Tópicos | Festa do Morrro

Além de procissões, missas, pagamentos de promessas e muita devoção, na Festa do Morro da Conceição também existem enumeras demonstrações de solidariedade. Nesse período, é comum encontramos nas ruas que dão acesso a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição crianças, adultos e idosos pedindo ajuda. Uma cena que toca o coração dos fiéis. Com o sentimento de amor ao próximo, várias pessoas fazem doações de roupas, alimentos e até de dinheiro.

Istênio Gilberto de Lima, 23 anos, veio pela primeira vez a Festa do Morro para pagar uma promessa feita por sua mãe, a dona de casa Gesilda Maira de Lima. Segundo ela, uma graça alcançada foi o motivo par vir ao morro e doar uma quantia em dinheiro para os necessitados. “Meu filho foi preso injustamente e pediram uma fiança de R$ 5 mil para solta-lo. Eu não tinha como arrumar esse dinheiro, foi então que pedi a nossa senhora que me ajudasse. Em poucas horas eu recebi um telefonema pedindo para ir busca-lo (Istênio) que ele tinha sido liberado”. Ela ainda acrescentou que todos os anos continuará ofertando um valor em dinheiro. “Para mim é muito importante ajudar as pessoas que estão bem mais necessitadas do que a gente”, completou. Dona Gesilda subiu o morro acompanhada do filho, da nora e do neto.

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As calçadas das vias chegam a ficar, em alguns trechos, completamente ocupadas por mendigos, provocando um sentimento de reprovação em alguns moradores. Dona Elizângela da Silva Torres, 36 anos, mora na Rua Itaquatiara (uma das ladeiras do morro) há quase duas décadas e acompanha todos os anos a festa. Ela conta que o número de mendigos aumenta consideravelmente no período das homenagens à Santa. “Eu não apoio o que eles (mendigos) fazem porque eles só aparecem aqui nesses dias. O pior é que a maioria traz filhos pequenos para pedir e deixam as crianças no sol quente e no frio da noite”. Ela disse que já presenciou algumas pessoas fingindo passar necessidade. “Muitos dos que estão pedindo não precisam. Eu já vi uma mulher pagar cerca de R$ 5 reais a uma vizinha para tomar banho e depois sair toda emperiquitada. Muitos só querem dinheiro, quando recebem comida jogam fora. Por isso não dou nada”, desabafa Elizângela.

Já uma mulher que estava subindo o morro em devoção a Nossa Senhora analisa a situação de uma forma diferente. De acordo com ela, que preferiu não se identificar, as pessoas que pedem doações nas proximidades do morro de alguma forma estão realmente necessitadas e que não é regra elas serem aproveitadoras. “Existem milhares de intenções espalhadas entre essas pessoas como fé e esperança, e nós não podemos julgá-las porque não estamos na pele delas. Isso que nós vemos é um retrato do Brasil”, disse.

 

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