Tópicos | recuperação judicial

O juiz Tiago Henriques Papaterra Limongi, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, fez mudanças na decisão concedida terça-feira (11) para a Avianca Brasil, que entrou em recuperação judicial. Nesta quinta-feira (13), depois de pedido da arrendadora de aeronaves Constitution Aircraft Leasing, ele decidiu determinar um o prazo de 30 dias para suspensão das ações de reintegração de posse dos aviões que tramitam na Justiça.

Além disso, o juiz definiu uma audiência de conciliação entre as partes para o dia 14 de janeiro de 2019, em São Paulo, com a participação da administradora judicial - o escritório Alvarez & Marsal foi escolhido nesta quinta para conduzir o processo. O prazo de 30 dias está previsto na Convenção da Cidade do Cabo, um tratado internacional constante no decreto 8.008, de 2013.

##RECOMENDA##

Pelas regras do acordo, no caso de insolvência da empresa aérea, os credores podem retomar as aeronaves nesse prazo. "A suspensão das ordens de reintegração de posse valerá pelo prazo de 30 dias, período de espera definido pelo Estado brasileiro ao aderir à referida convenção", disse o juiz, que na primeira decisão não havia mencionado o tratado.

Ele também destacou que a suspensão da ações não pode incidir sobre aeronaves já retomadas. No total, quatro aviões foram retomados. Outros dez tiveram ações de reintegração de posse, que não foram executadas por causa do pedido do pedido de recuperação judicial da empresa, na segunda-feira.

O juiz voltou a mencionar a importância de manter, por ora, as aeronaves com a empresa. Primeiro por causa da alta temporada e dos cerca de 80 mil passageiros que poderiam ser prejudicados. Segundo porque é preciso dar a chance de a empresa se recuperar.

Da mesma forma, ele pondera que devem "permanecer no mercado só empresas viáveis, não podendo tal viabilidade ser obtida às expensas de credores e em detrimento de dispositivos legais e regramento internacional". "A reconhecida concentração do mercado aéreo nacional não é argumento que baste para a manutenção de operação por empresa que não seja economicamente viável." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Avianca Brasil, operação da empresa colombiana no País, entrou nesta terça-feira, 11, em recuperação judicial para evitar que suas aeronaves sejam retomadas pelos arrendatários e prejudiquem sua operação. O pedido foi feito na segunda-feira, na 1.ª Vara Empresarial de São Paulo, e aceito na noite desta terça pelo juiz Tiago Henriques Papaterra Limongi.

Na decisão, o juiz acatou boa parte das reivindicações da empresa. No documento, ele afirma que a medida visa a preservar a companhia e evitar os prejuízos que a interrupção das atividades poderia causar durante a alta temporada. O juiz concedeu tutela antecipada e suspendeu processos de reintegração de posse das aeronaves que tramitam na Justiça paulista e futuras ações com essa finalidade.

##RECOMENDA##

Segundo a Avianca, se ocorrer a reintegração de posse de 14 aeronaves, conforme as ações em andamento, a frota da companhia será reduzida em 30%, podendo afetar o atendimento de 77 mil passageiros que vão viajar até 31 de dezembro.

Com 13% do mercado brasileiro e dívida de quase R$ 500 milhões, a Avianca vinha tendo dificuldades para honrar compromissos. "A companhia tinha estratégia de disputar o mercado com as grandes do setor, mas não tinha escala no País. A surpresa foi a resiliência da empresa em aguentar até agora", diz o sócio da consultoria Bain & Company, Andre Castellini.

Os problemas da empresa se agravaram nas últimas semanas. Com o atraso no pagamento de contratos de arrendamento, os donos de aeronaves entraram na Justiça para retomar os aviões em posse da Avianca e conseguiram decisões favoráveis. Segundo fontes, a companhia vinha tentando renegociar preços com a Aircastle - uma das arrendatárias por trás das ações judiciais - havia um mês.

Sem sucesso, a saída da Avianca foi recorrer à Justiça. Segundo especialistas, a questão da retomada das aeronaves ainda não está totalmente resolvida. Isso porque, conforme a legislação, os contratos de arrendamento não entram no plano de recuperação e, portanto, podem ser suspensos no caso de falta de pagamento, afirma Laura Bumachar, sócia do escritório Dias Carneiro Advogados.

Essa regra foi instituída após o caso Varig e valeu para a recuperação da Passaredo - encerrada em 2017. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que está acompanhando o caso da Avianca. A expectativa, diz a agência reguladora, é que a empresa continue a prestar serviços no País, mas com uma revisão de sua malha.

Além da manutenção da frota atual, o juiz determinou que a Anac preserve concessões e autorizações para não prejudicar os passageiros e não atrapalhar a venda das passagens. Da mesma forma, definiu que os aeroportos usados pela empresa no Brasil e no exterior mantenham o acesso a toda infraestrutura e serviços aeroportuários.

A decisão se deve à inadimplência da empresa com aeroportos e serviços de carregamento de bagagem, manobra de aeronave e check-in. De acordo com a lista de credores, essa conta é de cerca de R$ 100 milhões. A empresa soma dívidas de quase R$ 500 milhões. Os débitos com os arrendatários não estão na lista.

Segundo fontes próximas à empresa, parte das dívidas com os aeroportos vem sendo renegociada. Em Guarulhos, onde o passivo é de R$ 26 milhões, a Avianca conseguiu honrar a última parcela do compromisso. Há uma preocupação por parte da GRU Airport, concessionária de Guarulhos, onde a Avianca criou um hub (terminal de conexões) no local e ampliou o número de voos.

