco Beleza

Sábado (22)

Praça Sérgio Loreto (ao lado do camarote oficial do Galo da Madrugada)

R$ 270 (1º lote)

Informações: (81) 98888 4818

O próximo domingo (7) será dia de festa para as agremiações carnavalescas e brincantes do Recife. Os vencedores dos concursos do Carnaval 2019 vão participar de um cerimônia, no Teatro Apolo, para receberem seus troféus. O evento é aberto ao público.

Começando às 16h, a cerimônia será realizado ao som de uma orquestra que promete muito frevo. Estarão presentes os brinquedos e brincantes vencedores dos grupos um e dois do Concurso de Agremiações deste Carnaval. Além desses, também recebem suas premiações os vencedores dos concursos de passistas, porta estandarte, flabelista, mestre sala e porta bandeira.

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Serviço

Entrega de troféus aos campeões do Carnaval 2019

Domingo (7) | 16h

Teatro Apolo (Rua do Apolo, Bairro do Recife)

Gratuito

Após uma breve polêmica instaurada nas rede sociais, entre integrantes de agremiações e até turistas, a Prefeitura da Cidade do Recife (PCR) decidiu manter os concursos de Carnaval dentro da grade da festa oficial. Pelo segundo ano consecutivo, a proposta de promovê-los na semana pré-carnavalesca assustou parte dos foliões e dos próprios brincantes.Segundo integrantes de algumas agremiações, que falaram ao LeiaJá, a PCR chegou a marcar reuniões com os representantes de cada modalidade para informar que os desfiles aconteceriam na semana que antecede o Carnaval e em diferente endereço, na avenida Cais do Apolo. Um calendário com as novas datas chegou a circular pelos grupos de WhatsApp, porém, através de nota oficial, a Prefeitura não confirmou tal alteração.Todavia, a resposta às mudanças nas redes sociais não foi favorável. Na página oficial da PCR, no Facebook, até turistas reclamaram da medida: \"Abuso de poder sobre as pobres agremiações que se vêem constrangidas a fazer o que a Prefeitura impôs, com medo de terem o único subsídio cortado\"; \"Acho um completo absurdo o desrespeito da Prefeitura com os turistas\"; \"O que teremos durante os quatro dias da Festa de Momo? Artistas de fora que não representam nossa cultura\".Na última quinta (15), uma última reunião entre agremiações e a Secretaria de Cultura, com presença da secretária Leda Alves, definiu o calendário oficial do concurso para os dias de Carnaval. Os desfiles acontecerão em três, quatro e cinco de março, na avenida Nossa Senhora do Carmo e na avenida do Forte. \"A Prefeitura respeita e reverencia a dedicação e paixão dos brincantes que fazem a cultura pernambucana. Nosso compromisso é servir a cada brinquedo e a cada carnavalesco, por isso manteremos o desfile durante o Carnaval e vamos assegurar uma grande passarela, com infraestrutura, iluminação e segurança para agremiações e jurados”, disse Leda.LeiaJá também--> Tradicional concurso de agremiações é transferido para a semana pré-Carnaval--> Tumaraca chega ao ano dois com homenagem a Chico Science e presença do Cordel do Fogo Encantado*com informações da assessoria 

Nesta segunda-feira (13), uma nova reunião sobre possíveis mudanças no modelo dos desfiles de agremiações no carnaval do Recife foi realizada no Forte das Cinco Pontas. Através de votação aberta a todos os presentes, ficou decidido manter o atual modelo de desfile com a volta da passarela para a avenida Dantas Barreto.

Em proposta apresentada em reunião no dia 26 de outubro, a Prefeitura do Recife havia apresentado um novo modelo para o concurso das agremiações em 2018 que previa a mudança dos desfiles para a semana pré-carnavalesca, na Avenida Alfredo Lisboa, no Bairro do Recife. Diante da negativa de algumas agremiações, a proposta ficou em análise até esta segunda (13), quando em nova reunião, decidiu-se, através de votação, pela permanência dos desfiles no período do carnaval. A mudança fica para a montagem da passarela na avenida Dantas Barreto ao invés da avenida do Carmo, onde os desfiles vêm sendo realizados. 

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Aelson da Hora, presidente da Federação dos Bois de Pernambuco (Fecbois), falou ao LeiaJá por telefone, sobre a decisão: "É uma pena porque, apesar da mudança causar medo em certas pessoas, ela era necessária para um crescimento nosso". Aelson também lamentou a ida da passarela para a Avenida Dantas Barreto por esta não oferecer estrutura favorável para os desfilantes e para o público. O presidente da Associação de Maracatus Nação de Pernambuco (Amanpe), Fabio Sotero, também falou sobre esta mudança: "Isso é preocupante. A Dantas Barreto tem problemas de iluminação, arquibancada, inúmeros problemas". 

