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Há exatos 95 anos, nascia o lendário norte-americano Martin Luther King Jr. Ele se tornou um dos mais importantes líderes mundiais da luta contra a discriminação racial nos Estados Unidos e recebeu o prêmio Nobel da Paz, em 1964, quatro anos antes de ser assassinado na sacada de um hotel onde estava hospedado na cidade de Memphis, no estado do Tennessee.

O leitor deve estar se perguntando o que King e sua história tem a ver com o esporte? O LeiaJá relembra alguns fatos marcantes do ativista, que não foi atleta, mas sabia da importância prática esportiva na luta por igualdade e paz.

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Paixão pelo beisebol

Ainda quando era adolescente, Martin Luther King foi testemunha ocular do ingresso de Jackie Robinson nos Brooklyn Dodgers, sendo assim o primeiro negro a atuar na liga principal do beisebol americano, acontecimento que quebrou a barreira racial em um esporte tão popular no país.

Dez anos depois, já em fim de carreira, Robinson passou a ser porta da voz da luta por direitos civis. Impulsionado por King, ele fez excursões no sul dos EUA para dar palestras. Em uma de suas frases mais célebres, dizia.

“Se eu tivesse que escolher amanhã entre o Hall da Fama de Beisebol e plena cidadania para o meu povo eu escolheria a cidadania plena uma e outra vez.”

Braço direito de Muhammad Ali

Martin Luther King também foi importante em apoiar Muhammed Ali (à época Cassius Clay) para que ele pudesse para que pudesse ser declarado muçulmano sem sofrer perseguições pelos Estados Unidos. Os dois foram flagrados juntos uma vez em uma manifestação pela habitação justa na cidade natal de Ali, Louisville.

Ainda na década de 1960, mais precisamente em 1967, King invocou o pugilista em um de seus discursos, dizendo: “Como Muhammad Ali coloca, somos todos pobres vítimas do mesmo sistema de opressão.”

Os panteras negras

No ano seguinte, em 1968, os Estados Unidos se encontravam no auge da luta contra o racismo. Malcolm X havia sido assassinado há três anos e Martin Luther King meses antes dos Jogos Olímpicos da Cidade do México. Os dois assassinos teriam cometido o crime por vieses racistas.

O americano Tommie Smith venceu os 200 metros rasos, sendo o primeiro atleta a correr abaixo dos 20 segundos, e John Carlos ficou com o bronze na mesma prova. No pódio, ao invés de olharem para a bandeira e cantarem o hino, os atletas abaixaram a cabeça e ergueram o punho fechado, sinal do Movimento Panteras Negras, organização criada para combater a violência policial nos bairros negros.

Até hoje, o gesto no pódio é uma das imagens mais emblemáticas da história do esporte mundial.

Referência: “MLK wasn’t an athlete, but he understood importance of sports”. Artigo de Dave Zirin, 18/1/2010. Revista Sports Illustrated.

 

João Victor Sales, de 17 anos, participou da Olimpíada Internacional de Química Abu Reikhan Beruniy, realizada no Uzbequistão, na Ásia, e recebeu medalha de bronze pelo seu desempenho na competição.

O adolescente é pernambucano e estudante da Escola de Aplicação do Recife (FCAP/UPE). Além dele, outros dois brasileiros representaram o país na competição contra 15 países, sendo João o único aluno de escola pública.

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Sobre a Olimpíada 

A Olimpíada foi realizada em duas etapas: a divisão teórica, composta por cinco tarefas, e a divisão prática, composta por uma tarefa. As atividades da olimpíada abordarão os seguintes tópicos: passeio prático, química inorgânica, química orgânica, ciência dos vivos, química física e química analítica.

Os idiomas oficiais da olimpíada são o uzbeque e o inglês, mas cada equipe pode concluir as tarefas em seu idioma nativo. Os estudantes premiados na disputa ganharam medalhas e certificados.

Aconteceu, nesta terça-feira (30), a primeira fase da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Ao todo, 18,3 milhões de alunos de todo o Brasil participaram da aplicação da prova e aguardam pelo seu resultado.

O edital da Olimpíada deste ano define o dia 30 de junho para divulgação do gabarito oficial da prova, onde os estudantes já podem ir conferindo seus erros e acertos pelo site da própria OBMEP. As notas oficiais estão previstas para o dia 8 de agosto, com a classificação dos que irão para segunda fase.

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A segunda fase da competição está marcada para acontecer no dia 7 de outubro e o resultado final com os premiados para o dia 20 de dezembro.

Estudantes da Rede Estadual conquistaram medalhas de ouro e prata na Olimpíada Brasileira de Química (OBQ) e na Olimpíada Brasileira de Química Júnior (OBQJR). A solenidade de premiação foi realizada no dia 16 de novembro, no auditório da Faculdade Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro.

O estudante João Victor Sales, do 2º ano do ensino médio, da Escola de Aplicação do Recife, da Universidade de Pernambuco (UPE), recebeu a medalha de ouro na OBQ na modalidade A, sendo o primeiro aluno pernambucano de escola pública a conquistar uma medalha de ouro nessa modalidade. Ele competiu com estudantes do 1º e 2º ano do ensino médio. 

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Os estudantes que participaram da OBQJR tiveram que responder a dois exames on-line com 30 questões objetivas. Os melhores classificados foram premiados com medalhas de ouro, prata e bronze e menção honrosa. Participaram da olimpíada estudantes do 6º ao 9ª ano do Ensino Fundamental de escolas públicas e privadas do Brasil.

A estudante Ana Clara Alves, do 9° ano, também da Escola de Aplicação do Recife FCAP/UPE conquistou medalha de ouro na competição, tendo seu nome gravado no Troféu Destaque das Escola Públicas - OBQJr e no Troféu Blanka Wladislaw "Mulheres na Química". Já Ana Rebeca de Oliveira, do 9º ano, do Colégio da Polícia Militar do Recife conquistou a medalha de ouro na OBQJR e também teve seu nome gravado no Troféu Destaque das Escolas Públicas do Brasil.

A estudante do 1º ano do ensino médio Haná Marina Albuquerque, de 16 anos, ficou em terceiro lugar na Olimpíada Internacional de Medicina Vitalis, na categoria sênior. Ela superou mais de três mil concorrentes, muitos deles já nos anos finais do ensino médio ou até mesmo com alguma experiência em cursos pré-vestibulares. Haná afirma que deseja cursar medicina e espera se especializar em obstetrícia.

“Foi muito bom participar e ver que meus conhecimentos sobre medicina são altos. Isso me dá confiança para continuar com meu foco de seguir a carreira e, por enquanto, estudar as matérias para concluir o ensino médio e participar com segurança dos processos seletivos para iniciar a graduação”, diz Haná Marina, em entrevista ao colégio em que estuda.

