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O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global não deve se recuperar de forma significativa nos próximos dois anos, uma vez que a gradual desaceleração na China e impedimentos estruturais à expansão na zona do euro, no Brasil e na África do Sul continuam pesando na atividade econômica, avaliou a Moody's em relatório sobre a perspectiva econômica mundial.

Para os países que integram o G-20, a agência de classificação de risco prevê crescimento em torno de 3% em 2015 e 2016, após um avanço estimado de 2,8% em 2014.

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"A maioria dos fatores que têm pesado no crescimento do PIB global em 2014 continuará nos próximos dois anos, incluindo a desaceleração gradual na China", prevê Marie Diron, vice-presidente sênior da Moody's e autora do relatório. "Além disso, deficiências estruturais em alguns países e regiões - incluindo a zona do euro, o Brasil e a África do Sul - também previnem uma recuperação significativa do crescimento", diz ela.

Diante da fraqueza de indicadores econômicos recentes, a Moody's prevê que o PIB da Europa crescerá menos de 1% em 2015 e 1,3% em 2016, após expandir 0,7% neste ano. Até 2019, a agência prevê que a economia da zona do euro será 17% - ou 1,7 trilhão de euros - menor que seria se a tendência de crescimento anterior à crise financeira tivesse se mantido.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que assina uma declaração que o Brasil apresenta na reunião deste sábado (11) do Comitê Monetário Financeiro Internacional (IMFC, na sigla em inglês), órgão que dá as diretrizes políticas para o Fundo Monetário Internacional (FMI), cobrou avanço na reforma do FMI que vai dar mais poder de voto aos países emergentes e aumentar a capacidade de empréstimo da instituição. A paralisação das mudanças compromete a legitimidade e a eficiência da instituição, destaca o texto.

Mantega fala na declaração que a reforma, acordada em 2010, emperrou no Congresso dos Estados Unidos. O ministro destaca ainda o que foi acertado na reunião de abril do FMI: se a reforma não for aprovada até o final deste ano no Congresso, opções alternativas seriam estudadas para os próximos passos da reforma. Mantega diz que "confia completamente nas declarações da diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, e espera que estes estudos já estejam sendo feitos". "O realinhamento das cotas é a peça central da reforma do FMI", diz a declaração.

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Nesta sexta-feira, 10, o ministro das Finanças da Austrália e presidente do G-20, Joe Hockey, também destacou em uma entrevista à imprensa que o Congresso dos EUA está dificultando "muito a reforma do FMI". Para o dirigente, a reforma daria mais "voz na mesa" para todos, mas fatores domésticos dos EUA, como a questão orçamentária, têm impedido a aprovação por deputados e senadores norte-americanos.

Já Lagarde falou ontem que a reforma do FMI é uma "necessidade absoluta", mas está atrasada. "Nós esperamos muito que os diferentes poderes dos EUA compreendam a relevância de ter um FMI que seja representativo da economia global e inclua aqueles que devem ter assento à mesa."

O banco HSBC reduziu sua projeção de crescimento das economias emergentes em 2014, para 4,4%, de 4,5% na estimativa anterior. No entanto, a instituição financeira prevê uma aceleração continuada nos próximos dois anos, com avanço de 4,9% em 2015 e 5,2% em 2016, conforme relatório divulgado nesta quinta-feira (2).

A estimativa de crescimento para o Brasil neste ano também foi rebaixada, para 0,4%, de 1,1%. A Rússia deve registrar estabilidade em 2014 e entrar em recessão no ano que vem, com queda de 1%. Os dois países foram apontados pelo banco como as principais decepções, com maior destaque para a Rússia, em razão das sanções econômicas impostas pelo Ocidente.

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O banco também projeta um avanço de 7,5% na economia da Índia em 2014. Os chineses devem crescer 7,5% em 2014, 7,7% em 2015 e 7,6% em 2016. Fonte: Dow Jones Newswires.

O ingresso de recursos externos na Bolsa já ultrapassa R$ 21,5 bilhões neste ano - o melhor acumulado anual da história da Bolsa - e deve continuar crescendo, podendo alcançar até R$ 27 bilhões, segundo avaliação de profissionais consultados pelo Broadcast. O forte fluxo de recursos para países emergentes, os juros em alta no Brasil e a perspectiva de mudança no cenário político explicam o movimento.

Em setembro, até o dia 24, o saldo de capital externo na Bolsa já soma R$ 3,965 bilhões, o que deve confirmar o mês como o segundo melhor do ano até agora - só perdendo para maio, quando o fluxo foi inflado pela oferta da Oi, em meio ao processo de fusão com a Portugal Telecom. No acumulado do ano, o ingresso totaliza R$ 21,594 bilhões, montante maior do que o visto durante todo o ano passado, de quase R$ 12 bilhões e acima de 2009, que era, até o início de setembro, o melhor ano da história até agora, com R$ 20,596 bilhões.