No setor, havia um desconforto com a possibilidade de que o público soubesse dos problemas da empresa. Dada a proximidade das férias, a preocupação era de que consumidores deixassem de comprar bilhetes da Avianca com medo de não conseguirem voar. O próprio pedido de recuperação foi feito com sigilo de Justiça, derrubado nesta terça.

A Avianca também negocia um aporte com a aérea americana United Airlines. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Constellation, empresa de óleo e gás da Queiroz Galvão, protocolou nesta quinta-feira, 6, pedido de recuperação judicial na 1ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. Desde o começo do ano, a companhia tentava renegociar sua dívida, de R$ 5,7 bilhões, sem sucesso. Na semana passada, ela começou a preparar a documentação para recorrer à Justiça, conforme antecipou o jornal O Estado de S. Paulo.

O pedido de recuperação inclui 18 empresas dentro do grupo Constellation. De acordo com o documento, a decisão foi tomada exatamente por causa do alto número de companhias e da existência de garantias cruzadas, o que eleva o risco dos credores anteciparem vencimentos por causa da inadimplência e impede a reestruturação da dívida de forma individualizada.

##RECOMENDA##

Elaborado pelo escritório Galdino, Coelho, Mendes Advogados, o pedido destaca que a recuperação judicial era a única forma de conseguir aprovação de um número maior de credores, pulverizados no mercado. No documento, os advogados afirmam que a empresa conseguiu consenso de 48,3% dos credores com garantias reais e 60.2% daqueles sem garantia real.

"Esse apoio foi formalizado no último dia 29 de novembro por meio da assinatura - pelos credores apoiadores, sociedades requerentes e acionistas - de um plano que contém as condições de reperfilamento da dívida" e que vão constar no plano de recuperação judicial, segundo o pedido de recuperação.

A dívida da Constellation consiste, essencialmente, na emissão de títulos de dívidas emitidos em nome das plataformas Amaralina Star, Laguna Star e Brava Star e empréstimos bancários. As negociações ocorreram em três blocos: do sindicato de bancos estrangeiros, do Bradesco e dos bondholders (donos de títulos com vencimentos em 2019 e 2024).

O fluxo de caixa da companhia vem caindo desde que as investigações da Lava Jato - e queda no preço do petróleo - levaram a Petrobrás a reduzir os gastos com a renovação de arrendamentos de plataformas de petróleo - atualmente, o grupo detêm 17 sondas.

Em nota divulgada na noite desta quinta, a empresa afirmou que o pedido de recuperação já havia sido aceito pelo juiz e que a medida tem como "objetivo assegurar a manutenção do pagamento dos muitos colaboradores do grupo, assim como parceiros e fornecedores". Também destaca que o processo de reestruturação não irá afetar as operações em curso do grupo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça aceitou o pedido de recuperação judicial da Saraiva, maior rede de livrarias do Brasil, que entrou com pedido para reestruturar uma dívida de R$ 675 milhões. A decisão foi proferida pelo juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. Ele suspendeu por 180 dias as ações e execuções contra a companhia, sob a justificativa de que os credores não destruam o valor da organização empresarial.

O escritório Lucon Advogados foi nomeado como administrador judicial e terá 60 dias para apresentar um plano de reestruturação da dívida e pagamento aos credores.

##RECOMENDA##

Em outubro, a Saraiva anunciou o fechamento de 20 livrarias em todo o país e a demissão de 700 funcionários. A empresa afirmou que a recuperação judicial é a medida mais adequada em meio à crise no mercado editorial, reflexo do atual cenário econômico do Brasil.

No segundo trimestre deste ano, a rede teve prejuízo de R$ 37,6 milhões. No mesmo período de 2017, o déficit foi de R$ 16,6 milhões. Entre abril e junho de 2018, a receita líquida da empresa chegou a R$ 364,5 milhões, uma queda de 1,6% na comparação com o mesmo intervalo de tempo do ano passado. A receita com lojas foi de R$ 227,9 milhões, queda da 4,1% no período, e com vendas online foi de R$ 136,5 milhões, aumento de 2,9%.

A rede de livrarias acumula de janeiro a setembro um prejuízo líquido de R$ 103 milhões, mais que o dobro do que há um ano, quando a empresa teve resultado negativo de R$ 50 milhões.

Segundo o último ranking do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), a Saraiva é a 52ª maior varejista do país, tendo registrado em 2016 lucro de R$ 1,89 bilhão. A Livraria Cultura, que também abriu um pedido de recuperação judicial, e a Fnac, que neste ano fechou todas as lojas brasileiras, apareciam, respectivamente, na 97ª e 120ª colocações.

Além disso, o segmento de livros, jornais, revistas e papelaria é a atividade com o pior desempenho do varejo em 2018. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que no acumulado de janeiro a setembro as vendas caíram 10,1%, ante um crescimento de 2,3% de todo o setor comercial.

A Queiroz Galvão Energia (QGE) entrou com pedido de recuperação extrajudicial nesta segunda-feira, 26, apresentando à Justiça de São Paulo dívidas que somam mais de R$ 3,8 bilhões. O pedido sinaliza que o grupo Queiroz Galvão, alvo da Operação Lava Jato, evoluiu nas renegociações de suas dívidas, que superariam a marca de R$ 10 bilhões.