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Haná Marina Albuquerque, de 16 anos, ficou em terceiro lugar na Olímpiada Internacional de Medicina Vitalis

Para a professora de apoio do Colégio Marista da Asa Sul, Tainá Salles, a participação nesse tipo de competição é muito importante porque aumenta o interesse e a dedicação do aluno, estimulando-o a focar no seu objetivo. “Também é importante porque permite ao aluno identificar seu nível de conhecimento, tanto em âmbito nacional como, no caso da Haná Marina, internacional. Quanto mais um aluno participa de olimpíadas e competições ao longo da sua trajetória na escola, mais ele consegue fazer provas com calma e foco. Ou seja, quanto mais prática, mais consegue fazer com excelência seus processos seletivos”, explica a professora.

Pela primeira vez o Recife recebe uma etapa do STU National, o circuito nacional de skate. O evento decisivo da competição teve início nesta sexta-feira (16), na rua da Aurora, e vai até o domingo (18).

A reportagem do LeiaJá esteve lá e conversou com o atual líder do ranking de street do STU, o skatista João Lucas Alves, de Porto Alegre. É a primeira vez do jovem de 21 anos em Recife, mas ele trouxe à competição muita vivência e animação para compartilhar com os pernambucanos.

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‘’Achei a cidade muito irada, gostei porque tem um clima bem quente. De onde eu venho todo mundo sabe que é frio pra caramba (risos), então tô achando muito irado poder competir aqui em Recife’’, disse.

Foto: Júlio Gomes

O Skate é amplamente conhecido por criar vínculos fortes entre os seus praticantes. E não seria diferente com João Lucas, que vê nesses eventos uma oportunidade de não só andar de skate, mas de confraternizar com os parceiros de pistas.

‘’Aqui nós já nos conhecemos uns aos outros, porque estamos sempre competindo e viajando juntos para esses eventos. O melhor de tudo isso é ficar perto dos amigos ao mesmo tempo em que estamos andando de skate’’, afirmou.

‘’Não é nem tanto pela competição, é pela diversão, pelo desafio que levamos entre nós. O que eu posso dizer é que um leva o outro, um torce pelo outro dentro da própria competição’’, complementou.

João Lucas não está satisfeito apenas com o sucesso nacional, dado que ele possui o sonho de representar o Brasil nas próximas Olimpíadas. Com os pés em Recife, o jovem skatista contou ao LeiaJá que está mirando Paris em 2024. 

‘’Tô oficialmente na corrida para as Olimpíadas de 2024. Está sendo muito irado, pois nesse ano eu já participei de uma etapa que aconteceu em Roma e fiquei em 17º no ranking mundial, e sigo na luta para chegar em Paris’’, finalizou.

Entendendo seu papel no esporte nacional, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) instituiu oficialmente a Comissão Mulher no Esporte. A iniciativa da entidade busca fomentar a participação feminina e atuar em prol da igualdade de gênero. Além disso, a comissão buscará ajudar no estabelecimento de políticas que propiciem a promoção e a capacitação feminina no esporte. O primeiro encontro acontecerá nesta segunda-feira.

"A Comissão Mulher no Esporte foi criada para que, de forma interdisciplinar, pessoas com diversos olhares pudessem contribuir com sugestões e informações relacionadas ao Movimento Olímpico, sob a perspectiva da mulher no esporte. O COB entende a importância da área e, desta forma, busca o equilíbrio da representatividade no meio esportivo entre homens e mulheres", destaca o presidente do COB, Paulo Wanderley.

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"Essa iniciativa busca integrar diversas áreas de atuação do COB, contribuindo para o desenvolvimento de projetos em prol da equidade tanto na área de gestão, quanto na área técnica. Será uma comissão consultiva, que oferecerá sugestões, recomendações e informações relevantes para incentivar a presença feminina no esporte", afirma Isabel Swan, medalhista olímpica e coordenadora da área Mulher no Esporte do COB.

A primeira reunião da Comissão Mulher no Esporte está prevista para acontecer nesta segunda-feira (16), às 15h, na sede do Comitê Olímpico do Brasil, no Rio de Janeiro. Além dela, o grupo coordenado por Isabel Swan terá encontros trimestrais. O grupo terá um representante em cada área interna do COB: Governança; Jurídica; Cultura e Valores Olímpicos; Desenvolvimento Esportivo; Alto Rendimento; Psicologia; Comunicação; Instituto Olímpico Brasileiro e Recursos Humanos. Os nomes serão designados pelos respectivos diretores e nomeados pelo diretor-geral.

Também integrarão a equipe uma atleta de alto rendimento (Etiene Medeiros, da natação), uma treinadora esportiva (Martha Rocha, da vela) e uma médica (Tathiana Parmigiano, ginecologista).

O novo projeto do COB está alinhado às diretrizes do Comitê Olímpico Internacional (COI) que, em seu Programa Olímpico para Paris 2024, estabelece a igualdade de gênero, com 50% de participação masculina e 50% feminina, algo inédito na história dos Jogos.

Na última semana, a ex-jogadora da seleção brasileira Formiga foi eternizada com a gravação de seus pés na Calçada da Fama do Mineirão. Miraildes foi a primeira mulher a ter seu nome e pés no local do icônico estádio brasileiro. Com isso, o LeiaJá separou os maiores feitos da jogadora para o Brasil: 

 • Sete Copas do Mundo; 

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Em 2019, Formiga se tornou a única atleta, entre homens e mulheres, a participar de sete Copas do Mundo. A jogadora defendeu a seleção Brasileira nas Copas de 1995, 1999, 2003, 2007, 2011, 2015 e 2019. Apesar de todas as participações, a jogadora nunca conseguiu levantar o troféu da competição.  

 Além disso, no mundial de 2019, na França, Formiga conquistou o feito de ser a jogadora mais velha a entrar em campo numa Copa do Mundo Feminina, com 41 anos.  

 • Sete Olimpíadas; 

Em 2021, Formiga entrou mais uma vez na história do futebol mundial. A atleta se tornou a única jogadora a ter disputado todas as edições de Jogos Olímpicos desde a estreia do futebol feminino, em Atlanta, em 1996. 

E como ocorreu com a Copa do Mundo, Formiga quebrou o recorde de jogadora mais velha a participar de uma Olimpíada, com 43 anos.  

 • Mais partidas pela seleção; 

Em 2019, Formiga ultrapassou o jogador Cafu como a atleta que mais vezes vestiu a camisa da seleção brasileira. Cafu possui 149 partidas, já Formiga chegou à marca de mais de 200 partidas defendendo o Brasil, desde amistosos a jogos oficiais.  

