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O Dia Mundial do Judô é celebrado nesta quinta-feira (28). Criado pelo japonês Jigoro Kano, o esporte já deu ao Brasil 24 medalhas olímpicas (4 ouros, 3 pratas e 17 bronzes). Quem treina forte para também subir nesse pódio é Yasmim Lima. Natural de Fortaleza, a cearense tem 20 dos 24 anos dedicados ao caminho suave, alcunha pela qual a modalidade também é conhecida.

“Lembro como se fosse hoje quando vesti meu primeiro quimono. No começo, não tínhamos condição de comprar, até que minha mãe comprou o tecido para minha vó fazer. É minha armadura, com ele me sinto completa”, conta a atleta, que há quatro anos decidiu se mudar para o Rio de Janeiro com o marido e treinador, Erlani Júnior.

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O casal se conheceu ainda na infância, durante treinos. “Ele [judô] nos deu uma união, um casamento. Para nós também foi um caminho de amor”, declara Erlani.

Campeã Pan-Americana, nos Jogos de 2019 (Lima), e bicampeã brasileira na categoria meio-leve (até 52 kg), Yasmim conta a principal lição que aprendeu como judoca: “O judô mudou minha vida e pode mudar a vida de qualquer um. Ele pode ensinar não só a lutar, mas a ter um espírito mais forte, coragem, humildade, enfim, acho que molda um ser humano melhor”.

O Grand Slam de Paris está de volta ao calendário do Circuito Mundial de Judô em uma edição histórica comemorando seus 50 anos de existência. O tradicional Torneio de Paris, como era chamado até 2009, reunirá os melhores judocas do mundo no Palácio de Bercy neste sábado (16) e domingo (17), antecipando a atmosfera que se espera encontrar daqui a três anos, nos Jogos Olímpicos de Paris-2024.

"Eu vejo essa competição como o start para o próximo ciclo olímpico e o fato de ser na cidade olímpica me faz sentir mais perto do meu sonho. Sentir as energias de estar lutando um Grand Slam com gostinho de Olimpíada. E uma medalha na cidade olímpica me traria muita alegria de estar dando os primeiros passos rumo a 2024", projetou a peso médio da seleção brasileira, Ellen Santana, que tem uma medalha de bronze em Grand Slam (Dusseldorf-2019, na Alemanha) e busca sua primeira participação olímpica.

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Ao lado dela estarão outros nove judocas brasileiros que nunca disputaram os Jogos Olímpicos e também buscarão alimentar o sonho olímpico em Paris, neste final de semana.

"Estou muito confiante. Paris é uma competição muito tradicional e de nível elevado. Mas, estou preparado e pronto para buscar uma medalha nesse evento. Vai ser muito especial lutar na cidade e no país dos Jogos Olímpicos. Servirá de grande motivação para esse ciclo olímpico", concordou o jovem Guilherme Schimidt (81kg), responsável pela primeira medalha do judô brasileiro no novo ciclo: a prata no Grand Prix de Zagreb, na Croácia, há algumas semanas.

Além do Brasil, outros 46 países já estão entre os inscritos no Grand Slam de Paris, entre eles potências como o Japão, Rússia, Azerbaijão, Mongólia, Alemanha, Holanda, entre outros. Os anfitriões têm por direito inscrever quatro atletas por categoria e, por isso, a França será a maior delegação, com 56 judocas.

Confira a seleção brasileira no Grand Slam de Paris:

FEMININO

48kg - Natasha Ferreira

57kg - Jéssica Pereira

70kg - Ellen Santana

MASCULINO

66kg - Willian Lima

66kg - Renan Torres

73kg - David Lima

81kg - Guilherme Schimidt

90kg - Marcelo Gomes

100kg - Lucas Lima

+100kg - João Cesarino

O judoca argelino Fethi Nourine e seu técnico receberam uma suspensão de 10 anos da Federação Internacional de Judô (IJF, na sigla em inglês) por se recusarem a enfrentar um adversário israelense durante as competições dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.

Atleta da categoria até 73kg, Nourine estrearia na Olimpíada contra o atleta do Sudão, Mohamed Abdalrasool. No entanto, se vencesse a luta, teria como oponente na fase seguinte Tohar Butbul, de Israel. Segundo o argelino, seu apoio político à Palestina "tornou impossível" a ideia de competir contra Butbul. A Argélia, país árabe do norte da África, tem um povo majoritariamente muçulmano e não possui relações diplomáticas com a nação do Oriente Médio.

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Depois de retirar o credenciamento do judoca e do técnico, o Comitê Olímpico Argelino mandou os dois para casa. A Federação Internacional de Judô afirmou que eles usaram os Jogos como "uma plataforma para protestar e promover propaganda política e religiosa". Tal atitude violou o código de ética da federação e a Carta Olímpica. A punição inclui qualquer evento e atividade da IJF e é válido até 23 de julho de 2031. Nourine e o treinador podem apelar contra a sentença à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês).

Em 2019, o atleta da Argélia já havia desistido de enfrentar um oponente israelense durante a realização do Mundial de Judô, em Tóquio. Três anos antes, na Olimpíada do Rio-2016, o egípcio Islam El Shehaby se recusou a apertar a mão de Or Sasson, judoca de Israel que havia o eliminado na primeira rodada da categoria acima dos 100kg. Horas depois, ele decidiu abandonar o esporte.

Em abril, a IJF puniu o Irã por "repetidas e muito severas violações" do estatuto da organização depois que o país pressionou um de seus lutadores a não enfrentar um israelense. A suspensão foi anulada pela Corte Arbitral do Esporte. O tribunal reconheceu que o Irã cometeu "graves violações" das regras da Federação Internacional de Judô nesse caso e afirmou que o país merece sanções.

Mas o tribunal decidiu que a punição imposta - um banimento válido para todas as competições até as autoridades iranianas darem "fortes garantias e provas de que respeitarão os estatutos da IJF e aceitarão que seus atletas lutem contra atletas israelenses" - já foi longe demais.

Assim como na Rio-2016, Lúcia Araújo foi a primeira medalhista brasileira no judô na Paralimpíada de Tóquio-2020. Prata há cinco anos (e também em Londres), a judoca paulista conquistou o bronze no Japão ao derrotar a russa Natalia Ovchinnikova, pela categoria até 57 kg categoria B3, por ippon.