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"O ano de 2014 está surpreendendo todas as expectativas", destaca o diretor da Citi Corretora, Roberto Rocha. Para o profissional, se mantido esse ritmo, o fluxo de capital externo na Bolsa pode chegar facilmente aos R$ 27 bilhões em 2014, recorde histórico.

O crescente ingresso de capital estrangeiro tem sido a tônica do mercado neste ano, inclusive nas posições de índice futuro, destaca um estrategista de uma asset. Para ele, dois eventos explicam isso: eleições e, principalmente, fluxo de recursos para emergentes. Esse fluxo se fortaleceu a partir do final do primeiro trimestre, com a saída de recursos de Rússia após o conflito de Ucrânia. "Como o mercado brasileiro é um dos maiores e mais líquidos, acabou se beneficiando bastante", avalia esse profissional.

Com taxas reais mais baixas nos Estados Unidos e taxas negativas na Europa criou-se um ambiente de grande liquidez global. "O capital estrangeiro está a procura de yield, o que justifica a migração de países desenvolvidos para emergentes, que tem taxas mais interessantes", avalia o estrategista da Guide Investimentos, Luis Gustavo Pereira.

Rocha, do Citi, lembra que após chegar ao piso em março, com o Ibovespa batendo os 45 mil pontos, a Bolsa ficou barata e acabou atraindo muitos estrangeiros. "Lembro de ouvir de clientes na época que havia um desconto muito grande no mercado brasileiro em relação a seus pares", comenta. Rocha, detalha ainda que houve inicialmente uma entrada de estrangeiros na renda fixa por causa dos juros e certa estabilidade do dólar, que acabou extrapolando para a Bolsa.

A oferta de ações da Oi, destaca Pereira, também contribuiu para elevar o montante de capital externo na Bolsa neste ano. A companhia captou R$ 8,25 bilhões no mercado, sendo R$ 2 bilhões de um fundo administrado pelo BTG Pactual. A oferta chegou a R$ 13,96 bilhões considerando os ativos de R$ 5,7 bilhões da Portugal Telecom (PT). Segundo fontes ouvidas pelo Broadcast na ocasião, cerca de 80% dos recursos vindos do mercado foram de estrangeiros, especialmente de fundos americanos e europeus.

Além do cenário global e das altas taxas de juros brasileiras, a forte entrada de capital externo na Bolsa também foi influenciada pela perspectiva de mudança no âmbito político devido às eleições presidenciais. "O estrangeiro mostrou mais apetite para apostar em alguma mudança potencial de governo", lembra o estrategista da asset.

Para James Gulbrandsen, sócio da NCH Capital, gestora especializa em mercados emergentes, o investidor estrangeiro está se sentindo muito mais confortável com o resultado da eleição, porque todos os candidatos estão falando em mudanças. "Vemos essa disposição, principalmente, de investidores globais de fundos emergentes, que nos últimos dois anos estavam muito underweight em Brasil", avalia.

O profissional confessa estar empolgado com a perspectiva de crescimento para a Bolsa brasileira em 2015. "O próximo ano pode ser um dos melhores para a Bolsa", avalia. Nesse sentido, considera que empresas de pequeno e médio porte (mid e small caps) devem ser as mais beneficiadas, uma vez que as blue chips já anteciparam parte dessa expectativa.

A expectativa de oferta de novas ações deve contribuir para a melhora do fluxo no próximo ano, mas também a previsão de retomada da economia a partir do segundo trimestre do ano, avalia Gulbrandsen. Um dos setores que deve ser beneficiado na Bolsa, para ele, é o ligado ao consumo doméstico. "Ajustes esperados pelo novo governo (mesmo que seja mantido o atual) devem impactar a economia no curto prazo e devemos ver a partir de maio ou junho uma melhora na economia", avalia.

A Rússia está considerando diversificar sua carteira de dívida, evitando papéis de países que tenham imposto sanções a Moscou e migrando para bônus de parceiros do grupo de emergentes apelidado como Brics, afirmou hoje o ministro de Finanças russo, Anton Siluanov.

Nos últimos meses, a União Europeia e os EUA, além da Austrália, do Canadá, do Japão e do Reino Unido, impuseram uma série de sanções à Rússia pela anexação da região ucraniana da Crimeia, em março, e por supostamente apoiar separatistas no leste da Ucrânia. As punições pressionaram as finanças russas, levando o Kremlin a tentar estreitar laços com países emergentes.

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Siluanov, que fez o comentário às margens de um fórum de investimento anual, na cidade balneária de Sochi, disse que a ideia é diversificar a cesta de investimentos de Moscou e buscar alternativas que garantam investimento maior e pouco risco. Segundo o ministro, o governo russo vai estudar a possibilidade de comprar bônus emitidos por Brasil, Índia, China e África do Sul, que, juntos com a Rússia, formam o grupo conhecido como Brics.

"(Gostaríamos) de deixar de investir em papéis de países que impõem sanções contra nós", disse Siluanov, acrescentando que a mudança ocorreria gradualmente. Ele não especificou quando poderão ser feitas as primeiras compras de dívidas do Brics.

De acordo com Siluanov, o propósito de Moscou não é punir o Ocidente, uma vez que sua participação nos investimentos russos é tão pequena que os países ocidentais não sofreriam grande impacto.

Ao ser perguntado se a diversificação significa que a Rússia está se preparando para o isolamento financeiro no longo prazo, Siluanov disse esperar que as sanções em vigor sejam levantadas em breve, mas afirmou que seu ministério precisa estar pronto para outros cenários. Fonte: Dow Jones Newswires.

A Google lançou nesta segunda-feira (15) seus primeiros aparelhos do projeto Android One, uma linha de smartphones de custo acessível focada em países emergentes. Os modelos chegarão primeiramente ao mercado da Índia e custam a partir de 6,4 mil rúpias (aproximadamente R$ 245).

Para criar os aparelhos, a Google fez acordos com as empresas indianas do segmento de telefonia móvel Micromax, Karbonn e Spice Mobiles. Os smartphones rodam o sistema operacional Android, são compatíveis com dois chips, têm rádio FM, câmera traseira (5 megapixels) e frontal (2 megapixels), memória expansível e processadores com quatro núcleos.

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“Com Android One, não queremos apenas ajudar as pessoas a ficarem on-line. Queremos ter certeza de que, quando elas chegarem lá, consigam acessar a riqueza de informações que a rede disponibiliza para todos”, diz o vice-presidente da dividão de Android, Sundar Pichai, no blog oficial do Google.

A Google afirma ainda que planeja expandir o Android One para Indonésia, Filipinas e outros países do sul da Ásia até o final de 2014, com mais países em 2015.

A Índia é vista como um mercado lucrativo para smartphones de baixo custo porque muitas pessoas estão comprando os dispositivos pela primeira vez. Apenas 10% da população da Índia possui um smartphone atualmente, segundo a corretora Nomura.

Com informações de agências

O Bank of America Merrill Lynch (BofA) divulgou nesta quarta-feira (3) um relatório afirmando que as dez principais economias emergentes do mundo mostram sólidos sinais de melhora no terceiro trimestre. O indicador coincidente Global Emerging Markets (GEMcycle), que monitora as condições de negócios, subiu 4,8% na prévia do terceiro trimestre, de 4,5% no segundo trimestre.

O BofA aponta que as leituras de Índia, Polônia e Brasil lideraram a alta em agosto, embora no caso brasileiro os ganhos se devam basicamente ao avanço no mercado de ações. Segundo o banco, os índices de condições econômicas (EIC, na sigla em inglês) do Brasil subiram, em parte "puxados pelo forte desempenho do mercado de ações, com as projeções para Marina Silva na eleição presidencial melhorando".

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Os índices de atividade dos gerentes de compras (PMIs, na sigla em inglês) do Brasil também melhoraram em agosto, aponta o BofA, embora os indicadores concretos sobre a atividade econômica continuem fracos. Após o IBGE ter revelado na semana passada a queda de 0,6% no PIB do segundo trimestre, na margem, o banco reduziu sua projeção para o crescimento brasileiro em 2014 para 0,2%, de 0,7% anteriormente. Segundo a análise da instituição, as condições monetárias mais apertadas têm sido amplificadas pela queda generalizada nos índices de confiança.

De acordo com o BofA, enquanto o índice de indicadores antecedentes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) tem uma defasagem de dois meses, seu GEMcycle é calculado em tempo real, fornecendo uma avaliação mais condizente sobre as condições econômicas correntes em cada um dos países analisados. No caso do Brasil, entre os dados usados estão o desempenho semanal do Ibovespa, o índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br), dados de produção industrial e operações de crédito no sistema financeiro, além do próprio PIB trimestral.

"Nós continuamos otimistas sobre o crescimento dos mercados emergentes, dado o cenário estável ou de melhoria mostrado pelos nossos modelos. Nosso monitor de liquidez aponta para condições melhores em 2014. Além disso, contínuas medidas de estímulo na China, a falta de pressões por aperto monetário na maioria dos países e uma melhora no crescimento das exportações dos emergentes devem permitir um ímpeto maior de crescimento no segundo semestre deste ano", diz o relatório, assinado pelos economistas Alberto Ades e Isidore Smart.

A previsão do banco é de que os dez maiores emergentes registrem um crescimento médio de 4,5% este ano, e o viés para essa projeção é de alta. Além de Brasil, Polônia e Índia, o GEMcycle inclui dados de Rússia, China, Indonésia, Coreia do Sul, Turquia, África do Sul e México.

O Brasil e outros mercados emergentes, como a África do Sul, precisam de "reformas ambiciosas" para voltar a estimular os empresários a investirem e a economia a crescer mais, afirmou o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Olivier Blanchard. "Em um número de países, como o Brasil e a África do Sul, a taxa de investimento é muito baixa, claramente devido a impedimentos estruturais", disse ele, em entrevista à imprensa nesta quinta-feira (24).

Sobre o Brasil, o diretor do departamento para o Hemisfério Ocidental do FMI, Gian Maria Milesi-Ferretti, destacou na entrevista que o investimento tem sido muito fraco e a pressão inflacionária alta, o que levou o Banco Central a elevar os juros em mais de 3 pontos porcentuais. "Isso, evidentemente, tem impacto na demanda", disse. Para o economista, o "espírito animal" dos empresários brasileiros "não está operando muito bem", como pode ser visto pelos níveis baixos de confiança dos agentes.

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A baixa confiança dos empresários brasileiros e os fracos números do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre levaram o FMI, destacou o diretor, a reduzir as projeções de crescimento para este ano do País. A expectativa agora é que o Brasil cresça 1,3%, uma das menores taxas entre os maiores países emergentes.

Falando da necessidade de reformas nos emergentes, Blanchard destacou o México como exemplo de um país que tem conseguido fazer reformas relevantes. Mesmo assim, a previsão de crescimento para a economia mexicana foi reduzida pelo FMI, por conta da desaceleração da expansão nos Estados Unidos em 2014.

Países emergentes proliferam seus ataques contra o protecionismo comercial do governo Brasil. Nos últimos dias, o país recebeu queixas de cinco governos de economias em desenvolvimento que questionavam na Organização Mundial do Comércio as medidas adotadas pelo governo. Todas elas vieram de países emergentes.

Em 2013, o Brasil foi o país que adotou o maior número de medidas contra importados no mundo, com um total de 39 abertura de ações de antidumping. No mundo, 407 barreiras foram implementadas, cem a mais que em 2012.

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A OMC, no entanto, não entra em uma avaliação se as medidas são ilegais ou não. Mas insiste em que governos precisam continuar alertas diante das pressões protecionistas. No total, um fluxo de comércio equivalente a US$ 240 bilhões foi afetado pelas barreiras.

No que se refere ao Brasil, a OMC aponta que 35 novas investigações de dumping foram abertas pelo País em doze meses. O segundo lugar ficou para a Índia, com 35 casos. Os americanos vem na terceira posição, com 34 anos. O quarto lugar é da Argentina, com 19 casos.

Mas se até agora eram americanos, europeus e japoneses que se queixavam das medidas brasileiras, o Itamaraty passou a ser atacado também por economias emergentes que afirmam estar sofrendo das barreiras brasileiras.

Na semana passada, numa reunião da OMC, quem se levantou contra o Brasil foi o novo governo da Ucrânia. Kiev, mesmo diante de sérios problemas internos, protestou sobre o que acredita ser a "falta de consistência" da imposição de barreiras antidumping do Brasil contra produtos siderúrgicos do país da Europa Central.

Três países sul-americanos também incluíram na agenda da OMC queixas contra as barreiras brasileiras. Chile, Colômbia e Peru afirmaram estar preocupados com a forma pela qual o Brasil está investigando a importação de folhas de plástico usadas para embalagens. Um dos setores mais afetados pelas medidas antidumping do Brasil é justamente o setor químico.

Já o governo de Taiwan atacou a investigação que o governo brasileiro conduz no que se refere à suspeita de dumping de preços por parte de exportadores asiáticos de nylon.

Em resposta a todos, o governo brasileiro insiste que os procedimentos de investigações de dumping e a imposição de sobretaxas respeita as regras da OMC. O Itamaraty também se ofereceu para manter discussões bilaterais com cada um desses governos sobre suas preocupações.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo no fim de 2013, o diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, já havia afirmado que um dos problemas desde o início da crise mundial em 2008 é que 80% das medidas para barrar o comércio e declaradas como iniciativas "temporárias" na realidade jamais foram desmontadas. O temor de especialistas é que, uma vez implementadas, as barreiras não serão mais eliminadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A recuperação global continua nos trilhos, liderada pela performance dos Estaos Unidos, e não será prejudicada pela normalização da política do Federal Reserve e pela maior volatilidade do mercado, disse nesta quarta-feira, 26, a agência de classificação de risco Standard & Poor's, em relatório sobre as condições globais de crédito. Segundo a S&P, porém, esses riscos continuarão a afetar os mercados emergentes.

"As condições globais de crédito são mistas, na medida em que a recuperação econômica continua nos trilhos e que os riscos mais perigosos - aqueles relacionados à política fiscal dos EUA e à zona do euro - diminuem", afirmou a agência. "Mesmo assim, os riscos não desapareceram por completo. Em vez disso, eles passaram a se concentrar mais nos mercados emergentes."

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Segundo a S&P, os principais riscos globais envolvem acontecimentos geopolíticos que podem resultar em turbulências financeiras e choques econômicos, como a escalada da crise na Ucrânia. O relatório também cita a normalização da política monetária do Fed, que afeta "particularmente os mercados emergentes".

Para a agência, a América Latina está bem mais resistente hoje do que há dez anos e as condições de crédito na região são favoráveis, mesmo com os riscos relacionados ao Fed. "Apesar de a normalização da política do Fed ser um risco global moderado, seus efeitos na América Latina serão fortes. No entanto, um risco ainda maior para a região é a perspectiva para a China em meio aos ajustes na economia do país e o potencial impacto nos preços das commodities", disse a S&P. Como resultado, a agência cortou sua previsão de crescimento para a região para 2,5% em 2014 - o mesmo ritmo de 2013.

