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No próximo domingo, dia 1º de outubro, serão realizadas as eleições para conselheiro tutelar em todos os municípios do Brasil. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), as eleições dos membros do Conselho Tutelar são realizadas a cada quatro anos, no primeiro domingo do mês de outubro do ano subsequente ao das eleições gerais, para governadores e presidente. Neste ano, um diferencial torna o pleito mais modernizado, com o uso das urnas eletrônicas em todo o território nacional, resolução aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para entender melhor sobre o tema, o LeiaJá conversou com conhecedores do assunto, que explicaram detalhes sobre a campanha e a atuação dos conselheiros tutelares. 

Segundo o advogado Raphael Costa, presidente da Comissão de Direito Eleitoral da Subseccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Jaboatão dos Guararapes, e membro da Comissão Especial de Direito Eleitoral da OAB Nacional, a existência do Conselho Tutelar é prevista desde a promulgação do ECA, mas a votação dos conselheiros se tornou um processo eleitoral unificado, em todo o território nacional, a partir de 2012. “As eleições começaram a ser implantadas em cada cidade, mas o Estatuto da Criança e do Adolescente já prevê a existência dos Conselhos Tutelares, e pela municipalização, os conselhos municipais de defesa da criança e do adolescente, é que vão coordenar as eleições”, comentou. 

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No Recife, quem coordena as eleições é a comissão eleitoral criada no Conselho Municipal de Defesa e Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica). Segundo o jurista, o Comdica escolhe, por meio de votação interna, quem fará parte da comissão eleitoral que estará à frente do sufrágio universal. Isso acontece em todas as cidades do Brasil, em cada Conselho Municipal. “A comissão eleitoral é que vai dirigir os trabalhos da eleição. Isso sob a coordenação do Comdica, onde vão ser colocadas as instâncias de resolução de problemas. Primeira instância sendo a comissão eleitoral, e não resolvendo, o pleno do Comdica se reúne para resolver”, complementou Costa. 

As comissões eleitorais, dos Conselhos Municipais, têm como responsabilidade coordenar todo o processo, desde a a divulgação do edital, que foi feito em abril, até o dia da votação. Os Tribunais Regionais Eleitorais (TRE) ficam encarregados em ceder as urnas eletrônicas, capacitar as equipes de mesários e dar suporte técnico no dia da eleição. O TRE-PE vai disponibilizar 2.503 urnas eletrônicas para 32 municípios. Apenas os municípios com, no mínimo, 30 mil eleitores poderão contar com urnas eletrônicas. O TRE-PE dispõe da listagem de cada seção eleitoral que estará disponível no estado, basta pesquisar no portal utilizando os dados do título de eleitor

O papel do conselheiro tutelar 

Segundo o presidente do Comdica Recife, Wellignton Pastor, o ECA estabelece que exista, no mínimo, um Conselho Tutelar, com cinco conselheiros, em cada município, podendo variar para menos, de acordo com a população de cada unidade municipal. Eles são responsáveis pela proteção e propagação dos direitos das crianças e adolescentes. “São órgãos que compõem a rede do Sistema de Garantia de Direito de Crianças e Adolescentes, e eles são a porta de entrada para os demais serviços”, disse ao LeiaJá

Nas cidades grandes, os Conselhos Tutelares são distribuídos pelas regiões político administrativas (RPAs). No Recife, existem oito RPAs, indo da 1 a 6, sendo que as RPAs 3 e 6 são subdividas em A e B, para dar conta das populações nos bairros. “Inclusive, a Prefeitura estuda a possibilidade de ampliar o número de Conselhos Tutelares, porque com a publicação do novo censo do IBGE, que aumentou a população aqui de Recife, no futuro esse número de Conselhos Tutelares deve aumentar”, adiantou. 

Para se submeter a um cargo no Conselho Tutelar, é preciso preencher determinados requisitos, como explica o presidente do Comdica Recife: “Ser maior de 21 anos, morar no território [da RPA correspondente], ter idoneidade moral. Precisa ser uma pessoa que também seja reconhecida pela comunidade, pela sociedade, enquanto um defensor dos direitos humanos”, explicou. 

Processo seletivo 

O regulamento da seleção dos candidatos possui algumas etapas padrão, que são a inscrição, a prova, e a escolha feita pela sociedade. No entanto, alguns municípios incluem outras etapas no processo, como explica o presidente Wellignton. “O processo aqui em Recife, a nossa etapa é composta por cinco momentos. O primeiro é o da inscrição, onde o candidato precisa entregar toda a documentação. Depois disso, a gente faz uma análise. Aquelas pessoas que apresentaram os documentos de forma correta, elas vão para a segunda etapa, que é do exame psicotécnico. Todas as etapas de Recife são eliminatórias, da primeira à última. Depois do exame psicotécnico, eles vão para a prova de conhecimento, é a terceira etapa”, ele listou. 

“Depois da prova de conhecimento, eles vão para o momento do sufrágio, que é a hora do voto. É onde a sociedade vai escolher ali aquelas pessoas que elas consideram que estão mais preparadas para ocupar esse equipamento. E a última etapa, que é a quinta, é o processo de formação. Eles passam por um processo de capacitação, de reciclagem, para poder, no dia 10 de janeiro [de 2024], ser empossados na condição de conselheiro ou conselheira tutelar”, continuou. 

São 40 vagas para conselheiro tutelar no Recife, sendo cinco para cada RPA. As eleições na capital pernambucana contam com 88 candidatos no total, conforme a seguinte distribuição: RPA 1 tem 13 candidatos; RPA 2, 11; RPA 3, 19; RPA 4, 10; RPA 5 tem 14; e RPA 6, 21. 

Como acontecem as campanhas 

A resolução elaborada pelo Comdica Recife determina certas regras para a campanha dos candidatos. O advogado Raphael Costa ainda ressalta, ao apresentar o edital, a importância da leitura da normativa para compreender os procedimentos permitidos durante a campanha eleitoral. 