• Jogo de Despedida; 

Em 25 de novembro de 2022, Formiga se tornou a única jogadora do futebol brasileiro a ganhar um jogo oficial de despedida. O confronto foi organizado como forma de agradecimento pelos 26 anos defendendo a seleção brasileira.  

 • Homenagens; 

Além de seu nome na calçada da fama e jogo de despedida oficial, Formiga também recebeu homenagem nos quadrinhos da Turma da Mônica, na série "Donas da Rua da História". A ex-jogadora também foi homenageada no Museu do Futebol no projeto Visibilidade para o Futebol Feminino, localizado no Pacaembu, em São Paulo. Em 2015, Formiga foi a primeira jogadora, junto com a Marta, a integrar a Sala Anjos Barrocos, que até então era exclusiva de homens. 

 

O paulista Thiago Braz conquistou neste domingo (20) a medalha de prata do salto com vara no Campeonato Mundial indoor de Atletismo, disputado em Belgrado (Sérvia). Campeão olímpico no Rio de Janeiro e bronze nos Jogos de Tóquio (Japão), o brasileiro se tornou o primeiro homem do país a ir ao pódio nesta prova na história do evento.

Thiago saltou a 5,95 metros, estabelecendo o novo recorde sul-americano indoor, ficando atrás somente de Armand Duplantis. Ouro em Tóquio, o sueco quebrou o recorde mundial, que já era dele, ao superar o sarrafo a 6,20 metros. Ele é dono das quatro melhores marcas em todos os tempos no salto com vara. O norte-americano Christopher Nilsen, com 5,90 metros, completou o pódio em Belgrado, levando o bronze.

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A disputa por medalhas ficou concentrada em quatro atletas. O francês Valentin Lavillenie (irmão de Renaud Lavillenie, batido por Thiago na Olimpíada do Rio) acompanhou o ritmo do trio que foi ao pódio até os 5,85 metros, mas deixou a briga ao não superar o sarrafo a 5,90 metros. Nilsen ficou para trás quando Duplantis e o brasileiro passaram pelos 5,95 metros. O paulista tentou saltar a 6,05 metros, que poderia ser a melhor marca da carreira, mas não conseguiu. O caminho, então, ficou livre para o sueco assegurar o ouro e buscar a quebra do próprio recorde mundial. Também neste domingo, Thiago Moura, do salto em altura, estabeleceu em Belgrado o novo recorde brasileiro e sul-americano da prova em pista coberta, com 2,31 metros. A marca foi a mesma que rendeu as medalhas de prata ao suíço Loïc Gasch e de bronze ao neozelandês Hamish Kerr e ao italiano Gianmarco Tamberi. Nos critérios de desempate, eles ficaram à frente do paulista, que terminou em quinto.

O também paulista Fernando Ferreira (antigo detentor do recorde brasileiro, ao lado do mineiro Talles Frederico) não foi além de 2,24 metros e ficou em sétimo. Apesar disso foi a melhor marca dele na temporada. O ouro foi para o sul-coreano Sanghyeok Woo, que saltou 2,34 metros.

A busca pela igualdade de gênero será uma das prioridades nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Segundo a embaixadora da França no Brasil, Brigitte Collet, a França estabeleceu como objetivo político para as próximas Olimpíadas a paridade entre atletas homens e mulheres.

“Com relação à paridade de homens e mulheres, não é algo que [o país sede dos Jogos Olímpicos] pode decidir, mas é algo que podemos encorajar, fomentar. É o que está fazendo o Comitê Olímpico Nacional e Desportivo da França com o Comitê Olímpico Internacional”, explicou Brigitte Collet, durante evento para sobre a igualdade de gênero no esporte realizado nesta terça-feira (8), em Brasília.

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De acordo com a embaixadora, a França também quer incluir jovens de áreas menos favorecidas e mostrar que o evento esportivo internacional pode ser realizado com menos impactos ao meio ambiente.

“A França quer que os Jogos Olímpicos sejam exemplo para o mundo, em todos os campos. Com relação à igualdade, quer que isso ocorra entre homens e mulheres na participação dos atletas, também os paralímpicos. Além disso, deve incluir jovens de zonas menos favorecidas da França. O país também quer que sejam jogos referência na proteção do meio ambiente, por exemplo, a França está construindo muito poucas instalações novas. Aproveitando aquilo que já existe, adaptando, acrescentando”, afirmou.

A França é pioneira nos Jogos Olímpicos. Foi em Paris, em 1900, que as mulheres participaram pela primeira vez de uma Olimpíada. Na ocasião, apenas seis atletas participaram do evento. Desde então, a presença feminina tem crescido. O percentual de mulheres foi de apenas 9% nos Jogos de Los Angeles de 1932, chegou a 45% nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, e atingiu seu maior índice, 48,8%, em Tóquio 2020.

A vivência das mulheres no esporte é repleta de desafios, avanços e obstáculos. Para a esgrimista Amanda Simeão, participante dos Jogos Olímpicos de 2016, a maternidade é um dos assuntos mais delicados entre as atletas. Muitas adiam o sonho de ser mãe em razão da carreira esportiva.

“A gente, dentro do esporte, tem que planejar tudo. Cada ciclo [olímpico] que passa são quatro anos e a cada quatro anos, a gente envelhece. Nós, mulheres, temos um relógio biológico e acho que temos que ter um preparo. Dentro do esporte, o que me preocupa não apenas a questão da idade ou de poder estar em uma competição, mas também tem a questão financeira porque se hoje eu engravidar, não vou continuar sendo paga”, argumentou.

De acordo com Amanda, além dos desafios em conciliar treinos, competições e uma gestação, ainda há o risco de que a pontuação da atleta no ranking de sua categoria seja perdido. Há países que “congelam” o ranking por um período determinado após a gravidez. No Brasil, no entanto, é comum que as atletas percam essa pontuação.

“Por outro lado, vejo muitas atletas que, depois que foram mães, parece que ficam mais ferozes, mães leoas”, conta. “Não vejo que ser atleta e pensar em ser mãe seja algo negativo, mas acho que é necessário um resguardo de que você vai poder voltar e vai ter apoio”, acrescenta.  

Amanda conta que começou no esporte aos 11 anos, quando morava na Itália. Para ela, a determinação e o planejamento são fundamentais na carreira esportiva. "O meu sonho era ser jogadora de futebol e não tinha time feminino. Eu treinava com meninos e tinha vários obstáculos, como tomar banho. Eu tinha que esperar os meninos usarem o banheiro para depois poder usar", conta.

Os atletas militares que se destacaram nas Olimpíadas de Tóquio receberam medalhas do presidente Jair Bolsonaro. A solenidade foi realizada nesta quarta-feira (1), no Centro de Treinamento Físico Almirante Adalberto Nunes (Cefan) no Rio de Janeiro.

Foram homenageados cinco dos oito atletas que subiram ao pódio no Japão: Ana Marcela, da maratona aquática; Herbert Conceição, Abner Teixeira e Beatriz Ferreira, do boxe; e Daniel Cargnin, do judô.

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Eles integram o Programa Atleta de Alto Rendimento (Paar), do Ministério da Defesa, que apoia 549 atletas, que recebem remuneração, assistência médica, acompanhamento nutricional e estrutura para treinamento.

Em seu discurso, Bolsonaro lembrou do tempo em que era atleta e destacou a dificuldade que participar de competições de alto nível, como os medalhistas olímpicos, que têm minutos ou segundos para garantir a vitória, fruto de anos de treinamento.

"Eu me coloco no lugar de vocês, no Japão. Vocês nos proporcionaram momentos de alegria. Meus cumprimentos a vocês", disse o presidente, após entregar uma medalha especial ao boxeador Herbert Conceição.

Dos 302 atletas que se classificaram para Tóquio, 92 eram militares, sendo 44 da Marinha, 26 do Exército e 22 da Aeronáutica.

Também estiveram presentes na solenidade, o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto; o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno; o comandante da Marinha, almirante de esquadra Almir Garnier Santos, e o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta, entre outras autoridades.

Desde Tony Hawk, jogo de skate do Playstation 2 que ficou famoso no Brasil no início dos anos 2000, a modalidade não chamava tanta atenção. As medalhas de prata de Rayssa Alves, Kelvin Hoefler e Pedro Barros nas Olimpíadas de Tóquio fizeram do esporte a nova febre do Brasil. Mas, antes disso, um projeto encabeçado por um pai que sentia e sente na pele a falta de estruturas já captava ‘novos skatistas’. 

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Larinho é pai de Maytê Pires, que aos 10 anos de idade se sagrou campeã brasileira. Inspirada em Rayssa, a pequena sofria a procura de um lugar para treinar e isso acabou dando início ao projeto "Skate Radical". 

“O projeto começou na falta de espaço para andar de skate, a gente tentou fazer uma rampa de skate em cima de casa; a gente viu que o espaço dava, mas ia fazer muita zuada, ai eu soube de uma rampa que estava para ser vendida e essa rampa era de uma igreja, falei com pastor, vi o valor e dei o pontapé inicial vendendo um colar que eu tinha”, conta.

Pai e filha ainda venderam uma rifa de uma prancha de surf e um skate. Apesar do esforço em conseguir dinheiro, a condição da pista era ruim e até hoje não foi reparada. Em busca de outro lugar, Larinho foi convidado para dar aulas na Estação Cidadania, projeto do Governo Federal que tem locais para a prática esportiva. 

Com apoio do município do Cabo de Santo Agostinho e com uma pista pequena no local, Larinho deu início ao projeto que chega a atender cerca de 60 crianças que, enquanto aprendem manobras no skate, estão longe dos perigos das ruas. “Estamos com mais de sete meses, tem mais de 60 crianças e essas crianças passaram na minha mão sem nenhum acidente, estão se desenvolvendo bem na escola, no skate e até dentro de casa”, relata. Segundo ele, a ideia não é só formar um cidadão, mas “um esportista, mas uma pessoa de bem”, completou.

Apesar de servir para o Projeto Skate Radical, a pista da Estação Cidadania é pequena, segundo Larinho. Foto: Rafael Bandeira\LeiaJáImagens

E mesmo sem o apoio necessário, Maytê Pires, conquistou o Brasil em 2019 no Campeonato Brasileiro Street infantil. E lá também conheceu sua grande ídola, a medalhista de prata nas olimpíadas, Rayssa Alves, a "Fadinha”. "A gente tem que acreditar sempre nos nossos sonhos e o meu sonho era ser campeã brasileira, mundial e eu realizei um dos meus sonhos", diz Maytê.

E nada de pensar pequeno, pois Maytê já sabe bem qual seu próximo sonho: “Ir para as olimpíadas de Paris”. O ciclo olímpico já começou, mas ela ainda se lembra do feito de Rayssa.

“Eu fiquei muito feliz por ela, porque é uma coisa muito bonita. Como ela é nordestina, sofreu muito aqui, porque não tem pista para treinar e porque tem pouquíssimas meninas, não tem um incentivo muito grande para gente treinar”, diz Maytê, ao lembrar do dia que conheceu a Fadinha.

Perguntada sobre o que conversaram, ela disse que mais andaram do que falaram. No último sábado (28), Rayssa venceu a etapa do circuito mundial. 

Maytê treina semanalmente, mas reclama da falta de apoio. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens

Larinho ainda reclama que a pista disponível na Estação Cidadania para as ambições de Maytê é pequena e que, por isso, precisa se deslocar, como faz com frequência, para a Rua da Aurora, área central do Recife. Por isso, ele ainda sonha grande com uma pista de melhor qualidade no Cabo.

Para as crianças da região do Cabo de Santo Agostinho que tiverem interesse em participar do projeto, basta entrarem em contato por meio das redes sociais do Skate Radical.

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Na estreia do Ajax no sábado (14) pelo Campeonato Holandês, o brasileiro Antony foi ovacionado pela torcida, em homenagem do clube ao jogador, após ele ter conquistado o ouro olímpico atuando pela seleção brasileira.

Ao lado das lendas holandesas Edwin Van Der Sar e Marc Overmans, o atacante posou para receber um quadro da diretoria holandesa. No gramado da Johan Cruijff Arena, Antony apresentou sua medalha de ouro para a torcida e a ouviu o público gritar seu nome.

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No Instagram, Antony publicou fotos do momento e descreveu seu sentimento com a homenagem. “Que dia, que alegria!”, iniciou, antes de agradecer pelo ato. “Obrigado pela recepção e homenagem, Ajax”, escreveu.

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Poupado, já que não chegou a ter férias evido aos Jogos de Tóquio, o brasileiro não chegou a ficar nem no banco na partida que terminou com o placar de 5x0 para o Ajax, contra o NEC.

Os fogos de artifício encerraram a festa, e os atletas deixam o país: o Japão começou a fazer o balanço dos Jogos Olímpicos da pandemia, com custos elevados e organizados apesar da forte oposição inicial de sua população.

Os dirigentes olímpicos se mostraram otimistas, como era esperado, alegando que estes Jogos realizados em condições inéditas ofereceram momentos de esperança e de emoção ao mundo, e que aconteceram sem grandes incidentes.

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"Estes Jogos Olímpicos foram uma potente demonstração do poder unificador do esporte", declarou o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach.

Para o Japão, no entanto, será necessário mais tempo para fazer o balanço dos Jogos, muito caros (ao menos 13 bilhões de euros) e polêmicos, que aconteceram enquanto os casos de covid-19 explodiam em Tóquio e em outras áreas do país.

Em tom crítico, o jornal Asahi, que defendeu o cancelamento dos Jogos, afirmou na segunda-feira (9) que a organização do evento foi uma "aposta" com a vida das pessoas, à medida que a situação sanitária se tornava mais grave.

Uma pesquisa feita pelo jornal nos últimos dois dias dos Jogos revelou, porém, que 56% dos japoneses eram favoráveis ao evento, e 32%, contrários. Ao mesmo tempo, o resultado da sondagem mostra a persistente ambivalência da população: apenas 32% disseram ter a sensação de que os Jogos eram "seguros", enquanto 54% não estavam convencidos a esse respeito.

Os Jogos Olímpicos de Tóquio foram diferentes de qualquer outro evento esportivo mundial, começando pelo adiamento histórico de 2020 que penalizou alguns atletas.

As restrições impostas durante os Jogos incluíram o uso de máscaras em todos os ambientes e a quase total ausência de torcedores nas instalações olímpicas.

- Sucesso dos novos esportes -

Rapidamente foram observadas demonstrações de que o público japonês poderia mudar de opinião. Milhares de pessoas compareceram às imediações do Estádio Olímpico para observar os fogos de artifício da cerimônia de abertura e fazer fotografias com os anéis olímpicos.

Quando as competições esportivas começaram, algumas pessoas desafiaram as ordens de distanciamento dos eventos organizados nas vias públicas.

"Você observa os atletas correndo na sua frente e não consegue evitar incentivá-los", disse à AFP Hirochika Tadeda, durante a prova do triatlo.

As felicitações aos esportistas foram um tema dominante nos editoriais de segunda-feira. O jornal Yomiuri fez "grandes elogios pelas competições, nas quais (os atletas) mobilizaram todos os seus esforços".

Apesar da preocupação com as consequências da pandemia da covid-19 e do adiamento dos Jogos, as performances foram impressionantes, com direito a recordes mundiais e à entrada triunfal no programa olímpico de novas modalidades, como skate e surfe.

O coronavírus ofuscou os Jogos, e os sonhos olímpicos de vários atletas foram destruídos pelos resultados positivos nos testes de PCR.

A maioria estava, no entanto, muito feliz: "Em plena pandemia, eles (os japoneses) conseguiram organizar Jogos Olímpicos extraordinários. Sempre nos receberam com um sorriso e muita gentileza. Obrigado", escreveu a jogadora de futebol australiana Alanna Kennedy no Twitter.

- "Os organizadores se destacaram" -

"Os Jogos aconteceram nas circunstâncias mais difíceis imagináveis, e os organizadores se destacaram", avaliou o presidente da Associação Olímpica Britânica, Hugh Robertson.

O evento também representou um triunfo para o esporte nipônico: a delegação do país obteve o recorde de 27 medalhas de ouro. As autoridades olímpicas japonesas acreditam que os números ajudaram no crescente apoio do público aos Jogos, como demonstram as famílias que levaram filhos para áreas do evento, ou que penduraram bandeiras nas janelas.

Por trás dos aplausos se esconde, no entanto, uma sensação de crise, consequência do forte aumento dos casos de covid-19 durante os Jogos. Os organizadores insistem em que não há vínculo entre uma coisa e outra.

Tóquio e muitas outras regiões estão sob restrições, e apenas um terço dos japoneses está completamente vacinado.

A crise sanitária pode afetar o futuro político do primeiro-ministro, Yoshihide Suga, que enfrenta uma disputa pela liderança do partido conservador e, em breve, vai encarar eleições gerais.

No último domingo (8), aconteceram os últimos compromissos do calendário de eventos da Olimpíada Tóquio 2020. Durante toda a edição, diversos atletas foram destaque, seja pela atuação acima da média ou pelas histórias de superação que os fizeram estar presentes na competição. Por conta disso, o LeiaJá selecionou os cinco melhores momentos da Olimpíada Tóquio 2020, que já estão marcados na história da competição.

De Guarulhos para o mundo

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A atleta guarulhense Rebeca Andrade foi uma das grandes sensações nesta edição da Olimpíada e mostrou não apenas ao Brasil, mas também para o mundo por quais motivos ela está entre as melhores ginastas. Após encantar os jurados e o público com sua performance baseada no hit “Baile de Favela”, na modalidade ginástica de solo, Rebeca recebeu a medalha de prata. Já a medalha de ouro, veio após sua performance na modalidade salto. Apesar de seu alto rendimento no esporte, antes de estar na competição, Rebeca precisou enfrentar três cirurgias no joelho e chegou a pensar em desistir do esporte.

Medalhista olímpico depois de quase 10 anos

O brasileiro Bruno Fratus participou pela terceira vez dos Jogos Olímpicos e representou o Brasil na modalidade 50 metros livre de natação. Em 2012, em Londres, Fratus chegou próximo do pódio, mas ficou apenas em 4° lugar. Já em 2016, quando as Olimpíadas aconteceram no Rio de Janeiro, o atleta não conseguiu melhorar seu desempenho e obteve a 6ª colocação, fato que gerou polêmica e se tornou meme, quando a jornalista questionou o atleta se o mesmo estava chateado com o resultado. “Não, estou ‘felizão’, fiquei em sexto”, respondeu ironicamente o atleta. Cinco anos depois, em Tóquio, Fratus realizou o terceiro melhor desempenho e finalmente conquistou a medalha de bronze.

Darlan Romani no arremesso de peso

Este foi um dos atletas que conquistaram o coração e o respeito dos brasileiros, sem ao menos ter ganhado uma medalha. Em Tóquio, Romani realizou sua melhor campanha e ficou a apenas 59 centímetros de conquistar a medalha de bronze, conquistando o 4° lugar no ranking final da modalidade arremesso de peso. Carismático, pediu para mandar um beijo para sua filha e esposa ao vivo e também viralizou na internet e nas redes sociais por conta dos vídeos que mostravam o atleta treinando em um terreno baldio próximo de sua residência. Por conta dessas condições de treino, Romani foi um campeão apenas por estar entre os melhores.

Saúde mental no esporte

A edição de Tóquio 2020 ficou marcada pelo ocorrido com a jovem norte-americana Simone Biles. Ao anunciar que iria desistir das finais em que estava classificada, a ginasta declarou que estava passando por momentos conturbados e precisava cuidar de sua saúde mental para continuar no esporte. O acontecimento com a atleta de 24 anos levantou uma bandeira e trouxe a questão à tona, sobre como atletas sofrem pressão psicológica por estar competindo em alto nível, e até onde vai o limite de um competidor. Nas redes sociais, diversos espectadores dos Jogos Olímpicos e atletas mostraram apoio à Simone.

Trio brasileiro na final de skate park

Na última semana da realização dos Jogos Olímpicos, os brasileiros Luiz Francisco, Pedro Barros e Pedro Quintas foram classificados para a fase final da modalidade skate park. E assim, o Brasil conseguiu provar que é um dos países responsáveis por produzir a elite do skate mundial, já que nas modalidades anteriores, no skate street, Kelvin Hoefler e Rayssa Leal “A Fadinha”, conquistaram a medalha de prata em suas respectivas finais. Apesar do trio na final, apenas Pedro Barros conseguiu ficar entre os três melhores e levou para casa a medalha de prata. Já Luiz Francisco ficou em 4° lugar e Pedro Quintas na 8ª colocação.

 

 

A velocista belarussa Krystsina Tsimanouskaya, que deixou o Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 por enfrentar ordens de técnicos e dirigentes compatriotas, colocou em leilão nesta segunda-feira uma medalha que conquistou para arrecadar fundos e apoiar atletas de Belarus.

Tsimanouskaya postou a oferta, que tem nove dias de duração, no portal "ebay". Trata-se da medalha de prata que conquistou na prova dos 100 metros dos Jogos Europeus, realizados em 2019. O valor inicial é de 17 mil euros (R$ 104,7 mil na cotação atual).

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A Fundação de Solidariedade Esportiva Belarussa, que apoiou a velocista de 24 anos na decisão de abandonar a equipe nacional, deixar os Jogos Olímpicos e viajar para a Polônia, confirmou em comunicado oficial a decisão da velocista de leiloar a medalha.

"Em apoio aos atletas que sofreram com as ações do regime de (Aleksander) Lukashenko", disse o texto, em referência ao atual presidente de Belarus.

Na última quinta-feira, o Comitê Olímpico Internacional (COI) retirou as credenciais de dois dos técnicos da equipe belarussa de atletismo - Artur Shimak e Yury Maisevich -, acusados de terem coagido Tsimanouskaya.

A velocista, que disputaria os 200 metros, afirma ter recebido ordem de voltar ao país de origem, no último dia 1.º, após reclamar em público de uma ordem que recebeu de mudar de prova e participar do revezamento 4x100 metros.

No Aeroporto de Haneda, em Tóquio, para onde foi levada com o objetivo de tomar um voo de volta ao país de origem, a velocista pediu proteção a policiais japoneses, segundo explicou em declarações à emissora de televisão japonesa NHK.

O Comitê Olímpico de Belarus, presidido por Viktor Lukashenko, filho do presidente do país, garantiu em comunicado oficial que a velocista teve que suspender a participação nos Jogos Olímpicos por decisão dos médicos devido ao "estado emocional e psicológico" que apresentava. Por sua vez, Tsimanouskaya negou a versão, que afirmou se tratar de uma "mentira".

Na última quinta-feira, a velocista chegou à Polônia, segundo o vice-ministro de Relações Exteriores do país, Marcin Przydacz, que garantiu que a atleta estava em local "seguro", em meio ao temor de represálias do governo belorusso.

Um dia depois da cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, o primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, fez um pronunciamento nesta segunda-feira (9) para agradecer à população japonesa por ajudar o país realizar a Olimpíada com segurança, apesar das dificuldades impostas pela pandemia do novo coronavírus.

Suga ressaltou que os Jogos Olímpicos foram adiados por um ano e mantidos sob rígidas restrições, mas "acredito que fomos capazes de cumprir nossa responsabilidade como o anfitrião", disse o primeiro-ministro, agradecendo ao povo por sua compreensão e cooperação.

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A Olimpíada de Tóquio-2020, com duração de 17 dias, foi disputada principalmente sem espectadores nos locais de competição. Atletas ficaram em uma bolha de isolamento, rapidamente tinham que colocar máscaras fora de seu campo de jogo e tiveram que deixar o Japão logo após o término de suas participações.

Mas os Jogos Olímpicos foram um testemunho de perseverança, como Yoshihide Suga observou ao elogiar os atletas japoneses para o recorde nacional de 58 medalhas em uma edição de Olimpíada. "Alguns ganharam medalhas e outros não, mas todas as suas performances foram emocionantes", afirmou.

O primeiro-ministro falou sobre a Olimpíada em uma cerimônia em Nagasaki, nesta segunda-feira, que marca o 76.º aniversário do bombardeio atômico dos Estados Unidos na cidade japonesa. Ele foi criticado por forçar a realização do evento esportivo a um público japonês que não queria ficar isolado em suas casas durante a pandemia.

O Japão já contabilizou 1 milhão de infecções pela Covid-19 e mais de 15.700 mortes, se saindo melhor do que muitos países, mas a variante Delta está causando muitos casos recentes e acelerando a propagação do vírus.

Os novos casos diários de Tóquio mais do que dobraram durante a Olimpíada, com 2.884 registrados nesta segunda-feira para um total de 252.169 casos provinciais. Com hospitais de Tóquio ficando lotados de casos graves, quase 18 mil pessoas com casos leves são obrigados a se isolarem em suas residências.

Pesquisas de opinião pública mostram que o apoio ao governo de Yoshihide Suga está completamente declinando, uma trajetória que o partido do governo espera que o fim das Olimpíadas reverta antes das eleições que são esperadas em breve.

Depois de 100 anos, os Jogos Olímpicos vão retornar para Paris em 2024. A capital francesa, que recebeu o evento pela última vez em 1924, tem como objetivo sediar a Olimpíada mais sustentável de todos os tempos. O plano prevê 95% de instalações já existentes ou temporárias. Paris-2024 promete ainda uma estratégia inovadora de redução de emissões de gás para entregar uma pegada de carbono 55% menor em comparação, por exemplo, aos Jogos de Londres, em 2012.

A Vila Olímpica será uma vitrine de desenvolvimento sustentável com edifícios de baixo carbono e ecológicos, usando 100% de energia renovável e uma estratégia de política de zero resíduo. Será também uma edição mais compacta dos Jogos, sem grandes deslocamentos. Com 85% dos locais de competição situados em um raio de 10 km, a menos de 30 minutos da Vila Olímpica, por exemplo.

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Muitas modalidades, inclusive, serão disputadas na região central da cidade, em instalações montadas em cartões postais da capital francesa. Diante da expectativa de que até lá o mundo terá controlado a disseminação do novo coronavírus e suas variantes, os organizadores querem conectar os Jogos Olímpicos à população local, algo que Tóquio não conseguiu por causa da pandemia.

"Estou ansioso e animado para ver locais icônicos no meio de Paris se transformarem em um Parque Olímpico. São áreas que reúnem o melhor da cultura e vão reunir também o melhor dos esportes", disse Tony Estanguet, presidente do Comitê Organizador dos Jogos de Paris, durante a sua passagem por Tóquio para promover a próxima Olimpíada. "Nosso objetivo é levar os Jogos para fora dos estádios, para lugares onde as pessoas estão, como museus e praças públicas de Paris."

A Place de la Concorde, localizada no fim da Avenida Champs-Élysées, por exemplo, vai receber as provas de basquete 3x3, skate e BMX, além do breakdance, a nova modalidade que será incluída no programa olímpico em Paris. Já o Palácio de Versalhes será palco das competições de hipismo.

Outra novidade dentro do esforço de envolver o máximo de pessoas nos Jogos é que a cerimônia de abertura deverá ocorrer às margens do Rio Sena. O objetivo de ter um novo formato para o ato que abre oficialmente a Olimpíada, levando a festa para fora dos estádios, é permitir que milhares de espectadores participem desse momento simbólico do esporte.

Vale destacar ainda que, no mesmo dia da maratona de Paris, atletas amadores disputarão uma prova idêntica à dos corredores de elite. A diferença é que a "maratona pública" não começará ao mesmo tempo que o evento olímpico, mas o público vai correr no mesmo percurso e nas mesmas condições dos competidores profissionais.

SURFE NO TAITI - Justamente em uma edição dos Jogos Olímpicos que promete deixar o público mais próximo dos atletas, uma das modalidades mais esperadas pelos expectadores será realizada a 15 mil quilômetros de distância do centro de Paris. As provas do surfe serão no Taiti, na Polinésia Francesa, território ultramarino da França. Nunca uma medalha olímpica foi disputada tão distante da cidade-sede.

"Essa é uma decisão muito importante que tomamos. Queremos oferecer as melhores condições esportivas aos atletas e, todos os anos, em agosto, acontece um evento internacional no Taiti nas praias de Teahupo’o. Lá está a melhor onda do mundo. Então, unimos esses dois eventos para garantir que os atletas que competem lá também participem dos Jogos."

PLANEJAMENTO DO BRASIL - Antes mesmo do fim dos Jogos de Tóquio, o COB (Comitê Olímpico do Brasil) já começou os preparativos para Paris. Membros do órgão fizeram duas viagens à França, chamadas de "precursoras", e uma terceira visita está programada para outubro.

Marselha, cidade portuária no sul da França, na costa do Mediterrâneo, será a base da vela, por exemplo. Parte do material utilizado pelos atletas da modalidade durante dos Jogos de Tóquio nem retornará ao Brasil e vai diretamente para a França com antecedência.

Dentro do planejamento montado pelo COB, Portugal deverá ser a maior base de treinamento e aclimatação do Time Brasil para os Jogos de Paris. "Vamos ter a base de suporte, numa dinâmica diferente do que tivemos no Japão. Nossa base principal deve ser em Portugal, porque temos uma relação muito boa entre os comitês", disse Jorge Bichara, sub-chefe da Missão Brasil em Tóquio.

No ano passado, no início da pandemia, mais de 200 atletas brasileiros foram treinar em Portugal, em Rio Maior, nas cidades de Cascais, Coimbra e Sangalhos. Foi uma solução encontrada pelo COB enquanto centros de treinamento estavam fechados no Brasil.

Apesar de serem disputados a portas fechadas devido à pandemia, os Jogos de Tóquio-2020 deixaram momentos que ficarão na história do olimpismo, desde eventos inéditos, homenagens e despedidas, e até um pedido de casamento diante das câmeras de televisão.

Amizade acima do ouro

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O salto em altura masculino teve um resultado nunca visto antes. O italiano Gianmarco Tamberi e o catariano Mutaz Essa Barshim saltaram 3,27 m após uma disputa acirrada. O juiz explicou que eles poderiam disputar um desempate ou dividir o ouro. Os dois amigos se entreolharam, apertaram as mãos e celebraram o triunfo juntos.

"Eu merecia a medalha de ouro. Ele também merecia. Queremos deixar uma mensagem para as novas gerações: a amizade vale mais do que tudo", disse o catariano.

Sim, aceito

Depois de ser eliminada, a esgrimista argentina María Belén Pérez estava sendo entrevistada pela televisão argentina, quando seu treinador e parceiro há 17 anos, Lucas Saucedo, apareceu atrás dela com uma placa que dizia: "Flaca. Quer casar comigo?"

Após a surpresa inicial e visivelmente emocionada, ela rapidamente aceitou a proposta estampando um beijo no futuro marido, que já a havia pedido em casamento durante o Mundial de 2010 em Paris, mas de forma mais íntima e ela disse não. Na segunda vez, e na frente das câmeras, foi vencida.

Nota 10

A China é a grande potência atual nos saltos ornamentais e em Tóquio-2020 perdeu apenas um título dos oito em disputa (o dos saltos sincronizados masculinos). Portanto, não é estranho que Hongchan Quan tenha conquistado o ouro na prova feminina da plataforma de 10 metros, mas a forma como o fez é notável: com três saltos (em cinco rodadas) que mereceram um 10 perfeito. E com apenas 14 anos!

Homenagem de adversários e árbitros

Um dos atletas que se aposentou após os Jogos foi o jogador de basquete Luis Scola.

Na partida das quartas de final, com o placar já decidido a favor da Austrália, Sergio Hernández tirou de quadra o último sobrevivente da 'Geração de Ouro' do basquete argentino para que recebesse uma última homenagem.

Por mais de um minuto o jogo foi interrompido e companheiros, adversários, árbitros e o pequeno público presente em Saitama se levantaram para se despedir de uma lenda, que não conseguiu conter as lágrimas.

Êxtase na piscina

A americana Katie Ledecky chegou a Tóquio como a rainha das piscinas, mas a australiana Ariarne Titmus se atreveu a desafiá-la pelo trono e, em um duelo épico, a derrotou nos 400 metros livres.

Após a confirmação do ouro para a australiana, seu técnico Dean Boxall 'enlouqueceu' e comemorou de forma tão efusiva nas arquibancadas que até assustou uma voluntária da organização, cena que rapidamente viralizou nas redes sociais.

Demonstração tecnológica

Uma das coisas pelas quais o Japão é reconhecido mundialmente é por sua indústria tecnológica, uma das mais avançadas. O anfitrião dos Jogos não perdeu a oportunidade de demonstrar mais uma vez do que é capaz, com um enxame de 1.824 drones que desenhou um globo no céu na cerimônia de abertura.

Também impressionou o robô que entretinha as pausas nos jogos de basquete, capaz de arremessar de várias posições, até mesmo no meio-campo, sem errar um arremesso.

Juventude ao poder

O Comitê Olímpico Internacional (COI) busca atrair a atenção de um público mais jovem com a introdução de novos esportes mais 'modernos', como BMX, escalada, skate e surfe. Isso também significa que nessas especialidades os medalhistas costumam ser adolescentes.

Na modalidade de skate park, a prata foi para a chinesa Kokona Hiraki (12 anos e 343 dias) e o bronze para a britânica Sky Brown (13 anos e 28 dias). No street, a brasileira Rayssa Leal conquistou a prata aos 13 anos e 203 dias. Todas aspiravam a se tornar o campeão olímpico mais jovem da história, um recorde que a americana Marjorie Gestring continuará a deter: ela foi ouro no trampolim de 3 metros nos Jogos de Berlim-1936 aos 13 anos e 268 dias.

Um bronze contra os 'demônios'

A ginasta americana Simone Biles chegou a Tóquio como uma das grandes estrelas dos Jogos. Mas a pressão e a ansiedade, que ela mesma definia como "demônios", fizeram com que deixasse a competição por equipes, revelando ao mundo os problemas de saúde mental que afetam muitos atletas.

Ela voltou no último dia da ginástica para participar da final na trave de equilíbrio e, apesar de não ter conquistado o ouro, subiu ao pódio para um bronze que foi um bálsamo para seus problemas, embora a jovem natural de Ohio tenha afirmado: "Minha saúde física e mental conta mais do que todas as medalhas que eu possa ganhar".

Após 16 dias de competições, Tóquio encerrou seus Jogos Olímpicos neste domingo (8) e passou o bastão para Paris, sede de 2024, com a esperança de uma situação sanitária melhor do que a atualmente provocada pela pandemia de covid-19.

"E agora, devo encerrar esta complexa viagem olímpica a Tóquio. Declaro encerrados os Jogos da 32ª Olimpíada", declarou Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), que também falou sobre a mensagem de "esperança" transmitida pelo evento.

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"Conseguimos juntos", assegurou Bach em seu discurso sobre um evento que durante meses esteve em risco diante da situação sanitária internacional e que precisou ser adiado de 2020 para 2021.

Momentos depois dos discursos das autoridades e das palavras de Bach, a pira, acesa no dia 23 de julho pela tenista Naomi Osaka, apagou o fogo olímpico, enquanto uma mensagem de "Arigato" (Obrigado, em japonês) podia ser lida no placar.

Os fogos de artifício, como num fim de festa, colocaram o ponto final dos Jogos Olímpicos mais atípicos da história.

A cerimônia teve mais um dos momentos tradicionais de cada despedida olímpica, o da transferência da bandeira de cinco anéis, que a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, entregou à prefeita de Paris, Anne Hidalgo.

A capital francesa exibiu um vídeo de apresentação com foco no turismo e mostrando alguns dos seus locais mais emblemáticos, incluindo a Torre Eiffel, onde, neste domingo, foi organizada uma festa com atletas e torcedores, com conexão ao vivo.

EUA vence no quadro de medalhas

Antes da cerimônia que encerrou os Jogos de 2020, as últimas competições esportivas foram disputadas neste domingo e os Estados Unidos, que haviam começado o dia atrás no quadro de medalhas, acabaram se impondo sobre a China.

A delegação americana terminou com 39 ouros, 41 pratas e 33 bronzes, totalizando 113 medalhas, enquanto a China ficou com um título olímpico a menos, permanecendo em segundo lugar no quadro de medalhas com 38 ouros, 32 pratas e 18 bronzes, totalizando 88 medalhas.

Os Estados Unidos confirmaram, assim, seu reinado como primeira potência olímpica e a China continuará com Pequim-2008 como a única edição em que liderou o quadro de medalhas.

O último dia de Tóquio-2020 não começou sua competição esportiva na capital japonesa, mas sim em Sapporo, onde a maratona foi realocada.

Lá, na prova masculina, o queniano Eliud Kipchoge, atual recordista mundial, revalidou seu ouro olímpico ao vencer com o tempo de 2 horas, 8 minutos e 38 segundos.

"Isso significa muito para mim, especialmente neste momento. O ano passado foi muito difícil porque (as Olimpíadas) foram adiadas. Estou feliz que essa corrida tenha sido possível. É um sinal que mostra ao mundo que estamos indo na direção certa, para uma vida normal", comentou a estrela queniana, que recebeu seu ouro na cerimônia de encerramento em Tóquio.

O restante do dia teve as conquistas dos Estados Unidos na categoria feminina tanto no basquete, pelos sétimos jogos consecutivos, quanto no vôlei, pela primeira vez em sua história, contra o Brasil.

O último dos 339 títulos conquistados nesses Jogos foi pela seleção masculina de polo aquático da Sérvia.

0,02% positivos

Quase todas as competições de Tóquio-2020 tiveram em comum um aspecto impensável em outros Jogos: o silêncio das arquibancadas, privadas de espectadores pela pandemia de covid-19.

O Japão vai acordar na segunda-feira após ter virado a página dos considerados 'Jogos da Pandemia', um evento impopular entre a população local e para o qual visitantes estrangeiros foram impedidos de entrar, com exceção de 68.000 pessoas entre os competidores, delegações, árbitros, autoridades ou jornalistas.

Os protocolos e restrições fizeram com que o número de infecções fosse muito baixo, com apenas 0,02% de casos positivos todos os dias na chamada 'bolha olímpica'.

Na Vila Olímpica, onde os atletas viveram, não houve grande foco de contágio, evitando o que era um dos maiores temores.

Junto com o coronavírus, outra questão de saúde, no caso mental, centrou o debate durante a quinzena olímpica, com a ginasta Simone Biles admitindo seus problemas de perda de confiança diante do estresse e da pressão, o que a fez perder referências no ar.

Só a evolução da pandemia nos permitirá saber se os próximos Jogos Olímpicos de Verão, em 2024, poderão ser disputados no tradicional modelo de festa popular.

Os Jogos de Tóquio-2020 já fazem parte da história. Paris-2024 se prepara para sua contagem regressiva.

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