A vitória de Lúcia veio em uma luta bastante equilibrada e de pouco espaço, com ambas se defendendo e trabalhando as pegadas. Depois de um shido, bastou 30 segundos para Lúcia emendar dois waza-ari e assegurar a medalha por ippon, imobilizando a adversária na sequência.

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Lúcia estreou com vitória sobre a argentina Laura Gonzalez por ippon. Na luta seguinte, enfrentou a judoca uzbeque Parvina Samandarova, número 2 do mundo, que venceu com um waza-ari e imobilização aos 13 segundos de luta. Pouco depois, a brasileira voltou ao tatame para disputar o bronze e venceu.

Outro judoca brasileiro esteve em ação durante a noite, mas sem bons resultados: Harlley Arruda ficou de fora da disputa por medalhas na categoria até 81 kg após ser superado logo na estreia pelo britânico Daniel Powell, por ippon.

Na Paralimpíada, o judô é disputado por atletas com deficiência visual e dividido em três categorias, de acordo com o grau de deficiência. A B1 são para cegos totais, a B2 para percepção de vultos, e a B3 com definição de imagens. Como as três categorias disputam entre si em suas respectivas faixas de peso, a modalidade paralímpica inicia já na posição da pegada, chamada Kumikata. Assim, aqueles que têm menor grau de visão não saem prejudicados.

O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 anunciou neste sábado que dois judocas da Geórgia que conquistaram medalhas de prata foram expulsos das instalações do evento por violarem a regra que proíbe que os atletas saiam da Vila Olímpica, na capital do Japão, para fazer turismo.

Os anfitriões decidiram retirar as credenciais de acesso à Vila Olímpica e aos locais de competição após comprovarem que os atletas descumpriram o regulamento contra a Covid-19, informou em entrevista coletiva o porta-voz do Comitê Organizador, Masanori Takaya. "Ninguém pode sair da Vila Olímpica para fazer turismo", declarou.

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Os atletas punidos são os judocas Lasha Shavdatuashvili e Vazha Margvelashvili, que conquistaram medalhas de prata nas categorias de até 73kg e 66kg, respectivamente, e ainda estavam hospedados na Vila Olímpica, segundo detalhou o Comitê Olímpico da Geórgia.

Ambos os atletas saíram da Vila Olímpica na noite da terça-feira passada, um dia após o fim de suas competições, e se deslocaram por outras partes da capital japonesa, entre elas a Torre de Tóquio, um ponto turístico popular, segundo a imprensa local.

Jornais japoneses publicaram fotos nas quais supostamente aparecem os dois atletas fora da Vila Olímpica e vestidos com camisetas com o nome da Geórgia. Esta é a primeira punição deste tipo aplicada pelo Comitê Organizador a atletas participantes dos Jogos por descumprimento da normativa conhecida como "Playbook" para a edição de 2020.

Com base nessas diretrizes, os atletas só poderiam sair da Vila Olímpica ou outros alojamentos durante os Jogos para ir a treinos ou competições. Não é permitido deixar o local para fazer turismo, passear ou realizar outras atividades de lazer. Os atletas também não podem usar o transporte público (apenas os oferecidos pela organização) e deveriam enviar com antecedência um plano indicando todas as movimentações previstas durante os Jogos Olímpicos.

As regras desta edição também obrigam que os atletas tenham dois aplicativos para smartphone que monitoram o estado de saúde e registram os deslocamentos. Os participantes também precisam ser submetidos a testes diários do novo coronavírus e usar máscara, exceto quando estiverem competindo ou treinando.

A judoca brasileira Maria Portela foi eliminada nesta quarta-feira (28) dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 ao ser derrotada por Madina Taimazova, representante do Comitê Olímpico Russo, nas oitavas de final em uma luta longa e polêmica.

Na tradicional arena Nippon Budokan na capital japonesa, o duelo, pela categoria até 70kg, durou quase 15 minutos. A brasileira recebeu um terceiro shido, a advertência mais leve, e o combate terminou com a vitória da russa no golden score.

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Maria Portela havia conseguido aplicar um wazari, mas o golpe não foi computado pelo pelo juiz mexicano Everardo Garcia, após uma consulta aos árbitros de vídeo.

Logo depois da derrota, Maria Portela deixou o tatame aos prantos, inconformada com sua eliminação no torneio individual. A gaúcha ainda tem a chance de lutar na competição por equipes.

Daniel Cargnin conquistou, neste domingo (25), a medalha de bronze na categoria até 66 kg (meio-leve) do judô nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, ao derrotar na disputa do terceiro lugar o israelense Baruch Shmailov com um wazari.

Com o resultado, o judô mantém a tradição de sempre levar o Brasil ao pódio em Olimpíadas desde os Jogos de Los-Angeles-1984.

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O domingo do judô em Tóquio foi marcado pelas medalhas de ouro conquistadas pelos irmãos japoneses Hifumi Abe e Uta Abe (até 52 kg).

Na competição, o gaúcho Cargnin estreou com uma vitória sobre o egípcio Mohamed Abdelmawgoud e no segundo combate superou Denis Vieru, da Mongólia.

Ao retornar ao tatame para a terceira luta, o brasileiro encarou uma pedreira: o italiano Manuel Lombardo, o primeiro colocado no ranking mundial. Em um combate muito tenso, Cargnin conseguiu um wazari a menos de 10 segundos do fim e avançou para as semifinais.

Na disputa por uma vaga na final, o brasileiro enfrentou o japonês Hifumi Abe e foi derrotado por ippon.

O atleta da casa conquistou o ouro ao superar na final o georgiano Vazha Margvelashvili.

A outra medalha de bronze da categoria meio-leve foi conquistada pelo sul-coreano Baul An, que derrotou o italiano Lombardo na disputa do terceiro lugar.

Na categoria feminina até 52 kg, a irmã de Hifumi, Uta Abe, também levou o ouro, completando a festa da família. Na final, ela superou a francesa Amandine Buchard.

Os bronzes entre as mulheres foram conquistados pela italiana Odette Giuffrida e a britânica Chelsie Giles.

