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Começou na manhã desta segunda-feira (24) o julgamento de três dos quatro acusados de participação no homicídio do promotor de justiça Thiago Faria Soares, assassinado em outubro de 2013. Os réus José Maria Pedro Rosendo Barbosa, Adeildo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva estão sendo julgados no Fórum Ministro Artur Marinho, sede da Justiça Federal em Pernambuco (JFPE).
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Pelo não comparecimento de Emerson Leônidas, advogado de defesa do réu José Maria Domingos Cavalcante, o Tribunal do Júri pediu a cisão do julgamento e adiou o júri dele para o dia 12 de dezembro com multa de 30 salários mínimos para a defesa. Os acusados de participar do crime irão a júri popular e a estimativa é que o julgamento se prolongue até a próxima quinta-feira (28).
Antes do início da sessão, os três advogados de defesa presentes no tribunal pediram o desmembramento do júri, alegando que os réus não teriam tempo suficiente para que a defesa pudesse apresentar as devidas provas. Ao todo, cada advogado tem 50 minutos de fala nesta segunda-feira. A juíza titular da 4° Vara da Justiça Federal, Amanda Torres de Lucena Diniz Araújo, negou o pedido de separação do júri e afirmou seguir os procedimentos da legislação brasileira.
A ordem do julgamento desta segunda começa com o sorteio dos jurados, a formação do conselho de sentença e a abertura dos trabalhos, além da oitiva de Mysheva Martins e do delegado da Polícia Federal Alexandre Alves, à frente das investigações do caso. Presente no júri, Maria do Carmo Faria, mãe da vítima, pediu justiça pela morte do promotor. "Perder um filho da maneira que eu perdi não é brincadeira, acaba com o coração e a vida da gente", falou.
O advogado de acusação, André Canuto, afirmou não haver dúvidas de que os acusados tiveram participação no crime. Para Canuto, a motivação seria a não interferência do promotor Thiago Faria na região. "Temos plena convicção de que não há nenhuma possibilidade de absolvição, pela forma criteriosa de como a Polícia Federal investigou o caso", ressaltou.
Acusado de ser o autor dos disparos e posteriormente inocentado, Edmacy Cruz Ubirajara, primo de José Maria, afirmou que todo ocorrido foi uma armação de Mysheva Martins, noiva do promotor Thiago Faria. "A verdade será provada hoje, assim como eu provei a minha inocência, hoje ele também conseguirá provar a verdade". Ubirajara alegou que a vida dele mudou para pior após a acusação de participar do crime.
Para o advogado Anderson Flexa, a defesa terá um trabalho difícil e árduo durante o júri. "Existem teses alteradas, contradições no processo, muitas dúvidas e incertezas", explicou. Flexa disse que há um erro intencional e direcionado por parte da acusação. "A defesa quer mostrar que esses deslizes estão conduzindo o processo para uma grande injustiça. Essa é nossa grande oportunidade de mostrar esses absurdos."
Os procuradores federais responsáveis pela acusação são Alfredo Falcão Junior, Luís Vicente Queiroz, Bruno Costa Magalhães e Ubiratan Cazetta. De acordo com Luíz Vicente, a expectativa é que as pessoas sejam condenadas e paguem pelos crimes que cometeram. "A motivação presente na denúncia foram várias desavenças entre José Maria Rosendo e as vítimas. Arrolamos o delegado Alexandre Alves, as testemunhas presentes aqui no Recife e vamos ouvir também testemunhas que foram prestaram depoimento na instrução, na Polícia Federal", explicou. Ele também reiterou a informação de que Mysheva é vítima e vai falar na condição de ofendida.
O caso – Thiago Faria foi assassinado no dia 14 de outubro de 2013, na PE-300, na altura do quilômetro 19, sentido município de Itaíba, Agreste de Pernambuco. As investigações foram iniciadas pela Polícia Civil. Em agosto de 2014, o procurador-geral da Reública, Rodrigo Janot, pediu a federalização do caso. Em 15 de janeiro de 2015, o Juízo da 35ª Vara Federal, em Pernambuco, recebeu a denúncia oferecida pelo Ministério Público Ferederal (MPF).
A Polícia Federal (PF) concluiu que a disputa por terra foi o principal motivo da execução. O réu José Maria Pedro Rosendo Barbosa, preso no dia 28 de outubro de 2014, foi apontado como mandante do crime. Na época, a PF informou que Rosendo Barbosa era temido na região e que os executores fizeram o serviço de graça.
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