As conversas visando à reestruturação dos débitos já se estendem por quase dois anos. Paralelamente às negociações em curso com os bancos, o grupo busca uma liquidação organizada de seus ativos. O plano de recuperação extrajudicial foi aprovado pelos detentores de 68,2% do total dos créditos sujeitos ao plano.

##RECOMENDA##

Venda de energia

A medida também está relacionada à tentativa da Queiroz Galvão Energia (QGE) de evitar seu desligamento da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O processo de expulsão da QGE da entidade foi iniciado na semana passada, em razão de uma dívida de R$ 50 milhões não quitada pela empresa. Um dos motivos para o pedido de recuperação extrajudicial seria justamente essa disputa com a câmara de comercialização.

Os advogados do escritório Thomaz Bastos, Waisberg e Kurzweil (TWK) argumentam, no documento entregue à Justiça, pela suspensão do processo de desligamento e pelo restabelecimento do acesso da companhia ao sistema CliqCCEE, que é usado para a compra e venda de energia. A defesa da Queiroz Galvão Energia também solicita que a empresa fique livre da imposição de multas de qualquer natureza.

O pedido de recuperação extrajudicial envolve R$ 3,8 bilhões em dívidas. O valor se refere a cerca de 40 unidades do braço de energia do grupo Queiroz Galvão, constituído em 2012 para consolidar os investimentos em geração e comercialização de energia elétrica.

Em seus seis anos de operação, a QGE colocou em operação 20 parques eólicos, com 830 megawatts de capacidade instalada. Do total do crédito que faz parte do processo, R$ 2,7 bilhões são quirografários e R$ 1,18 bilhão têm garantia real.

Prazo

A empresa apresentou três opções de pagamento aos credores: permuta por ações de sociedade de propósito especifico (SPE), que terá a QGE como holding; a troca de 10% dos créditos por debêntures emitidas por SPE e 90% por bônus de subscrição de ações ordinárias da mesma SPE; e o pagamento em dinheiro no montante de 2% do crédito abrangido, acrescido de juro de 2% ao ano, a ser pago dez anos após a homologação do plano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Grupo Abril, responsável por títulos como "Veja" e "Exame", protocolou pedido de recuperação judicial nesta quarta-feira, 15. O movimento ocorre uma semana depois de realizar uma forte reestruturação de seus ativos, com o encerramento de revistas e um enxugamento de funcionários que deverá atingir um total de 800 vagas.

A companhia tem uma dívida total de aproximadamente R$ 1,6 bilhão. Há cerca de três semanas, a consultoria americana Alvarez & Marsal assumiu o comando do dia a dia da companhia.

##RECOMENDA##

Entre os títulos encerrados dentro da reestruturação anunciada na semana passada estão revistas femininas, como "Elle" e "Cosmopolitan", e dedicadas ao setor de decoração, como "Casa Claudia", "Arquitetura" e "Minha Casa". A "Boa Forma" e o "Guia do Estudante" também deixarão de circular.

Os títulos que continuam a existir, entre revistas impressas e sites, são: "Veja", "Veja São Paulo", "Exame", "Quatro Rodas", "Cláudia", "Saúde", "SuperInteressante", "Viagem" e "Turismo", "Você S/A", "Você RH", "Capricho", "M de Mulher", "Vip" e "Placar".

Abril está em processo de reestruturação

A Abril vem em um processo de reestruturação que já dura cerca de um ano. Em outubro do ano passado, a empresa Legasi (antiga 44 Capital) começou um processo de cortes com o objetivo de reduzir o endividamento do grupo. O prejuízo da empresa no ano passado foi superior a R$ 330 milhões, de acordo com relatório da PriceWaterhouseCoopers. Uma das medidas da Legasi foi a mudança da sede da empresa, para reduzir custos.

Conhecida por assumir negócios em dificuldades, como a Casa & Vídeo e a Brasil Pharma (negócio de farmácias do BTG), a Alvarez & Marsal colocou um executivo próprio - Marcos Haaland - como presidente da Abril, há cerca de duas semanas.

Com a entrada de Haaland, Giancarlo Civita, neto do fundador do grupo, deixou a presidência do grupo. Ele havia assumido o comando da companhia em março deste ano, após duas trocas de liderança em quatro meses.

A marca de maquiagem e cosméticos brasileira Contém 1g entrou essa semana em recuperação judicial e teve pedido foi deferido. A empresa, com dívidas que chegam à casa dos R$ 40 milhões, tem agora 60 dias para apresentar o plano, que será discutido antes com os credores.

Segundo o advogado Otto Gübel, o objetivo é pedir carência de 12 a 18 meses para começar os pagamentos. A empresa fundada por Rogério Rubini viu o tamanho de sua dívida aumentar depois que entrou no mercado de marketing multinível, em setembro de 2016. Em 2017, o faturamento da fabricante foi de R$ 114 milhões.

##RECOMENDA##

A empresa alega que sofreu um forte impacto devido a um conjunto de fatores econômicos. A Contém 1g chegou a contar com mais de 20 mil revendedores diretos, 230 franqueados, 170 empregados diretos, com vendas de perfumes, loções e itens de maquiagem. Atualmente, o grupo tem 95 funcionários. O foco agora será o modelo de franquias.

A rede de farmácias Big Ben entrou com pedido de Recuperação Judicial e deixou funcionários apreensivos. A ameaça de desemprego que paira sobre os trabalhadores do grupo, levou quase 100 farmacêuticos a lotarem a sede do Sinfarpe, sindicato que representa os profissionais em Pernambuco, na última quarta-feira (17).