Estão abertas as inscrições para os concursos carnavalescos de 2018 realizados pela Secretaria de Cultura e Fundação de Cultura da Cidade do Recife. Ao todo, serão distribuídos R$ 877.540 mil entre brincantes e passistas, caboclos e majestades. O prazo final para os interessados será no dia 17 de novembro, com exceção do Concurso de Agremiações, cuja data se estende até o dia 20 de novembro.

Para se inscrever será necessário ir presencialmente ao Núcleo de Cultura Cidadã, no bairro de São Pedro. O local estará aberto de segunda à sexta, das 9h às 17h. As competições serão iniciadas em janeiro e acabam em fevereiro, mês do Carnaval. O poder municipal irá selecionar o Rei Momo e a Rainha do Carnaval. Além disso, haverá concursos de fantasias; de passistas; de Porta Estandarte, Flabelista, Mestre Sala e Porta Bandeira e o concurso de agremiações.

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Concurso de Rei Momo e Rainha do Carnaval – A seleção será feita em três etapas: nos dias 12 de janeiro (no Teatro Apolo), 19 de janeiro (no Teatro Luiz Mendonça), e 26 de janeiro, quando o Pátio de São Pedro receberá a grande final. A dupla eleita terá uma extensa agenda carnavalesca a cumprir antes, durante e depois da festa. Cada membro da nobreza momesca receberá R$ 18 mil.

Concurso de Passistas – O concurso contempla as seguintes categorias de passistas: Mirim (masculino e feminino), Infantil (masculino e feminino), Juvenil (masculino e feminino), Adulto (masculino e feminino) e Passista de Rua (masculino e feminino). As disputas acontecerão entre os dias 27 e 28 de fevereiro, no Pátio de São Pedro. Os prêmios vão de R$ 840 a R$ 1.800.

Concurso de Fantasias – O 5º Concurso de Fantasias do Recife escolherá três melhores fantasias na categoria Luxo e três na categoria Originalidade. Os prêmios variam de R$ 5 mil a R$ 10 mil. Eles ainda recebem uma premiação extra de R$ 1.500 cada um, como ajuda de custo para desfilarem no palco do Baile Municipal. O concurso será realizado no Teatro Guararapes, no Centro de Convenções, no dia 31 de janeiro.

Concurso de Porta Estandarte, Flabelista, Mestre Sala e Porta Bandeira –Os competidores disputam os títulos de: Melhor Porta Estandartes de Clubes de Frevo, de Troças Carnavalescas, de Maracatus de Baque Virado, de Maracatus de Boque Solto, de Caboclinhos, de Tribos de Índios; Melhor Flabelista de Bloco de Pau e Cordas; e Melhores Mestres Salas e Porta Bandeiras de Escolas de Samba. As apresentações serão entre os dias 22 e 24 de fevereiro, no Pátio de São Pedro. Os itens a serem observados são: coreografia, evolução e figurino. A premiação para os primeiros e segundos lugares da categoria adulto é de R$ 1.800 e R$ 1.200, respectivamente. Para a categoria infantil, os valores são de R$ 1.200 e R$ 960.

Concurso de Agremiações O concurso reúne centenas de agremiações para em quatro grupos: Grupo Especial, Grupo 1, Grupo 2 e Grupo de Acesso. O local e a data dos desfiles ainda não foram definidos. Este é o concurso que oferece a maior premiação entre as competições carnavalescas. Ao todo, serão distribuídos R$ 730.500.

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Troças, clubes de frevo, clubes de bonecos, blocos de pau e corda, maracatus de baque solto e de baque virado, caboclinhos, tribos de índios, ursos, bois de Carnaval e Escolas de Samba. Essas 11 modalidades de agremiações desfilam no Carnaval do Recife levando aos foliões muito colorido, alegria e diversão. A cultura popular é o grande diferencial da folia recifense e atrai um grande número de turistas à cidade nos dias da festa momesca. O que muitos não sabem é como estes grupos fazem para colocar suas brincadeiras na rua. Do apoio financeiro vindo do poder público à venda de produtos e até ajuda dos próprios brincantes, as agremiações se viram como podem para garantir um carnaval de beleza e emoção. 