Segundo uma resolução, divulgada em 24 de agosto pelo Comdica Recife, apenas alguns tipos de material são permitidos no período de campanha, sendo eles: Folders, Santinhos, adesivos micro perfurados para veículos de passeio, adesivos plásticos, praguinha adesiva, broches e jingles. 

O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA), por meio de resoluções, determina as práticas vedadas durante as campanhas e conduta dos candidatos antes, durante e após o pleito. 

 

Em reunião colegiada nessa quarta-feira (27), a Comissão de Ética Pública da Presidência instaurou um processo contra Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) sob a gestão de Jair Bolsonaro (PL). De acordo com O Globo, a investigação vai apurar uma denúncia em que o ex-agente é suspeito de pedir votos para o ex-mandatário nas redes sociais. Desde 9 de agosto, o investigado está preso na capital federal. 

No dia 29 de outubro do ano passado, sábado que precedeu o segundo turno das eleições, o então diretor-geral compartilhou uma mensagem em suas redes sociais pedindo apoio a Bolsonaro. "Vote 22 - Bolsonaro Presidente", dizia o post, que foi excluído horas depois. A publicação aconteceu no mesmo período em que o Partido dos Trabalhadores (PT) solicitou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que impedisse as operações da PRF que atrapalhassem o trânsito de eleitores. 

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Para a Comissão de Ética da Presidência, há "indícios de materialidade" no caso. O Código de Ética proíbe, por exemplo, que servidores públicos usem do cargo ou de sua influência para favorecimento pessoal. O Conselho, porém, só pode aplicar sanções administrativas, como censura ética. Não é um processo com implicações criminais. 

Cristiano Ronaldo já saiu da Juventus há mais de dois anos, mas sua relação com o clube não está totalmente encerrada: o jornal Gazzetta dello Sport noticiou que o português, hoje no Al-Nassr, cobra do clube italiano 19,9 milhões de euros (cerca de 103 milhões de reais em conversão direta) na Justiça por pagamentos congelados durante a pandemia de Covid-19, período em que ele estava na "Velha Senhora".

O valor é resultado de uma soma de pagamentos mensais que faziam parte do seu salário de 31 milhões de euros (aproximados 161 milhões de reais) por temporada, mas que foram suspensos - em acordo individual com o atleta - por conta da pausa no futebol quando a doença estava em seu pico e pela retomada ainda sem público nos estádios, algo que trouxe sérias dificuldades financeiras aos clubes. Agora, Ronaldo quer receber esse dinheiro congelado.

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O craque e seus advogados deram entrada e solicitaram os documentos ao Ministério Público de Turim. O processo agora deve seguir na Justiça italiana. Jogador e clube ainda não se manifestaram oficialmente na imprensa sobre o trâmite.

Não é a primeira vez que a Juventus tem problemas com antigos jogadores em 2023. Em março, Paulo Dybala acionou a agremiação por pagamentos atrasados referentes aos dois últimos anos em que jogou por lá, também na época da pandemia. O argentino, agora na Roma, chegou a um acordo com o clube para receber três milhões de euros (cerca de R$ 15 milhões de reais).

Cristiano Ronaldo chegou à Juventus em 2018 após nove anos vitoriosos no Real Madrid, onde foi multicampeão. Pelo clube de Turim, marcou 101 gols e deu 22 assistências em 134 jogos, além de ter conquistado duas vezes o Campeonato Italiano, duas Supercopas da Itália e uma Copa da Itália, até sair para o Manchester United em 2021.

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu nesta segunda-feira (11) a suspeição da juíza responsável pelo caso no qual ele é acusado de conspirar para anular as eleições de 2020.

A magistrada Tanya Chutkan deveria se afastar do processo por causa de declarações que fez no passado sobre o ex-presidente e que demonstram sua parcialidade, alegaram os advogados de Trump no pedido.

"Em relação a outros casos, a juíza sugeriu que o presidente Trump deveria ser processado e preso", disseram. "Tais declarações, feitas antes da abertura deste caso e sem o devido processo, são inerentemente desabonadoras."

"Embora possa ter a genuína intenção de dar ao presidente Trump um julgamento justo [...], suas declarações públicas inevitavelmente mancham estes procedimentos, independentemente do resultado", acrescentaram.

Juristas consideraram improvável que o pedido de suspeição prospere, pois caberia à própria Chutkan aceitar voluntariamente o seu afastamento do caso.

No mês passado, Chutkan marcou para 4 de março de 2024 o início do julgamento de Trump por conspiração para reverter os resultados das eleições presidenciais de 2020, nas quais ele foi derrotado pelo democrata Joe Biden.

Favorito para conseguir a indicação presidencial republicana em 2024, Trump declarou-se inocente das acusações.

Em seu pedido de suspeição da magistrada, os advogados de Trump citaram os comentários proferidos por ela em sentenças contra partidários do ex-presidente acusados de invadir o Capitólio em janeiro de 2021.

Na decisão de outubro de 2022 contra uma mulher por sua participação no ataque, Chutkan descreveu a ação no Capitólio como "uma tentativa violenta de derrubar o governo".

Em uma aparente alusão a Trump, a juíza acrescentou que a ré estava inspirada pela "lealdade cega a uma pessoa que, certamente, continua livre nos dias atuais".

"Seus comentários sugerem que ela chegou à conclusão, antes deste caso, de que o presidente Trump é mais merecedor de uma pena de prisão do que o acusado que estava sentenciando", disseram os advogados do ex-mandatário.

"A juíza Chutkan deveria aceitar sua suspeição neste caso e ordenar que outro juiz seja designado aleatoriamente", acrescentaram.

- 'Presidentes não são reis' -

Trump classificou a magistrada como "altamente partidária" e também de "preconceituosa e injusta".

