Tópicos | Larissa Pimenta

Modalidade que mais deu medalhas para o Brasil na história dos Jogos Olímpicos com 22 conquistas, o judô vive um momento de renovação. Acostumado a ver no pódio feminino os nomes de Rafaela Silva e Mayra Aguiar, o judô precisa de novos nomes, pois a primeira está suspensa por doping e vai recorrer ao CAS (Corte Arbitral do Esporte, na sigla em inglês), última instância do direito esportivo mundial, para ir a Tóquio-2020. No ano olímpico, uma das novas caras do esporte é Larissa Pimenta.

No ano passado, a atleta de 20 anos foi a brasileira que mais conquistou medalhas - nove ao todo. Entre os principais resultados estão a de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, o título de duas etapas da Copa do Mundo, no Peru e no Chile, e o bronze nos Grand Prix da Turquia e da Geórgia, além de outra no Grand Slam de Baku, no Azerbaijão.

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"O ano de 2019 foi o ano mais importante em termos de competições e resultados. Foi um ano de bastante evolução. Eu não esperava tudo isso", disse a judoca que lidera o ranking brasileiro na categoria meio-leve (até 52kg).

Larissa já ganhou a primeira medalha da seleção brasileira feminina em 2020. Foi um bronze no Aberto de Odivelas, em Portugal, no último final de semana. O torneio foi uma preparação para o Grand Slam de Paris, na França, o primeiro do ano e que oferece aos atletas a oportunidade de somarem mil pontos no Ranking Olímpico.

A definição das judocas que vão a Tóquio será em maio. Se fosse hoje, Larissa estaria dentro. "Tenho de fazer minha parte. Tenho um caminho bem grande. Antes eu era uma novidade para as adversárias, mas agora eu sei que elas estão me estudando", afirmou a menina de São Vicente (SP). "Eu me sinto feliz no tatame".

A atleta do Pinheiros-SP é uma das apostas da Confederação Brasileira de Judô (CBJ). "Os favoritos serão sempre os favoritos. Isso acontece com todos os países. Mas vejo uma renovação. Teremos uma equipes mesclada com atletas jovens, intermediários e experientes. A Larissa Pimenta era júnior e conquistou excelentes resultados em 2019. Temos o Daniel Cargnin, a Suellen (Maria Suellen Altheman) e a Bia (Beatriz Sousa) também com boas conquistas. A equipe vai chegar renovada", prometeu Ney Wilson, gestor de Alto Rendimento da entidade.

Integrante da seleção desde as categorias de base, Larissa aposta na troca de experiências para garantir sua vaga. "A renovação é uma coisa natural. As mais velhas sempre me dão dicas dentro e fora do tatame. A gente se trata como igual", disse a judoca.

Larissa tinha oito anos quando começou a aprender os primeiros golpes na Escola Estadual Antonio Luiz Barreiros, no bairro de Japuí, em São Vicente. Foi influenciada pelos irmãos mais velhos, Geovany e Jenifer, que praticavam o esporte, mas não seguiram adiante. Aos 14, virou atleta do Pinheiros e começou a ascender e conquistou, por exemplo, os Jogos Escolares de 2012, em João Pessoa. O ano de 2016 também foi especial quando venceu o Troféu Brasil sênior e se tornou líder da seleção brasileira de base.

Mesmo tão jovem, Larissa se tornou exemplo em São Vicente. Uma camisa da seleção com seu autógrafo foi motivo de disputa entre as crianças em um sorteio realizado na escola onde começou. Além disso, ela é reconhecida quando caminha pelas ruas do bairro, afastado do centro. Para o futuro, pretende criar um projeto social para ensinar judô no lugar onde nasceu.

O judô brasileiro foi ao pódio com os seus seis representantes nesta quinta-feira no Campeonato Pan-Americano, realizado em Lima. E os que mais brilharam foram Larissa Pimenta (até 52kg) e Daniel Cargnin (até 66kg), que conquistaram a medalha de ouro em suas categorias. Rafaela Silva, Nathália Brígida e Eric Takabatake levaram a prata, enquanto Sarah Menezes faturou o bronze.

Larissa conquistou o título pan-americano com uma vitória por ippon sobre a norte-americana Angelica Delgado, sendo que Sarah Menezes levou o bronze após vencer a mexicana Luz Olvera. Na estreia, Larissa bateu Alaine Abuana, dos Estados Unidos, e Sarah passou por Oritia Gonzalez, da Argentina. Depois, Larissa derrotou Sarah por wazari e Kristine Jiménez, do Panamá, para avançar à final. Na repescagem, Sarah levou a melhor sobre Ecaterina Guica, do Canadá.

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Já Cargnin também assegurou o ouro com um ippon, aplicado no peruano Juan Postigos. Antes, ele venceu Gerard Cadet, do Haiti, Jorge Gonzalez, da Colômbia, e Jacob Valois, do Canadá. E, assim, foi campeão após duas pratas consecutivas.

Eric Takabatake (até 60kg) foi medalhista de prata ao perder na decisão para o equatoriano Lenin Preciado. Antes, ele havia triunfado sobre o argentino Carlos Maldonado, o panamenho Bernabe Vergara e o cubano Roberto Almenares.

Nathália Brígida (48kg) foi prata após perder final para a argentina Paula Pareto, atual campeã olímpica. Antes, na sua campanha, havia vencido a mexicana Edna Carrillo, a peruana Nomei Orneta e a colombiana Luz Alvarez.

Rafaela Silva (57kg) ficou com a prata com a derrota na decisão para a canadense Christa Deguchi, campeã dos Grand Slam de Paris e Ecaterimburgo deste ano. Nas outras fases, tinha vencido a cubana Arnaes Odelin Garcia, a colombiana Yadinys Amaris e a dominicana Ana Rosa.

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