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Na Escola Gigante do Samba, localizada no bairro da Bomba do Hemetério, Zona Norte do Recife, o trabalho para o Carnaval 2016 começou desde agosto de 2015. Um grupo com mais de 100 pessoas, entre carnavalescos, aderecistas, costureiras, serralheiros e marceneiros, entre outros, botam a 'mão na massa' logo cedo para garantir o desfile da escola. A diretora da Gigante, Marize Félix, garante que não é barato fazer um carnaval: "É caro porque não tem um planejamento como tem que ser. Se os empresários e o poder público tivessem um olhar voltado para a cultura popular, talvez fosse mais fácil", diz a ex-rainha de bateria, pedagoga de formação que, há 9 anos, assumiu a direção da agremiação. 

Ao longo do ano, a escola arrecada dinheiro alugando sua sede para festas, se apresentando em eventos privados e também promovendo festas próprias nas quais há uma renda de venda de bebidas. Outra fonte financeira é a subvenção paga pelo governo municipal, que ajuda a custear o desfile no Carnaval, e o valor da premiação do concurso de agremiações (cerca de R$ 20 mil): "Essa verba tem que ser bem dividida", explica Marize, que lamenta pelos valores serem pagos muito em cima do período carnavalesco, o que dificulta na organização dos preparativos.

Além disso, a Gigante conta com o apoio da comunidade. Pequenos comerciantes da área fornecem alguns produtos, quando necessário, formando uma parceria entre a escola e o comércio local. Para brincar, não são vendidas fantasias ou postos: "A Gigante é uma escola em que a maioria dos desfilantes são de classe C e D, eles não podem nos ajudar nem nos bancar", diz a diretora. Para algumas fantasias mais caras, os brincantes chegam a pagar um valor simbólico em torno de R$ 20: "A escola banca bateria, baianas, e as alas de destaque de carro são responsabilidade dos próprios destaques." Para fantasias de madrinha, princesa e rainha, são promovidas festas que ajudam no custeio dos figurinos. 

Marize conta que a luta para pôr o carnaval na rua é grande, mas garante que o esforço vale a pena: "É desgastante porque não temos recurso, mas nunca saímos um carnaval devendo". Ela lamenta por algumas escolas não desfilarem mais por conta da dificuldade financeira e fala que o carinho dos desfilantes e da comunidade pela agremiação, da qual faz parte desde os sete anos de idade, são os impulsos para seguir adiante a cada carnaval: "O que mantém a Gigante em pé é o amor". 

Na Nação de Maracatu de Baque Virado Almirante do Forte, do bairro do Bongi, Zona Oeste do Recife, a realidade não é diferente. A nação depende, basicamente, da subvenção (cerca de R$ 10 mil no total, este ano), e da própria renda de seu líder, o presidente e mestre Antônio José da Silva Neto, mais conhecido como Mestre Teté: "Aqui é só o dinheiro do meu suor e o da Prefeitura", conta. No desfile de 2015, a nação gastou por volta de R$ 40 mil para sair na passarela. Muitas vezes, a diretoria chega a pedir dinheiro emprestado para viabilizar a saída da agremiação. 

O Almirante, uma das nações mais tradicionais do Recife com 84 anos de história, também é Ponto de Cultura, certificado pelo Ministério da Cultura. A participação neste e em outros editais, quando ganhos, garantem alguma renda para a agremiação. Ademais, o Mestre Teté conta com a ajuda do seu filho, Antônio José da Silva, o Toinho, que é vice-presidente da agremiação, montador de profissão, e de alguns brincantes que, em algumas ocasiões, colaboram com pequenos materias e necessidades para que o desfile aconteça. O carinho pela tradição também fala mais alto na hora de preparar o carnaval: "A gente bota na rua porque gosta mesmo", diz Toinho. 

Na área central da capital pernambucana, no bairro dos Coelhos, o Boi Faceiro também 'sua' durante todo o ano na preparação do seu carnaval. Os boizinhos, como são chamados os grupos desta manifestação cultural, são os que recebem o menor valor, tanto de subvenção (cerca de R$ 8 mil) quanto de premiação do concurso: "Se formos contar só com isso não tem como", diz o presidente do Faceiro, e da Federação dos Bois e Similares de Pernambuco (Fecbois), Aelson da Hora. As apresentações que o Faceiro realiza ao longo do ano (o boi está presente praticamente em todos os períodos festivos do calendário) é o que ajuda a manter o grupo, que no último mês de dezembro completou 18 anos: "A gente precisa funcionar como uma empresa, temos um produto - que são as apresentações - e clientes - que são os contratantes. A gente consegue fazer acontecer por conta dessa rentabilidade", explica Aelson. Ele também fala sobre a demora do recebimento da verba que vem do Governo de Pernambuco: "Você tem que ter um caixa porque o governo só paga depois".  

