Tópicos | Caso Itaíba

A Justiça Federal recebeu, na última quinta-feira (15), a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) do assassinato do promotor de justiça Thiago Farias, ocorrido em Itaíba, no Agreste de Pernambuco, no dia 14 de outubro de 2014. A ação penal julgará o acusado de ser o mandante do crime, o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa, além de José Maria Domingos Cavalcante, Antonio Cavalcante Filho, Adeildo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva pelos crimes de homicídio doloso e pela tentativa de homicídio contra Mysheva Freire Ferrão Martins, noiva da vítima, e Adauto Martins, tio de Mysheva.

Na informação divulgada pela Justiça Federal, aparece um sexto envolvido, Genessy Carneiro de Andrade, que será julgado pelo crime de favorecimento pessoal. A assessoria da instituição responsável pelas investigações do caso, a Polícia Federal em Pernambuco (PF-PE), não soube informar quem seria Genessy e, portanto, qual seria sua participação no crime.

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Com a ação penal, os acusados serão citados e deverão participar de uma audiência de instrução, ainda sem data marcada. Após a instrução é realizada a fase de pronúncia e, caso os acusados sejam pronunciados, o Tribunal do Júri será estabelecido para decidir pela condenação ou absolvição dos réus.

Caso – O promotor Thiago Faria foi morto enquanto seguia de carro pela rodovia PE-300, em Itaíba. Ele estava acompanhado da noiva Mysheva e do tio dela, que saíram ilesos do local.

O caso estava sendo investigado pela Polícia Civil, mas após desentendimentos entre a corporação e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), o caso foi federalizado no dia 13 de agosto de 2014. Sendo assim, por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a investigação da morte do promotor passou a ser responsabilidade da Polícia Federal.

 

A conclusão das investigações foi apresentada no dia 24 de dezembro. De acordo com a PF-PE, a motivação do crime seria a disputa de terras.

A conclusão do caso do assassinato do promotor Thiago Faria está muito perto, podendo ocorrer ainda este ano, segundo informa o superintendente da Polícia Federal em Pernambuco (PF-PE) Marcello Diniz. Nesta terça-feira (16), os três suspeitos José Maria Pedro Rosendo Barbosa, José Marisvaldo Vitor da Silva e José Maria Domingos Cavalcanti foram levados à Superintendencia da Polícia Federal para prestar novos depoimentos e possivelmente realizarem uma careação.

Ainda de acordo com Diniz, foi preciso convocar novamente os suspeitos devido às contradições identificadas nos depoimentos anteriores. “Há muitas inverdades. O que disseram não é condizente com o que nós temos, ou seja, estão querendo esconder. Vamos pedir para falarem o que sabem ou a situação poderá complicar para o lado deles”, comenta.

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Peritos do Instituto Nacional de Criminalística, de Brasília, estão em Pernambuco para realizarem duas perícias, pouco detalhadas pelo superintendente. Ele informou apenas que o objetivo é confirmar as informações da criminalística com as obtidas pelas investigações. 

Sobre a não convocação do quarto suspeito detido, José Ivanilson Dias Gomes, Marcello Diniz disse que foi decisão do próprio delegado responsável pelo caso, mas que ele ainda deve ser ouvido. “A prisão dele ajudou a esclarecer alguns pontos importantes, de forma indireta e indireta. Mas por alguns motivos preferimos conversar com ele em outro momento”, disse, evitando dar detalhes. Diniz disse ainda que as investigações continuam apontando disputa de terra como motivação do crime.

O advogado do trio de suspeitos, Fernando Muniz, disse à imprensa que até as 11h30 nenhum dos convocados havia sido ouvido.  A expectativa é que os suspeitos só voltem ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel) no final da tarde. 

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Os três suspeitos de envolvimento na morte do promotor de Itaíba, Thiago Farias, serão ouvidos novamente nesta terça-feira (16). José Maria Pedro Rosendo Barbosa, José Marisvaldo Vitor da Silva e José Maria Domingos Cavalcante seguiram do Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, para a Superintendência Regional da Polícia Federal.

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De acordo com a PF, responsável por conduzir as investigações, o objetivo é esclarecer alguns pontos dos depoimentos que ainda se encontram divergentes. Caso seja necessário, também serão realizadas acareações entre os três suspeitos. Por fim, os detidos poderão passar por perícias complementares com o Scanner 3D, para subsidiar as investigações que estão em andamento.

Os suspeitos chegaram à sede da PF por volta das 9h40. Antes de entrar no prédio, somente José Maria Pedro falou com a imprensa, afirmando que daria entrevista após prestar depoimento.

Do lado de fora, o filho do fazendeiro, Leandro Ubirajara, disse não estar surpreso com a nova ouvida. “Meu único questionamento é encontrar nexo que ligue os três à morte do promotor. Principalmente José Maria Cavalcante. Só porque painho passou no terreno dele para votar no segundo turno estão suspeitando dele”.

Os suspeitos 

José Maria Pedro Rosendo é apontado pela Polícia Civil de Pernambuco como o mandante da morte do promotor. Ele estava foragido desde o início das investigações, mas se entregou à Polícia Federal no dia 28 de outubro. O fazendeiro se diz inocente.

José Marisvaldo Vitor da Silva, conhecia como Passarinho, teria ligação com o fazendeiro José Maria Pedro. A participação dele no crime não foi divulgada. O suspeito também se entregou no dia 28 de outubro.

José Maria Domingos Cavalcante foi o último detido pela PF, no dia 3 de dezembro. O agricultor é suspeito de estar dentro de um dos veículos utilizados no dia da execução do promotor. Ele também teria dado abrigo ao fazendeiro, apontado como mandante do crime.

Mais um suspeito de envolvimento na morte do promotor Thiago Faria foi preso pela Polícia Federal. José Maria Domingos Cavalcanti, de 54 anos, morava no município de Buíque, no Agreste de Pernambuco, onde foi detido nessa quarta-feira (3).

O agricultor é suspeito de estar dentro de um dos veículos utilizados no dia da execução do promotor, em outubro do ano passado, na cidade de Itaíba, no Agreste. Ele também teria dado abrigo a José Maria Pedro Rosendo durante as últimas eleições, quando o fazendeiro ainda estava foragido.

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De acordo com o superintendente regional da PF, Marcello Diniz Cordeiro, após a prisão o suspeito prestou depoimento e seguiu para o Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima. “Ele negou tudo, disse algumas inverdades e se contradisse. Mas acredito que a consciência dele vai pesar e ele vai cooperar com as investigações, pois o circulo já está se fechando e caminhando para o desfecho final”, afirmou.

O superintende adiantou que a participação específica do agricultor vai ser esclarecida em outro momento, para não comprometer as investigações. “Na casa dele encontramos fragmentos de munição, que serão encaminhados para a perícia. Já no carro estavam vários recortes de jornais sobre o caso do promotor, como se ele estivesse acompanhando tudo”, explicou Cordeiro.

Com informações de Alexandre Cunha

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