Além da ameaça de desemprego, os farmacêuticos elencaram inúmeros problemas que estão enfrentando na empresa. Atualmente, a rede emprega mais de 150 profissionais desta área no Estado, sem contar os demais trabalhadores.

##RECOMENDA##

A presidente do Sinfarpe, Veridiana Ribeiro, destacou que o sindicato não se omitirá da luta em defesa dos profissionais farmacêuticos e a entidade estará à disposição para atender aos trabalhadores, inclusive, com atendimento jurídico excepcional.

Com informações da assessoria

[@#relacionadas#@]

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) resolveu adiar a discussão sobre o processo administrativo aberto para investigação das finanças da operadora Oi. Em nota, o órgão declarou que o acompanhamento do pedido de Recuperação Judicial da companhia se revelou complexo, pelo fato de a empresa estar entre as maiores prestadoras de serviço do país, e que isso impede o acompanhamento dos dois processos sem prejuízos para os que estão analisando a situação.

Outro ponto citado no comunicado é a possível decretação de falência da operadora, o que faria com que a Anatel precisasse nomear empresas para administrar os serviços prestados pela Oi para evitar que os clientes ficassem sem TV, telefone, internet e telefonia móvel. “É preciso um Plano de Recuperação Judicial que atraia capital novo e concentre esforços na recuperação da capacidade operacional e sustentabilidade econômico-financeira da empresa”, diz a nota.

##RECOMENDA##

A entidade não descarta uma possível intervenção na empresa, mas afirma que, caso isso seja feito, serão adotados procedimentos que não prejudiquem os consumidores. As análises incluem processos administrativos que verificam uma possível suspensão das outorgas de concessão de serviços de radiofrequência, ou seja, a Anatel pode repassar o direito de exploração destes serviços à outras operadoras.

Divergências sobre o tratamento das dívidas com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e pendências nas negociações com grupos detentores de títulos internacionais ("bondholders") levaram a Oi a pedir à Justiça do Rio o adiamento de sua assembleia geral de credores do dia 9 para 23 de outubro.

Protagonista da maior recuperação judicial do País, em que está em jogo uma dívida de cerca de R$ 65 bilhões, a operadora de telefonia não consegue chegar a um acordo com os credores. Diante do impasse, o governo afirma que cresce a hipótese de uma intervenção na tele.

##RECOMENDA##

"O governo não quer a intervenção (na Oi), mas se prepara para isso. À medida que o tempo passa, aumenta a expectativa de uma intervenção, infelizmente", disse ontem o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Gilberto Kassab. "A dívida continua e os compromissos precisam ser cumpridos. Se não colocar dinheiro, não tem solução", completou.

A decisão de adiar a assembleia foi tomada por unanimidade em reunião do conselho de administração da companhia, no início da tarde de ontem. A segunda convocação iria para 27 de novembro. No fim do dia, o pedido foi protocolado na 7ª Vara Empresarial do Rio e agora depende de uma aprovação do juiz Fernando Viana, que acompanha o caso.

Tempo

A ideia é ganhar tempo. Caso a prorrogação seja aceita, a Oi poderá apresentar um novo plano de recuperação até 6 de outubro (dez dias úteis antes da assembleia).

Caso o magistrado negue o pedido, a assembleia de 9 de outubro continuará de pé e restará aos credores apreciar a primeira versão do plano, apresentada em setembro de 2016. Em outras palavras, as negociações voltarão quase à estaca zero, já que a proposta foi criticada por credores.

A expectativa era que na reunião de ontem o conselho aprovasse um novo plano, que previa um aumento de capital de R$ 9 bilhões. A Oi chegou a detalhar a proposta, que incluiria um aporte de R$ 3,5 bilhões vindos de "bondholders" apoiadores, conversão de R$ 3 bilhões em dívidas desse mesmo grupo em ações e a injeção de outros R$ 2,5 bilhões pelos atuais acionistas.

A preocupação em relação ao embate com a Anatel, entretanto, forçou uma mudança de estratégia. Como antecipou o Estadão/Broadcast, a agência recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que as dívidas públicas da tele, caso das multas aplicadas pelo órgão, sejam excluídas da recuperação. A Anatel é o maior credor individual da Oi, com uma dívida de R$ 11 bilhões.

A avaliação de fontes ouvidas pela reportagem é que essa situação de insegurança pode dificultar o salvamento da empresa. Ainda há pendências nas negociações com os detentores de títulos que assumiu o compromisso de aportar recursos novos na empresa, como o prazo de pagamento das dívidas.

"Quem vai colocar dinheiro na companhia sem saber qual será a solução para a questão da Anatel? A agência criou uma insegurança muito grande", ponderou uma fonte.

Linha dura

O presidente da Anatel, Juarez Quadros, declarou ontem que a agência não vai recuar e que seria prudente, inclusive, não participar da assembleia de credores.

Ele classificou de "não factível" a proposta apresentada pela tele em agosto, condicionando sua recuperação a fatores externos, como a aprovação da Nova da Lei Geral das Telecomunicações e a alteração da Medida Provisória sobre o Programa de Regularização de Débitos não Tributários.

Ao longo das próximas duas semanas, a Oi enviará oficialmente à Anatel um plano mostrando as formas de pagamento da dívida viáveis para a companhia. Não há a hipótese de a direção da tele retirar a dívida pública do processo.

