A "Terra dos Altos Coqueiros" deixou Santiago, no Chile, com a sensação de dever cumprido após a disputa dos Jogos Pan-Americanos de 2023. Se o Brasil terminou na segunda colocação geral, atrás apenas dos Estados Unidos, alguns pernambucanos provaram o sabor de faturar medalhas, sejam elas de ouro, prata, ou bronze. De quebra, também vieram vagas para as Olimpíadas de Paris, no ano que vem.
Um daqueles que representaram bem Pernambuco na capital chilena atende por Cristiano Rocha, técnico da seleção feminina de handebol, medalhista de ouro após vencer a Argentina por expressivos 30 x 18 na grande decisão. Orgulhoso do feito, Cristiano falou da emoção de ter levantado a bandeira pernambucana em entrevista exclusiva à reportagem do LeiaJá.
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"Quando a gente está lá (no Chile), sempre estamos muito focados. A ficha começa a cair quando a gente já está voltando (...), mas é a sensação de ter todo um trabalho sendo recompensado. É a minha segunda medalha. Nos Jogos de 2019, eu estava como auxiliar técnico, e agora como treinador. A gente fica muito feliz pela realização profissional porque não é um caminho que todos conseguem trilhar, de representar bem o Brasil e o nosso estado", confessou.
Além do treinador, outras duas atletas do time são pernambucanas: a goleira Renata Arruda e a ponta Fernanda Lima. Ambas atuam no handebol europeu. "São duas jogadoras de muito talento. Renata, apesar de nova, já se tornou uma bicampeã Pan-Americana. Tinha 20 anos na última edição e agora tem 24. A Fernanda tem 22 e já vem dando conta do recado", pontuou Cristiano.
Na sequência, o time que emplacou seis ouros seguidos no Pan - 2003, 2007, 2011, 2015, 2019 e 2023 - se prepara para o mundial da categoria e para as Olimpíadas de Paris (2024) em busca da primeira medalha da categoria nos Jogos Olímpicos. A melhor colocação do handebol foi nos Jogos do Rio de Janeiro em 2016, quando terminou em quinto.
"Estamos focados no mundial, que acontece neste mês (novembro). Uma competição muito difícil, mas que vamos priorizar. Para depois, pensar nas Olimpíadas. Claro que vai ser uma emoção muito grande disputar os Jogos de Paris. São as 12 melhores equipes do planeta e vamos ter que trabalhar bastante para conquistar a primeira medalha olímpica. A gente sabe que vai ser difícil, mas vamos estar motivados", cravou.
Outros pernambucanos
O ouro no handebol não foi o único a levar a veia pernambucana. Também pelo Feminino, a pugilista Carol Almeida estreou nos Jogos Pan-Americanos e já faturou sua primeira medalha de ouro, no Boxe, na categoria até 50 quilos.
Na final, ela derrotou a norte-americana Jennifer Lozano por decisão unânime dos juízes, se juntando às brasileiras Jucielen Romeu (até 57kg), Beatriz Ferreira (até 60kg) e Bárbara dos Santos (até 66kg), que também chegaram ao primeiro lugar do pódio.
Carol estreou com o pé direito no Pan (Miriam Jeske/COB)
Indo do ringue às pistas de atletismo, aparece José Fernando Ferreira Santana, o Balotelli. Ele faturou a medalha de prata no decatlo, competição de atletismo composta por 10 provas: 100 metros rasos, salto em distância, arremesso de peso, salto em altura, e 400 metros rasos (primeiro dia); e 110 metros com barreiras, lançamento de disco, salto com vara, lançamento de dardo, e 1,500 metros (segundo dia).
O pernambucano encerrou a primeira bateria de provas na quinta colocação. No segundo dia, contudo, foi crescendo, apesar de ter ido mal na prova do lançamento de disco, errando suas primeiras tentativas e marcando apenas 34,98 m. Balotelli reagiu na sequência, com 4,90m no salto com vara e 63,71 m no lançamento do dardo, fazendo as melhores marcas entre os decatletas, o que o fez subir para o segundo lugar mais alto do pódio.
Balotelli comemora resultado da última prova (Alexandre Loureiro/COB)
Além desses, Pernambuco também faturou medalhas de bronze no judô: Kayo Santos, na categoria até 100 quilos, e Amanda Lima, na categoria até 48 quilos.