O relatório se mostrou mais otimista em relação aos EUA, devido ao fato de o país ter deixado para trás os choques fiscais que pesaram sobre o crescimento em 2013. A previsão da S&P é de que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresça cerca de 3% este ano, mais que a projeção de 2,6% apresentada no relatório anterior, divulgado em dezembro.

Já na Europa, segundo a agência de classificação de risco, as condições do crédito estão se estabilizando, mas o crescimento continua "anêmico e frágil". A S&P prevê que a zona do euro cresça 1% este ano, pouco mais que a projeção anterior, de 0,9%. A agência destaca o fato de que essa previsão é bem menor do que a de outros mercados desenvolvidos e também as de países emergentes.

Sobre a Ásia, o relatório afirma que as condições de crédito e de crescimento do PIB continuam inalteradas em relação a dezembro. "Acreditamos que a China, que representa pouco menos da metade do PIB da região, continuará a apresentar uma moderação gradual no crescimento, em linha com o desejo das autoridades de reequilibrar a economia e controlar os excessos financeiros", disse a S&P.

As bolsas asiáticas fecharam com perdas nesta segunda-feira (27), pressionadas pelas fortes desvalorizações das moedas emergentes na semana passada. Na China, os mercados já realizam lucro antes de uma semana de férias em razão da semana de férias do Ano Novo Lunar.

No mercado global, a influências vêm dos mercados emergentes, principalmente na Argentina e Turquia, que têm sofrido com uma forte desvalorização das suas moedas. Essa forte deterioração do sentimento nesses mercados ocorre em meio a diversos acontecimentos, com indicadores mais fracos vindos da China, crise cambial na Argentina, turbulência econômica e política na Turquia e protestos na Turquia. A cautela só aumenta antes da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em Inglês) nesta semana que pode, mais uma vez, anunciar uma redução dos estímulos à economia norte-americana.

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Além disso, o mercado repercutiu hoje um relatório da Forbes de que o Banco do Povo da China (PBoC) suspendeu a transferência de dinheiro da instituição antes do feriado. A notícia despertou temores entre os investidores de uma possível crise de liquidez no gigante asiático.

Na China, o ritmo é de feriado e os investidores já tentam realizar lucro antes da quinta-feira, quando acontece o ano-novo chinês. O índice Xangai Composto registrou queda de 1,0%, a 2.033,30 pontos. O índice Shenzen Composto também teve uma tendência de queda, com perdas de 0,6%, a 1.083,21 pontos. Em Hong Kong, o índice Hang Seng teve forte queda de 2,1%, aos 21.976,10 pontos.

"Como o mercado chinês estará fechado por uma semana, a maioria dos investidores estão dispostos a cortar posições em casos de golpes inesperados, disse Deng Wenyuan, analista da Soochow Securities.

Em outras partes da Ásia, o índice sul coreano Kospi fechou em queda de 1,56%, aos 1.810,34 pontos. O índice de Taiwan recuou 1,6%, aos 8.462,57 pontos. Já o índice filipino PSEi teve perdas de 1,8%, aos 6.081,61 pontos. Na Austrália, o mercado não abriu em função de um feriado local.

O ano de 2014 sem dúvida será desafiador para o mundo em geral, mas em especial para as economias dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China). De nações altamente promissoras, esses emergentes levantam cada vez mais dúvidas sobre o potencial para surpreender positivamente. Isso se aplica em menor grau talvez para China e em maior escala para Rússia, Índia e Brasil, além da África do Sul, que foi adicionada depois e não conseguiu acrescentar nenhum brilho extra ao grupo.

As surpresas ficam no lado negativo, com deterioração fiscal na maioria, preocupações com inflação em todos (menos na China) e desaceleração do crescimento em geral. O desafio para esses emergentes será encontrar o equilíbrio das políticas econômicas, promover as reformas necessárias e ainda crescer mesmo quando a maior economia do mundo, os EUA, começar a apertar o cinto.

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O diretor de Pesquisas para a América Latina da Nomura Securities em Nova York, Tony Volpon, alerta para a necessidade dos Brics de "ajustes à nova realidade".

Após cinco anos de política monetária extremamente frouxa, o Federal Reserve se prepara para reduzir as compras mensais de US$ 85 bilhões em ativo e depois, com mais certezas sobre a firmeza da economia americana, começar também a subir os juros, que desde de dezembro de 2008 estão na faixa de 0% a 0,25%.

"Em um dos cenários prováveis para este ano, a eventual recuperação dos EUA vai gerar uma puxada de liquidez para fora dos emergentes, pois sempre existe disposição maior de o dinheiro ficar em casa", afirma Volpon. "Na verdade não tem porque o investidor ficar brincando nessas praias exóticas, com pessoas exóticas como Dilma e Mantega para rentabilizar meu capital", ironiza.

Diante de uma reversão nos fluxos internacionais de capital, com retorno de parte desses recursos para as economias maduras, os emergentes que dependem da poupança externa para financiar seus déficits em conta corrente podem se ver em maus lençóis, principalmente em casos em que há uma deterioração dos fundamentos econômicos, como no Brasil.

As projeções de crescimento para esses países em nada lembram o desempenho visto em 2010, por exemplo, quando os Brics se gabavam de terem se saído melhor da crise de 2008. A China, que cresceu 10,4% em 2010, deve ter expansão de 7,3% em 2014, segundo projeções do FMI.

O Brasil deve ter uma das menores taxas de crescimento dos Brics em 2014, de 2,5%. As estimativas para a Rússia estão em expansão de 2%; na Índia, de 5,1% e na África do Sul, de 2,9%.

Ninguém espera que os Brics voltem a ter o crescimento exuberante de 2010 em 2014, mas que tenham um ano melhor que 2013, mesmo diante da normalização da política monetária dos EUA, da mudança da China de um modelo de crescimento mais voltado para o mercado interno e com a realização de eleições em vários países emergentes, como Brasil e Índia.

Fragilidades

Diante de um cenário global conturbado, alguns grandes emergentes, entre eles, três Brics (Brasil, Índia e África do Sul) ainda precisam lidar com eleições gerais em 2014. "Não prevemos uma ruptura política ou processos de esgarçamento dos mercados, mas isso sempre gera algum tipo de ruído e precisamos ficar atento à evolução das eleições nesses países", diz Marcelo Salomon, codiretor de estratégia para América Latina do Barclays.

Alguns dos Brics ainda correm o risco de terem seus ratings rebaixados em 2014, incluindo Brasil, África do Sul e Índia. Para os dois primeiros, analistas acreditam que o rebaixamento já está dado.

"Não sei se o pessoal da Dilma ou a própria Dilma estão querendo empurrar com a barriga até depois da eleição e aí vêm com um pacotão para agradar o mercado ou se realmente não estão convencidos ainda de que mudou o jogo", disse Tony Volpon, do Nomura.

Com a presidente Dilma buscando a reeleição no próximo ano, analistas não acreditam que o governo promova um aperto fiscal significativo, que poderia pressionar a atividade econômica e elevar o desemprego. "Vamos ter uma deterioração das contas fiscais, com redução do superávit primário e aumento da dívida bruta do setor público em relação ao PIB", diz o presidente do conselho do banco Goldman Sachs no Brasil, Paulo Leme. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (Luciana Antonello Xavier e Álvaro Campos)

O mercado de renda fixa emergente voltou a perder recursos. Levantamento do mercado global feito pelo Royal Bank of Scotland (RBS) com dados da consultoria EPFR Global mostra que fundos de renda fixa emergente registraram saída líquida de US$ 1,6 bilhão na semana encerrada em 11 de dezembro. O ritmo de saída aumentou em comparação à média recente e mostra maior cautela dos investidores com a perspectiva de reversão da política monetária dos Estados Unidos.

Segundo o levantamento, a retirada de recursos equivaleu a 0,67% da carteira na semana, ritmo maior que a média de saída de 0,47% observada nas últimas 29 semanas. O movimento observado nos últimos dias reverte complemente o ingresso equivalente a 0,63% registrado na semana até 4 de dezembro. Segundo o RBS, carteiras de renda fixa emergente perderam recursos em 27 das últimas 29 semanas.

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A pesquisa mostra que a saída de recursos foi liderada pelas carteiras que têm títulos em moeda local - como o real brasileiro ou o rublo russo. Nesse segmento, houve saída líquida de US$ 1 bilhão na semana, valor equivalente a 0,95% da carteira. Esse foi o pior resultado em 15 semanas. Nos fundos que usam como referência moedas centrais - como o dólar norte-americano ou o euro - foi registrado fluxo negativo de US$ 534 milhões ou 0,53%. Também houve saída de investidores nas carteiras que usam cesta de moedas.

Por região geográfica, a Ásia liderou a saída de recursos, com captação negativa de 0,71%. Fundos na América Latina amargaram saques de 0,46% do total da carteira e a saída na Europa emergente somou 0,40%.

Somente quatro instituições brasileiras estão na lista das cem melhores universidades de países emergentes em levantamento inédito feito pela revista Times Higher Education (THE), uma das principais referências em medição da qualidade do ensino superior. A Universidade de São Paulo (USP) é a instituição do Brasil mais bem posicionada na lista, em 11º lugar.

Outras duas paulistas aparecem no rol: a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em 24.ª, e a Universidade Estadual Paulista (Unesp), em 87ª. A outra brasileira na lista é a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 60ª O levantamento considera critérios como produção acadêmica, impacto de artigos científicos e presença internacional da universidade.

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O continente asiático concentra 70% das instituições da lista. A China tem 23 representantes no Top 100, seguida de Taiwan, com 21, e Índia, com 10. De acordo com a THE, a China se consolida como uma potência na educação superior, que pôs a pesquisa e o ensino universitário como eixos do desenvolvimento econômico.

A América Latina teve participação tímida, com apenas nove universidades, o mesmo número que a África. Além das quatro brasileiras, faculdades de México (2), Chile (2) e Colômbia (1) estão listadas no ranking. Entre as principais economias emergentes, também são citadas a África do Sul (5) e a Rússia (2).

Lista global

Em outubro, as universidades brasileiras tiveram mau desempenho no ranking mundial de universidades organizado pela Times Higher Education. A USP, única do País entre as 200 melhores, saltou de 158º lugar em 2012 para o grupo de 226º a 250º em 2013. Já a Unicamp passou da faixa de 251º a 275º em 2012 para 301º a 350º.

Os países emergentes terão de se ajustar a um cenário de menor crescimento e de mudança nas condições financeiras globais num momento em que a economia mundial passa por nova transição, afirmou o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Olivier Blanchard. Os Estados Unidos são a principal fonte de risco para a economia global neste momento, destacou em entrevista nesta terça-feira (8). O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) tem que lidar com problemas de comunicação que são "novos e delicados" e devem afetar os mercados, na medida em que a política monetária dos EUA mudar.

Sobre a paralisação do governo, Blanchard ressaltou que ela não deve ter maiores efeitos negativos na economia se durar pouco tempo. Mas o fracasso em elevar o teto da dívida pode levar a grandes turbulências no mercado financeiro global e até colocar a economia mundial em recessão.

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"O fracasso prolongado pode levar a uma consolidação fiscal extrema nos EUA e seguramente afetar a recuperação da economia norte-americana", disse aos jornalistas. Blanchard frisou que o FMI vê como baixa a probabilidade de um fracasso em elevar o teto da dívida, mas que se isso ocorrer, as consequências serão graves.

No caso da Europa, o economista frisou que a região, finalmente, mostra sinais de recuperação. "A retomada, porém, não se deve a nenhuma grande mudança na política econômica, mas em parte a uma mudança no humor (dos agentes)", disse Blanchard.

Na semana passada, a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, já havia mencionado em um discurso a nova transição que passa neste momento a economia global, com os países desenvolvidos ganhando força lentamente e os emergentes perdendo impulso. Hoje, Blanchard voltou a tocar no tema, destacando que a desaceleração dos emergentes tem sido maior que a esperada pelo FMI.

O Federal Reserve percebeu que qualquer tentativa de reduzir ou eliminar o relaxamento quantitativo levará a um aumento nos custos dos empréstimos, afirmou Jeffrey Sica, presidente e diretor de investimentos da Sica Wealth Management, que gerencia mais de US$ 1,0 bilhão em ativos de clientes.

"Depois do alerta feito pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) algumas semanas atrás, que destacou a necessidade de clareza no futuro para evitar um colapso econômico nos mercados emergentes, o banco central dos EUA ficou relutante em começar a reduzir as compras de bônus antes de ter clareza sobre qual impacto os custos mais altos dos empréstimos terão nos frágeis mercados emergentes", comentou Sica. Fonte: Dow Jones Newswires.

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Economias emergentes aumentaram sua importância e, com isso, cresce o potencial risco gerado por esses mercados em relação à estabilidade financeira global. A avaliação foi feita nesta segunda-feira, 2, pelo presidente do Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) e do Banco da Inglaterra, Mark Carney. "O potencial contágio gerado por mercados emergentes tem aumentado. O impacto (desses mercados) no sistema financeiro global é algo que estamos olhando", disse Carney, durante entrevista realizada nesta manhã na capital britânica.

Carney citou que acompanha o tema pessoalmente e com frequência. "Esse é um dos temas de responsabilidade do FSB", afirmou. O aumento do risco potencial dos emergentes ocorre porque grandes mercados em desenvolvimento estão mais integrados ao sistema financeiro global e têm, proporcionalmente, mais peso do que tinham anos atrás.

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Segundo Carney, um de seus interlocutores sobre o assunto é o atual presidente do Banco Central do México, Agustín Carstens. O economista mexicano, aliás, foi nomeado em março presidente da Comissão Permanente de Avaliação de Vulnerabilidades do FSB.

As moedas dos países emergentes foram impulsionadas nesta sexta-feira, 23, por uma série de intervenções de bancos centrais ao redor do mundo e após dados decepcionantes do mercado imobiliário dos EUA aumentarem a incerteza dos investidores sobre uma redução de estímulos do Federal Reserve já em setembro. Os estímulos injetaram dinheiro barato na economia e levaram os investidores a buscarem retornos maiores nos ativos de países emergentes.

O real foi a moeda emergente que mais avançou frente ao dólar, impulsionado pela intervenção do Banco Central. A instituição anunciou que injetará no mercado mais US$ 60 bilhões em leilões de swap e de linha até o fim do ano e causou o efeito desejado no dólar. Assim, o dólar à vista no balcão caiu abaixo de R$ 2,36, registrando recuo de mais de 3%. No acumulado do ano, o real registra desvalorização de 15% ante o dólar.