Hoje o conselho diretor da Anatel decide se abre ou não um processo para cassar as concessões e as licenças da Oi para os serviços de telefonia fixa, celular, internet e TV por assinatura. A discussão foi um pedido do conselheiro Igor de Freitas, que aponta lentidão nas negociações entre a Oi e os credores. A empresa está em recuperação judicial desde junho do ano passado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo vai enviar até a semana que vem ao Congresso Nacional um projeto de nova lei de recuperação judicial que deve beneficiar cerca de 7 mil empresas. A equipe econômica espera reduzir para dois anos, em média, a tramitação de todo o processo de recuperação judicial - esse tempo hoje é de sete ou oito anos.

Com a segunda denúncia contra Michel Temer, apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta semana, a estratégia do governo é usar "avanços na economia" para barrar o novo pedido de afastamento do presidente, desta vez pelos crimes de organização criminosa e obstrução da Justiça.

##RECOMENDA##

Por meio da sua conta no Twitter, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou ontem que essas empresas poderão retomar suas atividades, garantindo empregos e ajudando na recuperação da economia. "A proposta traz muitas sugestões para que as empresas tenham condições de quitar dívidas e voltar a produzir", disse.

Entre elas, informou o ministro, estão medidas para facilitar a tomada de empréstimos novos e outras formas de levantamento de recursos. Segundo ele, outras áreas do governo federal já estão analisando o texto que ficou pronto no Ministério da Fazenda.

Negociação

Henrique Meirelles já tinha explicado ao Estadão que o projeto dará mais poder aos credores, viabilizando a negociação de ativos das empresas, além de regular melhor a sucessão empresarial. "Muitas vezes, é de interesse dos trabalhadores e credores vender determinado ativo, mas é difícil pela questão do passivo contingente que pode ser assumido pelo comprador", afirmou.

O ministro também destacou a importância da mudança da lei para viabilizar a concessão de novos financiamentos para que a empresa tenha condições de sobreviver durante o processo de recuperação judicial. O governo quer, com a nova lei, reduzir os risco para os interessados em comprar empresas em dificuldades. A ideia é evitar que o passivo de um grupo contamine o ativo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de amargarem perdas com a deterioração financeira de grandes empresas, que entraram em recuperação judicial ou estão envolvidas na Lava Jato, os maiores bancos privados do País - Itaú, Bradesco e Santander - começaram, nos últimos meses, a se organizar para evitar uma crise ainda maior. A preocupação é que essa onda de recuperações se intensifique e provoque um efeito cascata de estragos na já combalida economia do País.

Com equipes especializadas, esses bancos criaram departamentos totalmente focados na reestruturação de médias e grandes empresas. A ideia é trabalhar de forma preventiva, antes que o problema leve mais companhias a um processo de recuperação judicial ou falência - o que é prejudicial também para o balanço dessas instituições, que no último ano tiveram de fazer provisões para perdas bilionárias. Os casos mais emblemáticos foram os da Oi, com dívidas de R$ 65 bilhões, e da Sete Brasil, criada para entregar sondas para a Petrobrás, com débito de R$ 20 bilhões.

##RECOMENDA##

Fontes de mercado afirmam que há uma "watch list" (lista de monitoramento) de cerca de R$ 300 bilhões em dívidas de médias e grandes empresas na mira de bancos para reestruturação. Esse valor exclui a dívida da Oi e parte das renegociações de dívidas já feitas por algumas das empresas do grupo Odebrecht.

Seleção

A qualquer sinal de alerta sobre a saúde financeira de empresas, seja pela piora de indicadores do balanço ou por atrasos em contas (dívidas ou impostos, por exemplo), as equipes de reestruturação desses bancos entram em ação para tentar estancar o problema de forma preventiva.

"Queremos nos antecipar ao problema", diz Eduardo Armonia, diretor responsável pela área de reestruturação e recuperação de crédito de atacado do Itaú. "A queda da rentabilidade de uma empresa ou atraso de pagamento já acendem um alerta para o banco."

Diante de uma grande quantidade de empresas em dificuldades - seja por causa da crise econômica ou por causa da Lava Jato -, o time de reestruturação dos bancos inicia o pente-fino pelos setores nos quais as instituições têm maior exposição. Nessa lista estão os segmentos de construção, infraestrutura, varejo, revenda de carros e mercado imobiliário.

Partindo dos setores, esses executivos afunilam as análises até chegar às empresas mais frágeis. Em alguns casos, as companhias não têm noção da realidade que vivem e precisam ser alertadas pelos bancos, diz o vice-presidente do Bradesco, Domingos Abreu, responsável pela área de crédito e reestruturação.

Com esse diagnóstico em mãos, as instituições financeiras oferecem um "pacote de ajuda", que vai desde tomar ativos como garantia e alongar as dívidas até buscar um novo investidor para injetar capital na empresa.

Em muitas situações, a venda de ativos é a melhor saída. Foi o que ocorreu com a Renova Energia, uma das maiores geradoras de energia eólica do País. A empresa rolou uma parte de seus débitos e vendeu ativos para honrar compromissos. Inicialmente a reestruturação buscava um sócio para capitalizar a empresa - o que foi adiado com a venda de um parque eólico por R$ 650 milhões.