O Boi Faceiro vai pra rua com cerca de 200 componentes no Carnaval - este número chega a cair para 50 em espetáculos menores - e, assim como no Maracatu e na escola de samba, ninguém paga para brincar. Aqui também há a colaboração da comunidade que empresta sua mão de obra e muitas vezes equipamentos para que os desfiles aconteçam. Aelson conta que terminado o período carnavalesco, em menos de 20 dias, já se inicia a produção da festa do ano seguinte. Ele também garante que o coração fala mais alto na manutenção do brinquedo e da tradição: "É preciso ter muito amor porque financeiramente não compensa". 

Solidariedade

Apesar de disputarem entre si na avenida, as agremiações costumam se ajudar no que for possível. É comum que alguns grupos façam doações de figurinos, materias e instrumentos para que outros possam estar presentes no Carnaval. O sentimento é o de preservação das tradições e agremiações existentes, como salientou a diretora da Escola Gigante do Samba, Marize: "A Gigante está ajudando outras escolas para que não se acabem". Além disso, também é comum a doação de mão de obra e de integrantes que desfilam em outros grupos no sentido de colaborar com o produto final. 

Outra realidade

Em um outro carnaval tão famoso quanto o do Recife, a realidade das agremiações é bem diferente do que a vivida na capital pernambucana. No Rio de Janeiro, as escolas de samba promovem desfiles suntuosos e caríssimos, que, além de receberem financiamento e patrocínios bem aquém do que os praticados por aqui, também têm uma visibilidade bem maior. Segundo o jornal O Dia, só no ano de 2015, a Liga das Escolas de Samba (Liesa) recebeu do governo municipal o valor de R$ 2 milhões para cada agremiação do grupo especial (12 grupos, no total), o dobro do valor praticado em 2014.

Além disso, as escolas lucram com a venda de fantasias - que custam entre R$500 e R$1.700 - ingressos para os ensaios da bateria, venda de artigos promocionais - como bonés, camisetas e chaveiros, entre outros, ingressos para o sambódromo nos dias de Carnaval, além dos patrocínios privados e o direito de imagem cedido para as redes de televisão.

Repasse - A Prefeitura do Recife começou a repassar verba para agremiações que abrilhantarão o Carnaval 2016. O valor passa de R$ 1,4 milhão. Confira a reportagem

A 114 dias do sábado de Carnaval de 2016, a Secretaria de Defesa Social (SDS) do Estado já planeja os procedimentos organizacionais e de controle de agremiações que animarão as ruas da Região Metropolitana do Recife (RMR) e Interior. Em coletiva realizada nesta quinta-feira (15), o órgão informou que responsáveis pelas agremiações têm até 30 de novembro para pedidos de policiamento. 

“Esse é o prazo para informar às prefeituras todas as informações necessárias para solicitar apoio. Por exemplo, os camarotes precisam estar prontos até 4 de janeiro para inspeção dos órgãos competentes”, afirmou o coronel Gilmar de Araújo, presidente do Grupo de Trabalho Operacional (GTOp Carnaval 2016) montado pelo Governo do Estado exclusivamente para o período carnavalesco. 

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Segundo o secretário-executivo da SDS, Rodrigo Bastos, ainda não há o planejamento final pronto, apenas uma antecipação ao calendário de ações já que o Carnaval de 2016 é “mais cedo”. “Terça-feira de Carnaval é 9 de fevereiro, ou seja, muito no início do ano. Isso não é fácil para a administração estadual. Esta coletiva é para apresentar os prazos, o cronograma a ser observado por todos nós”, disse Bastos. 

O planejamento prévio também serve para não se repetir o que aconteceu no ano passado, quando a maioria dos pedidos de policiamento foi realizada durante o período carnavalesco. Também foi estabelecido pela SDS o limite no número de trios elétricos, conforme o tamanho da agremiação: dez, cinco ou três trios elétricos para, respectivamente, agremiações de grande, médio e pequeno porte.

Os trios elétricos serão inspecionados pelo Corpo de Bombeiros e Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) de 15 de novembro a 15 de dezembro. Com exceção do Galo da Madrugada, as demais agremiações só podem desfilar por um percurso máximo de 2,5 km. 

