Tópicos | João Otávio de Noronha

Se no Supremo Tribunal Federal (STF) o Planalto acumula uma série de reveses, o ambiente no Superior Tribunal de Justiça (STJ) é menos hostil. Levantamento das decisões do presidente do STJ, João Otávio de Noronha, aponta que o ministro atendeu aos interesses do governo do presidente Jair Bolsonaro em 87,5% das medidas individuais tomadas de 1.º de janeiro de 2019 a 29 de maio deste ano.

Nas próximas semanas, Noronha vai ficar no comando do plantão do STJ durante o recesso de julho. Isso significa que eventuais recursos no caso Fabrício Queiroz, revelado pelo Estadão, podem ser analisados pelo ministro. O ex-assessor parlamentar é investigado sob suspeita de comandar um esquema de "rachadinha" - apropriação do salário de funcionários - no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, hoje senador pelo Republicanos, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Anteontem, o filho do presidente obteve habeas corpus para ser julgado na segunda instância.

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Um dos casos mais emblemáticos em que Noronha decidiu de forma favorável ao governo foi quando livrou Bolsonaro da obrigação de divulgar os laudos de todos os exames que realizou para a covid-19. "Não é porque o cidadão se elege presidente que não tem direito a um mínimo de privacidade. A gente não perde a qualidade de ser humano por exercer um cargo de relevância na República", afirmou em entrevista na qual antecipou seu posicionamento.

Um dia depois da entrevista, Noronha deu a liminar favorável a Bolsonaro, derrubando o entendimento da Justiça Federal de São Paulo e do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF-3), que haviam garantido ao Estadão o direito de ter acesso aos exames em razão do interesse público em torno da saúde do presidente da República. O Estadão chegou a solicitar que Noronha se considerasse "impedido" de atuar no caso, mas o pedido foi ignorado.

O mapeamento que mostra 87,5% das decisões pró-governo considerou as suspensões (de segurança e de liminar e sentença) solicitadas nesse período pela União, autarquias federais e empresas públicas. Esse tipo de processo é encaminhado diretamente ao presidente do tribunal, a quem cabe decidir individualmente se derruba ou não o entendimento de instâncias inferiores.

Nos bastidores, colegas de Noronha veem o ministro tentando se cacifar para uma das duas vagas no STF que serão abertas no mandato de Bolsonaro. Noronha nega. Bolsonaro já disse que "ama" o presidente do STJ. "Confesso que a primeira vez que o vi foi um amor à primeira vista. O senhor ajuda a me moldar um pouco mais para as questões do Judiciário", afirmou o presidente em abril.

Números

Do total de decisões analisadas no levantamento, os pedidos da União foram negados uma vez - em um caso dos Correios envolvendo o plano de previdência do fundo de pensão Postalis. Em outros dois processos, houve "perda de objeto" (quando o ato contestado não existe mais, por exemplo) ou o pedido foi rejeitado por questões processuais.

Em outro caso em que houve decisão pró-governo, em fevereiro deste ano Noronha derrubou uma decisão do Tribunal Regional Federal da 5.ª Região (TRF-5) que havia suspendido a nomeação de Sérgio Camargo para a presidência da Fundação Palmares. Na avaliação de Noronha, os "eventuais excessos" de Camargo nas redes sociais "não autorizam juízo de valor acerca de seus valores éticos e morais ou mesmo de sua competência profissional". Pesavam contra Camargo publicações no Facebook em que ele afirma que o "Brasil tem racismo nutella".

Noronha afirmou em nota que suas decisões são "para beneficiar os interesses do bem público" e que sua atuação é pautada "pela imparcialidade". "Atuo do mesmo modo que sempre atuei desde que cheguei ao STJ. Julgo cada caso como único. Foram julgadas de acordo com as necessidades apresentadas nos autos", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Preso durante a Operação Lava Jato, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha teve um pedido de liberdade negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão foi do presidente do tribunal, ministro João Otávio de Noronha, ainda durante o plantão judiciário.