Outro que está em reestruturação é o grupo Rossi, que tenta evitar o mesmo caminho da concorrente PDG, cuja recuperação judicial é dada como certa. Fontes afirmam que o grupo renegocia o alongamento das dívidas e está em conversas para dar imóveis como garantia. A empresa não quis se pronunciar.

Escalada

A mudança de postura dos bancos é explicada pela rápida escalada dos pedidos de recuperação. Só no ano passado, 1.863 empresas entraram com pedidos na Justiça - volume 44% superior ao de 2015, com 1.287 ocorrências. "Criamos essa estrutura em 2015 por causa da piora na economia, do aumento das recuperações e da Lava Jato", diz Gustavo Alejo Viviani, superintendente executivo de negócios de recuperação da área de atacado do Santander.

Para este ano, a recuperação da economia, com a queda dos juros e aumento dos preços das commodities, deve dar algum alívio às empresas. Mas os bancos seguem atentos e querem evitar um déjà vu de 2016. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após receber uma proposta alternativa para o plano de recuperação judicial da Oi em dezembro, feita pelo empresário egípcio Naguib Sawiris, o presidente da operadora, Marco Schroeder, está em intensas conversas com credores e investidores este mês, apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. A intenção é entregar alterações ao plano original, apresentado em setembro pela tele, até o fim de março.

Uma das mudanças é relativa aos recursos que a tele deve levantar com a venda de ativos não estratégicos, como os da África, segundo fontes com conhecimento do assunto.

##RECOMENDA##

Na nova proposta, parte desse dinheiro será usado para pagar antecipadamente bancos e detentores de títulos ("bondholders"), que detêm, respectivamente, cerca de R$ 15 bilhões e R$ 35 bilhões de uma dívida total de R$ 65 bilhões. Originalmente, os recursos iriam para o caixa da Oi.

No balanço do terceiro trimestre da Oi, o valor contábil das operações da tele na África era de R$ 5,8 bilhões. Apesar disso, o valor do negócio, se vendido, pode sofrer ajustes.

O plano de reestruturação proposto pela Oi recebeu pesadas críticas por parte dos credores. Outra possível alteração é relativa à entrega imediata de participação da companhia para os credores. Em entrevista ao Broadcast em novembro, Schroeder defendeu, pela primeira vez, essa opção desde quando a empresa pediu a recuperação judicial, em junho.

Antes disso, Bayard Gontijo, ex-presidente da Oi, havia tentado esse caminho com os detentores de títulos da empresa, sem sucesso. Bayard deixou empresa após se desentender com os acionistas.

Planos alternativos

Além do empresário egípcio, que propôs fazer uma injeção de até US$ 1,25 bilhão por meio de aumento de capital, os fundos abutres americanos Cerberus e Elliott deverão apresentar nas próximas semanas suas propostas alternativa à companhia. A proposta de Sawiris tem validade até o dia 31 de janeiro, mas deverá ser renovada, segundo fontes de mercado.

Fontes afirmaram ao jornal O Estado de S. Paulo que executivos da Elliott devem chegar ao Brasil na semana que vem para dar início a negociações com bancos credores e governo. A Elliott estuda investir em torno de R$ 9 bilhões em troca de 60% da Oi. Já a Cerberus, que no Brasil é representada pela RK Partners, deverá fazer sua proposta em fevereiro e prevê investir US$ 2 bilhões em parceria com outros fundos.

Em recuperação judicial desde junho passado, a Oi tem entre seus maiores acionistas a Pharol (antiga Portugal Telecom) e o fundo Société Mondiale, ligado ao empresário Nelson Tanure. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os setores de comércio, indústria e serviços bateram recorde de pedidos de recuperação judicial em 2016. O resultado, divulgado hoje (12) pela Serasa Experian, é o pior desde 2005, início da série histórica do levantamento.

No total, foram 1.770 processos deste tipo no ano passado: 713 no setor de serviços, 611 no comércio e 446 na indústria.

##RECOMENDA##

“O aprofundamento da recessão econômica em 2016 atingiu de forma significativa o consumo das famílias, seja pela elevação do desemprego, seja pelo encarecimento do crédito. Assim, o comércio foi o setor econômico que acabou sofrendo mais intensamente a redução do consumo, provocando dificuldades financeiras às empresas deste setor”, destaca a Serasa.

Na comparação com 2015, o comércio foi o setor que apresentou a maior elevação no número de recuperações judiciais requeridas em 2016, com aumento de 51,2% nos pedidos. O setor de serviços vem em seguida, com 48,5% a mais. Já na indústria, os pedidos de recuperação judicial cresceram 24,2%, de um ano para o outro.

Falências

O levantamento mostra também que aumentou o número de pedidos de falência no ano passado em relação a 2015. Foram 1.846 solicitações em 2016 ante 1.760 no ano anterior. O setor de serviços também liderou os pedidos de falência, com 746 processos. Em seguida, aparecem a indústria, com 676 falências requeridas, e o comércio, com 424 pedidos.

Um grupo de trabalho formado por integrantes do governo e especialistas do mercado vai fazer uma revisão das regras para recuperação judicial e falência das empresas. Há uma suspeita que ela tem funcionado mal para empresas, sobretudo as pequenas, que se enredam em processos intermináveis e acabam se transformando em "zumbis".