A polícia informa que os responsáveis pelos blocos de rua devem entrar em contato com os batalhões de polícia da região de onde sairá a agremiação. Um e-mail também está disponibilizado para dúvidas e outras informações desejadas pela população. 

Neste domingo (1º), diversas agremiações de boi se reúnem, no Marco Zero, para celebrarem o Dia Estadual e Municipal da Cultura dos Bois. A concentração será às 15h e um cortejo, saindo Às 16h30, seguirá até a Praça do Diário. Participam bois do Recife, Arcoverde, Timbaúba, Limoeiro e Bonito, entre outros. 

O dia 28 de fevereiro foi escolhido como Dia da Cultura dos Bois em referência ao episódio, ocorrido em 1644, em que Maurício de Nassau fez um boi "voar" sobre a ponte que hoje leva o seu nome. Este é o primeiro registro da confecção e um boi no país. Segundo o presidente da Federação de Bois e Similares do Estado de Pernambuco, Aelson da Hora, atualmente existem mais de 300 agremiações de bois que precisam ser constantemente fortalecidas. 

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O Boi é uma manifestação cultural derivada do Bumba-meu-Boi, presente em quase todo o território brasileiro. O brinquedo caracteriza-se pelo improviso e irreverência e leva para a rua diversos personagens como Mateus, Capitão e o boi que morre e ressurge no final da brincadeira. 

Serviço

Comemoração do Dia Estadual e Municipal da Cultura dos Bois

Domingo (1º) | 15h

Marco Zero do Recife 

Gratuito

No final da tarde desse sábado (15), foram entregues os prêmios dos carnavalescos vencedores do Concurso de Agremiações 2014, promovido pela Prefeitura da Cidade do Recife, através da Secretaria de Cultura e Fundação de Cultura. Dos 264 participantes, 92 receberam troféus, além dos prêmios em dinheiro distribuídos entre as 11 modalidades competidoras, sendo o mais alto de R$ 20 mil e o mais baixo R$ 1.500.

A secretária de cultura, Leda Alves, estava presente e abriu o evento parabenizando as agremiações pelo carnaval, e pediu para os grupos ficarem à vontade para dar sugestões de melhorias para as próximas edições do concurso. Seguindo o pedido da secretária, José Rivaldo da Silva, presidente do Clube de Frevo Amante das Flores, ao receber o troféu de segundo lugar, parabenizou a renovação da banca julgadora e pediu para que três pontos fossem observados pela Prefeitura: melhor estrutura para as agremiações, uma vez que muitas são compostas por pessoas idosas e crianças, e faltaram cadeiras para que pudessem se sentar, além de água e assistência médica.

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Outro ponto proposto foi a isenção da taxa do Cartão de Inscrição Municipal (CIM) e o perdão das dívidas, visto que muitas agremiações não tem condições de pagar o défice. Por fim, Rivaldo sugeriu que fosse feito um projeto de lei que incentivasse empresas particulares a adotar agremiações, em que as companhias teriam uma redução parcial ou total de impostos, e as agremiações teriam sedes. "A maioria delas não tem um local fixo para se organizar e ensaiar, mas as sedes teriam de ser imóveis públicos para não correr o risco de no futuro alguém utilizá-lo como bem particular", completa o presidente do Amante das Flores.

"Uma assembleia será marcada para traçarmos planos de melhoramento para o Carnaval 2015”, falou Leda Alves sobre as ideias propostas por Rivaldo, para a reportagem do LeiaJá, após a cerimônia. Confira a lista dos vencedores no site da Prefeitura do Recife

Os grupos interessados em participar do Concurso de Agremiações Carnavalescas 2014 têm até esta sexta-feira (13) para realizar as inscrições. Promovido pela Prefeitura do Recife, o desfile competitivo é voltado para 11 modalidades: troças carnavalescas, clubes de frevo, clubes de boneco, blocos de pau e porda, maracatus de baque solto, maracatus de baque virado, caboclinhos, tribos de índios, bois de carnaval, ursos (La Ursa) e escolas de samba. Os prêmios totalizam R$ 730.

O concurso tem por objetivo incentivar as agremiações e valorizar as manifestações culturais do Carnaval do Recife. Para participar o grupo deve se inscrever no Núcleo de Cultura Cidadã, que fica na Casa 39, do Pátio de São Pedro, bairro de São José, das 10h às 16h. Durante os desfiles serão avaliados itens como coreografia, conjunto, empolgação e evolução. Dúvidas podem ser esclarecidas através dos números (81) 3355 4551 e 3355 4601.

