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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai passar a virada do ano em uma praia do Rio de Janeiro controlada pelas Forças Armadas. O local escolhido foi a Restinga de Marambaia, uma área de acesso restrito onde o petista deve chegar acompanhado da primeira-dama, Janja da Silva, nesta terça-feira, 26, com a volta para Brasília marcada para o dia 3 de janeiro.

A Restinga de Marambaia é um pedaço privativo do litoral fluminense nas áreas dos municípios do Rio de Janeiro, Itaguaí e Mangaratiba. O local é administrado pela Marinha, pelo Exército Brasileiro e pela Força Aérea Brasileira (FAB) e, por se tratar de uma área militar, seu acesso é restrito. Na região, há também uma unidade de treinamento de fuzileiros navais.

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O presidente cogitou passar a virada do ano em outro paraíso privado: a base naval de Aratu, na Bahia. O local era o preferido de Lula em seus períodos de descanso durante os seus dois primeiros mandatos na Presidência. Neste ano, o petista já passou as folgas do Carnaval e de Corpus Christi na região, o que motivou a escolha de Marambaia para o Réveillon.

A Restinga de Marambaia também foi utilizada como ponto de descanso presidencial por Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). Lula também passou o Carnaval de 2006 na área militar acompanhado de parentes.

Desde a redemocratização, paraísos tropicais na Bahia e no Rio de Janeiro se tornaram pontos de descanso preferidos dos chefes do Executivo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversará por telefone com seu homólogo dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta quarta-feira (16).

Segundo a agenda oficial divulgada pelo Palácio do Planalto, a ligação está agendada para 12h45 (horário de Brasília), e a imprensa brasileira diz que a conversa vai girar em torno da próxima Assembleia Geral da ONU, em setembro.

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Lula já antecipou que negocia com Biden o lançamento de uma iniciativa global em defesa do trabalho durante o evento das Nações Unidas. A proteção do meio ambiente também deve estar na pauta do telefonema.

*Da Ansa

O Superior Tribunal Federal (STF) é uma instituição do Poder Judiciário responsável por fiscalizar as atividades do Executivo e do Legislativo, para que a Constituição Federal seja cumprida e resguardada. O órgão é composto por 11 ministros, incluindo um presidente e um vice-presidente. A indicação de um nome para ocupar uma das cadeiras é feita pelo presidente da República, caso que teve grande repercussão nas últimas semanas após o presidente Lula (PT) ter indicado o advogado Cristiano Zanin, que foi responsável pela sua defesa durante as investigações da operação Lava Jato.

De acordo com a cientista política, Stéphanie Moura, a indicação não foi considerada de bom tom, por uma série de motivos. “Atualmente, o STF conta com apenas duas mulheres e nenhum negro em sua composição. Uma vez que o Presidente Lula fez questão de subir a rampa do Palácio do Planalto com representantes do povo brasileiro, de diversas raças e origens, esperava-se uma indicação de maior representatividade”, comentou Moura ao LeiaJá.

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“Além disso, a proximidade pessoal do Zanin, sendo casado com a afilhada de Lula e atuando como advogado pessoal há cerca de 10 anos, compromete o princípio da impessoalidade do Presidente da República. É importante refletir se a reação do público seria a mesma se Jair Bolsonaro fizesse uma indicação nos mesmos termos”, observou a internacionalista.

Indicações anteriores

O cargo no STF é vitalício, com aposentadoria compulsória aos 75 anos. A próxima aposentadoria será da atual presidente do órgão, Rosa Weber, em outubro deste ano. Weber foi indicada pela então presidente Dilma Rousseff, que também indicou Luiz Fux, Luís Roberto Barroso e Luiz Edson Fachin.

“No Brasil temos a separação dos três poderes, porém, são coexistentes e complementares em suas decisões. Então, é natural que as indicações sejam não apenas pelo saber jurídico dos indicados, como também pela afinidade do presidente com o indicado, que muitas vezes compartilha dos mesmos ideais e visões”, explica Moura.

Após a saída da petista, as indicações seguintes foram feitas por Michel Temer (PSDB), que levou Alexandre de Moraes, e Jair Bolsonaro (PL), que apontou Nunes Marques e André Mendonça para as cadeiras disponíveis. Moura analisa que as indicações de Bolsonaro foram consideradas polêmicas na época, como o comentário que ele fez sobre André Mendonça ser “terrivelmente evangélico”. Para a cientista política, um ponto importante foi no período das eleições de 2022, que “era notável a ansiedade de Jair Bolsonaro por sua próxima indicação, até pela quantidade de ministros indicados por Lula e Dilma, de esquerda, em uma clara busca por “empatar o jogo”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a dizer que as críticas sobre violações ao regime democrático na Venezuela são "narrativas". O petista reafirmou as declarações dadas ontem, após reunião com o presidente venezuelano Nicolás Maduro, e que suscitaram críticas dentro e fora do País.

Lula disse que, desde o governo do ex-presidente Hugo Chávez, criou-se uma narrativa negativa que "determina que o cara é o demônio" e sugeriu que Maduro crie "uma narrativa dele com os fatos verdadeiros".

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"Em política, toda vez que você quer destruir um adversário, a primeira coisa que você faz é construir uma narrativa negativa dele. Desde que o Chávez tomou posse, foi construída uma narrativa contra o Chávez, e eu tive oportunidade de ver isso, uma narrativa em que você determina que o cara é o demônio. A partir do momento que você cria a narrativa, você começa a jogar todo mundo contra ele. Foi assim que aconteceu contra o Chávez, assim o que aconteceu comigo", disse o presidente em entrevista a jornalistas após participar de reunião com presidentes de países sul-americanos, em Brasília.

"Disse para o Maduro que existe narrativa no mundo de que, na Venezuela, não tem democracia e que ele cometeu erros. Eu disse a ele que é obrigação dele de construir uma narrativa com fatos verdadeiros. Eu disse pro Maduro: 'para provar o que você tá falando, tem que fazer um documento, com assinatura de todos os partidos de oposição, movimento sindical, todo o Parlamento e governadores e peça respeito à soberania da Venezuela'", reforçou Lula.