Com 61 anos, a juíza foi nomeada pelo ex-presidente democrata Barack Obama e ditou fortes condenações contra os invasores do Capitólio em Washington.

Além disso, tem antecedentes de litígios com Trump. Em novembro de 2021, decidiu contra o magnata e declarou que os "presidentes não são reis".

Léo Lins virou réu em uma ação por propagar conteúdo discriminatório contra minorias e grupos vulneráveis. A Justiça de São Paulo bloqueou R$ 300 mil das contas do humorista e retirou seu canal do YouTube do ar. 

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) entrou com a ação contra o humorista para suspender seu canal no Youtube, em abril deste ano. De acordo com o órgão, o humorista distribuiu vídeos retratando atos ofensivos e degradantes contra grupos vulneráveis e minoritários, implicando crimes de ódio, preconceito e discriminação.

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Em maio, a Justiça acatou o pedido do MP e fixou uma multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento. Ainda de acordo com a Justiça, o humorista descumpriu o pedido e manteve diversos links de vídeos com conteúdo depreciativo no ar. E, em julho deste ano, foi pedido o bloqueio de R$ 300 mil das contas de Léo Lins, além da aplicação de multa.

Acusado de quebra de decoro por xingar um colega parlamentar, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pode ser livrar do processo no Conselho de Ética. O relator do caso, deputado Josenildo Abrantes (PDT-AP), apresentou nesta terça-feira, 5, pedido de arquivamento.

Eduardo Bolsonaro foi acusado de ofender o deputado Dionilso Marcon (PT-RS) durante uma briga entre os dois na Comissão de Trabalho, em abril. Na sessão desta terça, o relator riu ao ter que repetir a acusação que pesa contra o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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Josenildo Abrantes chegou a pedir para não ler a íntegra dos palavrões que Eduardo Bolsonaro usou para atacar outro parlamentar. "Seu v..., seu p..., facada", repetiu o relator, enquanto sorria ao ler a passagem. O trecho que o relator deixou de ler seria "Facada é o teu c..., seu v...!", teria dito Eduardo, segundo o processo do PT. Toda a passagem foi retirada das notas taquigráficas da sessão.

Marcon e Eduardo Bolsonaro pediram abertura de processos um contra o outro. Em abril, o filho do ex-presidente partiu para cima de do petista depois dele dizer que o ataque a faca contra Bolsonaro foi "encenação". O deputado Marcon então disse: "Aquilo foi uma encenação para ganhar a eleição". Eduardo Bolsonaro respondeu: "Olha o nível de provocação. Dar uma facada no seu bucho e quero ver o que o senhor vai fazer".

Parlamentares começaram a questionar se a declaração havia sido uma ameaça. O desentendimento continuou. Marcon questionou "quanto sangue saiu daquilo", até que o deputado do PL levantou e foi em direção ao petista. "Está achando que está na internet? Te enfio a mão na cara e perco o mandato. Perco o mandato, mas com dignidade, coisa que você não tem", afirmou Eduardo Bolsonaro, exaltado e proferindo palavras de baixo calão.

O PT argumenta, no texto da representação, que Eduardo estaria "descompassado, furioso e intolerante" com um comentário que, segundo a legenda, seria "eminentemente político" e que não agrediu Marcon por causa da segurança presente no plenário.

"Teve um membro da família ofendido pelo deputado do PT. Todos nós, no calor da emoção, podemos ofender alguém. Muito embora nós, enquanto parlamentares, estamos representando o povo brasileiro, devamos ter o respeito sobretudo ao nosso povo. Precisamos manter sempre o equilíbrio. Devemos ir no campo das ideias, cada um tem sua ideologia", alertou o relator.

Ausente em Brasília por problemas no voo em São Paulo, Eduardo foi representado por sua advogada Paula Cordeiro. "É fato conhecido que no bojo da própria representação que o episódio não passou da troca de ofensas entre os parlamentares", justificou. "Não passou de trocas ríspidas."

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) pediu vista por entender que seria relevante que Eduardo Bolsonaro estivesse presente para se defender e promover o debate sobre o episódio. O caso contra Marcon teve sorteio de listra tríplice de relatoria e aguarda definição para poder prosseguir.

Em outro julgamento, a Comissão arquivou o caso contra a deputada Juliana Cardoso (PT-SP), alvo de representação do PP pelas falas ditas aos deputados que votaram a favor do projeto de lei do marco temporal. Tanto o relator, Gabriel Mota (Republicanos-RR), como deputados da oposição acreditam que ela se exaltou, mas não há necessidade de puni-la pelo que foi dito.

Segundo o partido, ela chamou membros da bancada da oposição de "assassinos do povo indígena" e teria também ofendido o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). "Você está colocando esse projeto contra o nosso povo indígena", diz o texto assinado pelo presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PP-PI). A parlamentar negou que tenha pessoalizado qualquer ataque a Lira.

O caso de Talíria Petrone contra o deputado Ricardo Salles (PL-SP) também foi arquivado.

A representação do PL contra o deputado Márcio Jerry, acusado pela sigla de importunação sexual à deputada Julia Zanatta (PL-SC) foi novamente adiada. O relator, deputado Ricardo Maia (MDB-BA) está novamente sob atestado médico, levando a votação para a próxima semana.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, arquivou, nesta quinta-feira (31), o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o caso de omissão na compra das vacinas contra a Covid-19, à época da pandemia. 

Segundo o ministro, a crise sanitária, problemática ainda em 2020, antes das vacinas, “encontra-se estabilizado, sendo desnecessária a continuidade da tramitação da presente ação”.  

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“Os esclarecimentos técnicos elaborados pelo Ministério da Saúde e trazidos aos autos evidenciam a inutilidade de eventual provimento judicial que discuta o conflito descrito na petição inicial”, escreveu Zanin na decisão. 

A ação foi movida pela Rede Sustentabilidade, em outubro de 2020. Na época, o partido pedia que o então presidente Bolsonaro fosse obrigado a comprar as vacinas que já haviam sido desenvolvidas pelo laboratório chinês Sinovac. Bolsonaro havia argumentado que não iria realizar compras de vacinas sem a comprovação de sua eficácia perante o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “O povo brasileiro não será cobaia de ninguém. Minha decisão é a de não adquirir a referida vacina”, disse Bolsonaro. 

O governo Lula se posicionou a favor da decisão por meio de um relatório elaborado pela Advocacia-Geral da União (AGU) enviado ao STF. 

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados abriu, nesta terça-feira (30), sete processos para apurar representações de quebra de decoro parlamentar. Os requerimentos são contra os deputados Carla Zambelli (PL-SP), Márcio Jerry (PCdoB-MA), Nikolas Ferreira (PL-MG), José Medeiros (PL-MT), Juliana Cardoso (PT-SP), Talíria Petrone (Psol-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP).   

Os relatores dos processos foram sorteados pelo presidente do colegiado, deputado Leur Lomanto Júnior (União-BA). De acordo com o regimento, três nomes são sorteados, mas devem ser excluídos os parlamentares que representam o mesmo estado, bloco ou partido do representado ou da representação. 

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O relator tem 10 dias para elaborar um parecer favorável ao prosseguimento ou arquivamento da ação. Os deputados condenados por quebra de decoro podem ter punições que vão desde a censura oral até a perda do mandato.  

Na sessão desta quarta-feira (30), o colegiado também decidiu, por 13 votos a zero, arquivar uma representação do PT contra o deputado José Medeiros (PL-MT). O partido argumentava que o deputado quebrou o decoro ao tentar intimidar a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) durante uma sessão do plenário da Câmara. 

Os sete processos 

Carla Zambelli

Segundo a representação do PSB, ela teria quebrado o decoro parlamentar por xingar e constranger o deputado Duarte (PSB-MA) durante audiência com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. O partido pede a deputada perca o mandato. A lista tríplice sorteada é composta por Ricardo Maia (MDB-BA), João Leão (PP-BA) e Washington Quaquá (PT-RJ).  

Márcio Jerry

O deputado foi representado pelo PL por quebra de decoro parlamentar. O partido acusa o deputado de importunação sexual contra a deputada Julia Zanatta (PL-SC) também durante audiência com Flávio Dino. O momento foi flagrado em câmera. A lista tríplice sorteada é composta por Alexandre Leite (União-SP), Ricardo Maia (MDB-BA) e Emanuel Pinheiro Neto (MDB-MT).  

Nikolas Ferreira

As bancadas do PSOL, PT, PDT, PCdoB e PSB protocolaram pedido de cassação do mandato do deputado federal por quebra de decoro parlamentar após fazer discurso considerado transfóbico. A lista tríplice é composta por Bruno Ganem (Pode-SP), Ricardo Maia (MDB-BA) e Alexandre Leite (União-SP).  

José Medeiros

O processo foi apresentado pelo PT também por quebra de decoro durante a sessão que comemorava o Dia da Mulher. A lista tríplice inclui os deputados Albuquerque (Republicanos-RR), Ricardo Ayres (Republicanos-TO) e Gutembergue Reis (MDB-RJ).  

Juliana Cardoso

A deputada é acusada pelo PP por quebra de decoro após ter chamado de "assassinos" deputados que votaram a favor da urgência para o projeto do marco temporal na demarcação de terras indígenas (PL 490/07).  

Talíria Petrone

O processo foi apresentado pelo PL (Representação 6/23) por quebra de decoro durante reunião da CPI do MST. Talíria acusou o relator do colegiado, deputado Ricardo Salles (PL-SP), de fraudar mapas e ter relação com o garimpo. "O senhor é acusado. E olha que eu nem chamei de bandido, nem de marginal", disse a deputada na reunião. A lista tríplice é composta por Rafael Simões (União-MG), Sidney Leite (PSD-AM) e Gabriel Mota (Republicanos-RR).  

Eduardo Bolsonaro

O PT acusa o deputado de quebra de decoro por ter intimidado o deputado Marcon (PT-RS) durante reunião da Comissão de Trabalho. Após Marcon ter questionado a facada desferida contra o ex-presidente Jair Bolsonaro em 2018, Eduardo Bolsonaro se levantou, xingou e ameaçou o petista. Compõem a lista tríplice os deputados Albuquerque (Republicanos-RR), Gutembergue Reis (MDB-RJ) e Josenildo (PDT-AP). 

 

Preta Gil descobriu um câncer no intestino no começo de 2023 após passar mal e dar entrada na Clínica São Vicente, na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro. Seis dias depois do ocorrido, ela usou as redes sociais para informar que foi diagnosticada com a doença. Desde então, a cantora compartilha os altos e baixos do tratamento.

Nesse domingo, ainda internada após realizar a cirurgia de retirada do tumor, a cantora surgiu nas redes sociais para contar que está se adaptando a alimentação.

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"Hoje foi um dia de mais uma adaptação da alimentação, voltei a comer comida sólida para pastosa. É um processo, porque tem que comer muito pouquinho para digerir direito, bolsa ficar bem. Tudo é um processo, hoje foi mais um dia de aprendizado, de luta, mas de vitória", disse.

Em seguida, explicou melhor que é preciso dar um passo de cada vez: "Foi uma dia de adaptação da comida pastosa e um pouco de pedaços para ver como funciona a bolsa e como ela reage. Aí dá mil coisinhas, então tem que ter paciência".

Chico Buarque levou a melhor na Justiça e venceu uma ação movida contra o senador Flávio Bolsonaro (PL - RJ). O cantor receberá uma indenização de R$ 48 mil por danos morais em decorrência do uso de um meme. 

O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro publicou uma montagem na qual aparecem fotos do disco ‘Chico Buarque de Hollanda’, de 1966, como referência para criticar quem votou em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) . A decisão do 6º Juizado Especial Cível da Comarca da Capital Lagoa, assinada pela juíza Keyla Blank de Cnop, diz: "Diante do exposto, na forma do artigo 487, inciso I, do Código de Processo Civil, julgo procedente o pedido contido na inicial para condenar o réu a: pagar ao autor, a título de indenização por dano moral, o valor de R$ 48 mil, corrigido monetariamente a partir da intimação da sentença e acrescido de juros de mora de 1% ao mês a contar da citação".

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A juíza avaliou que a indenização foi "condizente com a repercussão dos fatos narrados". Flávio Bolsonaro pode recorrer da decisão. 

Um professor do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no Paraná, foi demitido por mandar mensagens com conteúdo sexual para uma aluna. O caso foi denunciado pela estudante na Ouvidoria da instituição em julho do último ano, mas só foi resolvido agora.

Luciano Ribeiro Bueno teve sua demissão publicada no dia 9 de agosto deste ano no Diário Oficial do Paraná. As conversas com a aluna teriam começado com uma oferta de ajuda do professor, que era colaborador da UEPG desde 2003. Em 2012, Luciano acabou admitido como professor de carreira e, de 2016 a 2020, foi chefe do Departamento de Economia.

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Conforme o Processo Administrativo Disciplinar, as mensagens com teor sexual foram enviadas entre 23h23 e 01h29 através do WhatsApp. Elas foram verificadas pela comissão responsável e registradas em cartório.Nelas, o professor chamava a aluna para sair e dizia que ela o deixava “excitado”. Ele também publicou em seu status uma imagem de seu órgão sexual. 

Felipe Massa, ex-piloto de Fórmula 1 e atual competidor da Stock Car, iniciou os trâmites para mover uma ação com pedido de indenização à F-1 e à Federação Internacional de Automobilismo (FIA), por entender que foi prejudicado por uma conspiração em 2008, ano em que foi vice-campeão mundial da principal categoria do automobilismo. A informação foi noticiada pela agência de notícias Reuters e confirmada pela reportagem do Estadão.

O movimento vem após declarações recentes de Bernie Ecclestone, ex-chefão da categoria, de que sabia de uma manipulação do resultado do GP de Cingapura daquele ano e de que o piloto brasileiro poderia ter ficado com o título mundial, desbancando Lewis Hamilton, campeão da edição. Massa já havia falado, em abril, que estava estudando a possibilidade de acionar a Justiça.

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Os advogados do ex-ferrarista enviaram a Stefano Domenicali, CEO da F-1 e ex-chefe de Massa na Ferrari, e a Mohammed Ben Sulayem, presidente da FIA, uma carta de aviso legal sobre o caso. Tal procedimento é obrigatório para dar sequência a processos judiciais na Inglaterra, onde a ação foi protocolada.

A carta defende que Massa é o "legítimo campeão de pilotos de 2008" e que a F-1 e a FIA ignoraram a "má conduta" que tirou o título do brasileiro. Em outros trechos, o texto estima um prejuízo de "dezenas de milhões de euros" e afirma que o brasileiro "foi vítima de uma conspiração cometida por indivíduos do mais alto nível" do corpo diretivo das entidades. Agora, Domenicalli e Sulayem têm 14 dias para dar uma resposta. Caso contrário, o processo judicial pode ser iniciado nos tribunais sem aviso prévio.

CINGAPURAGATE

O chamado "Cingapuragate", um dos casos mais rumorosos da história da F-1, aconteceu em setembro de 2008, na 15ª de 18 etapas daquela temporada. Na ocasião, Massa disputava o título com Hamilton. Foi o pole position da corrida e liderava a prova quando Nelsinho Piquet sofreu uma batida, o que mudou os rumos da disputa. Fernando Alonso, da mesma equipe Renault de Nelsinho, acabou ficando com a vitória naquele GP.

Um ano depois, Nelson Piquet veio a público para denunciar que seu filho batera de propósito por ordem de Flavio Briatore, então chefe da Renault, para beneficiar o companheiro de equipe, Alonso. O caso foi investigado pela FIA, que puniu os envolvidos. Briatore foi banido da F-1, embora a decisão já tenha sido revogada, e o engenheiro Pat Symonds, outro responsável pela ordem para a batida, foi suspenso por cinco anos - atualmente é o diretor técnico da F-1.

A polêmica foi revivida no início de março, quando Ecclestone concedeu entrevista ao site F1-Insider na qual admitia que ele e o então presidente da FIA, Max Mosley, estavam cientes da armação ainda em 2008, após o episódio, antes mesmo da denúncia de Nelson Piquet, feita apenas no ano seguinte.

Tivemos informações suficientes a tempo de investigar o assunto. De acordo com os regulamentos (da época), deveríamos ter cancelado a corrida em Cingapura naquelas condições", declarou. "Decidimos não fazer nada. Queríamos proteger o esporte e evitar um grande escândalo. Por isso me esforcei para convencer meu ex-piloto Nelson Piquet a manter a calma", disse Ecclestone, em referência ao período em que era chefe de Piquet na já extinta equipe Brabham.

O então chefão da F-1 admitiu que poderia ter anulado o GP por causa da manipulação da Renault. "Naquela época, havia uma regra de que uma classificação ao Mundial após a cerimônia de premiação da FIA no fim do ano era intocável. Então, Hamilton foi presenteado com o troféu e estava tudo bem."

Se a prova tivesse sido anulada, Massa poderia ter se sagrado campeão mundial, uma vez que Hamilton terminou em 3º, enquanto o brasileiro foi apenas o 13º, sem somar pontos, após enfrentar um problema nos boxes - o pit stop havia sido motivado pela entrada do safety car na pista após o acidente protagonizado por Nelsinho Piquet.

"Felipe Massa se tornaria campeão mundial, e não Lewis Hamilton. Hoje me solidarizo com Massa, sinto muito por ele. Afinal, ele ganhou a corrida em casa, em São Paulo, mas foi enganado e não levou o título que merecia. Hoje, eu teria feito as coisas de outra forma", reconheceu Ecclestone. O título de 2008 foi decidido por apenas um ponto de diferença.

A denúncia do Ministério Público que tornou Marcius Melhem réu sob a acusação de assédio sexual chegou até a Justiça com três divergências. O documento, que deve guiar o julgamento, considerou válidos três casos e arquivou queixas de outras seis mulheres —entre elas as de Dani Calabresa—, por terem prescrito. Segundo Melhem, a denúncia é “confusa”. 

Segundo o jornal Folha de São Paulo, que teve acesso ao documento, as discrepâncias geram em torno do número de supostas vítimas, da mudança de posição de três dessas mulheres -  que, até então, tinham sido tratadas como testemunhas durante as investigações -, além de uma segunda mulher que nunca havia prestado depoimento à Polícia Civil e uma terceira que teria  conversado com os agentes sob a condição de testemunha, e não de vítima.

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Através de uma nota assinada por seus advogados, Marcius Melhem disse que a denúncia do MP é “confusa e inteiramente alheia aos fatos e às provas”. Já o Ministério  afirmou que, “no curso das investigações, conforme as testemunhas prestavam esclarecimentos, novos fatos surgiram, passando algumas testemunhas a serem consideradas possíveis vítimas”.e que os promotores, antes de encaminharem o documento à Justiça, concluíram que “outras testemunhas foram igualmente identificadas como vítimas” e que “a apuração do Ministério Público não está restrita às vítimas identificadas pela autoridade policial”..

 

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, por 12 votos a 5, o arquivamento da investigação sobre a conduta do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), acusado de transfobia por, no Dia Internacional da Mulher, usar a tribuna da Casa para se apresentar como "deputada Nikole", usando uma peruca loura, em um deboche ao feminismo. A decisão vem com um porém: ele receberá uma censura escrita da mesa diretora da Casa.

O relator do caso, deputado Alexandre Leite (União-SP), inicialmente votou pela admissibilidade do processo contra Nikolas, mas depois de ouvir outros integrantes do Conselho mudou de ideia. O relator disse que o discurso de Nikolas teve "boas intenções", mas foi "grave". Mesmo assim, alegou que "não seria oportuno" levar o caso adiante e que a mesa da Câmara poderia optar pela aplicação apenas de uma censura por escrito a ser aplicada pela mesa diretora.

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Durante a reunião do Conselho, Nikolas disse sofrer perseguição política e defendeu a performance. "A atividade do parlamentar é histórica. Temos diversos parlamentares usando a encenação, a ironia, o sarcasmo, para passar a mensagem que eles querem", disse. "Não podemos usar o Conselho de Ética para fazer perseguição política. Querem a minha cabeça para dizer que estamos conseguindo censurar."

Ainda nesta quarta-feira, 9, Nikolas perguntou para a ministra da Saúde, Nísia Trindade, se homem pode menstruar, em referência a um documento da pasta que usa o termo "pessoas que menstruam".

Mais cedo, o conselho da Casa também arquivou processo contra a deputada Carla Zambelli (PL-SP), acusada por ter xingado o deputado Duarte Jr. (PSB-MA) numa audiência na Comissão de Segurança Pública que ouvia o ministro da Justiça, Flávio Dino. O Conselho adiou o julgamento de um terceiro processo: o que apura a conduta do deputado Márcio Jerry (PCdoB) - acusado pela deputada Júlia Zanatta (PL-SC) de suposta importunação sexual. Ele está internado num hospital em Brasília.

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados arquivou, por 15 votos a 4, o caso da deputada Carla Zambelli (PL-SP), acusada pelo deputado Duarte Jr. (PSB-MA) de mandá-lo "tomar no c..." durante uma audiência da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado que contou com a presença do ministro da Justiça, Flávio Dino, em 11 de abril.

O relator do caso, João Leão (PP-BA) votou pela inadmissibilidade da acusação. "Pelo que me consta, nós teremos outros embates referentes à deputada. Em função do que aconteceu, porque nós temos algumas dúvidas no que aconteceu, não podemos condenar ninguém em função de dúvidas", disse.

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A deputada agradeceu ao relator e pediu o voto e defendeu que é preciso "acalmar os ânimos". "Acho que esse ano a gente começou todos nós com os ânimos exaltados, eu admito que eu comecei com ânimo exaltado. Hoje eu vejo de outra maneira. Acho que a gente pode fazer o embate de ideias sem atacar pessoas. Não quis ofender o Duarte, não foi a intenção da minha fala".

Ela fez um pedido de desculpa formal, confirmando o palavrão dito, mas que não foi direcionado ao colega parlamentar. A comissão avalia outros casos nesta quarta-feira, 9. O caso de Márcio Jerry - acusado pela deputada Júlia Zanatta de supostamente tê-la importunado durante a mesma sessão da Comissão de Segurança - foi adiado. Ele foi internado hoje em um hospital em Brasília.

A Comissão de Ética Pública da Presidência da República abriu processo para investigar a conduta de envolvidos no caso das joias recebidas da Arábia Saudita em outubro de 2021. As peças foram presentes para o então presidente Jair Bolsonaro e sua esposa, Michelle Bolsonaro, e entraram no país em comitiva do Ministério de Minas e Energia  que esteve no país do Oriente Médio em eventos oficiais.

Será investigada a atuação do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, do ex-secretário Especial da Receita Federal Júlio César Vieira Gomes e do ex-chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência Marcelo da Silva Vieira. A decisão de instaurar o processo ético foi tomada em reunião ordinária da comissão, na última segunda-feira (31).

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O relator será o presidente da Comissão de Ética Pública, Edson Leonardo Dalescio. De acordo com nota pública divulgada na tarde desta terça-feira (1°) pela Presidência, há indícios de conduta antiética.

No caso de Albuquerque, há “suposto desvio ético relacionado ao transporte de artigos de luxo em viagem oficial e condutas irregulares no desembarque alfandegário”. Já Vieira Gomes será investigado por “suposto desvio ético na utilização de órgão de controle aduaneiro com vistas à liberação dos bens” e Silva Vieira, por “suposto desvio ético na destinação das joias para o acervo privado presidencial”.

Avaliada em R$ 5,1 milhões, a caixa de joias – com colar, anel, par de brincos e relógio de diamantes – foi retida pela Receita Federal no Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos. Os artigos estavam na mochila de um assessor do então ministro Bento Albuquerque. Na ocasião, o assessor e o ministro não declararam os objetos na alfândega, conforme prevê a legislação. Albuquerque disse, à época, que as joias eram um presente para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Na tentativa de reaver as joias, Júlio César Vieira Gomes assinou ofício autorizando os auditores da Receita Federal em Guarulhos a entregar a caixa a um assessor de Bolsonaro. Auditor de carreira, Gomes foi exonerado no mês passado. De acordo com a Receita Federal, não houve tentativa de regularização das joias.

Todo viajante que chega ao Brasil deve declarar bens pessoais cujo valor ultrapasse US$ 1 mil. Já os agentes públicos devem declarar os bens que não sejam para uso pessoal como pertencentes ao Estado brasileiro.

O caso envolve ainda mais dois kits de joias. Todas elas já estão sob guarda da Caixa Econômica Federal.

Outro presente do governo saudita foi um estojo de joias masculinas, com um relógio, uma caneta, abotoaduras, um anel e um tipo de rosário, da marca suíça de diamantes Chopard, avaliados em R$ 500 mil. Este não foi percebido pela Receita em Guarulhos e entrou no país. Mais de um ano depois, em novembro de 2022, um representante do Ministério de Minas e Energia entregou os objetos ao Gabinete Adjunto de Documentação Histórica, que os remeteu ao acervo privado do presidente.

O órgão da Presidência da República é responsável por, entre outras ações, analisar os presentes recebidos por autoridades brasileiras e dizer se são objetos de uso pessoal ou destinados ao Estado brasileiro em função do valor histórico, cultural e financeiro. Na ocasião, Marcelo da Silva Vieira era chefe do gabinete.

Avaliado em R$ 500 mil, o terceiro kit tem entre as peças um relógio da marca Rolex. A Polícia Federal também investiga o caso. O ex-presidente Jair Bolsonaro nega qualquer irregularidade.

 

Os desembargadores da Corte Especial Administrativa do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, decidiram, por unanimidade, abrir um processo administrativo disciplinar sobre a conduta do juiz Eduardo Appio, afastado da 13ª Vara Federal de Curitiba, base da Operação Lava Jato. A decisão foi tomada nesta segunda-feira, 24. O colegiado ainda manteve, por 15 votos a dois, Eduardo Appio afastado da Justiça Federal paranaense.

O afastamento cautelar do magistrado que havia assumido os restos da Lava Jato - dizimada desde a extinção da força-tarefa do Ministério Público Federal em Curitiba - foi decretado no dia 22 de maio, no bojo de uma investigação sobre a conduta do juiz que é desafeto do senador Sérgio Moro e do deputado cassado Deltan Dallagnol - artífices da Operação.

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Appio é alvo de apuração por suposto envolvimento com 'ameaças' narradas pelo advogado João Malucelli - filho do desembargador Marcelo Malucelli, ex-relator da Lava Jato no TRF-4, e genro do senador, que comandou a operação enquanto juiz federal da 13.ª Vara Criminal.

Desde que assumiu o juízo base da Operação, Appio tomou uma série de medidas que inquietam a antiga força-tarefa, como o resgate do capítulo Tacla Duran, ex-operador financeiro da Odebrecht que acusa Moro e Deltan. Algumas decisões de Appio provocaram confrontos diretos com os antigos operadores da Lava Jato.

A 'ameaça' atribuída a Appio teria sido feita por ligação telefônica. Ele teria se identificado como 'Fernando Pinheiro Gonçalves, servidor da área de saúde da Justiça Federal do Paraná'. Na chamada, ele questionou o filho do desembargador Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região: "O senhor tem certeza que não tem aprontado nada?".

Appio recorreu ao Conselho Nacional de Justiça na busca por sua reintegração, mas acabou frustrado. O ministro Luis Felipe Salomão, corregedor nacional da Justiça, manteve o afastamento ressaltando que a conduta do magistrado 'aparenta configurar possível ameaça a desembargador' do TRF-4.

A defesa alegava justamente que o alijamento e Appio das funções de magistrado foi decretado sem a instauração de um Procedimento Administrativo Disciplinar, o que agora ocorreu com a decisão da Corte Administrativa do Tribunal da Lava Jato.

Os entreveros na base da Operação levaram o Conselho Nacional de Justiça a fazer uma correição extraordinária, tanto na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba como nos gabinetes dos desembargadores da 8ª Turma Criminal do TRF-4.

Ao determinar a verificação, Salomão citou a existência de diversas reclamações disciplinares em face dos juízes e desembargadores que atuam nesses setores.

Outro órgão do sistema de Justiça - o Conselho Nacional do Ministério Público - também quis investigar a ação da extinta força-tarefa da Lava Jato.

A PlayStation divulga hoje (24) em seu blog oficial, uma conversa com o gerente de produto do PS VR2, Yasuo Takahashi, sobre o processo de desenvolvimento do headset e do controle PlayStation VR2 Sense. No bate-papo, Takahashi revela detalhes sobre os diversos protótipos criados como parte do processo de construção do produto. 

“A pesquisa de tecnologia de realidade virtual do futuro estava sendo conduzida antes mesmo do lançamento do PlayStation VR original, como parte dos nossos esforços de pesquisa e desenvolvimento. Após o lançamento do PS VR em 2016, a discussão sobre como seria a próxima geração de VR começou para valer. Nós revisamos aquelas descobertas e começamos a criar protótipos com diversas tecnologias no começo de 2017. Ainda no mesmo ano, começamos debates detalhados sobre quais recursos deviam ser implementados no novo produto e quais tecnologias específicas devíamos explorar mais”, explicou o gerente Takahashi no blog. 

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Tem como objetivo, as versões iniciais do PS VR2, introduzir novos recursos pensados ainda na fase planejamento do conceito. De acordo com os engenheiros mecânicos, o design é simples e a espessura do plástico a mais fina no qual mantém a resistência para a produção. Rastreamento ocular, feedback do headset e instalação do controle com um único cabo são exemplos do que foi planejado para que houvesse um verdadeiro salto geracional do PS VR. O console PlayStation VR2, lançado em fevereiro deste ano, ofereceu aos jogadores uma chance de viver em mundos de jogos virtuais com detalhes e recursos imersivos. O PS VR2 foi o resultado do desenvolvimento que incluiu protótipos e métodos de testagem.  

“O protótipo inicial era focado em avaliar a funcionalidade em vez do peso, visto que estávamos considerando como incorporar novos recursos no design do PS VR original. Também exploramos o melhor sistema para rastreamento, e com o nosso primeiro protótipo de rastreio externo/visualização no ambiente, nós estávamos testando simultaneamente a câmera de visualização do ambiente”, acrescentou Yasuo.

 

A criminalista Maira Pinheiro, que há quase quatro anos está à frente do caso de estupro no qual o arquiteto e ex-BBB Felipe Antoniazzi Prior foi condenado pelo crime sexual, tornou públicas algumas das mensagens de ódio e ameaças que tem recebido nas redes sociais, desde que se tornou representante da vítima. “Vagabunda” e “vadia” fazem parte dos xingamentos deixados pelos fãs do empresário, que se tornou famoso após a passagem pelo Big Brother Brasil 2020.
“Porque é isso que nós mulheres somos quando desagradamos o patriarcado. E como a gente estava indo para cima de um criminoso em série, que tem um padrão de predação de mulheres, a gente desagrada o patriarcado. Mas não é algo que nos intimide”, disse a advogada em entrevista ao G1, que recebeu a nova denúncia com exclusividade.


Mensagens diretas com xingamentos no Instagram da criminalista
Arquivo Pessoal

O teor das ameaças ficou mais violento desde que a denúncia contra Prior voltou a ter repercussão, na última semana. O empresário foi condenado pela Justiça de São Paulo a seis anos de reclusão pelo crime de estupro. A decisão de primeira instância definiu o regime inicial de cumprimento de pena como semiaberto, e ele poderá recorrer em liberdade. Ele foi condenado por um crime ocorrido em 2014. Os advogados de Prior pretendem entrar com um recurso de apelação ao TJSP.
As advogadas da vítima informaram que o condenado foi denunciado por outras três mulheres. Os delitos teriam acontecido em 2015, 2016 e 2018 — o arquiteto se tornou réu em um deles e é investigado nos outros dois. Desde então, as redes sociais da criminalista Maira Pinheiro têm sido bombardeadas por novos comentários, mensagens diretas e até ligações anônimas.
“Os fãs dele são muito virulentos. Minhas redes sociais chegaram a ter mais de 100 mensagens, todas de ataque, de ódio, me xingando com palavras machistas, me atacando no exercício da profissão. A minha imagem foi muito explorada. Mas isso faz parte do jogo né? A gente não tem medo de fanático”, continuou.
Algumas das palavras usadas para definir a advogada foram vagabunda, bandida, pilantra, rata, nojenta, segundo prints divulgados. A criminalista ainda garantiu que os profissionais homens que trabalharam com ela no caso não passaram pelos mesmos episódios.
Após a condenação, Prior publicou uma nota nas redes sociais dizendo ser inocente e que vai recorrer da decisão. Os comentários da postagem foram limitados e apenas os de apoio foram mantidos.

 

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A fabricante sul-coreana Samsung abre um processo judicial contra a rival chinesa BOE Technology nessa terça-feira (4). O motivo é uma suposta cópia de patentes por parte da concorrente. De acordo com a agência de notícias Reuters, as propriedades intelectuais utilizadas sem autorização pela BOE são cinco patentes usadas nas telas do iPhone.

A marca chinesa BOE teria “roubado ideias” da Samsung que foram usadas na produção de telas do iPhone 12 e a ação judicial foi aberta em um tribunal no Texas pela Samsung Display e pede uma indenização pela infração de patentes, a maioria delas relacionadas à tecnologia OLED.

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Fora o pagamento em dinheiro, se condenada, a companhia pode ser proibida de comercializar e importar esse tipo de componente. As telas de OLED são utilizadas pela Apple não só no iPhone, mas também em outros aparelhos, como o Apple Watch.

A parceria deve continuar por mais algum tempo e, para o iPhone 15 Pro, a expectativa é por uma nova tecnologia que elimine totalmente o notch do painel. A Samsung é, há vários anos, uma das principais fornecedoras de painéis para a Apple, mesmo que as companhias sejam rivais em diversos segmentos.

A Samsung é atualmente a líder no setor, com a BOE tendo ultrapassado a LG nos últimos meses e ficando hoje com a medalha de prata. Curiosamente, a marca chinesa quase virou a fornecedora de telas para a Apple em 2019, mas o contrato com a rival foi mantido.

Recentemente, a divisão de painéis da Samsung reforçou a proteção legal de suas patentes em órgãos internacionais, inclusive com processos como o atual a respeito de infrações. As empresas BOE, Apple e Samsung são procuradas para comentar o caso. Até o momento, não há uma data específica para o julgamento da ação.

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