Há momentos em que o coração acelera pelo simples fato de uma pessoa aparecer em sua frente. Bate o nervosismo, o suor fica frio, é preciso respirar fundo. Conversas e programações com a tal pessoa se tornam tão intensas que, num piscar de olhos, horas e horas passam a ser de convívio contínuo. O tempo corre despercebido. Piadas sem graça arrancam largos sorrisos, ao mesmo tempo que os gostos se mostram semelhantes e um começa a se enxergar ao lado do outro. Até mesmo o coração gelado, muitas vezes frustrado ou maltratado em relações anteriores, se permite vislumbrar uma nova emoção. Se essas ou outras situações estão acontecendo com você, são sinais de que o amor pode ter batido em sua porta.
Interações no Facebook foram o pontapé para uma relação que, pouco a pouco, se mostrou possível para dois rapazes. Os universitários Lúcio Souza, de 19 anos, e Wanderson César, 21, se conheceram por meio de grupos voltados para animes e jogos. De início, as trocas de comentários se mostravam apenas interessadas nos animes, mas depois Lúcio tomou coragem e, paulatinamente, deixou explícito que seu interesse era mesmo no companheiro. Nenhum nível de timidez foi capaz de inibir as tentativas do jovem de conquistar o coração de Wanderson.
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"As postagens dele sempre apareciam no feed. Eu curtia, comentava alguma coisa, sempre interagia. Então comecei a jogar 'uns verdes', adicionei ele e curti mais de 20 fotos antigas. Assim que abria o Facebook, ficava procurando saber se ele tinha postado alguma coisa, pois eu amava", conta Lúcio, aos risos.
"Sou ator e sempre posto fotos do meu trabalho. Pensei que ele gostava muito de teatro, pelo fato de ter curtido um monte de fotos. Achei que o interesse no grupo do Facebook era só por amizade e jogos. E eu não era um cara muito ligado em paquera. Até a gente se encontrar, foram de dois a três meses de interação", relata Wanderson (à esquerda), de forma descontraída.
Ainda no universo virtual, as trocas de informações entre os rapazes ficaram cada vez mais intensas. Até que um dia Lúcio, mais uma vez, deixou explícito seu interesse, ao postar em um grupo de Facebook que gostava de gordinhos, numa forma carinhosa de tratar Wanderson. Eles decidiram marcar um encontro, no final do ano passado, em um evento realizado no Cinema São Luiz, área central do Recife. Cara a cara, o nervosismo tomou conta da situação. "Conheci e passei a gostar muito dele. Chamei ele para um festival e na hora praticamente não conseguia falar nada", relembra Lúcio. "Nesse nosso primeiro encontro, passei horas procurando uma roupa. Cheguei lá meia hora antes de começar o evento. Não conseguia dizer nada. Comecei a notar que estava gostando dele", complementa Wanderson.
O tempo correu e até o ano passado o namoro ainda era uma possibilidade. Mas os laços e principalmente as conversas se tornaram mais intensos. "A gente sempre conversava muito e ele me contava os problemas dele. Sou uma pessoa 'maizona' e dava muitos conselhos, cuidava dele. Antes de conhecer Lúcio, eu tinha um problema muito grande de autoestima e aceitação. Mas ele sempre me ajudava nessa questão. Como sou drag queen, ele dizia que iria dar certo e que minha maquiagem estava boa. Lúcio me coloca lá em cima", conta Wanderson. Os sinais se tornaram fortes e os rapazes não podiam mais fugir do amor. Era hora de aceitar e se entregar a uma nova relação. Em janeiro deste ano, oficializaram o namoro. No vídeo a seguir, confira todos os detalhes:
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O amor não escolhe gênero, cor ou condição social. É um sentimento comum da humanidade, perpetuado ao longo da nossa história. Segundo a psicóloga especializada em sexualidade humana, Priscila Junqueira, a partir do momento em que começa a existir amor entre as pessoas, o próprio cérebro responde aos impulsos. "Para unir o casal, o cérebro se inunda de amor. Nesse caso, há um aumento na liberação dos hormônios dopamina, norepinefrina e oxitocina. Com a liberação dos hormônios, podem surgir todas as sensações típicas da paixão, como insônia e pensamento obsessivo na pessoa amada", explica a especialista.
Até entre uma amizade pode surgir vínculo de paixão. É comum inclusive ouvirmos a frase "ninguém namora com inimigos". De acordo com a psicóloga, quando uma pessoa se apaixona por um amigo, é importante que ela seja clara e que até tenha coragem para revelar o sentimento. "A transparência nas amizades é algo que precisa existir e talvez seja adequado comunicar ao outro sua paixão. Sendo negativa a resposta, ambos terão que escolher se a amizade vai continuar ou não", complementa Priscila.
Mas nem sempre a possibilidade de um namoro ou relação mais séria é percebida de forma clara. É possível que uma das partes demore a compreender que está sendo amada. "Muitas vezes não se enxerga os primeiros sinais, que é a fase da construção do gostar de alguém, mas se percebe que algo mudou. Os sorrisos são mais frequentes, mesmo sem motivos aparentes, as conversas fluem, a admiração toma conta e aumenta a vontade de estar ao lado desta pessoa que aos pouquinhos começa a bater na porta da sua vida", comenta a coach Eduarda Menelau, que atua com orientações para várias vertentes, inclusive em relacionamentos.
Existem alguns sinais que ajudam a entender quando as pessoas estão caminhando para um namoro. Eduarda Menelau separou dez deles. Confira a seguir:
1 - Sensação de paz e tranquilidade e ser você mesmo sem tentar mudar ou agradar
2 - A percepção das afinidades fica muito evidente
3 - Aumenta a frequência de contatos, seja por telefone ou mensagens
4 - Surgem os interesses de perguntar mais e mais sobre o que o outro pensa e gosta de fazer
5 - Marcam programações e querem se ver mais frequentemente
6 - Já andam de mãos dadas ao saírem juntos
7 - Vontade de expressar para o outro seus gostos, proporcionando clareza e facilitando a relação a dois
8 - Fazem planos para um futuro próximo
9 - Os dois tendem a inserir um ao outro no ciclo de amizade
10 - Já imaginam o que comprar em alguma data comemorativa próxima.
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