Os presidentes do Uruguai, Lacalle Pou, e do Chile, Gabriel Boric, discordaram hoje da posição de Lula. Segundo o presidente brasileiro, no entanto, eles fizeram críticas respeitosas, no "limite da democracia". "Nessas reuniões, ninguém precisa concordar com ninguém", disse.

Lula ainda afirmou que a Venezuela vai traçar um calendário para pagar dívidas com o Brasil. "Eu acho que a Venezuela merece respeito. Quem vai ajudar a Venezuela é a própria Venezuela", pontuou.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o Google, Meta, Spotify e Brasil Paralelo removam em até 1h todos os anúncios e conteúdos, veiculados a partir do blog do Google, que promovem ataques ao PL das Fake News. Ele fixou multa de R$ 150 mil por hora de descumprimento a cada anúncio.

"As empresas, em 48 horas deverão remeter relatório circunstanciado sobre os anúncios realizados e valores investidos, bem como os termos sugeridos pelo

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buscador Google relativos ao assunto", determinou o ministro.

O Google e a Meta também deverão explicar, em até 48h, os métodos e algoritmos de

impulsionamento relacionados à busca sobre "PL da Censura". Já o Spotify e o Brasil Paralelo devem explicar por que impulsionaram o anúncio do Google.

As plataformas devem informar, ainda em 48h, quais providências realizaram para combater práticas criminosas e desinformação nos seus serviços.

Na mesma decisão, o ministro deu cinco dias para a Polícia Federal (PF) ouvir os presidentes ou representantes das empresas.

Oitivas de executivos

Moraes também determinou que a Polícia Federal (PF) ouça em até cinco dias os presidentes do Google, Meta, Spotify e Brasil Paralelo para que esclareçam a manipulação de algoritmos para apresentar conteúdos contrários à aprovação do PL das Fake News. A decisão foi tomada no inquérito 4781, o chamado "inquérito das fake news".

"Com absoluto respeito à liberdade de expressão, as condutas dos provedores de redes sociais e de serviços de mensageria privada e seus dirigentes precisam ser devidamente investigadas, pois são remuneradas por impulsionamentos e monetização, bem como há o direcionamento dos assuntos pelos algoritmos, podendo configurar responsabilidade civil e administrativa das empresas e penal de seus representantes legais", apontou o ministro na decisão.

Moraes cita um estudo realizado pelo NetLab, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que apontou que as plataformas estão usando seus recursos para influenciar negativamente a percepção dos usuários sobre o projeto de lei.

A atuação indevida das plataformas, apontada pelo estudo, inclui o impulsionamento do Google de um site próprio chamando a proposta de "PL da Censura"; um anúncio da Brasil Paralelo no Google mostrado como primeiro resultado ao pesquisar por "pl2630" e a veiculação de um anúncio do Google contra o PL pelo Spotify.

O ministro já se posicionou favoravelmente à regulamentação das redes sociais e enviou, enquanto presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma série de sugestões para o PL das Fake News. Os ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso também já defenderam abertamente a regulação das plataformas.

Na decisão, Moraes aponta que a "evidente e perigosa instrumentalização dos provedores" para a prática de crimes "pode configurar responsabilidade civil e administrativas das empresas, além da responsabilidade penal de seus administradores por instigação e participação criminosa".

Os presidentes dos seis tribunais regionais federais (TRFs) divulgaram nota conjunta de repúdio aos atos de violência e às invasões cometidas nesse domingo (8) por manifestantes em Brasília.

Os desembargadores afirmam estar confiantes de que os responsáveis pelas depredações serão “objeto de rápida investigação e adequada repreensão. As magistradas e magistrados federais reiteram o seu dever de – no exercício da jurisdição – combate ao crime e às ameaças à preservação da democracia, objeto de compromisso constitucional com o povo brasileiro”.

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Na nota, os magistrados reafirmam o compromisso com o Estado Democrático de Direito, com liberdades e direitos fundamentais, “os quais somente serão respeitados e garantidos com a atuação independente e harmônica do Judiciário, do Legislativo e do Executivo”.

O Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União (CNPG) também disse confiar que as autoridades competentes aplicarão medidas rígidas de apuração e de punição aos que promoveram “lamentável e atroz agressão e violência ao povo brasileiro”.

Em nota, os procuradores-gerais reafirmaram o papel do Ministério Público como defensor do Estado Democrático de Direito e colocaram-se ao lado dos poderes da República para prevenir e reprimir “atos criminosos e antidemocráticos”.

O Sport, atualmente, vive uma crise institucional, mas ela não começou ‘hoje’. O fato é que isso vem sendo construído há tempos, para ser mais exato, 10 meses, quando Milton Bivar pediu licença do seu cargo de presidente por problemas pessoais no dia 20 de novembro de 2020.

O clube viveu, a partir daí, fortes embates políticos, duas eleições, uma adiada algumas vezes, e cinco presidentes. É interessante ressaltar que desde que Milton pediu licença pela primeira vez (ele voltou a fazer depois de reeleito), o Sport teve mais presidentes do que treinadores, fato raro no mundo do futebol. 

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Em dez meses, o Leão viu Bivar sair para a entrada de Carlos Frederico. o mesmo Bivar, que quando deixou o cargo prometeu não concorrer à reeleição, voltou atrás na ideia e venceu o pleito mais apertado da história do clube que ocorreu em abril. Para completar, em junho de 2021, recém eleito, Milton Bivar e seu vice, Carlos Frederico, renunciaram aos seus cargos. 

No campo, o Sport havia demitido há alguns dias (antes das eleições vencidas por Bivar(, o técnico Jair Ventura, que comandava a equipe desde 2020. Ele acabou sendo substituído por Umberto Louzer, que viu o dirigente deixar o posto e permitir que o terceiro presidente, em pouco mais de sete meses, assumisse. Coube ao presidente do conselho deliberativo, Pedro Leonardo Lacerda, assumir interinamente o comando executivo e convocar novas eleições, como rege o estatuto do clube.

As eleições aconteceram em julho e foram vencidas por Leonardo Lopes. Era o quarto presidente do Sport em menos de um ano. O clube seguia sob o comando técnico de Umberto Louzer, que se segurou no cargo até agosto. Era a segunda troca de treinadores. Vale frisar que quando Jair saiu, César Lucena assumiu interinamente até a chegada de Louzer. 