O habeas corpus busca a revogação da prisão preventiva decretada em 2017 no âmbito da Operação Sépsis, um dos desdobramentos da Lava Jato. A defesa alega que a medida não é mais justificada, tendo em vista a aprovação, em dezembro, da Lei 13.964/2019 – o chamado "pacote anticrime".

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Segundo a defesa, o excesso de prazo, a falta de atualidade do risco, a violação da presunção de inocência e a falta de fundamentação do decreto prisional seriam motivos suficientes para justificar a concessão da liminar em favor de Eduardo Cunha.

Ao analisar o pedido, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) negou-o sob o fundamento de que subsistem os motivos que levaram à decretação da prisão preventiva, para preservar não apenas a ordem pública e a aplicação de lei penal, mas também a ordem econômica, considerando o risco de o ex-deputado movimentar valores oriundos dos crimes cometidos caso fosse posto em liberdade.

Lei não analisad​​a

De acordo com o ministro João Otávio de Noronha, não há flagrante ilegalidade no caso que justifique a atuação da corte durante o regime de plantão judiciário.

"Registro que os impetrantes invocam dispositivos da Lei 13.964/2019. Tal diploma não estava em vigor por ocasião do decreto de prisão ou do julgamento pelo Tribunal Regional Federal. Sua aplicação ao caso concreto não foi apreciada na origem", explicou Noronha ao rejeitar uma das linhas argumentativas da defesa para a revogação da prisão.

Para o ministro, o pedido feito na liminar se confunde com o mérito do habeas corpus, devendo-se reservar sua análise para o julgamento definitivo.

O habeas corpus seguirá tramitando no STJ, relatado na Sexta Turma pelo ministro Rogerio Schietti Cruz.

* Do site Superior Tribunal de Justiça

 

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, decidiu nesta sexta-feira (24) suspender a tramitação de uma ação penal aberta contra o ex-presidente Michel Temer pelo suposto crime de lavagem de dinheiro. A medida é válida até que a Quinta Turma do tribunal julgue o caso definitivamente.

Ao recorrer ao STJ para suspender a ação, que está em tramitação na Justiça de São Paulo, a defesa de Temer sustentou que o processo deve ser julgado pela Justiça Federal em Brasília, onde outra ação contra o ex-presidente está em tramitação. O caso envolve o suposto pagamento de R$ 1,6 milhão em espécie para custear a reforma da casa de filha de Temer, Maristela.

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Na liminar, o presidente do STJ entendeu que "há certa relação de dependência" entre as ações e a defesa pode ter prejuízos se as ações continuarem em andamento de forma separada.

"Havendo certa relação de dependência entre os delitos apurados em um e outro Juízo, é muito provável que a defesa encontre dificuldades para articular seus argumentos e provas, além do (forte) risco de haver decisões opostas e até mesmo contraditórias", decidiu o presidente.

Com o fim do período de recesso nos tribunais superiores, no dia 1º de fevereiro, o caso será remetido para o relator, ministro Ribeiro Dantas, um dos integrantes da Quinta Turma do STJ.

O ministro João Otávio de Noronha, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), disse que o País "enfrenta uma batalha contra as fake news". Segundo ele, "o Poder Judiciário está cada vez mais sobrecarregado de processos e isso repercute na imprensa, principalmente nas redes sociais". Noronha recomendou "enorme cuidado das assessorias de comunicação social dos órgãos da Justiça".

O alerta do ministro foi dado durante a abertura do III Encontro Nacional de Comunicação do Poder Judiciário, nesta quinta-feira, 5, que se estende por esta sexta-feira, 6, na sede do Conselho da Justiça Federal (CNJ), em Brasília. A meta do encontro é discutir ações estratégicas de comunicação para o Poder Judiciário.

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Noronha falou da "necessidade de defender a verdade". Ele considera que "a notícia deve ser disseminada com ética, transparência e celeridade". O ministro destacou "o grande trabalho que os assessores do Poder Judiciário vêm desempenhando ao longo dos anos".

O presidente do STJ informou que, até o terceiro trimestre de 2019, a Corte superior foi objeto de 15.139 reportagens publicadas em diversos veículos de comunicação por todo o país. "Demonstra a importância de cuidar cada vez mais do que é divulgado internamente e do atendimento à imprensa em geral", sugeriu João Otávio de Noronha.

