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As autoridades anunciaram nesta sexta-feira (18) um plano para expulsar os mendigos que se abrigam no metrô, após o aumento da violência em trens e estações desde o início da pandemia de Covid-19.

O prefeito de Nova York, Eric Adams, um ex-capitão da polícia, e a governadora do estado, Kathy Hochul, anunciaram o plano para cortar pela raiz a presença de mendigos no metrô, alguns com doenças mentais, como o que empurrou uma passageira na linha do trem em janeiro, na estação da Times Square, causando a morte dela.

O incidente aconteceu depois de outros episódios similares, e muitos nova-iorquinos não se sentem seguros no metrô. Muitos moradores de rua se refugiaram nos trens e estações após o fechamento de abrigos no pior momento da pandemia, em abril e maio de 2020.

O novo plano de segurança, que entrará em vigor na semana que vem, contempla investimentos, maior presença da polícia, e mais abrigos de acolhimento e serviços de saúde mental para os moradores de rua.

"É cruel e desumano permitir que pessoas sem teto possam viver no metrô e injusto para os passageiros e trabalhadores que pagam [pelo serviço] e merecem um ambiente limpo, ordenado e seguro", disse o prefeito.

Hochul, que pertence ao Partido Democrata assim como o prefeito, atribuiu o aumento dos problemas mentais da população à "falta de investimento e à pandemia" da covid-19, que afetou com especial virulência a cidade de quase 9 milhões de habitantes, onde mais de 38.000 pessoas morreram pelo vírus.

Durante os dois anos de pandemia, os crimes violentos no metrô de Nova York dispararam. Apenas em 2021, os índices cresceram 25% com respeito a 2019, apesar da queda no número de passageiros.

Além disso, 30 pessoas foram empurradas nas vias em 2021, enquanto esses episódios aconteceram 20 vezes em 2019, e nove em 2017, segundo a polícia.

No início de fevereiro, o prefeito recebeu a visita e o apoio do presidente Joe Biden em sua cruzada para terminar com a violência armada, um problema que afeta todo o país, e não apenas Nova York.

A morte de dois policiais assassinados no Harlem em janeiro abalou a cidade e aumentou a pressão sobre Adams, que chegou à prefeitura com a promessa de reduzir a insegurança.

Ser mendigo na Dinamarca está proibido desde julho de 2017, depois que o Parlamento aprovou uma lei - somente com o apoio da direita - que considera que a mendicância cria "inconvenientes" aos pedestres. No entanto, até agora, 52 estrangeiros foram presos e nenhum dinamarquês.

Em um país com baixos índices de desemprego e um dos salários per capita mais altos do mundo, índices invejáveis de igualdade de gênero e um robusto Estado de bem-estar social, os estrangeiros pobres e sem permissão de residência acabam sendo pegos na rua e enviados à prisão por 14 dias.

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"Há estrangeiros que viajam para a Dinamarca exclusivamente para pedir nas ruas e muitos são agressivos com as pessoas. Os cidadãos já não se sentiam seguros. Aprovamos essa lei para conter essas práticas", disse um representante do Ministério da Justiça ao jornal espanhol El País.

Maja Løvbjer Hansen, de Gadejuristen, uma organização de advogados que dão assistência a pessoas vulneráveis, diz que essa lei tem como alvo estrangeiros pobres que chegam à Dinamarca em busca de trabalho e, pelas dificuldades de entrar no mercado (conhecer o idioma, por exemplo) "terminam recolhendo garrafas, pedindo e dormindo nas ruas".

Muitas ONGs qualificaram de "discriminatório" o fato de a polícia ter detido apenas estrangeiros, especialmente da Romênia, durante os 12 meses desde a aprovação da lei, apesar de as autoridades admitirem que há mendigos dinamarqueses.

"O governo deixou muito claro que o objetivo são os estrangeiros, de modo que esses números não me surpreendem", diz a advogada, que afirma que no passado tanto os políticos como a imprensa restringiram esse assunto à comunidade cigana.

Em 2017, o deputado liberal Marcus Knuth declarou: "Já chega. É hora de trabalharmos contra a praga de ciganos que ataca Copenhague a cada verão." A lei veta expressamente pedir em trens e ônibus, nas estações, nas ruas, nas áreas comerciais e imediações dos supermercados.