Depois que Louzer saiu foi a vez de Ricardo Severo assumir o clube de forma interina até o anúncio do terceiro treinador do Sport, o paraguaio Gustavo Florentín. Esse segue no comando da equipe. 

Mas a paz não reinou na Ilha do Retiro. O clube errou ao escalar o zagueiro Pedro Henrique, que segundo o sistema da CBF já havia feito sete jogos pelo Internacional, o que o impedia de jogar pelo Sport. Ele fez 4 jogos irregularmente e o clube pode perder 12 pontos no mínimo. Além disso, os reforços Nicolas Aguirre, Vander Jeferson e Saulo não foram inscritos a tempo na Série A.

Isso desencadeou a destituição de toda diretoria de futebol, acusações de sabotagem e, dias depois, a renúncia de Leonardo Lopes que permitiu seu vice, Yuri Romão, ser o quinto presidente do clube em um curto espaço de tempo. Ao todo são três treinadores (sem contar com os interinos) e quatro presidentes além de um interino o que é reflexo da maior crise política dos 116 anos de história do Leão da Praça da Bandeira.

A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) está contando com um "sistema de honra" para garantir que os líderes mundiais estejam vacinados antes de falar na reunião da próxima semana, segundo o presidente da sessão, Abdulla Shahi. Em uma carta, o líder afirmou que o sistema, estabelecido no último encontro, seguirá valendo para as sessões de 2021, incluindo a semana de alto nível, que começa na próxima terça-feira, 21.

Com isso, presidentes, premiês, monarcas e outros dignitários não terão de mostrar cartões de vacinação ou outra prova de inoculação - eles simplesmente atestarão isso passando seus crachás de identificação no salão da Assembleia.

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Em uma carta anterior, emitida no dia 14, e relativa à cidade de Nova York, Shahi afirmou que testes contra a covid-19 e vacinas estariam à disposição dos que estiverem presentes na Assembleia Geral. Além disso, o presidente havia apoiado uma recomendação que obrigava a prova de imunização para a entrada no quarteirão da ONU.

Agora, Shahi defendeu o "sistema de honra", e "encorajou a vigilância contínua para manter o sucesso para mitigar os riscos da covid-19" nas dependências da ONU. Durante a semana, o secretário-geral da Organização, António Guterres, enfatizou em entrevista à Reuters que não se poderia pedir aos líderes mundiais que comprovassem que foram vacinados contra a covid-19. O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, é um dos que declaram não terem se imunizado.

A sede da ONU em Manhattan é um território internacional e não está sujeita às leis dos EUA. "Discutimos com o município as diferentes formas de garantir que tenhamos o máximo de pessoas vacinadas e a prefeitura de Nova York colocou uma capacidade de vacinação à nossa disposição, para que as pessoas que vierem possam ser vacinadas", disse Guterres na ocasião.

Neste sábado (26), lideranças políticas de 11 partidos se reuniram contra o voto impresso, que vem sendo defendido pelo presidente Jair Bolsonaro para as próximas eleições, em 2022. Participaram da videochamada até aliados do governo federal, como o presidente do PP, o senador piauiense Ciro Nogueira e o deputado federal Marcos Pereira (Republicanos-DF).

Outros nomes que participaram do encontro foram os presidentes do PSL, Luciano Bivar, do DEM, ACM Neto; do MDB, Baleia Rossi, do PSD, Gilberto Kassab, do Solidariedade, Paulinho da Força, do PSDB, Bruno Araújo, do Avante, Luís Tibé e do Cidadania, Roberto Freire.

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Presidentes dos partidos realizaram videochamada. (Reprodução)

“O principal objetivo é mandar um recado claro de que esses partidos são contra mudanças no sistema eleitoral. Vamos trabalhar junto ao Congresso para que não haja alteração. Uma mudança pode colocar em xeque todo o sistema eleitoral brasileiro e também nossa democracia. Imagina a instabilidade que o Brasil pode viver com vários pedidos recontagem. Nosso sistema eleitoral é um mais confiáveis do mundo, não tem por que mexer”, declarou o presidente do DEM, ACM Neto, ao jornal O Globo.

Uma comissão especial criada da Câmara dos Deputados analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que torna obrigatório o voto impresso. Na próxima segunda (28), os parlamentares se reúnem para apresentação do parecer do relator, o deputado federal Filipe Barros (PSL-PR).

Quase meio século depois do escândalo de Watergate, o jornalista Bob Woodward continua atuante, em primeiro plano e colocando os presidentes americanos contra a parede.

Suas reportagens como jornalista do Washington Post sobre o Watergate derrubaram Richard Nixon na década de 1970. Agora o último livro de Woodward, de 77 anos, "Rage" (Raiva), alfineta Donald Trump a menos de dois meses para as eleições presidenciais de 3 de novembro.

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Em entrevista oficial com Woodward, usada no livro, Trump admite que minimizou a ameaça do novo coronavírus no começo da pandemia, que nos Estados Unidos já deixou aproximadamente 200.000 vítimas.

"Eu sempre quis minimizar isso", disse Trump em uma conversa com Woodward. "Ainda gosto de minimizar, porque não quero criar pânico".

O republicano afirmou ainda ao jornalista que desde o início entendeu que o vírus era "algo mortal" e muito mais perigoso do que uma gripe comum. Ao mesmo tempo, ele se dirigiu a seus cidadãos garantindo que a Covid-19 simplesmente "desapareceria".

O adversário democrata de Trump, Joe Biden, atacou a posição do presidente sobre a pandemia, chamando-a de "traição de vida ou morte para o povo americano".

"Ele mentiu durante meses intencionalmente e de boa vontade sobre a ameaça que (o vírus) representava para o país", afirmou Biden.

Woodward, em entrevista ao programa da CBS "60 Minutes", descreveu como uma "tragédia" o fracasso do presidente em informar o povo americano desde o início sobre a mortalidade do vírus.

"O presidente dos Estados Unidos tem o dever de alertar", ressaltou.

"O público vai entender, mas se eles têm a sensação de que não estão obtendo a verdade, então estão trilhando o caminho do engano e do encobrimento."