O ministro lembrou a inauguração, em setembro, da Sala de Imprensa do STJ, criada para melhor atender aos jornalistas que fazem a cobertura de sessões e eventos no tribunal.

Comitê de comunicação

A abertura do encontro, nesta quinta, contou com a presença do presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, ministro Dias Toffoli, que formalizou a edição de uma portaria para atualizar a composição e as atribuições do Comitê de Comunicação Social do Poder Judiciário.

Farão parte do comitê, indicados pelo CNJ, os secretários de comunicação do STF e do CNJ, os responsáveis pela comunicação social dos tribunais e conselhos superiores, além de um representante dos Tribunais de Justiça, um dos Tribunais Regionais Eleitorais, um dos Tribunais Regionais do Trabalho e um dos Tribunais Regionais Federais.

Toffoli ressaltou a necessidade da comunicação no combate a preconceitos disseminados na sociedade brasileira contra a Justiça, "como a ideia de que os juízes são lenientes com criminosos e pouco produtivos - apesar de darem solução definitiva a 32 milhões de processos por ano.

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, disse nesta quinta-feira (15) não ter “nada a temer” em relação à lei de abuso de autoridade aprovada nesta quinta-feira (14) na Câmara, e que o juízes precisam ter limites em sua atuação como qualquer outra autoridade.

“A lei é para todos. E nós também, juízes, temos que ter limites na nossa atuação, assim como têm os deputados, o presidente da República, como têm os ministros do Poder Executivo. Portanto, acredito que o que tem aí deve ser um aprimoramento da legislação”, disse Noronha.

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Questionado sobre um dos pontos do texto aprovado, segundo o qual se torna crime prorrogar investigação sem razão justificável, Noronha afirmou que o projeto de lei “chove no molhado”, uma vez que tal conduta já seria proibida pelo Código de Processo Penal.

“Portanto, isso não pode nos intimidar. Nós juízes não podemos nos intimidar por nada. Nós juízes temos de estar blindados a intimidações”, disse.

Noronha poderou, porém, que ainda vai examinar com calma o texto e que “se tiver algum vezo de inconstitucionalidade” vai alertar o presidente Jair Bolsonaro para não sancionar o projeto de lei. “Se estiver tudo de acordo, vamos então pedir que sancione, e como bons aplicadores das normas, haveremos de respeitar”, afirmou.

O projeto de lei sobre abuso de autoridade, de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), já havia sido aprovado no Senado. Após ser também aprovado ontem (14) em regime de urgência no plenário da Câmara, segue para sanção presidencial.

O texto aprovado elenca cerca de 30 condutas que passam a ser tipificadas como crime, passíveis de detenção, entre elas pedir a instauração de inquérito contra pessoa mesmo sem indícios da prática de crime, estender investigação de forma injustificada e decretar medida de privação de liberdade de forma expressamente contrária às situações previstas em lei, por exemplo.

 

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, confirmou nesta quinta-feira, 25, que foi informado, por telefone, pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, sobre o fato de seu nome aparecer na lista das autoridades hackeadas.

"O ministro do STJ disse que está tranquilo porque não tem nada a esconder e que pouco utilizava o Telegram", afirma, por meio de nota.

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Segundo a Corte, por meio de nota, "o ministro Moro informou durante a ligação que o material obtido vai ser descartado para não devassar a intimidade de ninguém".

"As investigações sobre o caso são de responsabilidade da Polícia Federal, a quem cabe responder sobre o caso", diz.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também foi alvo de ataques virtuais do grupo preso sob suspeita de hackear de autoridades. O nome do deputado está em entre os citados pelos investigados durante depoimentos à Polícia Federal. A informação foi divulgada pela GloboNews e confirmada pelo Estadão/Broadcast. Questionado sobre a invasão, Maia afirmou que não utiliza o aplicativo Telegram, meio usado para invadir as contas das vítimas.

Na lista das vítimas, também consta o presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro João Otávio de Noronha.