Um projeto de lei, enviado pelo Prefeito de Campina Grande à câmara de vereadores do município, pretende implantar a "Bolsa Estímulo" voltada à jovens em situação de rua. Segundo o executivo, famílias de adolescentes que mendigam na cidade paraibana receberão um auxílio de R$ 500,00 (por filho) para evitar que isso aconteça e matricularem em programas educacionais e sociais oferecidos pelo poder público.

A proposta enviada pelo prefeito Romero Rodrigues (PSDB) propõe que as famílias podem inscrever até 2 filhos no 'Bolsa Estímulo' e determina uma série de regras a serem seguidas para que o estímulo financeiro seja mantido.

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Segundo o prefeito da cidade, já foram feitos "dossiês" sobre 89 adolescentes que vivem em condições de mendicância na cidade. Ainda de acordo com o projeto, a bolsa daz parte do 'Projeto Sinal de Cidadania', que promete resgatar crianças em situação de rua e buscar garantir 'um presente sem violações e um futuro de possibilidades de novas perspectivas'.

Confira os critérios:

I - não utilizar o espaço das ruas como meio de mendicância ou qualquer atividade que seja considerada como trabalho infantil, nos horários em que não estejam participandos das atividades socieducativas e escolar;

II - frequentar, apresentar bom desempenho e adaptação nas atividades propostas;

III - frenquentar assiduamente as atividades escolares, evitando ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo;

IV - preservar o ambiente limpo e organizado, colaborando com os educadores ao final das atividades;

V - evitar qualquer atitude que cause danos pessoais, materiais ou do patrimônio público;

VI - utilizar o fardamento do SCFV, quando estiverem no desenvolvimento das atividades;

VII - os pais e/ou responsáveis pelas crianças e adolescentes assinarão termo de compromisso, se responsabilizando pela permanência destes nos espaços de atividades escolares, socioeducativas e de inclusão produtiva (para os adolescentes a partir de 14 anos)

VIII - os pais e/ou responsáveis se responsabilizarão para garantir que as crianças e os adolecesntes não estarão no espaço das ruas e semáforos, mendigando ou trabalhando em qualquer horário noturno da semana, nos sábados, domingos e feriados que não estejam sendo atendidos/acompanhados pelo projeto

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"A new world". O slogan da Rio 2016 promete um mundo novo, um universo distinto daqueles que nós, brasileiros, estamos acostumados a ver. Apesar das notáveis melhorias na infra-estrutura da cidade olímpica, do lado de fora das arenas há um mundo antigo, bem conhecido da população e que, de tão comum, parece passar despercebido. A exclusão social salta aos olhos, mas ninguém vê.

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Durante a cobertura dos Jogos Olímpicos, a equipe do Portal LeiaJá registrou personagens que, longe dos pódios e medalhas, tentam vencer as provas exigidas pela vida nas ruas. Anônimos, à margem do espírito olímpico, vagueiam entre turistas, ao redor dos estádios e nas calçadas.  

Na ânsia de registrar o momento histórico, com seus smartphones nas mãos, os torcedores posam em suas selfies e nem os percebem. São os invisíveis das Olimpíadas. Seja nas areias de Copacabana ou nas ruas de acesso ao Maracanã, lá estão eles, com sacos nas costas para recolher latinhas. E é com o lixo que têm mais contato, na busca de algo para comer ou o resto daquela cerveja quente jogada fora por algum gringo. 

Em frente a uma unidade do McDonalds, perto da Avenida Presidente Vargas, no centro do Rio, dois invisíveis tentavam ser vistos. Pediam trocados, comida. Puxei assunto com o mais falante que, talvez desacostumado com um diálogo do tipo, mal soube responder minhas perguntas. "Tudo certo", "ajudam um pouco", "a polícia tá tranquila, não mexe com nós". Perguntou de onde eu era, elogiou Recife e se despediu com um "valeu". 

No Boulevard Olímpico, observam do chão a grande movimentação de pessoas na revitalizada área portuária do Rio. São seres humanos que não se enquadram àquela atmosfera de lazer, gritos de gol e abraços. Estão sujos e não têm camisetas da seleção para torcer pelo país. Será que cantam o hino? Será que são brasileiros com muito orgulho, com muito amor?

 

Um casal de moradores de rua foi incendiado enquanto dormia numa calçada no Rio Comprido, na zona norte do Rio, na noite da segunda-feira (9). Amanda Silvestre da Silva, de 27 anos, e Adailton Farias dos Santos, de 33, foram hospitalizados. A situação dela é mais grave, com 70% do corpo queimado. As queimaduras, principalmente no tórax e nas pernas, atingiram 19% do corpo de Santos. O ataque aconteceu na Rua Batista das Neves por volta das 21h.