- Watergate -

Foi a revelação de algo escondido, o caso Watergate, que alavancou a reputação de Woodward e de seu colega Carl Bernstein.

Woodward estudou na Universidade de Yale e serviu por cinco anos na Marinha dos Estados Unidos antes de se dedicar ao jornalismo.

Quando se apresentou ao Post pela primeira vez, foi rejeitado por falta de experiência.

Depois de uma passagem por um jornal local nos subúrbios de Washington, o jornalista conseguiu sua oportunidade no Post em 1971.

Com apenas um ano de experiência em jornalismo, Woodward teve acesso à história mais importante da sua carreira junto ao colega Carl Bernstein, o roubo nos escritórios do Partido Democrata no complexo Watergate de Washington, em 1972.

O resultado de sua investigação gerou uma série de audiências no Congresso e levou à renúncia de Nixon em 1974.

Ambos os jornalistas escreveram o best-seller: "Todos os homens do presidente", sobre o escândalo que se tornou um filme de sucesso em 1976, estrelado por Robert Redford como Woodward e Dustin Hoffman como Bernstein.

"Rage" já está no topo da lista de mais vendidos da Amazon antes mesmo de ser lançado em 15 de setembro.

Longe do jornalismo diário, Woodward já publicou 20 livros, incluindo trabalhos autorizados por Bill Clinton, George W. Bush, Brack Obama e Donald Trump.

Tem conhecimento incomparável sobre o funcionamento do poder em Washington, e sua capacidade de provar qualquer história interna que publica lhe fez ganhar respeito da classe política americana.

- Mistério -

Por que Trump concordou em participar de mais de uma dúzia de entrevistas oficiais com Woodward é um grande mistério, principalmente depois que seu livro anterior retratou o magnata sob uma ótica nada lisonjeira.

"Fear: Trump in the White House", publicado por Woodward em 2018, retratou um líder furioso e paranoico na Casa Branca.

O senador Lindsey Graham, um aliado próximo de Trump, disse ao Daily Beast que havia recomendado que o presidente conversasse com o repórter.

"Eu disse a ele, o cara é um conhecido autor presidencial. E você sabe, você tem a chance de contar o seu lado da história. O presidente concordou e aí está", relatou.

Woodward, que mantém o título de editor associado honorário do Post, embora não escreva mais para o jornal, foi criticado por esconder detalhes de suas entrevistas com o republicano.

"Bob Woodward teve minhas declarações por muitos meses", escreveu Trump em seu Twitter.

Woodward disse que seu compromisso é entregar "a melhor versão possível da verdade" na forma de livro e com contexto e checagem de fatos adequados.

"O maior problema que tive, que é sempre um problema com Trump, é que não sabia se era verdade", finalizou o jornalista.

Em busca de uma estratégia para enfrentar juntos a crise causada pela pandemia do novo coronavírus, os presidentes dos quatro grandes times de São Paulo se reuniram na quarta-feira, por meio de videoconferência. O principal assunto foi a redução dos salários dos jogadores.

Andrés Sanchez, do Corinthians, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, do São Paulo, José Carlos Peres, do Santos, e Maurício Galiotte, do Palmeiras, querem ter um mesmo planejamento para apresentar aos atletas uma forma única e assim conseguir a aceitação de um desconto para seus vencimentos.

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Cada clube adotou uma forma de negociação. Com acordo dos jogadores, Corinthians e Palmeiras descontaram 25% do salário, enquanto São Paulo e Santos adotaram uma postura sem chegar a um consenso com o elenco. O time do Morumbi retirou 50% e o da Vila Belmiro, 70%.

Andrés Sanchez tem a necessidade de uma negociação mais rápida, pois acertou a queda salarial no Corinthians apenas para o mês de maio.

Os maiores clubes paulistas pensam da mesma forma quando se fala no retorno dos campeonatos e nos protocolos de saúde a serem implementados nos treinos e nos jogos, quando for autorizado o recomeço das competições.

Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodimir Zelenski, se reunirão pela primeira vez nesta segunda-feira em Paris, um encontro com a mediação da França e da Alemanha que tem por objetivo retomar o processo de paz no território ucraniano e abrir um novo capítulo nas relações com Moscou.

As negociações, com um formato chamado de "Normandia", referência à região francesa onde os governantes dos quatro países se reuniram pela primeira vez em 2014, não aconteciam desde 2016.

Após três anos de paralisação, Putin apertará pela primeira vez a mão de Zelenski, que chegou ao poder em maio, no Palácio do Eliseu.

A relação com a chanceler alemã Angela Merkel também será observada com atenção, em um momento de crise entre Moscou e Berlim.

A Alemanha expulsou dois diplomatas russos após o assassinato de um georgiano no centro de Berlim em agosto, ordenado segundo a justiça alemã por uma "entidade estatal russa" ou pela Chechenia.

A guerra entre Kiev e os separatistas pró-Rússia provocou mais de 13.000 mortes na bacia de Donetsk, reduto industrial do leste ucraniano, em mais de cinco anos.

Os combates registraram queda desde os acordos de Minsk em 2015. Mas 80.000 homens permanecem na linha de frente, ao longo de 500 quilômetros, e mortes acontecem todos os meses no conflito.

Os países ocidentais e a Ucrânia acusam a Rússia de financiar e armar os rebeldes, o que Moscou nega, afirmando que desempenha um papel político-humanitário para proteger as populações locais de língua russa.

O presidente francês, Emmanuel Macron, e a chanceler alemã esperam sinais concretos em Paris para avançar nas negociações de paz.

Líderes de países sul-americanos vão se reunir no dia 6 de setembro para discutir uma política única de preservação da Amazônia e de exploração sustentável da região. De acordo com o presidente Jair Bolsonaro, o encontro deve ocorrer em Leticia, cidade colombiana que faz fronteira com o Brasil em Tabatinga, no Amazonas.

Bolsonaro recebeu hoje (28), no Palácio da Alvorada, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, para tratar de questões ambientais e conversar sobre a participação do chileno, como convidado, na reunião do G7 (grupo dos países mais industrializados do mundo - Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) na segunda-feira (26), em Biarritz, na França.