A brasileira Larissa Pimenta foi eliminada na segunda luta justamente pela campeã Uta Abe.

A medalha de Daniel Cargnin é a segunda do Brasil em Tóquio, depois da prata conquistada, também neste domingo, por Kelvin Hoefler na categoria street do skate.

O japonês Naohisa Takato, na categoria até 60 kg, conquistou a medalha de ouro neste sábado, a primeira de seu país em Tóquio-2020. Ele já havia sido bronze nos Jogos do Rio-2016 e agora alcança um ouro inédito em sua carreira.

Takato derrotou na final, com um ippon, o taiwanês Yung Wei Yan, 11º no ranking mundial e duas vezes prata no campeonato da Ásia. Os bronzes ficaram com o cazaque Yeldos Smetov e o francês Luka Mkheidze.

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No feminino, categoria até 48kg, a judoca do Kosovo Distria Krasniqi conquistou a medalha de ouro ao derrotar na final a japonesa Funa Tonaki, 3ª do ranking mundial e campeã do mundo em 2017. Ela triunfou graças a um wazari no fim do combate.

O título de Krasniqi foi o primeiro no torneio de judô, que acontece no tradicional Nippon Budokan, em Tóquio, onde a provas da modalidade já haviam sido disputadas durante as Olimpíadas de 1964.

- Brasileiros caem nas oitavas -

Mais cedo, dois judocas brasileiros foram eliminados nas oitavas de final. Gabriela Chibana estreou derrotando Harriet Bonface, do Malauí, com um ippon. Mas faltou sorte à lutadora já que na fase seguinte teve que enfrentar a própria Distria Krasniqi, número 1 do mundo e campeã europeia em abril em Lisboa.

A jovem ucraniana Daria Bilodid, de 20 anos e já bicampeã mundial, conquistou uma das duas medalhas de bronze.

O outro bronze ficou com Urantsetseg Munkhbat, da Mongólia.

Na categoria masculina, o brasileiro Eric Takabatake teve uma trajetória parecida com a de Gabriela Chibana.

Ele estreou com vitória contra Soukphaxay Sithisane, do Laos. Mas foi eliminado pelo sul-coreano Kim Won-Jin nas oitavas de final.

A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) definiu nesta quarta-feira a lista de judocas que vão representar o País nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Sem surpresas, a relação tem 13 convocados, sendo sete homens e seis mulheres. O Brasil só não terá atletas na categoria até 57kg no feminino.

Quem compete nesta categoria é Rafaela Silva, atual campeã olímpica, que foi suspensa por doping no ano passado. Ela chegou a apelar à Corte Arbitral do Esporte, mas não teve sucesso. Assim, não poderá defender o título conquistado nos Jogos do Rio-2016. Sem Rafaela, as principais apostas de medalha do Brasil na capital japonesa são Rafael Silva, o "Baby", Maria Suelen Altheman, os dois judocas dos pesados, e Mayra Aguiar.

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Aos 34 anos, Rafael Baby é o mais experiente da equipe. Vai disputar sua terceira Olimpíada e já tem duas medalhas de bronze no currículo. Em Londres-2012, conquistou a primeira medalha do judô brasileiro na categoria dos pesados. E repetiu a dose quatro anos mais tarde, apesar de enfrentar problemas físicos no ciclo olímpico do Rio-2016.

Dona de dois títulos mundiais, Mayra Aguiar tem 29 anos e bagagem semelhante a de Baby, com dois bronzes nas últimas Olimpíadas, ambas na categoria até 78kg. Ketleyn Quadros é mais velha que Mayra, com seus 33 anos, mas vai competir em Jogos Olímpicos pela segunda vez. Foi bronze em Pequim-2008 no peso leve (até 57kg). Agora vai entrar no tatame numa categoria acima: até 63kg.

A CBJ definiu a lista logo após a Federação Internacional de Judô divulgar o ranking olímpico, que dá vaga direta aos 18 primeiros colocados de cada categoria, com a restrição de apenas um atleta por país em cada peso. Dos 13 brasileiros classificados, apenas Eduardo Katsuhiro entrou na lista pelo critério da cota continental das Américas. Ele é o atual 34º do mundo na categoria até 73kg.

Na única dúvida na convocação, Maria Suelen Altheman (32 anos) fez valer a maior experiência para superar Beatriz Souza (23). As duas fizeram disputa equilibrada no ranking nos últimos meses. Maria Suelen é a atual número cinco do mundo e a compatriota, a número oito. Apenas 428 pontos separam as duas judocas no ranking.

O judô brasileiro chegará aos Jogos de Tóquio sem a mesma expectativa dos últimos ciclos olímpicos. No último teste antes da Olimpíada, a seleção conquistou apenas três medalhas, todas de bronze, no Mundial de Budapeste, na Hungria, na semana passada. Maria Suelen e Beatriz Souza, que não irá ao Japão, empataram no terceiro lugar na categoria mais pesada.

E o Brasil levou o bronze na disputa por equipes mistas, com a mesma Beatriz Souza, Maria Portela, David Moura e Ketelyn Nascimento. Deste quarteto, apenas Maria Portela obteve a vaga olímpica.

"Temos uma responsabilidade boa de buscarmos um bom resultado em Tóquio, porque há nove ciclos olímpicos que o Brasil sempre busca o seu lugar no pódio. Os últimos quatro anos foram intensos com foco total na realização da Olimpíada. E agora é hora de fazer cumprir toda essa expectativa", disse o presidente da CBJ, Sílvio Acácio Borges.

Após a convocação, a seleção brasileira de judô agora já pensa na viagem para o Japão. A preparação final da equipe será feita na cidade de Hamamatsu.

 

Confira abaixo a lista dos convocados:

FEMININO: Gabriela Chibana (até 48kg), Larissa Pimenta (até 52kg), Ketleyn Quadros (até 63kg), Maria Portela (até 70kg), Mayra Aguiar (até 78kg) e Maria Suelen Altheman (acima de +78kg);

MASCULINO: Eric Takabatake (até 60kg), Daniel Cargnin (até 66kg), Eduardo Katsuhiro (até 73kg), Eduardo Yudy (até 81kg), Rafael Macedo (até 90kg), Rafael Buzacarini (até 100kg) e Rafael Silva (acima de 100kg).

O Parque e Centro Esportivo Santos Dumont, em Boa Viagem, no Recife, vai abrigar o projeto de judô “Dojo Brasil”, em parceria com o Instituto Tiago Camilo. O ex-atleta, duas vezes medalhista olímpico, e que dá nome ao instituto, esteve em Pernambuco para o lançamento da iniciativa nesta segunda-feira (14).

O projeto tem como objetivo trazer crianças  das escolas públicas estaduais e municipais para a prática do judô, modalidade que mais deu medalhas olímpicas ao Brasil ficando apenas atrás do vôlei. 

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“Muito feliz de estar implementando o projeto no Recife, uma cidade que já revelou grandes atletas. Meu propósito é dar continuidade a isso, trazendo qualidade, renovação e ensino, ganhando assim mais judocas para o esporte. Tinha aquela mentalidade e propósito individual e agora, passada a fase do alto rendimento, me dedico cem por cento a levar meu legado adiante. Quero abrir as portas do judô para que a gente consiga estar sempre avançando”, celebrou Tiago Camilo.

Pernambuco é o primeiro estado no Norte e Nordeste do país a receber o projeto “Dojo Brasil”. A previsão é que as aulas tenham início em agosto. Serão oferecidas primeiramente 300 vagas, distribuídas em 12 turmas com 25 alunos.

A suspensão da judoca Rafaela Silva, campeã olímpica e mundial, por doping a tirou dos Jogos de Tóquio, mas abriu caminho para outras atletas na categoria até 57 kg. E agora duas atletas vão correr atrás dos pontos necessários para subir no ranking e tentar carimbar a vaga olímpica. As mais cotadas são Jéssica Pereira e Ketelyn Nascimento, e é nelas que a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) apostará suas fichas nos próximos eventos. "Não vamos poupar nenhum recurso nisso, inclusive levando elas para competições menores para ganharem confiança e competitividade", revela Ney Wilson, diretor de alta performance da CBJ.

Jéssica tem 26 anos e disputava a categoria abaixo, até 52 kg. Então ainda está se adaptando ao novo peso, mas já mostrou sua força ao derrotar a portuguesa Telma Monteiro, medalhista de bronze nos Jogos do Rio. Ketelyn, por sua vez, é mais nova (22 anos), mas vem de bons resultados nas equipes de base. Já chegou, inclusive, a ganhar de Rafaela em duas oportunidades, no Troféu Brasil e no Grand Slam de Brasília. Ambas terão boas oportunidades de subir no ranking, pois a Federação Internacional de Judô confirmou mais três eventos de Grand Slam no calendário internacional.

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"Elas terão boas chances de subir no ranking, pois haverá o Mundial em Budapeste, o Pan em Córdoba e os Grand Slams de Tel Aviv, Paris, Tbilisi, Antalya e Tashkent. Se somar os pontos desses eventos, pode-se conseguir até 7.700 pontos", explica Ney Wilson, lembrando que as duas praticamente não têm pontos a descartar, então tudo que vier é lucro.

Ketelyn está com 1.045 pontos enquanto Jéssica tem 630. Só pode ir uma judoca por país para a Olimpíada em cada categoria. E, para isso, ela precisará estar entre as 18 mais bem colocadas no ranking olímpico. A estimativa é que com 2.200 pontos consiga a vaga, que seria importante porque a categoria até 57 kg também é usada para compor a equipe mista, nova prova do judô que fará sua estreia olímpica em Tóquio.

"Eu lamento pelo o que aconteceu com a Rafaela, mas como disse fica essa vaga aberta. Então acredito que não só tenho condições como também estou preparada para esta vaga. É algo que todo atleta almeja e treina para alcançar. Sabemos que o trajeto é árduo ainda mais para um curto período de tempo", afirmou Ketleyn.

A judoca lembra que sua estratégia nesse momento será ir para todas as competições possíveis do calendário. "Quero conhecer minhas adversárias e subir o máximo de vezes ao pódio, pois estou precisando de muitos pontos", continuou a atleta do Clube Pinheiros.

Jéssica, por sua vez, é do Instituto Reação, o mesmo de Rafaela Silva. "Tenho me preparado da melhor maneira possível para conseguir a vaga nessa categoria que sempre foi muito bem representada por ela. Tenho treinado bastante e acredito que tenho totais condições em ter bons resultados e atingir o objetivo maior que é disputar a Olimpíada", disse.

Além do treino pesado, ela tem aproveitado para estudar bastante as lutas para conhecer melhor suas adversárias. "Elas também não me conhecem pois sou nova na categoria e vejo isso como algo positivo porque posso surpreender. Além disso tenho feito muito treinamento técnico, simulação de lutas e randori. Acredito que se eu estiver no pódio em três competições já estarei bem próxima da classificação", avisou.

A chance para elas apareceu após Rafaela Silva ter sido punida porque seu exame realizado nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019, detectou a presença de um metabólito de fenoterol, remédio usado para tratar problemas respiratórios, como asma e pneumonia. Por ter efeito broncodilatador, o medicamento pode trazer benefícios na performance do atleta e por isso é uma substância proibida pela Agência Mundial Antidoping (Wada) tanto durante quanto fora de competições.

O gancho da judoca vai até novembro deste ano, então com isso ela não poderá defender o título olímpico conquistado nos Jogos do Rio, em 2016. "A gente está falando de uma campeã olímpica, qualquer equipe do mundo sentiria falta. Ela era séria candidata à medalha e ainda reforçaria a equipe como um todo. Em Tóquio será o primeiro ano da competição por equipe mista e ela seria um reforço muito grande", lembra Ney Wilson.

Ele reforça que o judô é um esporte individual, mas também coletivo, pois os atletas precisam treinar entre si. Só que a punição de Rafaela não permite que ela tenha qualquer contato com os outros atletas da seleção, muito menos treinar junto. "A perda dela é sentida por todos os atletas da equipe. Ela está fragilizada com a situação, pois é uma pessoa extremamente competitiva. O impacto inicial foi muito grande, mas já estamos trabalhando nossos atletas para superar isso. Aliás, o judô te ensina a cair e levantar", conclui Ney Wilson.

Ki-Chun Wang, ex-judoca medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, foi preso neste domingo na Coreia do Sul sob acusação de agredir sexualmente uma adolescente, segundo informações da agência de notícias sul-coreana Yonhap.

A Agência de Polícia do Distrito de Daegu confirmou a prisão de Wang. Os policiais informaram que o ex-judoca havia sido denunciado por agressão sexual em março, mas não forneceram mais detalhes a respeito da investigação.

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A polícia deve enviar o caso à promotoria na próxima semana, depois de concluir uma investigação adicional, segundo a agência de notícias Yonhap. Em 2009, Wang foi preso após um incidente em uma boate. Na ocasião, ele teria agredido uma mulher após uma briga, que foi investigada pela polícia.

Wang também foi mantido em detenção militar por oito dias depois de usar seu telefone celular, o que é proibido, durante treinamento obrigatório do exército em 2014.

No caminho até a prata na categoria leve (até 73kg) nos Jogos de Pequim, Wang venceu na morte súbita o brasileiro Leandro Guilheiro, que acabou conquistando o bronze. Além da prata olímpica, Wang também foi campeão mundial duas vezes. No Rio, em 2007, em Rotterdam, em 2009, e levou o bronze em 2010, na disputa em Tóquio.

Desde que se aposentou, Wang, de 31 anos, abriu uma academia de judô em Daegu, além de trabalhar como líder esportivo e youtuber.

Após dois dias de resultados ruins, o judô brasileiro foi duas vezes ao pódio no encerramento do Grand Slam de Düsseldorf, na Alemanha. Neste domingo, Mayra Aguiar faturou a prata e Rafael Silva, o "Baby" (+100kg), ficou com o bronze. Beatriz Souza (+78kg) e Rafael Buzacarini (100kg) perderam suas lutas pela medalha de bronze.

Campeã em Düsseldorf em 2019, Mayra fez a sua estreia no ano olímpico no evento alemão. Em sua campanha, a brasileira venceu por ippon a equatoriana Vanessa Chala, assim como a russa Alexandra Babintseva. Nas quartas de final, passou pela austríaca Bernadette Graff nas punições.

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Mayra reencontrou nas semifinais a cubana Kaliema Antomarchi, a quem venceu na final do Pan de Lima, no ano passado, e voltou a derrotá-la, agora no golden score e com um waza-ari. Na decisão, porém, foi imobilizada pela japonesa Shori Hamada, ficando com a medalha de prata.

Sem subir ao pódio no circuito após sofrer fratura na mão em junho de 2019, Baby encerrou o jejum em Düsseldorf. Ele venceu o alemão Erik Abramov, o venezuelano Pedro Pineda, e o bielo-russo Aliaksandr Vakhaviak, o algoz do brasileiro David Moura na primeira rodada.

Porém, nas semifinais, caiu para o georgiano Guram Tushishivili, campeão mundial em 2018. Depois, se recuperou na luta pela medalha de bronze ao derrotar o húngaro Richard Sipocz pelas punições.

Buzacarini (100kg) venceu Daniel Dichev, da Bulgária, Danilo Pantic, de Montenegro, Karl-Richard Frey, da Alemanha, e Giorgi Chikovani, da Geórgia. Mas perdeu nas semifinais para o usbeque Mukhammadkharim Khurramov e na luta pelo bronze para o húngaro Miklos Cirjenics.

Beatriz (+78kg) derrotou Paula Kulag, da Polônia, e Nina Cutro-Kelly, dos Estados Unidos, ambas por ippon, e perdeu nas quartas de final para a azeri Irina Kindzerska. Na repescagem, venceu Nihel Chekh Rourhou, da Tunísia. Só que perdeu para a cubana Idalys Ortiz, a número 1 do mundo, na luta pelo bronze.

Outros quatro brasileiros - David Moura (+100kg), Maria Suelen Altheman (+78kg), Rafael Macedo (90kg) e Leonardo Gonçalves (100kg) - competiram neste domingo em Düsseldorf e foram eliminados nas etapas preliminares.

Os judocas brasileiros voltarão a competir daqui a duas semanas, no Grand Prix de Rabat, no Marrocos, de 6 a 8 de março, e no Aberto Pan-Americano de Bariloche, na Argentina, nos dias 7 e 8.

As judocas Ketelyn Nascimento (57kg), Ketleyn Quadros (63kg) e Maria Suelen Altheman (+78kg), Gabriela Chibana (48kg) e Maria Portela (70kg) subiram ao pódio, neste sábado, em Bratislava, na Eslováquia. Das sete categorias de peso em disputa Todas femininas), o Brasil teve representantes em seis. Apenas a de 78kg, de Mayra Aguiar, não contou com lutadora nacional.

Brasil e Japão terminaram a competição com três ouros, mas a delegação asiática ficou à frente por somar duas medalhas de prata e um bronze, enquanto as brasileiras ficaram com duas de bronze.

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Nos 57 quilos, Ketelyn Nascimento venceu sua chave ao superar a húngara Ibolya Siroki, a russa Katerina Dotcenko, a também húngara Brigitta Varga e a francesa Maryline Louis Sidney na final, ao impor um waza-ari.

Nos 63kg, Ketleyn Quadros, bronze em Pequim-2008, eliminou a dinamarquesa Helena Christensen, a suíça Carina Hildbrand e a romena Stefania Adelina. Na decisão do ouro, obteve um ippon sobre a japonesa Momo Tatsukawa.

Na categoria acima dos 78 quilos, Maria Suelen Altheman bateu a polonesa Wiktoria Lis, a japonesa Hiraku Kodama e a francesa Lea Fontaine (ippon) para ficar com o primeiro lugar.

Gabriela Chibana (48kg) ficou com o bronze ao vencer a italiana Elisa Adrasti e a belga Ellen Salens. Perdeu na semifinal para a japonesa Aoi Ogura, mas conquistou o bronze, ao ganhar da sérvia Andrea Stojadinov.

Nos 70kg, Maria Portela passou pela russa Ksenia Zadvornova e pela francesa Melissa Heleine, mas perdeu para a japonesa Utane Sugiyama nas semifinais. Na disputa do bronze bateu Ellen Santana, com quem disputa uma vaga em Tóquio.

Em Oberwart, na Áustria, o time masculino, composta por nove judocas, não teve o mesmo sucesso. Na categoria dos 73 quilos, Eduardo Katsuhiro foi o único a disputar medalha. Ele venceu o espanhol Javier Ortiz Cabello e o russo Magomedkarin Piduriev, mas perdeu para o alemão Alexander Bernd Gabler.

Na repescagem, Katsuhiro superou o casaque Zhanbolat Bagtbergenov, indo para a disputa do bronze, mas perdeu para o suíço Timo Allemann, que tinha eliminado outro brasileiro, Charles Chibana, na segunda luta.

Eric Takabatake (60 quilos) ganhou duas lutas, perdeu uma e caiu na repescagem, enquanto Felipe Kitadai perdeu na estreia. Nos 66kg, Daniel Cargnin perdeu na primeira luta. O Aberto de Oberwart continua neste domingo com mais quatro categorias: 81kg, 90kg, 100kg e +100kg.

O judô brasileiro fechou o Grand Slam de Paris, na França, neste domingo (9), com mais uma medalha. Assim como fez Larissa Pimenta (52kg) no dia anterior, Beatriz Souza conquistou o bronze na categoria +78kg da primeira grande competição do ano olímpico ao vencer a argelina Sonia Asselah por ippon em uma das disputas do terceiro lugar do peso pesado.

Rafael Silva "Baby" (+100kg) chegou muito perto da medalha, mas ficou em quinto lugar ao cair para o cubano Andy Granda na luta pelo terceiro lugar.

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Atual número 7 do mundo, Beatriz Souza chegou à Paris como cabeça de chave e confirmou o favoritismo nas preliminares vencendo todas as lutas por ippon. Ela superou Nazgul Maratova, do Casaquistão, Lea Fontaine, da França, e Nihel Chekh Rouhou, da Tunísia, e só parou na semifinal diante da francesa Romane Dicko, que ficou com o ouro da categoria.

Na decisão pelo bronze, Beatriz Souza se impôs e projetou Sonia Asselah. A argelina foi a algoz da também brasileira Maria Suelen Altheman nas oitavas de final. Suelen chegou a vencer a japonesa Wakaba Tomita na primeira luta, mas parou na argelina ao levar três punições.

O bronze deste domingo vem uma semana após Beatriz Souza conquistar o ouro no Aberto de Odivelas, em Portugal, e coloca a brasileira no seleto grupo de medalhistas do Grand Slam de Paris. Ela já tinha medalhas nos Grand Slam de Abu Dabi, Ecaterimburgo, Brasília e Osaka. "Estou muito feliz. Essa medalha é muito importante. Primeiro Grand Slam de Paris que consigo conquistar essa medalha e seguimos em frente em busca da vaga olímpica", comemorou.

Rafael Silva percorreu o mesmo caminho que a sua compatriota, mas o final foi diferente. Nas preliminares, Baby venceu três adversários pela pontuação máxima. Estreou com ippon sobre Emre Sinal, da França, e bateu o experiente Ushangi Kokauri, do Azerbaijão, igualmente com o placar cheio. Nas quartas, fez luta tensa contra o mongol Dashdaava Ulziibayar decidida nas penalidades a favor do brasileiro.

O confronto da semifinal foi contra a nova sensação do judô, o japonês Kokoro Kageura, de 24 anos, que, minutos antes de enfrentar Baby havia vencido a lenda Teddy Riner com um waza-ari no golden score. Kageura, número 10 do mundo, entrou para a história ao finalizar a invencibilidade de 10 anos e 154 lutas do bicampeão olímpico francês, que ficou fora do pódio em casa.

No duelo contra Baby, Kageura usou a mesma estratégia que derrubou Riner e marcou um waza-ari em contra-golpe no golden score para superar o brasileiro. O japonês acabou perdendo na final para o holandês Henk Grohl.

Na disputa pelo bronze, Rafael Silva encontrou o cubano Andy Granda, que, apesar de levar duas punições, levou o combate para o golden score a aproveitou um descuido do brasileiro para projetá-lo ao solo e marcar o waza-ari que valeu o bronze.

David Moura (+100kg), Leandro Guilheiro (81kg) e Guilherme Schimidt (81kg) também lutaram neste domingo, mas pararam nas primeiras lutas. David caiu para o georgiano Gela Zaalishvili, campeão mundial júnior em 2018. Schimidt não passou pelo francês Nicolas Chilard e, no mesmo peso, Guilheiro parou no italiano Antonio Esposito.

Após o Grand Slam, a seleção seguirá em Paris no treinamento de campo internacional preparatório para o Grand Slam de Dusseldorf, na Alemanha, e para os Abertos Europeus de Bratislava (Eslováquia) e Oberwart (Áustria), próximos compromissos do judô brasileiro.

Modalidade que mais deu medalhas para o Brasil na história dos Jogos Olímpicos com 22 conquistas, o judô vive um momento de renovação. Acostumado a ver no pódio feminino os nomes de Rafaela Silva e Mayra Aguiar, o judô precisa de novos nomes, pois a primeira está suspensa por doping e vai recorrer ao CAS (Corte Arbitral do Esporte, na sigla em inglês), última instância do direito esportivo mundial, para ir a Tóquio-2020. No ano olímpico, uma das novas caras do esporte é Larissa Pimenta.

No ano passado, a atleta de 20 anos foi a brasileira que mais conquistou medalhas - nove ao todo. Entre os principais resultados estão a de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, o título de duas etapas da Copa do Mundo, no Peru e no Chile, e o bronze nos Grand Prix da Turquia e da Geórgia, além de outra no Grand Slam de Baku, no Azerbaijão.

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"O ano de 2019 foi o ano mais importante em termos de competições e resultados. Foi um ano de bastante evolução. Eu não esperava tudo isso", disse a judoca que lidera o ranking brasileiro na categoria meio-leve (até 52kg).

Larissa já ganhou a primeira medalha da seleção brasileira feminina em 2020. Foi um bronze no Aberto de Odivelas, em Portugal, no último final de semana. O torneio foi uma preparação para o Grand Slam de Paris, na França, o primeiro do ano e que oferece aos atletas a oportunidade de somarem mil pontos no Ranking Olímpico.

A definição das judocas que vão a Tóquio será em maio. Se fosse hoje, Larissa estaria dentro. "Tenho de fazer minha parte. Tenho um caminho bem grande. Antes eu era uma novidade para as adversárias, mas agora eu sei que elas estão me estudando", afirmou a menina de São Vicente (SP). "Eu me sinto feliz no tatame".

A atleta do Pinheiros-SP é uma das apostas da Confederação Brasileira de Judô (CBJ). "Os favoritos serão sempre os favoritos. Isso acontece com todos os países. Mas vejo uma renovação. Teremos uma equipes mesclada com atletas jovens, intermediários e experientes. A Larissa Pimenta era júnior e conquistou excelentes resultados em 2019. Temos o Daniel Cargnin, a Suellen (Maria Suellen Altheman) e a Bia (Beatriz Sousa) também com boas conquistas. A equipe vai chegar renovada", prometeu Ney Wilson, gestor de Alto Rendimento da entidade.

Integrante da seleção desde as categorias de base, Larissa aposta na troca de experiências para garantir sua vaga. "A renovação é uma coisa natural. As mais velhas sempre me dão dicas dentro e fora do tatame. A gente se trata como igual", disse a judoca.

Larissa tinha oito anos quando começou a aprender os primeiros golpes na Escola Estadual Antonio Luiz Barreiros, no bairro de Japuí, em São Vicente. Foi influenciada pelos irmãos mais velhos, Geovany e Jenifer, que praticavam o esporte, mas não seguiram adiante. Aos 14, virou atleta do Pinheiros e começou a ascender e conquistou, por exemplo, os Jogos Escolares de 2012, em João Pessoa. O ano de 2016 também foi especial quando venceu o Troféu Brasil sênior e se tornou líder da seleção brasileira de base.

Mesmo tão jovem, Larissa se tornou exemplo em São Vicente. Uma camisa da seleção com seu autógrafo foi motivo de disputa entre as crianças em um sorteio realizado na escola onde começou. Além disso, ela é reconhecida quando caminha pelas ruas do bairro, afastado do centro. Para o futuro, pretende criar um projeto social para ensinar judô no lugar onde nasceu.

A Federação Internacional de Judô informou que a lutadora brasileira Rafaela Silva está suspensa por dois anos após ter sido pega no exame antidoping em agosto do ano passado, nos Jogos Pan-Americanos de Lima. Com a decisão, que chega há seis meses da Olimpíada de Tóquio, ela está fora da competição e não poderá buscar o bicampeonato - foi ouro no Rio, em 2016.

A atleta, que está com um novo advogado, vai entrar com recurso na Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) para tentar ir ao Japão. A audiência ocorreu na última quarta-feira. Quem vai defendê-la é Marcelo Franklin, especialista neste tipo de caso. "Entrei no caso hoje (ontem) e ainda não recebi a íntegra do processo", disse ao Estado.

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Em setembro do ano passado, a judoca chegou a se defender afirmando que a aparição na urina de fenoterol, substância presente em medicamentos contra a asma e capaz de melhorar o desempenho de um atleta, se deve à contaminação pelo contato com um bebê que tomava a medicação.

A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) divulgou uma nota dizendo que prestará todo suporte para a atleta. "A Confederação Brasileira de Judô seguirá acompanhando os desdobramentos do processo legal referente ao caso de doping envolvendo a judoca da seleção brasileira, Rafaela Silva, com a confiança de que a justiça prevalecerá. Rafaela Silva é campeã olímpica e mundial, exemplo de superação dentro e fora dos tatames e um dos maiores ídolos do esporte brasileiro. A CBJ prestará o suporte que lhe couber e só se pronunciará novamente após a decisão final do processo".

O judô do Brasil conquistou mais uma medalha de bronze no Grand Prix de Tel-Aviv, em Israel. Eduardo Yudy subiu ao pódio na categoria até 81kg. Aléxia Castilhos, até 63kg, chegou perto da medalha ao cair na semifinal - ficou em quinto lugar. Na quinta, Daniel Cargnin levou o bronze na categoria até 66kg.

Yudy começou sua campanha em alto estilo em Tel-Aviv. Venceu suas três primeiras lutas por ippon, superando o cipriota Aristos Michael, o porto-riquenho Adrian Gandia e o português Anri Egutidze - este por desclassificação por fazer movimento que teria colocado a integridade física do brasileiro em risco.

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Na sequência, Yudy não conseguiu manter o ritmo diante do russo Aslan Lappinagov, um dos cabeças de chave, nas quartas de final. Num golpe de contra-ataque, o russo deu um ippon no brasileiro, que precisou disputar a repescagem, quando superou o sul-coreano Sungho Lee por ippon.

Na disputa do bronze, precisou de apenas 40 segundos para derrotar o alemão Dominic Ressel por ippon. "Os treinamentos me ajudaram muito para chegar bem e focado na competição. Normalmente eu fico no fuso horário e acabo me desconcentrando. Mas, este longo tempo na Europa me ajudou a chegar bem e fazer meu jogo", comentou o brasileiro, que realizou sua pré-temporada em Mittersill, na Áustria, e em Roma, na Itália. "Me sinto mais confiante e na próxima vez irei em busca do ouro."

No feminino, Aléxia Castilhos foi quem mais chegou perto do pódio, na categoria até 63kg. Como aconteceu com Yudy, a brasileira venceu suas duas primeiras lutas por ippon, contra Sandrine Billiet (de Cabo Verde) e a local Inbal Shemesh. Depois ganhou da sul-coreana Ju Hee Han com dois waza-ari em apenas 30 segundos.

Na semifinal, a brasileira acabou caindo diante da canadense Catherine Beauchemin-Pinard após dois waza-ari. Em seguida, na disputa pelo bronze, foi superada pela checa Renata Zachova por ippon.

O segundo dia de competições em Tel-Aviv contou com outros seis brasileiros em ação. Maria Portela (até 70kg), João Macedo (até 81kg) e Eduardo Katsuhiro (até 73kg) caíram nas oitavas de final. Ketleyn Quadros (até 63kg) e Ellen Santana (até 70kg) foram eliminadas logo na estreia. E David Lima (até 73kg) caiu na segunda rodada.

No terceiro e última dia do Grand Prix de Tel-Aviv, neste sábado, cinco brasileiros vão competir: Samanta Soares (até 78kg), Rafael Macedo (até 90kg), Giovani Ferreira (até 90kg), Leonardo Gonçalves (até 100kg) e Rafael Buzacarini (até 100kg).

A primeira medalha do judô brasileiro na temporada 2020 foi conquistada por Daniel Cargnin. Nesta quinta-feira, ele assegurou o bronze no Grand Prix de Tel-Aviv, em Israel, ao derrotar o local Baruch Shmailov, o número 6 do mundo, na luta decisiva.

Segundo cabeça de chave entre os meio-leves (66kg) e sétimo colocado no ranking mundial, Cargnin estreou apenas na segunda rodada, tendo derrotado o canadense Jacob Valois por ippon, depois passando por Artur Te, do Quirguistão, por waza-ari no segundo minuto do golden score.

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Nas quartas de final, porém, o brasileiro perdeu para o israelense Tal Flicker ao levar um waza-ari no golden score. Na repescagem, Cargnin derrotou o peruano Juan Postigos por ippon, avançando à disputa por medalha. A luta pelo bronze, com Shmailov, foi definida apenas no golden score e com vitória do brasileiro pelo excesso de punições ao rival. E além do bronze, assegurou mais 300 pontos no ranking mundial.

OUTROS RESULTADOS - Outros oito brasileiros competiram nesta quinta-feira em Tel-Aviv. Sarah Menezes (52kg) estreou na segunda rodada contra a kosovar Erza Muminoviq e venceu por ippon, mas levou o mesmo golpe nas oitavas de final da israelense Gefen Primo.

Ketelyn Nascimento (57kg) triunfou já na segunda rodada diante da alemã Pauline Starke por ippon, perdendo do mesmo modo nas oitavas de final para a francesa Helène Receveaux. Eric Takabatake (60kg) aplicou um ippon no búlgaro Yanislav Gerchev na segunda rodada, mas perdeu para o japonês Dai Aoki nas penalidades.

Nathália Brigida (48kg) forçou três shidôs da russa Daria Pichkaleva para avançar às oitavas de final, fase em que levou um ippon no último minuto da sérvia Milica Nikolic. Eleudis Valentim (52kg) e Felipe Kitadai (60kg) também estrearam na segunda rodada, sendo eliminados pela russa Anastasia Polikarpova e pelo usbeque Kemran Nurillaev, respectivamente. Gabriela Chibana (48kg) e Willian Lima (66kg) perderam na primeira rodada para a italiana Francesca Milani e para o ucraniano Bogdan Iadov, respectivamente.

SEXTA-FEIRA - O Grand Prix de Tel-Aviv prossegue nesta sexta-feira com a participação de oito brasileiros. As lutas de estreia deles são: Ketleyn Quadros (63kg) x Maria Centracchio (ITA) ou Agata Ozdoba-Blach (POL), Alexia Castilhos (63kg) x Sandrine Billiet (CVE), Maria Portela (70kg) x Alina Lengweiler (SUI), Ellen Santana (70kg) x Hilde Jager (HOL) ou Elvismar Rodriguez (VEN), David Lima (73kg) x Artem Khomula (UCR), Eduardo Katsuhiro Barsosa (73kg) x Anthony Zingg (ALE), Eduardo Yudy Santos (81kg) x Aristos Michael (CHP) e João Macedo (81kg) x Kalonji Mbuyi (CON).

A peso pesado Beatriz Souza colocou o judô brasileiro no pódio do Grand Slam de Osaka, no Japão. Na madrugada deste domingo, a atual número 7 do mundo na categoria acima de 78kg superou a francesa Julia Tolofua e conquistou a medalha de bronze no último dia da competição.

Foi o melhor resultado do Brasil no último Grand Slam deste ano. Larissa Pimenta (até 52kg) e Rafael Silva, o "Baby" (acima de 100kg), também lutaram neste domingo em Osaka. Eles ficaram na quinta e sétima colocações, respectivamente.

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"Gostaria de agradecer o apoio e a torcida de quem ficou acompanhando as lutas. Essa medalha é nossa", comemorou a judoca brasileira, que conquistou sua segunda medalhas em Grand Slams nesse ano. Em outubro, ela levou o ouro no Major de Brasília.

A trajetória de Beatriz Souza até o bronze contou com vitórias sobre Jia Wen Tsai, de Taipei, e Sarah Asahina, japonesa campeã mundial em 2018 e atual número 5 do mundo.

Na semifinal, Beatriz não conseguiu passar pela cubana Idalys Ortiz, atual número um do mundo, e foi para a disputa pelo bronze. Para ficar com a medalha, ela mostrou agressividade diante da francesa Julia Tolofua, projetando a adversária marcar um waza-ari. Depois, conseguiu uma imobilização por dez segundos para conseguir outro waza-ari e vencer o combate por ippon.

A próxima competição da seleção brasileira de judô será o World Masters de Qingdao, na China, disputado nos dias 12, 13 e 14 de dezembro. A competição é a segunda mais importante no Circuito Mundial, atrás apenas do Campeonato Mundial.

OUTROS RESULTADOS - Outros judocas também estiveram no tatame representando o Brasil em Osaka. Mayra Aguiar, cabeça de chave número um do torneio, não teve bom desempenho. Ela foi superada pela japonesa Rinoko Wada na disputa pela categoria até 72kg. Lutando na mesma categoria que Beatriz Souza, Maria Suelen Altheman foi derrotada em sua estreia no torneio para a japonesa Wakaba Tomita.

O Brasil ficou sem medalhas no masculino. Rafael Macedo (até 90kg) caiu na primeira rodada para o japonês Sanchiro Murao, do Japão, e Leonardo Gonçalves (até 100kg) também deu adeus à competição na primeira luta, ao ser superado pelo georgiano Varlam Liparteliani, número um do mundo.

No sábado, o Brasil passou em branco e os destaques foram Maria Portela (até 70kg) e Leandro Guilheiro (até 81kg), que pararam nas oitavas de finais.

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