O grupo de trabalho conta com especialistas que faziam parte do governo quando a legislação foi formulada, como Marcos Lisboa, ex-secretário de Política Econômica, e Daniel Goldberg, ex-secretário de Direito Econômico. Lisboa chegou ao Ministério da Fazenda, em 2003, após ter integrado um grupo que elaborou a chamada Agenda Perdida, centrada na microeconomia. Em sua passagem pelo governo, implementou medidas que, por exemplo, ajudaram a destravar o crédito imobiliário à época.

##RECOMENDA##

Também como parte da agenda microeconômica, a Receita Federal trabalha em um levantamento sobre a burocracia enfrentada pelas empresas, na linha da pesquisa Doing Business, do Banco Mundial - onde o Brasil aparece no posto 116 em facilidade de negócios, atrás de países como Kosovo e Tonga. "O resultado não é bom, mas também não é tão ruim como aparece na pesquisa", adiantou o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida.

A Receita também trabalha em um levantamento sobre os regimes especiais de tributação, um emaranhado de regras para reduzir os impostos em setores específicos. "Alguns desses regimes têm poucas empresas beneficiadas", disse o secretário. A ideia é fazer uma racionalização desses regimes.

Mas a "cereja do bolo", segundo Mansueto, é a reformulação dos programas de financiamento pelos bancos oficiais. Parte dessa agenda já foi divulgada, por exemplo, em relação à participação do BNDES, Caixa e Banco do Brasil no novo programa de concessões em infraestrutura. Em tempos de ajuste fiscal, a participação dessas instituições ficará menor, podendo chegar a 50% do valor do investimento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Seis membros do Conselho de Administração da Oi entregaram carta na qual abrem mão da remuneração a que teriam direito pelo período de um ano diante da difícil situação da companhia. Os conselheiros, indicados pelo empresário Nelson Tanure após acordo com a portuguesa Pharol, maior acionista da tele, citam a necessidade de uma "economia de guerra". A companhia protagoniza o maior pedido de recuperação judicial da história do País, com dívidas de R$ 65 bilhões.

Segundo documento ao qual o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o próprio empresário e seu filho, Nelson de Queiroz Tanure, fazem parte da lista de conselheiros - ambos são suplentes. Os ganhos de cada um podem chegar a R$ 50 mil mensais, caso de membros que integrem também comitês de assessoramento do órgão. Atualmente, são 20 conselheiros, sendo 11 titulares, com mandato que vence em 2018. Em abril, foi aprovada em assembleia proposta da administração de verba global anual de até R$ 9,157 milhões para o conselho.

##RECOMENDA##

Tanure, por meio do fundo Société Mondiale (dono de 6,32% da Oi), travou uma disputa com os portugueses da Pharol (que detêm 22% do negócio) nos últimos meses para ganhar espaço no comando da companhia. Os acionistas chegaram a um acerto após o juiz responsável pela recuperação judicial da Oi, Fernando Viana, determinar uma mediação entre as partes, o que, ao final, não foi necessário já que foi fechado um entendimento antes.

Tanure trabalha numa nova proposta de recuperação da Oi, para a qual contratará a Falconi Consultores. Serão propostas alterações na gestão, com corte de custos e outras reestruturações, segundo fontes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça de São Paulo indeferiu o pedido de recuperação judicial solicitado pelo parque de diversões Hopi Hari, localizado em Vinhedo, interior de São Paulo. Com a decisão, o parque temático, que estava programado para abrir as portas neste final de semana, permanecerá fechado sem previsão para retornar às suas atividades.

Com uma dívida de cerca de R$ 300 milhões (sendo R$ 200 milhões contraídos junto ao BNDES), a companhia não tem conseguido gerar caixa. Nos últimos meses, o parque enfrentou uma série de paralisações de seus funcionários motivadas por salários atrasados. Há relatos de executivos que não recebem há 4 meses.

##RECOMENDA##

Na decisão, a juíza Euzy Lopes Feijó Liberatti apontou que as medidas requisitadas pelo parque "não contam com o respaldo da lei", e que "comprometem bens sem que se conheça previamente a extensão, em detrimento dos demais credores, em eventual decretação de quebra."

O pedido de recuperação judicial - apresentado pela empresa e suas controladoras (HH Parques Temáticos e HH Participações S/A) - foi protocolado no dia 24 de agosto na 2ª Vara Cível da Justiça de Vinhedo. A empresa tem ainda um pedido de falência em curso na 1ª Vara Cível da mesma comarca.

Fundado em 1999, o parque de diversões tinha como controlador o fundo GP Investments, além dos fundos de pensão Previ (do Banco do Brasil), Funcef (da Caixa Econômica Federal), Petros (da Petrobrás) e Sistel como acionistas. O investimento, à época, foi estimado em US$ 200 milhões. Em 2008, os fundos venderam suas participações por um preço simbólico para empresários e consultores independentes reunidos na HH Participações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A administração da Oi está debruçada na finalização do plano de recuperação judicial. A intenção da operadora é apresentar o documento à Justiça na próxima segunda-feira (5). Antes disso, o detalhamento da proposta para os credores passará pela última avaliação do conselho de administração, que poderá pedir a alteração de alguns pontos para dar o seu aval, apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

As conversas finais com os principais credores terão início após a apresentação do plano para a 7ª Vara Empresarial do Rio. A partir daí, terá início a disputa entre os atuais acionistas e os credores que precisarão chegar a um consenso, disse uma fonte com conhecimento do assunto. "Como o plano (que será apresentado na segunda) vai ser deliberado pelo atual conselho de administração, reflete a vi são dele." Procurada, a Oi não comentou.