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“Eu havia solicitado por ele alguns dias antes, assim como outros chefes de Estado, que levasse a palavra do Brasil sobre o momento que estávamos vivendo [de queimadas na Amazônia]. E ele, com muita maestria, muito companheirismo, levou nossa posição de forma individual a todos os integrantes do G7. O que nós mais queremos é restabelecer a verdade sobre o que está acontecendo na Amazônia”, disse Bolsonaro após o encontro.

O presidente chileno destacou que a Amazônia compreende quase a metade das florestas tropicais do mundo e captura um quarto do carbono que se emite no mundo, mas afirmou que a soberania dos nove países amazônicos deve ser reconhecida e respeitada. “São eles os principais interessados e responsáveis em cuidar e proteger as florestas e a biodiversidade. Mas todos os demais países do mundo querem colaborar para poder proteger melhor a Amazônia”, disse.

O Chile vai enviar ao Brasil quatro aviões especializados no combate ao fogo. “E estamos convidando outros países que queiram também fazer uma contribuição para que Brasil e os demais países amazônicos, quando requererem, possam utilizar a colaboração de outros países”, disse Piñera.

Ajuda internacional

O presidente brasileiro voltou a citar declarações do presidente francês, Emmanuel Macron, e lamentou a “péssima imagem [do Brasil] que foi potencializada pelo senhor Macron”. “Houve um aproveitamento por parte do presidente Macron, para se capitalizar perante o mundo como aquela pessoa, única e exclusiva, interessada em defender o meio ambiente. Essa bandeira não é dele, é nossa, é do Chile, é de muitos países no mundo.”

Atual presidente do G7, Macron declarou que os incêndios na Amazônia são uma emergência global e disse que pode não ratificar o acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia devido às “mentiras” do presidente Bolsonaro quanto ao seu real comprometimento contra as mudanças climáticas e à preservação ambiental. O presidente francês também levantou a possibilidade de construir um novo direito internacional para o meio ambiente e estabelecer um status internacional para a Amazônia.

Os líderes dos países do G7 concordaram em liberar US$ 20 milhões (cerca de R$ 83 milhões) para ajudar a conter as queimadas na Amazônia, sendo a maior parte do dinheiro para o envio de aeronaves de combate a incêndios florestais.

Para Sebastián Piñera, esse esforço de US$ 20 milhões pode crescer com contribuições bilaterais de cooperação ambiental. “Cada país sabe qual colaboração quer receber e qual não quer receber”, disse. “Se algum país quiser colaborar, respeitando a soberania do Brasil e o Brasil crê que essa ajuda é útil, muitos países estão dispostos a colaborar."

O presidente Jair Bolsonaro afirmou novamente que as doações que o Brasil recebia de países como a Alemanha e Noruega, para projetos de preservação ambiental, eram formas de “comprar a Amazônia à prestação” e ferir a soberania nacional no controle da região. “Quando vocês olham para o tamanho do Brasil, a oitava economia do mundo, parece que US$ 20 milhões é o nosso preço, o Brasil não tem preço, US$ 20 milhões ou US$ 20 trilhões é a mesma coisa para nós. Qualquer ajuda, como disse o Piñera, de forma bilateral, podemos aceitar."

Bolsonaro voltou a condicionar o recebimento dos recursos do G7 a um pedido de desculpas do presidente francês. “Somente após ele se retratar do que falou no tocante a minha pessoa, que representa o Brasil como presidente eleito, e bem como ao espírito patriótico do nosso povo, que não aceita relativizar a soberania da Amazônia, em havendo isso aí, sem problema nenhum, voltamos a conversar [sobre as doações]."

Nota conjunta

Após o encontro no Palácio da Alvorada, o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma declaração conjunta em que os presidentes reafirmam seu compromisso de aprofundar a cooperação e a coordenação entre Brasil e Chile em todas as áreas e de abrir a integração na América do Sul, com base na liberdade política e econômica.

Ambos concordam em buscar formas de cooperação bilateral e apoio financeiro internacional para contribuir com a proteção das florestas tropicais da Amazônia, que sejam compatíveis com as políticas nacionais e complementares aos mecanismos multilaterais.

“Reiteraram o direito ao desenvolvimento sustentável dos países e o direito de cada país ao uso racional e sustentável de seus recursos naturais, em harmonia com suas obrigações ambientais e com as necessidades de seus cidadãos, incluindo suas populações indígenas. Enfatizaram que as questões ambientais devem ser abordadas com base em conhecimento e evidência científica”, diz a nota.

De acordo com o Itamaraty, o presidente Bolsonaro reiterou sua disposição de colaborar com a presidência chilena no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2019 (COP25), que será ralizada em Santiago, de 2 a 13 de dezembro, para assegurar que os instrumentos de financiamento existentes sejam implementados adequadamente.

A Coreia do Norte fez, nesta sexta-feira (2), seu terceiro teste de projéteis em oito dias, segundo o Exército sul-coreano, mas o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse não ter problemas com os disparos de Pyongyang.

Resoluções da ONU proíbem a Coreia do Norte de fazer testes de mísseis balísticos. Trump minimizou, porém, esses lançamentos.

Ontem, três membros europeus do Conselho de Segurança da ONU - Reino Unido, França e Alemanha - condenaram os testes norte-coreanos. O trio insistiu com a Coreia do Norte para que "tome medidas concretas para sua desnuclearização completa, verificável e irreversível e estabeleça negociações significativas com os Estados Unidos, segundo o acordado entre o presidente Trump e Kim Jong-un em 30 de junho".

Graças à distensão na península da Coreia desde 2018, o presidente americano se reuniu três vezes com o líder Kim Jong-un, no intervalo de um ano. Nesse período, Trump investiu grande capital político em sua tentativa de convencer Kim a pôr fim ao isolamento da Coreia do Norte e abandonar seu arsenal nuclear.

"Não tenho qualquer problema, vejamos o que acontece, mas os mísseis de curto alcance são muito padrão", disse Trump nesta quinta-feira a jornalistas.

"Pode ser que haja uma violação (das resoluções) da ONU, mas o presidente Kim não quer me decepcionar traindo minha confiança", tuitou Trump, acrescentando que acredita que o líder norte-coreano "fará o que é certo".

Em sua terceira cúpula, em junho, na Zona Desmilitarizada (DMZ) que divide a península, Kim e Trump concordaram em retomar as negociações.

Este compromisso ainda não deu frutos concretos, e o governo advertiu que o processo pode descarrilar, se forem realizadas as manobras militares entre Estados Unidos e Coreia do Sul previstas para a semana que vem.

Alta velocidade

Muitos especialistas consideram que os testes militares norte-coreanos buscam aumentar a pressão sobre os Estados Unidos.

Esta manhã, a Coreia do Norte disparou de sua costa dois projéteis que voaram cerca de 220 quilômetros, a uma altitude de até 25 km e a uma velocidade de Mach 6,9, segundo o Estado-Maior Conjunto sul-coreano. Esta velocidade é incomumente rápida para uma arma de curto alcance.

O perfil foi similar ao dos testes de quarta-feira. De acordo com o gabinete presidencial de Seul, tratou-se, provavelmente, de "um novo tipo de míssil balístico de curto alcance".

Pyongyang descreveu os dois projéteis lançados nesse dia como "um novo sistema de lançamento múltiplo de foguetes guiados de grande calibre".

Na semana passada, Pyongyang já disparou dois artefatos que Seul descreveu como mísseis balísticos de curto alcance. Um deles voou pelo menos 700 quilômetros.

Esta foi a "resposta" da Coreia do Norte à afirmação de Trump de que 'não há urgência' em negociar um acordo nuclear", considerou Jean Lee, do Wilson Center, de Washington.

"Busca provocar um sentimento de urgência na península da Coreia para reforçar sua posição antes das negociações sobre a questão nuclear", acrescentou.

A Coreia do Norte descreveu o lançamento da semana passada como uma "advertência solene aos belicistas sul-coreanos" e pediu o cancelamento dos treinos militares planejados entre Washington e Seul.

O Pentágono reafirmou, porém, que Estados Unidos e Coreia do Sul manterão os exercícios conjuntos.

Washington tem 28.500 soldados estacionados na Coreia do Sul para protegê-la de ameaças do país vizinho.

O presidente Jair Bolsonaro e o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benitez, reúnem-se nesta terça-feira (12), em Brasília. O paraguaio faz a visita oficial acompanhado por uma comitiva de ministros. Segundo Abdo, vai conversar sobre a renegociação do Anexo C do Tratado de Itaipu, temas de segurança de fronteira e cooperação comercial.

Autoridades brasileiras informaram que também está em pauta a construção de duas pontes ligando Brasil e Paraguai. Anteriormente, Abdo disse que pretende pedir a Bolsonaro a suspensão da concessão do status de refugiado a dois paraguaios Juan Arrom e Anúncio Martí, julgados pelo sequestro de uma mulher há 18 anos.

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"Nós somos bons aliados estratégicos e vamos também discutir a cooperação em termos de segurança e inteligência, e contar com questões que fazem nosso relacionamento bilateral com um dos países que mais influenciam nossa economia ", afirmou Abdo.

O presidente do Paraguai disse que as viagens ao exterior são necessárias para manter o relacionamento com os parceiros comerciais e dar mais visibilidade ao país para “apresentá-lo ao mundo”.

*Com informações da Ip, agência pública de notícias do Paraguai

Ao propor um brinde no almoço oferecido pelo governo brasileiro à comitiva argentina, o presidente Jair Bolsonaro disse estar confiante no que chamou de “modernização” do Mercosul (bloco composto também por Uruguai e Paraguai, já que a Venezuela está temporariamente suspensa).

Segundo Bolsonaro, o Brasil será um firme aliado na construção de uma região mais integrada, de mais desenvolvimento e de mais oportunidades. “Estamos confiantes na modernização do Mercosul, tanto em seu aperfeiçoamento interno como na expansão de suas relações com o mundo”.

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“Estou seguro de que começamos a escrever hoje um novo capítulo na história das relações entre Brasil e Argentina. Um capítulo de amizade e cooperação renovadas entre nossos países para benefício de nossos povos.”

Reformas

Em seu discurso no Palácio do Itamaraty, Bolsonaro reforçou que o governo brasileiro está decidido a levar adiante reformas econômicas “de envergadura”, que soltem as amarras do crescimento e gerem emprego e renda. “Buscamos aqui um Estado eficiente e um setor privado pujante. Buscamos ambiente que favoreça o empreendedor e abertura cada vez maior”.

Crime organizado

O presidente citou ainda que percebe, na união entre Brasil e Argentina, “firme determinação” no combate ao crime organizado, citado por ele como um mal que angustia famílias que há muito não toleram os níveis de violência a que o país chegou.

“Essa visita permitiu aos nossos governos tratar do aprofundamento da cooperação entre nossos países contra o crime. O Brasil será sempre um firme aliado nesta luta", disse.

Se há uma palavra que define o discurso de posse de Jair Bolsonaro é "ideologia" - ela e suas muitas variações. No pronunciamento no Congresso, ele usou essas expressões mais frequentemente que todos os outros presidentes, de acordo com um levantamento feito pelo Estado usando algoritmo desenvolvido para esta reportagem - foram comparados os discursos de posse de todos os presidentes, desde Deodoro da Fonseca em 1889.

A análise revela quais são as palavras mais características de cada pronunciamento. Uma palavra característica é aquela que aparece com frequência no discurso de um dos mandatários, mas que é incomum no dos demais. Essa diferença pode apontar quais são os projetos específicos do novo governante, pois é tradicional que o pronunciamento de posse apresente as linhas gerais que a gestão deve seguir.

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Por exemplo, praticamente todos os presidentes usaram muito termos como "Brasil", "país" ou "governo" em seus discursos. Isso é pouco significativo, já que são palavras usadas de modo generalizado.

Mais interessante é notar que José Sarney e Fernando Collor de Mello, que governaram em meio a crises econômicas, usaram a palavra "inflação" mais do que todos os outros. Na prática, a chance de o termo aparecer no discurso de Sarney foi quase 40 vezes maior do que na de todos os outros presidentes, somados. Logo, a palavra é característica de seu discurso.

O mesmo ocorre com Bolsonaro e sua preocupação com "ideologias", vocábulo que ele usa não para descrever os valores de seu governo, mas sim para designar as ideias que considera nocivas para o País - geralmente, associadas a um programa político de esquerda.

Já Dilma Rousseff, no discurso de posse de seu segundo mandato, se destaca pelo uso de palavras como "Petrobras", "petróleo" e "corrupção". O pronunciamento, em janeiro de 2015, ocorreu juntamente com o avanço das investigações da Lava Jato - a operação descobriu série de irregularidades na gestão da estatal.

Até 2003, ano em que Luiz Inácio Lula da Silva - atualmente condenado e preso na Lava Jato - assume o Planalto, os pronunciamentos foram retirados do livro Palavra de Presidente, organizado pelo pesquisador João Bosco Bezerra Bonfim, mestre em linguística pela UnB.

Depois dessa data, foram transcritos os discursos feitos pelos eleitos no Congresso. No caso de Michel Temer, foi considerado seu primeiro pronunciamento público após o afastamento de Dilma no início do processo de impeachment. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da República, Michel Temer, recebeu na noite de hoje (13) a Medalha de Honra ao Mérito – Gestão Pública do Fórum das Américas, em cerimônia realizada na capital paulista. Em seu discurso, ele disse que teve conversa recente com o presidente eleito Jair Bolsonaro e sua equipe econômica e que vê que o próximo governo seguirá a mesma trilha do que está sendo realizado no país nos últimos dois anos.

“Eu tenho orgulho de dizer que o que eu plantei, como a reforma da Previdência e a simplificação tributária, elas virão à luz pelo novo governo. Eu confio muito no governo que vem aí, alicerçado, ancorado, amparado pela vontade popular. Tenho absoluta convicção de que o presidente eleito Bolsonaro seguirá na mesma trilha”, disse.

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Temer disse que o que mais se fala é sobre o momento em que vai se realizar a reforma da Previdência. “E seguramente, segundo informações que eu tenho tido, eu acho que logo no primeiro semestre ela se realizará. E nós daremos um salto extraordinário”, ao citar que a Previdência Social hoje está em deficit.

O presidente falou ainda da importância de se manter a segurança jurídica no país, que segundo ele corresponde a “aplicar seguramente aquilo que está no sistema normativo” e comentou a postura que os eleitos nas últimas eleições deste ano devem ter. “O Brasil acabou de manifestar sua soberania popular na última eleição e constituiu novas autoridades. Vejam, eu uso a expressão constituiu porque, quem está no poder, não pode achar que é dono do poder. Somos autoridades constituídas, desde o presidente até o vereador. O poder é do povo e o povo se manifestou, constituiu autoridades agora”.

No evento, os representantes do Fórum das Américas caracterizaram o governo de Temer como reformista e avaliaram que ele fez com que o país saísse da crise econômica. O fato de este ser o governo com pior aprovação da história foi lembrado pelo empresário Romeu Chap Chap. No entanto, ele elogiou as reformas realizadas nos últimos dois anos e acrescentou que Temer será lembrado por ser o presidente mais reformista da História.

“Fui presidente reformista, fiz várias reformas. Faltou a reforma da Previdência e a simplificação tributária. A reforma da Previdência saiu da pauta legislativas, mas não saiu da pauta política. Quem a colocou na pauta política fomos nós, o nosso governo”, disse Temer.

O presidente acrescentou que seu governo foi baseado em três conceitos principais: diálogo, responsabilidade fiscal e responsabilidade social. Ele disse que o diálogo foi necessário com o Congresso Nacional e com a sociedade para a aprovação das reformas implementadas em seu governo. Para exemplificar a responsabilidade fiscal, Temer citou a aprovação da emenda constitucional que estabeleceu o teto de gastos para as despesas do governo federal.

Já a responsabilidade social, segundo Temer, se deu em seu governo pela continuidade das políticas sociais e assistenciais do governo anterior, do Partido dos Trabalhadores. “O Brasil é um país ainda com muitas carências, tem gente pobre, mas tem gente na pobreza absoluta, gente que ganha uma miséria por mês. E, por isso, eu prestigiei – diferentemente do que se costuma fazer – programas do governo anterior, como por exemplo o Bolsa Família”. Ele acrescentou que deu aumento acima da inflação no programa e que zerou a fila das famílias que estavam pleiteando o programa.

Neste domingo (7), serão disputadas as eleições presidenciais que irão eleger o futuro presidente da República. Já no âmbito educacional, com uma grande abordagem interdisciplinar dos períodos históricos vividos no Brasil, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) costuma abordar os contextos sociais e políticos que governos de diferentes presidentes se estabeleceram no país e de quais maneiras marcaram a história nacional.

O professor de história Hilton Rosas alerta os estudantes sobre o período de construção histórica do Brasil República, recorrentemente abordado pelo Exame, que é dividido em cinco fases, são elas: República Velha (1889 - 1930); Era Vargas (1930 – 1945); Período Populista (1946 – 1964); Período Militar (1964 -1985) e Redemocratização (1988 - hoje).

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De acordo com o historiador Luiz Neto, governos de cinco presidentes e todos os aspectos sociais, econômicos e políticos que os englobam, podem estar presentes em algumas questões no Enem por retratarem períodos históricos de grande tensão política. Confira os presidentes escolhidos pelo professor:

Getúlio Vargas

Fotos Públicas/Presidência da República

Um dos líderes mais importantes da história do Brasil, Getúlio Vargas foi o 14º presidente do país, o qual por mais tempo governou a nação brasileira e o presidente que mais cai no Enem. Seu primeiro governo teve início no ano de 1930 e foi nesse período que Vargas instala o Estado Novo, regime ditatorial que conferiu poderes absolutos ao presidente da República, vigorando de 1937 até 1945, conhecido como “Era Vargas”.

Entre as principais características do seu mandato, está a repressão aos opositores e apelo ao nacionalismo e populismo. Em 1939 criou a Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral e também institui o salário mínimo e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Vargas também é responsável pela criação de empresas estatais como a Vale do Rio Doce, Companhia Siderúrgica Nacional e a Hidrelétrica do Vale do São Francisco. Renúncia em 1945 após grande pressão oposicionista influenciada pelo momento político internacional, retornando ao poder em 1950, eleito por eleições diretas e democráticas.

De volta à Presidência da República, Getúlio Vargas dá início a campanha “O petróleo é nosso!” que culminou na criação da Petrobrás e Eletrobrás, empresas estatais existentes até hoje. Em agosto de 1954, durante uma grande pressão de opositores, Vargas comete suicídio, no Palácio do Catete, Rio de Janeiro, com um tiro no peito, deixando uma carta testamento que contém a célebre frase relembrada até os dias de hoje: “Deixo a vida para entrar na história”.

 Juscelino Kubitschek

Fotos Públicas/Reprodução

Vigésimo primeiro presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek ficou conhecido por um plano de governo completamente desenvolvimentista. A frase “Cinquenta anos em cinco” descreve o projeto de modernizar o país cinquenta nos à frente, nos apenas cinco anos do seu mandato. O período de JK marca a entrada da indústria automobilística no Brasil; é durante o governo de Kubitschek que os primeiros automóveis chegam ao país. O chefe de Estado também investiu massivamente na construção de rodovias e no desenvolvimento da indústria naval.

O presidente também é conhecido pelo projeto que levou a construção de Brasília, hoje capital do Brasil. Professores alertam sobre o período econômico vivido durante o governo JK. Segundo historiadores, Juscelino utilizou o Fundo Monetário Internacional (FMI) para obter receita necessária para construção da capital, o que gerou um grande endividamento externo, obrigando o governo a imprimir em maior escala a moeda nacional, gerando altos níveis de inflação. Professores destacam que questões abordando medidas desenvolvimentistas e econômicas deste período, podem estar presentes no Enem.  

João Goulart

Fotos Pública / Reprodução

Vigésimo quarto presidente do Brasil, “Jango” ficou conhecido por ser o chefe do Executivo que foi deposto pelos militares no ano de 1964. João Goulart chega à Presidência da República em 1961 após a renúncia de Jânio Quadros que encabeçava a chapa presidencial juntamente com ele. Seu plano de governo estava focado em reformas de base. Entre as pautas, o presidente tinha as reformas agrária, política e fiscal.

O governo de João Goulart ficou marcado por grande tensão política, com o período da Guerra Fria influenciando os cenários políticos mundo à fora, setores da sociedade e instituições da sociedade civil, a exemplo da igreja católica e ruralistas que temiam uma ameaça comunista no Brasil. A conspiração por um golpe militar começou a ter apoio popular e em 31 de março de 1964, João Goulart é deposto pela junta militar.

Emílio Garrastazu Médici

Fotos Públicas/Reprodução

Um dos principais nomes do regime militar, o general Emílio Garrastazu Médici assume o comando do Brasil em 1969, se tornando o 28º presidente do país. Considerado por muitos professores um dos presidentes mais repressivos do período militar, Médici se utiliza abusivamente do Ato Institucional-5, que entre os seus decretos permitia que o chefe do Executivo cassasse os mandatos parlamentares sem precisar de aprovação do Congresso; revogava o habeas corpus; permitia prisão arbitrária por parte do governo, além de admitir que presos políticos tivessem seus bens confiscados pelo Estado, para atacar opositores. É nesse período que são criados os DOI-CODI, delegacias onde aconteciam torturas e até mortes de presos políticos, sem que fossem noticiados por nenhum órgão governamental ou imprensa. Por conta da repressão, muitos oposicionistas fugiam do país.

O governo ganhou apelo popular pelo chamado “Milagre Econômico”, que fez o país crescer consideravelmente do ponto de vista econômico e também pela massiva propaganda lançada após a conquista da Copa do Mundo de 1970, pela seleção brasileira, com o slogan: “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Foi sob o comando de Médici que obras de grande porte foram realizadas em todo país, como a Usina de Itaipu e a ponte Rio Niterói.

Ernesto Geisel

Fotos Públicas/Reprodução

Ernesto Geisel foi o 29º presidente do Brasil e quarto do período militar. Com o slogan “Abertura lenta, gradual e segura”, o general assume a Presidência da República em 1974 e dá início ao rompimento da ditadura devido uma forte pressão popular sobre os governos militares por conta da crise petrolífera que culminou no aumento do desemprego e índice inflacionário do país, ampliando assim a impopularidade do regime.

Geisel cria o programa Proálcool, substituindo a fonte de energia derivada do petróleo. Professores também alertam que o presidente também fez usos de métodos repressivos utilizados contra opositores da ditadura militar e que possíveis questões relacionadas a seu governo podem ser abordadas.

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O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, continua na liderança da disputa presidencial. Segundo pesquisa Datafolha publicada nesta quinta-feira, 4, Bolsonaro tem 35%, seguido por Fernando Haddad (PT), com 22%. Em terceiro lugar, Ciro Gomes (PDT) tem 11% das intenções de voto.

Geraldo Alckmin (PSDB) continua na quarta colocação, com 8%. Marina Silva (Rede) tem 4%. João Amoêdo (Novo) tem 3%, seguido por Henrique Meirelles (MDB), com 2%, e Cabo Daciolo (Patriota), com 1%. 

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Em relação aos votos válidos, Bolsonaro tem 39%, seguido por Haddad, com 25%. Ciro tem 13% e Alckmin, 9%. 

O Datafolha ouviu 10.930 eleitores em 389 municípios entre os dias 3 e 4 de outubro. O Instituto também indagou: "Em quais desses candidatos você NÃO VOTARÁ de jeito nenhum NO DOMINGO QUE VEM? E qual mais?". O candidato com maior índice de rejeição segue sendo Jair Bolsonaro (45%), seguido de Haddad (40%), Marina 28% e Alckmin (24%).

Simulações de segundo turno

Em cenário de segundo turno com os mais bem colocados nas intenções de voto, a pesquisa revelou o seguinte:

Bolsonaro 44% x 43% Haddad (branco/nulo: 10%; não sabe: 2%)

Ciro 48% x 42% Bolsonaro (branco/nulo: 9%; não sabe: 2%)

Alckmin 43% x 42% Bolsonaro (branco/nulo: 13%; não sabe: 2%)

Alckmin 42% x 38% Haddad (branco/nulo: 17%; não sabe: 3%)

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