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O celular da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, sofreu uma tentativa de invasão do grupo preso sob suspeita de hackear autoridades. A informação foi confirmada pela Procuradoria Geral da República (PGR). Diferentemente de outras autoridades, no caso da Dodge, os invasores não conseguiram ter acesso aos dados. O fato já era sabido na PGR desde maio, e foi identificado pela área de tecnologia de informação do órgão, que vistoriou vários aparelhos depois que integrantes do MPF do Paraná denunciaram as invasões.

Entre os alvos do suposto hacker está até mesmo o presidente Jair Bolsonaro. Ele foi informado pelo Ministério da Justiça, que confirmou a informação em nota oficial na manhã de hoje. Um dos suspeitos, Walter Delgatti Neto, o "Vermelho", também afirmou à PF que um ministro do Supremo está entre as vítimas, de acordo com pessoas que tiveram acesso ao seu depoimento. A reportagem não conseguiu confirmar o nome do ministro.

Além de Walter, outras três pessoas estão presas em Brasília suspeitas de participarem da invasão a celulares de autoridades dos Três Poderes, entre elas o ministro da Justiça, Sergio Moro; procuradores da Lava Jato; o ministro da Economia, Paulo Guedes; e a líder do governo Bolsonaro no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP). As provas foram encontradas em perícias, buscas e apreensões e baseadas em depoimentos dos presos realizados na terça-feira, 23. De acordo com a PF, o número de vítimas pode passar de mil.

"Vermelho", afirmou, segundo pessoas que tiveram acesso ao seu depoimento, que não pediu nenhuma contrapartida financeira ao dar acesso ao material hackeado ao jornalista Glenn Greenwald - conforme antecipou o jornal O Estado de S. Paulo.

No Twitter, Greenwald voltou a reafirmar que não comenta sobre a fonte, mas publicou reportagem em que "Vermelho" afirma ter entregue o material de forma anônima e não remunerada. "Como sempre falamos: 'Em depoimento, Delgatti, um dos quatro presos pela PF, disse que encaminhou as mensagens ao jornalista Glenn Greenwald, fundador do site, de forma anônima, voluntária e sem cobrança financeira'".

A defesa de Glenn, fundador do site The Intercept Brasil, disse, em nota, que "não comenta assuntos relacionados à identidade de suas fontes anônimas".

O ministro João Otávio de Noronha tomou posse nesta quarta-feira (29) no cargo de presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), considerado a terceira instância da Justiça brasileira. Noronha ficará no cargo pelos próximos dois anos. A vice-presidência do tribunal será exercida no mesmo período pela ministra Maria Thereza de Assis Moura. 

Noronha é ministro do STJ desde 2002 e tem 62 anos. Ele nasceu em Três Corações, Minas Gerais, e iniciou a carreira como advogado do Banco do Brasil. A ministra Maria Thereza nasceu em São Paulo e é especialista em direito processual penal. Ela chegou ao tribunal em 2006. 

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A cerimônia de posse foi acompanhada pelo presidente Michel Temer e pelos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia. 

Ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e responsável pela Corregedoria Nacional de Justiça, João Otávio de Noronha afirmou nesta segunda-feira, 4, que heterossexuais "não têm mais direito nenhum" no Brasil. O comentário foi feito logo após o ministro afirmar que o "juiz constitucional não pode ser pautado pelas minorias só".

"Aliás, eu já vi que eu quero meus privilégios porque o heterossexual agora está virando minoria no Brasil. Não tem mais direito nenhum", disse Noronha, no seminário "Independência e Ativismo Judicial: Desafios Atuais", no STJ.

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Mais tarde, o ministro, por meio de nota, esclareceu que fez uma brincadeira durante a palestra. E ressaltou que foi o primeiro juiz a reconhecer a união homoafetiva e sempre respeitou os direitos das minorias.

Afirmando que é necessário ter atenção para não extrapolar a atuação da Justiça, Noronha ainda disse no evento que há um comportamento entre magistrados que pode levar a um tipo de insegurança e imprevisibilidade. Disse então que, para quem está solteiro, é preciso ter "cuidado" na hora de ir em frente em um namoro, "porque você pode ter amanhã vínculo jurídico que você não tinha desejado", em alusão ao reconhecimento dos direitos de pessoas em união estável. "E se fizer declaração de que é só namorado, tem ministro, tem juiz, que diz que isso não vale. Que não expressa a vontade real." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A primeira sessão de julgamentos da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi aberta nessa quarta-feira (3) com ofensas e bate-boca protagonizado pelo presidente do tribunal, Francisco Falcão, e pelo ministro João Otávio de Noronha. O tom da discussão subiu até que Noronha, no curso da sessão oficial, disse aos colegas no microfone que o presidente do tribunal é "um tremendo mau caráter".

O embate teve início após Falcão anunciar economia no orçamento do tribunal de 2015 e insinuar que um projeto de Noronha, no valor de R$ 40 milhões, não se adequava ao ajuste. "Só no Brasil que essas coisas sonham acontecer", disse Falcão, sobre o projeto de construção de um prédio para a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam).

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"Mas comprou dez carros novinhos, o mais caro possível, com teto de vinil. Comprou só dez, que beneficiava o presidente e seu gabinete. Em um orçamento de contingência...", interrompeu Noronha. Segundo Noronha, o orçamento da Enfam não se confunde com o do STJ e, portanto, não pode ser contabilizado na economia da corte.

O presidente do STJ disse que Noronha sugeriu a renovação da frota em número ainda maior do que o autorizado. "É tão mentiroso...", retrucou o ministro. Fala que vazou pelo microfone mostrou crítica dura de Noronha a Falcão: "Um mau caráter desse vem me provocar na sessão". Falcão e Noronha são conhecidos desafetos. Mas a discussão pública surpreendeu ministros.

Na sequência da discussão sobre o contingenciamento, foi retomado debate sobre uma sindicância que corre no STJ e apura desvios na contratação de serviços e obras na área de informática, que teriam sido autorizados na presidência do ministro Felix Fischer.

Na época, Noronha chegou a liderar comitê que pensava soluções e estratégias de modernização no tribunal. De acordo com ele, no entanto, nunca ficou responsável pela parte operacional, que envolvia licitações.

Há suspeitas de prejuízos de R$ 20 milhões em contratos da área, com superfaturamento. Um dos servidores que é alvo de investigação interna protocolou um mandado de segurança para paralisar o caso na Corte. Em dezembro, a análise do mandado de segurança foi suspensa por um pedido de vista de Noronha. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) empossou nesta terça-feira (2) três ministros em novos cargos. A partir desta terça, João Otávio de Noronha passa a ocupar o cargo de corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Maria Thereza de Assis Moura ficará no cargo de ministra titular e Luís Roberto Barroso integrará o tribunal como ministro substituto. Eles já faziam parte do tribunal, exceto Barroso.

 

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O TSE é composto por sete ministros. A presidência é ocupada por ordem de antiguidade entre os três ministros do Supremo Tribunal Federal que também compõem o tribunal eleitoral. Dois ministros são oriundos do Superior Tribunal de Justiça e dois membros da advocacia completam a composição do tribunal.

O novo corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro João Otávio de Noronha, tomará posse em sessão solene no dia 2 de setembro. João Otávio foi eleito na última quinta-feira pelo pleno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para ocupar a vaga da ministra Laurita Vaz, que por sua vez, assumirá a vice-presidência do Superior Tribunal de Justiça (STJ). 

Trajetória

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Mineiro de Três Corações, João Otávio, 57 anos, é ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) desde 3 de dezembro de 2002 e tomou posse no TSE como ministro efetivo no dia 30 de setembro de 2013. Ele é formou-se em Direito no ano de 1981, na Faculdade de Direito do Sul de Minas, em Pouso Alegre e na mesma instituição fez a especialização em Direito do Trabalho, Direito Processual do Trabalho e Direito Processual Civil.

O ministro também já atuou como membro da 2ª Turma e da 1ª Seção, presidente da 2ª e 4ª Turmas, além de exercer o cargo de corregedor-geral da Justiça Federal, de 2011 a março de 2013, além de ser conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

 

* Com informações do site do Tribunal Superior Eleitoral

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