##RECOMENDA##

A maior parte do conselho é composto atualmente por indicados pela Pharol (antiga Portugal Telecom e maior acionista individual da Oi, com 22% de participação). O fundo Société Mondiale, ligado ao empresário Nelson Tanure, está em disputa com a Pharol.

Os acionistas precisam do sinal verde da maioria dos credores para aprovar o plano em assembleia. Pela lei, a reunião ocorre em até 150 dias após a apresentação do documento. A advogada especialista em recuperação judicial Juliana Bumachar, do escritório Bumachar Advogados, pondera que é comum o prazo para a aprovação do plano pelos credores ultrapassar os 150 dias. "É irreal para um processo como o da Oi." São 66.705 credores e uma dívida de cerca de R$ 65 bilhões, números que ainda podem mudar.

Na quinta-feira, 1º, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro defendeu que o prazo para a tele entregar o documento termina exatamente na segunda. O juiz responsável pelo processo, Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio, decidiu em 29 de junho que a companhia teria 60 dias úteis para apresentar o plano. No entanto, o MPRJ defende que devem ser considerados 60 dias corridos, não úteis.

Segundo o promotor, a não apresentação do plano dentro do prazo de 60 dias tem por consequência a decretação da falência. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Lupatech, empresa focada no segmento de óleo e gás, encerrou o segundo trimestre de 2016 com um prejuízo líquido de R$ 401,7 milhões. As perdas foram 237% maiores do que no segundo trimestre de 2015, quando houve prejuízo de R$ 119,0 milhões.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado consolidado das atividades continuadas foi negativo em R$ 11,5 milhões no segundo trimestre de 2016, mostrando deterioração frente ao resultado negativo de R$ 1,5 milhão no mesmo período de 2016. Nesse período, a margem do Ebitda ajustado permaneceu negativa, piorando de 2,2% para 39,1%.

##RECOMENDA##

A receita líquida consolidada no segundo trimestre atingiu R$ 29,3 milhões, queda de 55,5% na mesma base de comparação. A Lupatech seguem em processo de recuperação judicial.

O pedido de recuperação judicial da Oi mostra que a política encampada durante o governo do PT de criação de grandes empresas, capazes de competir globalmente, com a ajuda do BNDES, foi, no mínimo, discutível. Apesar de toda a ajuda federal, essas companhias nem sempre se mostraram capazes de assumir a posição de liderança que almejavam. No caso específico da Oi, a "supertele nacional" jamais chegou a ameaçar a posição das rivais Vivo, Claro e TIM em telefonia celular.

Entre outros negócios que foram eleitos como prioritários pelo governo, o resultado foi variado: enquanto a JBS se tornou líder global em carnes e a Fibria é a maior empresa de celulose do País, a LBR, de lácteos, pediu recuperação judicial e saiu do mercado. O frigorífico Marfrig também tem atuado no vermelho e teve de vender ativos.

##RECOMENDA##

A "supertele nacional" surgiu em 2008, quando a Oi se fundiu com a Brasil Telecom, criando à época uma empresa com atuação em todos os Estados, à exceção de São Paulo. Para que essa fusão fosse feita, o governo teve de mexer na legislação - havia uma série de entraves legais ao negócios.

Em 2013, também com uma ajuda do governo, a Oi, já em dificuldades, se uniu à Portugal Telecom. A ideia foi vendida, à época, como uma forma de criar uma multinacional de língua portuguesa capaz de concorrer até em outros continentes. Mas nada disso deu certo, a dívida da empresa não parou de subir e acabou culminando na recuperação judicial.

Malsucedido

Para Sergio Lazzarini, professor do Insper, a política chamada de campeãs nacionais tem mais casos de insucessos. "Nossos estudos mostram que o BNDES até ajudou companhias no passado. As que prosperavam eram aquelas que precisavam de capital e tinham bons projetos", diz. A Embraer, por exemplo, foi um caso que contou com ajuda estatal e conseguiu prosperar.

"No caso da Oi, houve uma conjugação política importante. Foi uma movimentação que buscava duas coisas: resolver os conflitos que estavam ocorrendo entre os acionistas e a decisão do governo Lula de criar grandes grupos."

De acordo Lazzarini, a política de campeã nacional acabou no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff. "Um divisor de águas foi a tentativa do Abílio Diniz de fundir o Carrefour e o Pão de Açúcar, com o dinheiro do BNDES. Na época, foi extremamente criticado."

Em entrevista recente, Rodrigo Zeidan, professor de economia da Fundação Dom Cabral, disse que um dos problemas da política de campeãs nacionais foi não ter focado em setores estratégicos, mas sim em empresas que mantinham boa relação com o governo.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, em 2013, o então presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou que a promoção da competitividade de grandes empresas era uma política que havia se exaurido. Coutinho contestou, à época, o termo "campeãs nacionais". O BNDES diz que associar o banco a campeãs nacionais pressupõe que há privilégios a poucas empresas, o que seria incorreto.

Prioridade

Pelo menos, agora, em recuperação judicial, o BNDES terá uma vantagem. Os credores com garantia real - casos do BNDES e o BRB (Banco de Brasília) - são os que deverão receber primeiro, além das dívidas trabalhistas. Os credores restantes entram na mesma fila. "No fundo, o pedido de recuperação judicial não é ruim para a Oi. Eles caíram na real de que a situação é crítica e que a reestruturação terá de ser feita", disse uma fonte a par do assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando