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Acusado de quebra de decoro por xingar um colega parlamentar, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pode ser livrar do processo no Conselho de Ética. O relator do caso, deputado Josenildo Abrantes (PDT-AP), apresentou nesta terça-feira, 5, pedido de arquivamento.

Eduardo Bolsonaro foi acusado de ofender o deputado Dionilso Marcon (PT-RS) durante uma briga entre os dois na Comissão de Trabalho, em abril. Na sessão desta terça, o relator riu ao ter que repetir a acusação que pesa contra o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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Josenildo Abrantes chegou a pedir para não ler a íntegra dos palavrões que Eduardo Bolsonaro usou para atacar outro parlamentar. "Seu v..., seu p..., facada", repetiu o relator, enquanto sorria ao ler a passagem. O trecho que o relator deixou de ler seria "Facada é o teu c..., seu v...!", teria dito Eduardo, segundo o processo do PT. Toda a passagem foi retirada das notas taquigráficas da sessão.

Marcon e Eduardo Bolsonaro pediram abertura de processos um contra o outro. Em abril, o filho do ex-presidente partiu para cima de do petista depois dele dizer que o ataque a faca contra Bolsonaro foi "encenação". O deputado Marcon então disse: "Aquilo foi uma encenação para ganhar a eleição". Eduardo Bolsonaro respondeu: "Olha o nível de provocação. Dar uma facada no seu bucho e quero ver o que o senhor vai fazer".

Parlamentares começaram a questionar se a declaração havia sido uma ameaça. O desentendimento continuou. Marcon questionou "quanto sangue saiu daquilo", até que o deputado do PL levantou e foi em direção ao petista. "Está achando que está na internet? Te enfio a mão na cara e perco o mandato. Perco o mandato, mas com dignidade, coisa que você não tem", afirmou Eduardo Bolsonaro, exaltado e proferindo palavras de baixo calão.

O PT argumenta, no texto da representação, que Eduardo estaria "descompassado, furioso e intolerante" com um comentário que, segundo a legenda, seria "eminentemente político" e que não agrediu Marcon por causa da segurança presente no plenário.

"Teve um membro da família ofendido pelo deputado do PT. Todos nós, no calor da emoção, podemos ofender alguém. Muito embora nós, enquanto parlamentares, estamos representando o povo brasileiro, devamos ter o respeito sobretudo ao nosso povo. Precisamos manter sempre o equilíbrio. Devemos ir no campo das ideias, cada um tem sua ideologia", alertou o relator.

Ausente em Brasília por problemas no voo em São Paulo, Eduardo foi representado por sua advogada Paula Cordeiro. "É fato conhecido que no bojo da própria representação que o episódio não passou da troca de ofensas entre os parlamentares", justificou. "Não passou de trocas ríspidas."

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) pediu vista por entender que seria relevante que Eduardo Bolsonaro estivesse presente para se defender e promover o debate sobre o episódio. O caso contra Marcon teve sorteio de listra tríplice de relatoria e aguarda definição para poder prosseguir.

Em outro julgamento, a Comissão arquivou o caso contra a deputada Juliana Cardoso (PT-SP), alvo de representação do PP pelas falas ditas aos deputados que votaram a favor do projeto de lei do marco temporal. Tanto o relator, Gabriel Mota (Republicanos-RR), como deputados da oposição acreditam que ela se exaltou, mas não há necessidade de puni-la pelo que foi dito.

Segundo o partido, ela chamou membros da bancada da oposição de "assassinos do povo indígena" e teria também ofendido o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). "Você está colocando esse projeto contra o nosso povo indígena", diz o texto assinado pelo presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PP-PI). A parlamentar negou que tenha pessoalizado qualquer ataque a Lira.

O caso de Talíria Petrone contra o deputado Ricardo Salles (PL-SP) também foi arquivado.

A representação do PL contra o deputado Márcio Jerry, acusado pela sigla de importunação sexual à deputada Julia Zanatta (PL-SC) foi novamente adiada. O relator, deputado Ricardo Maia (MDB-BA) está novamente sob atestado médico, levando a votação para a próxima semana.

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados abriu dois processos contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), por quebra de decoro, a partir de três representações. A primeira delas foi entregue pela Rede Sustentabilidade, enquanto a segunda foi feita em conjunto por PT, PSOL e PCdoB, ambas acusando Eduardo Bolsonaro por suas declarações- no canal do Youtube da jornalista Leda Nagle- a respeito da possibilidade de existir um novo AI-5. A terceira foi entregue pelo próprio PSL e versa sobre as ofensas publicadas pelo parlamentar contra a deputada Joice Hasselmann (PSL), quando ela deixou a liderança do governo no congresso.

“Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. E uma resposta, ela pode ser via um novo AI-5. Pode ser via uma legislação aprovada através de um plebiscito, como ocorreu na Itália... alguma resposta vai ter que ser dada. O que faz um país forte não é um Estado forte: são indivíduos fortes", afirmou Eduardo Bolsonaro na entevista a Leda Nagle. O Ato Institucional n 5 (AI-5) é consensualmente tratado por historiadores como o marco do período mais sombrio e repressivo da ditadura militar. Assinado por Costa e Silva no dia 13 de dezembro de 1968, o decreto acabou caminhando para a censura e a tortura de cidadãos contrários ao regime.

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Apesar da reação da sociedade a sua fala, Eduardo Bolsonaro voltou a se envolver em polêmicas. No dia 18 de outubro, o deputado postou uma imagem em suas redes sociais que comparava a colega Joice Hasselmann a uma nota de “R$ 3”. Agora, Eduardo também usou suas redes para manifestar sobre as apurações na câmara.

“Ambos os casos apenas querem me censurar e ignoram o art. 53, CF”, escreveu. O artigo mencionado estabelece que deputados e senadores “são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”.

A atuação 'sem filtro' do presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem causado preocupação e apreensão em diversos segmentos da sociedade civil, inclusive no Palácio do Planalto. Depois da recente afirmação do líder brasileiro sobre o desaparecimento do pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, uma reunião de emergência foi marcada no Planalto.

Nesta terça-feira (30), auxiliares mais próximos (inclusive integrantes da ala militar) debateram o tom de fala de Bolsonaro e como isso pode vir a prejudicá-lo diante da gestão da Presidência da República. A declaração sobre o pernambucano Fernando de Santa Cruz Oliveira, entretanto, não foi a primeira fala 'fora de hora' feita por Bolsonaro.

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De acordo com especialistas, o que foi dito pelo presidente pode ser considerado um crime de responsabilidade, porém um possível pedido de impeachment teria caráter essencialmente político. E, apesar de parecer distante, atitudes como essa já foram tomadas Brasil afora.

No Mato Grosso do Sul, o arquiteto e professor aposentado da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Ângelo Arruda, protocolou um pedido de impeachment de Bolsonaro na Câmara dos Deputados. De acordo com o requerente, o presidente cometeu ao menos cinco das infrações previstas na Lei 1.079/1950, que versa sobre o impeachment e lista crimes de responsabilidade de Bolsonaro.

“É esperado que um presidente da República tenha um comportamento de cuidado e atenção aos direitos do país em que ele governa. Ele representa toda uma nação. Não deve, em circunstância alguma, estar falando o que quiser e onde quiser, principalmente quando essas falas atingem pessoas governadas por ele, como foi o caso do episódio envolvendo os nordestinos”, pontua o cientista político Thales Ferreira.

Em um café da manhã com jornalistas neste mês de julho, o presidente parece ter amanhecido inspirado para disparar seus posicionamentos. Em uma única manhã, ele chegou a afirmar que no Brasil não existia mais o problema da fome, generalizou os governadores do Nordeste como governadores 'de paraíba' e disse que a jornalista Miriam Leitão contava um 'drama mentiroso' sobre sua experiência no período da ditadura militar.

Apenas tomando essas afirmações como exemplo - porque além delas há outras que merecem destaque da mesma maneira -, já poderia ser considerado que houve quebras de decoro e ele já chega em uma área onde não poderia ir enquanto chefe de Estado.

“Ter decoro quer dizer que você precisa ter um comportamento decente, discreto, digno de exemplo. Apesar da expressão caber muitas definições, é certo que nenhuma delas tange o que Bolsonaro vem fazendo. Não cabe a ele fazer comentários ou questionamentos envolvendo a dor alheia, nem o problema alheio, se ele não tem a real intenção de ajudar”, pontua Thales Fernandes.

Nesta semana Bolsonaro também fez colocações inadequadas sobre o jornalista e editor do site The Intercept, Glenn Greenwald, e sua família. Após o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, publicar a portaria nº 666, que autoriza a deportação de estrangeiros considerados 'perigosos', Bolsonaro disse que Greenwald não se encaixaria no grupo.

Entretanto, a afirmação do presidente foi seguida de mais uma quebra de decoro. Segundo Bolsonaro, o jornalista e seu marido, o deputado federal David Miranda (PSOL), eram dois ‘malandros’, pois para evitar o problema da deportação, ambos adotaram crianças no Brasil.

Como se não fosse suficiente, no último sábado (27) o presidente conseguiu arranjar uma brecha pra dizer que a questão ambiental só interessa aos veganos, “que só comem vegetais”. A afirmação de Bolsonaro foi feita enquanto ele tentava argumentar sua ideia de transformar Angra dos Reis em uma Cancún brasileira.

O presidente disse acreditar que o Brasil já tem muitas reservas naturais, além de ter criticado as multas do Ibama aos produtores de soja em reservas indígenas. Ainda na questão ambiental, Bolsonaro chegou a criticar os dados sobre desmatamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

“Em apenas sete meses de governo já é possível relatar uma série de declarações infelizes pronunciadas pelo presidente da República. Não é esse o papel que foi dado a Bolsonaro, mas ele parece querer nadar contra a maré, mas a impressão que dá é que nem ele sabe onde quer chegar. É possível que parlamentares do Congresso parem de andar junto com ele, principalmente os que estão no centrão. E sem o apoio parlamentar, Bolsonaro pode ter dificuldades reais em seus projetos, principalmente na questão da previdência”, pontua o cientista político Thales Fernandes. 

O texto-base do projeto de reforma da Previdência foi aprovado em primeiro turno na Câmara dos Deputados e, agora, segue para votação em segundo turno, que deve acontecer neste mês de agosto. Em seguida, o texto segue para votação no Senado.

Nas alegações finais apresentadas ao Conselho de Ética do Senado, onde responde a processo de cassação por quebra de decoro parlamentar, o senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) disse que foi "explorado para benefício de terceiros", citando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os advogados de Delcídio pedem que o processo contra ele seja anulado e indicam suspeição de senadores que compõem o colegiado.

O julgamento no conselho está previsto para esta terça-feira, 3, mas um adiamento ainda é possível, já que as discussões no Senado têm sido dominadas pelo processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. No documento de 155 páginas, os advogados de Delcídio defendem que não há provas contra o parlamentar.

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"A única frágil base probatória é um documento, além de apócrifo, anônimo", afirma a defesa, em referência à gravação feita pelo filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró, em reunião com Delcídio, na qual o senador revelava plano para conseguir um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal para tirar Cerveró da prisão e enviá-lo para fora do País.

Foi essa gravação que levou Delcídio à prisão em novembro, sob a acusação de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. Em fevereiro, a prisão preventiva foi revogada. Ele fechou um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República.

"Delcídio Amaral foi explorado para benefícios de terceiros: de um lado, de Lula para proteger a família do amigo (o pecuarista José Carlos) Bumlai; de outro lado, de Bernardo Cerveró, que o atraiu por truques cênicos para criar a 'cama de gato' e conseguir o trunfo da sua colaboração do pai", diz a defesa.

O documento pede que seja declarada a suspeição do relator, senador Telmário Mota (PDT-RR), e de todos os integrantes do Conselho que publicamente anteciparam juízos de valor sobre o mérito da causa em julgamento.

O Instituto Lula informou que o ex-presidente já esclareceu, em depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República, que não praticou qualquer ato objetivando interferir na Operação Lava Jato. Mota disse que vai se posicionar de maneira formal na terça-feira. Sobre a suspeição, informou que foi escolhido relator por meio de sorteio e será imparcial. Bernardo Cerveró e José Carlos Bumlai não foram localizados.

Faltas

 

Na semana passada, Delcídio não compareceu à reunião do conselho. Foi a sexta vez que o senador faltou a uma sessão marcada para ouvir seu depoimento. Com isso, o relator resolveu adiantar o processo para que o parecer seja votado já nesta semana.

Caso o Conselho de Ética decida pela cassação, o processo segue para a Comissão de Constituição e Justiça. Lá, os senadores terão até cinco sessões para avaliar e votar a matéria. Por último, o processo segue para o plenário do Senado, onde Delcídio pode ter o mandato definitivamente cassado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi alvo na quinta-feira (1) de questionamentos de parlamentares de PSOL, PT, PSB, PMDB e Rede Sustentabilidade. Em especial pelo fato de quando foi à CPI da Petrobras no dia 12 de março deste ano ter assegurado que não tinha contas no exterior. "Não tenho qualquer tipo de conta em qualquer lugar que não seja a conta que está declarada no meu Imposto de Renda", disse na ocasião, quando prestou um depoimento espontâneo.

O grupo de parlamentares avalia que ele pode ser cassado por quebra de decoro em razão dessa declaração, que contrasta com apurações da Procuradoria-Geral da República que sustentam que o deputado do PMDB e parentes dele têm contas secretas naquele país. A suspeita é que Cunha teria recebido, na Suíça, propina relativa a contratos da Petrobras.

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Na quinta-feira o presidente da Câmara voltou a ignorar as perguntas e passou a maior parte do dia trancado em seu gabinete.

Conselho de Ética

O grupo de deputados apresentou um requerimento em que pede a Cunha informações sobre eventuais contas dele e de familiares. O pedido também será apresentado à PGR e, caso o peemedebista não se manifeste até a próxima semana, os congressistas entregarão ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara uma solicitação para que o presidente da Casa exponha os dados bancários e fiscais.

Essa petição, no entanto, teria de ser aprovada pelo Conselho, comandado por um aliado de Cunha. A estratégia do grupo inclui questioná-lo em todas as sessões para desgastar a imagem dele. Com recortes de jornais e cartazes onde se lia "Cunha não nos representa" e "Não em nosso nome", nove deputados apresentaram o requerimento.

O líder do PSOL na Câmara, Chico Alencar (RJ), questionou ontem o presidente da Casa, na tribuna do plenário, mas foi ignorado por ele. "O presidente Eduardo Cunha tem ou não contas secretas na Suíça?", perguntou. "É cristalino, é simples. Não tenho e se veio algo em meu nome, abro mão disso. Como o deputado Paulo Maluf sempre faz", afirmou o parlamentar, referindo-se ao deputado Paulo Maluf (PP-SP), que nega reiteradamente ter contas no exterior.

"Todos querem essa resposta. É um dever do presidente da Casa se explicar ao plenário."

Casamento

O peemedebista cancelou uma viagem que faria na quinta-feira à Itália. Alegou que permaneceria em Brasília para ir ao casamento do senador Romero Jucá (PMDB-RR) neste sábado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Oito dos dez vereadores investigados pela Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, foram notificados e deverão apresentar defesa em até 15 dias. Os parlamentares estão passando por um processo de apuração de quebra de decoro pelo indiciamento na Operação Ponto Final I e II, desencadeadas em dezembro de 2013 e janeiro de 2014, respectivamente.

Já foram notificados Sivaldo Oliveira (PP), Cecílio Pedro (PTB), Louro do Juá (SDD), Jajá (PPS), Eduardo Cantarelli (SDD), Val das Rendeiras (PROS), Neto (PMN) e Pastor Jadiel (PROS). Já Evandro Silva (PMDB) e Val de Cachoeira Seca (DEM) ainda não foram encontrados para receber a notificação e documentação sobre a investigação.

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Após receberem o aviso da Comissão de Ética, os investigados têm 15 dias para apresentar defesa e a Comissão 60 dias para concluir os trabalhos, podendo estender até 90 dias. A Comissão é formada por cinco titulares: Ricardo Liberato (PSC) - presidente, Marcelo Gomes (PSB) - relator, Rozael do Divinópolis (PROS) – secretário, Demóstenes Veras (PROS) e José Ailton (PDT).

Uma nova reunião está agendada para o dia 08 de abril, às 11h, na Câmara de Vereadores, para dar andamento ao processo.

A permanência do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na Comissão de Direitos Humanos e Minorias provocou uma debandada de servidores. Dos 19 funcionários que trabalhavam no colegiado, somente dois ficaram. Alguns foram dispensados, outros pediram para sair. As mudanças podem provocam um prejuízo de perda de "memória" do trabalho na comissão. Exercendo a presidência sob protestos, Feliciano será levado ao Conselho de Ética pelo PPS pela suspeita de uso de recursos da Casa em proveito próprio.

A assessoria do deputado do PSC afirmou que o processo de substituições é "natural". Diz que alguns dos servidores pediram desligamento ao longo do mês e outros foram dispensados para que o deputado pudesse formar sua própria equipe. Dos 17 funcionários que saíram, 12 são efetivos da Casa e estão sendo realocados em outras atividades. Os dois servidores que ficaram pediram ao parlamentar para continuar.

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Servidores que atuaram na comissão contam que sete deles deixaram os cargos por diferenças ideológicas assim que Feliciano foi eleito. Outros continuaram na expectativa de uma renúncia do pastor, o que teria levado alguns aliados de Feliciano a tomá-los por "espiões".

Ex-presidente da comissão, o deputado Domingos Dutra (PT-MA) relata que uma consequência da debandada é a perda da "memória" do trabalho realizado. "Esse é mais um capítulo dessa tragédia que se abateu sobre a comissão. As pessoas que estavam ali eram pessoas que estavam há muito tempo e tinham todo o conhecimento do que já foi feito", disse. Para ele, o PSC, que não teria parlamentares ligados à causa, também não possui servidores com o perfil necessário para o trabalho. A assessoria de Feliciano sustenta que foi feita uma transição para se absorver o máximo possível de informações dos funcionários que deixaram os cargos.

Conselho de Ética

 

Na tentativa de retirar Feliciano do comando da comissão, uma vez que ele se recusa a renunciar, o PPS decidiu entrar na próxima terça-feira (2) com processo por quebra de decoro parlamentar contra o pastor no Conselho de Ética da Casa. O colegiado tem a possibilidade de decidir por um afastamento de Feliciano da função.

"Precisamos acabar de vez com a situação vexatória vivida na a Câmara desde a eleição do pastor para presidir o colegiado", afirmou o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA).

Para o PPS, além das acusações de racismo e homofobia, o pastor precisa explicar denúncias de uso irregular de verbas de sua cota na Câmara. Jordy alega que Feliciano paga com dinheiro público escritórios de advocacia que lhe defendem em processos de interesse pessoal. O pastor nega irregularidade. O deputado do PPS defendeu ainda como outra alternativa uma renúncia coletiva dos integrantes da comissão de Direitos Humanos, mas a ideia deve ser descartada pelos líderes porque a maioria do colegiado é composta por apoiadores do pastor.

Feliciano respondeu republicando nas redes sociais um vídeo que veio a público no ano passado em que Jordy estaria pedindo a uma namorada para realizar um aborto. Na ocasião, o deputado do PPS diz que apenas estava demonstrando cuidado com a gravidez, fruto de um relacionamento fortuito.

Ignorando os protestos e as pressões por sua saída, Feliciano segue tentando promover uma agenda na comissão. Sua assessoria divulgou que o parlamentar, acompanhado de outros colegas, irá à Bolívia no dia 9 de abril para tratar da situação dos 12 torcedores corintianos presos devido à morte de um garoto durante um jogo da Copa Libertadores, em Oruro. O pastor pretende ainda manter a agenda de audiências públicas no colegiado.

Primeira vice-presidente do Senado, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) pediu hoje ao presidente da Câmara dos Deputados, deputado Marco Maia (PT-RS), que adote providências para punir o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) por falta de decoro parlamentar. Marta disse que, em discurso no início da tarde, o deputado teria dito que a presidente Dilma Rousseff deveria "assumir logo se o seu negócio é amor com homossexual". Ele protestava contra a campanha do governo para combater a homofobia nas escolas.

A senadora disse que, "como mulher, como mãe, como senadora, como vice-presidente do Senado", não podia se calar diante das palavras de Bolsonaro. Ela acredita que as providências contra Bolsonaro são necessárias para evitar que ele continue ofendendo as pessoas. "Sinto muito a falta de decoro parlamentar desse deputado, que tem ofendido cidadãos comuns e agora até a presidente da República", justificou.

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Marta disse que a falta de decoro de Bolsonaro se deve não por ele dizer que a presidente Dilma possa ser homossexual, mas, sim, por fazer insinuações a respeito da sexualidade da presidente da República, "quando a opção sexual de qualquer ser humano é uma questão de foro íntimo". Ela disse ainda que resolveu se manifestar sobre o fato por causa da "indignidade do pronunciamento e pelo absurdo".

Segundo ela, o deputado teria dito: "Dilma Rousseff, pare de mentir! Se gosta de homossexual, assuma! Se o seu negócio é amor com homossexual, assuma, mas não deixe que essa covardia entre nas escolas do primeiro grau".

No seu entender, a presidente tem se posicionado na luta pela conquista de direito dos homossexuais, "está indo muito além da conta". "Uma coisa é você se posicionar, se colocar, outra coisa é ir além do que é o respeito a qualquer cidadão e, principalmente, a uma mulher que hoje ocupa a Presidência da República", defendeu.

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