Amanda vestia um casaco confeccionado em material sintético, que incendiou rapidamente. Santos tentou correr atrás do agressor, mas desistiu e voltou para socorrer a companheira. Ele tentou apagar as chamas com a água de uma poça de lama. A roupa grudou na pele da mulher, que ficou caída na calçada à espera de socorro. Segundo mendigos que moram na região, ela anunciou no início da semana que está grávida.

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O casal foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro, onde está internado no Centro de Tratamento de Queimados. A unidade de saúde classifica como "estável" o estado do casal. Ambos estão lúcidos e respiram sem o auxílio de aparelhos.

Segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, que acompanha o caso, Santos contou que se mudou da cidade paraibana de Taperoá para o Rio e nunca procurou abrigo da prefeitura. Amanda é de Petrópolis, tem histórico de uso de drogas e está nas ruas por causa de um conflito familiar. No Rio, ela já frequentou um abrigo. A prefeitura não sabe há quanto tempo eles moravam na rua.

O fogo consumiu também os pertences do casal, como cobertores e sapatos. A 6ª Delegacia de Polícia (DP) investiga duas hipóteses: o ataque teria sido feito por um homem que chegou e fugiu em um carro ou por outro morador de rua. Foi feita perícia no local e os moradores de rua já prestaram depoimento. Próximo ao local em que o ataque ocorreu, existe uma câmera de vigilância, cujas imagens serão requisitadas.

Além de procissões, missas, pagamentos de promessas e muita devoção, na Festa do Morro da Conceição também existem enumeras demonstrações de solidariedade. Nesse período, é comum encontramos nas ruas que dão acesso a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição crianças, adultos e idosos pedindo ajuda. Uma cena que toca o coração dos fiéis. Com o sentimento de amor ao próximo, várias pessoas fazem doações de roupas, alimentos e até de dinheiro.

Istênio Gilberto de Lima, 23 anos, veio pela primeira vez a Festa do Morro para pagar uma promessa feita por sua mãe, a dona de casa Gesilda Maira de Lima. Segundo ela, uma graça alcançada foi o motivo par vir ao morro e doar uma quantia em dinheiro para os necessitados. “Meu filho foi preso injustamente e pediram uma fiança de R$ 5 mil para solta-lo. Eu não tinha como arrumar esse dinheiro, foi então que pedi a nossa senhora que me ajudasse. Em poucas horas eu recebi um telefonema pedindo para ir busca-lo (Istênio) que ele tinha sido liberado”. Ela ainda acrescentou que todos os anos continuará ofertando um valor em dinheiro. “Para mim é muito importante ajudar as pessoas que estão bem mais necessitadas do que a gente”, completou. Dona Gesilda subiu o morro acompanhada do filho, da nora e do neto.

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As calçadas das vias chegam a ficar, em alguns trechos, completamente ocupadas por mendigos, provocando um sentimento de reprovação em alguns moradores. Dona Elizângela da Silva Torres, 36 anos, mora na Rua Itaquatiara (uma das ladeiras do morro) há quase duas décadas e acompanha todos os anos a festa. Ela conta que o número de mendigos aumenta consideravelmente no período das homenagens à Santa. “Eu não apoio o que eles (mendigos) fazem porque eles só aparecem aqui nesses dias. O pior é que a maioria traz filhos pequenos para pedir e deixam as crianças no sol quente e no frio da noite”. Ela disse que já presenciou algumas pessoas fingindo passar necessidade. “Muitos dos que estão pedindo não precisam. Eu já vi uma mulher pagar cerca de R$ 5 reais a uma vizinha para tomar banho e depois sair toda emperiquitada. Muitos só querem dinheiro, quando recebem comida jogam fora. Por isso não dou nada”, desabafa Elizângela.

Já uma mulher que estava subindo o morro em devoção a Nossa Senhora analisa a situação de uma forma diferente. De acordo com ela, que preferiu não se identificar, as pessoas que pedem doações nas proximidades do morro de alguma forma estão realmente necessitadas e que não é regra elas serem aproveitadoras. “Existem milhares de intenções espalhadas entre essas pessoas como fé e esperança, e nós não podemos julgá-las porque não estamos na pele delas. Isso que nós vemos é um retrato do Brasil”, disse.

 

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