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Terminam nesta sexta (6) as inscrições do edital para a participação na grade de programação do Carnaval do Recife 2014. A iniciativa da Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Cultura, da Secretaria de Turismo e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, irá selecionar atividades seguindo a linha de valorização da cultura local, com 90% de artistas da terra.

São esperadas através do edital propostas de apresentações diversas: bandas, cantores, clubes de frevo, blocos de pau e corda, troças, clubes de boneco, maracatus de baque virado, maracatus de baque solto, caboclinhos, tribos de índio, bois de carnaval, la ursas, escolas de samba, grupos de mascarados (palhaços, almas, papangus e clovis) blocos afro, blocos de samba, afoxés, orquestras de frevo, grupos de samba, grupos de percussão, grupos de dança e orquestras de pau e corda com coral.

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Para participar, os interessados devem verificar as exigências do regulamento e entregar a documentação solicitada no Museu da Cidade do Recife, que fica no Forte das Cinco Pontas, bairro de São José, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. O edital e seus anexos estão disponíveis no site da Prefeitura do Recife, no Núcleo de Cultura Cidadã, situado na Casa 39, no Pátio de São Pedro, e no próprio Museu da Cidade do Recife, local da inscrição. Mais informações através dos números (81) 3355 4551 e (81) 3355 4601.

A Secretaria de Cultura e a Fundação de Cultura Cidade do Recife inauguram nesta terça (24) no Pátio de São Pedro, o Núcleo de Cultura Cidadã. O espaço irá oferecer orientação jurídica e contábil para artistas e agremiações. A abertura da casa nº 39, marcada para as 18h, será animada pela Orquestra de Frevo Hercílio Júnior.

O Núcleo de Cultura Cidadã funcionará de segunda a sexta-feira, das 9h às 15h, e terá um advogado e um contador para atender os agentes culturais. O núcleo conta com orientação sobre os processos de formalização e organização de sua documentação, além de cuidados na prestação de contas de projetos. No espaço, haverá ainda orientação sobre como concorrer às convocatórias lançadas pela própria Prefeitura do Recife, tais como os dos grandes ciclos, Carnaval, São João e Natal. 

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Serviço

Inauguração do Núcleo de Cultura Cidadã

Terça (24) | 18h

Núcleo de Cultura Cidadã (Casa nº 39, Pátio de São Pedro - São José)

(81) 3355 3310

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O Bloco da Saudade, uma das mais tradicionais agremiações carnavalescas do carnaval recifense, deu início, às 10h, da noite desta sexta (11), ao seu primeiro acerto de marcha de 2013. Ao som da Orquestra e Coral da Saudade, o bloco recebe outros dezesseis blocos líricos no Clube Náutico Capibaribe, que já tem seu salão cheio.

Blocos como o das Ilusões, Cordas e Retalhos, O Bonde, Eu Quero Mais, Confete e Serpentina, Menestréis do Paulista, Com Você no Coração e Flabelo Encantados estão prestigiando o evento, todos com seus integrantes devidamente caracterizados. A animação é embalada por frevos de bloco clássicos como Sabe lá o que é isso? e Evocação n 1, cantados em coro pelo público.

"É o quarto ano que fazemos o convite aos blocos e deixamos em aberto para quiser vir", explica a diretora do Bloco da Saudade, Maria Cláudia Cabral de Melo. "É uma forma de se confraternizar e comemorar", continua Maria Cláudia, explicando que, mesmo com muitos dos blocos tendo sido formados por ex-integrantes do Bloco da Saudade, não são dissidentes, mas compartilham do mesmo amor pelo carnaval.

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CJa podem ser feitas as inscrições para o seminário sobre o carnaval do Recife que será realizado no auditório da Livraria Cultura, Paço Alfândega, de 14 a 18 de janeiro, das 14h às 18h. O evento abordará o cotidiano das agremiações carnavalescas, a cadeia produtiva da festa, as agremiações e suas singularidades; personagens, música, fantasia, enredo e coreografias. Os interessados devem se dirigir à Casa do Carnaval até o dia 11 de janeiro, de segunda a sexta, das 10h às 16h.

O seminário integra a primeira etapa da seleção dos jurados do Concurso de Agremiações Carnavalescas.

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Serviço
Inscrições - Seminário do Carnaval do Recife
De 26 de dezembro a 11 de janeiro, das 10h às 16h
Casa do Carnaval (Pátio de São Pedro, 52 - São José)
Informações: 3355.3303/3355.3302

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