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"Esse plano melhor que o esperado de vender dólares por meio de um sistema automático ajuda a restaurar a confiança do mercado porque é consistente e previsível", disse Maya Hernandez, estrategista do HSBC em Nova York.

Os leilões diários planejados marcam uma mudança em relação às intenções anteriores do banco, mais erráticas, então têm o potencial de serem mais significativos para impulsionar o real com o tempo, segundo a estrategista. "A regulação não tem sido o forte do governo brasileiro e os preços dos ativos refletem isso. Esse mecanismo é muito mais amigável do que o que tínhamos até agora - é uma mudança na direção certa", afirmou.

O real avançou com o anúncio do BC apesar da notícia divulgada nesta sexta-feira de que o déficit em conta corrente do País aumentou em julho para US$ 9,02 bilhões, de US$ 3,95 bilhões em junho, devido ao aumento das importações.

A rupia indiana também avançou ante o dólar, assim como o peso mexicano, o peso chileno, o rand sul-africano e a rupia da Indonésia. O dólar caiu 0,8% ante a moeda indiana, 0,7% ante o peso mexicano e 0,6% frente ao peso chileno. Ante o rand sul-africano, o recuo foi de 0,6%. Já a rupia da Indonésia avançou 1,3% frente à moeda norte-americana.

Por outro lado, a lira turca continuou a despencar ante o dólar, atingindo uma mínima recorde, na medida em que o país continua a sofrer com o êxodo de investidores, apesar das contínuas intervenções do banco central turco. Fonte: Dow Jones Newswires.

A crise econômica internacional não tirou da inovação o status de prioridade entre os países desenvolvidos e parte dos emergentes, avaliou nesta quinta-feira (1º) o presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. Ele acredita que essa insistência elevará essas nações a um patamar diferenciado.

"Está nascendo um processo de transformação, que ainda não é evidente e que vai diferenciar um conjunto de países que têm perseverado no apoio e no avanço da inovação", destacou ele no lançamento da pesquisa Barômetro da Inovação, feita pela multinacional General Eletric (GE).

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Coutinho disse que o Brasil é um caso de país atrasado na inovação, por ter uma estabilização da economia recente. "Foram 30 anos de uma altíssima instabilidade em que era impossível para o setor privado enxergar além de um ou dois anos".

Atualmente, na visão dele, o Brasil organizou o sistema de ciência e tecnologia, com a Lei do Bem e a Lei da Inovação, e dispõe dos mesmos instrumentos de apoio à inovação que os países desenvolvidos. Apesar disso, ele destacou que é preciso "dobrar o esforço de inovação do setor privado, que em outros países corresponde de dois terços a 80% dos investimentos".

"O sistema brasileiro está muito encapsulado. Ele precisa disponibilizar mais recursos diretos que façam o papel catalisador da energia privada. É insubstituível a liderança do setor privado".

Apesar da redução da participação da indústria no Produto Interno Bruto de muitos países, entre eles o Brasil, o presidente do BNDES destacou o papel do setor na inovação: "Se olharmos por dentro, vamos ver que o papel da indústria não se modificou. Ela contribui com mais de 70% dos investimentos em inovação".

De acordo com a pesquisa realizada pela GE com 3,1 mil executivos das maiores empresas de 25 países, 95% dos entrevistados brasileiros disseram que a inovação é uma prioridade estratégica para suas empresas.

O Brasil foi apontado como ambiente positivo para a inovação por 30% dos entrevistados, o 17º melhor resultado. Quando os entrevistados foram os próprios brasileiros, 43% avaliaram que o cenário nacional favorece a inovação.

Os dez países mais bem avaliados globalmente foram: Alemanha (85%), Estados Unidos (84%), Japão (81%), Coreia do Sul (70%), Reino Unido (69%), Suécia (66%), China (66%), Cingapura (63%) e Suíça (60%). A Índia aparece na lista em 12º, com (55%), a Rússia, em 18º, com 29%, e a África do Sul, em 23º, com 20%. A Nigéria, com 5%, foi a última colocada.

Diante da perspectiva de reversão da política monetária nos Estados Unidos, a agência de classificação de risco Fitch Ratings publicou nesta segunda-feira, 08, um mapa da vulnerabilidade de 31 países emergentes. De 11 critérios avaliados, o Brasil recebeu uma nota vermelha para a elevada relação entre crédito e poupança e duas observações amarelas, uma para o crédito bancário e outra para o vencimento da dívida pública.

Para tentar avaliar o impacto da reversão da política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), a agência Fitch desenvolveu um mapa da vulnerabilidade externa para os mercados emergentes mais importantes. Da comparação dos números dos 11 critérios relacionados a contas externas, finanças públicas e setor bancário, foram criados dois grupos mais vulneráveis: "vermelho" para a parcela das economias com as piores avaliações e "amarelo" para identificar o segundo grupo mais vulnerável.

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O Brasil recebeu uma nota vermelha pela relação entre o crédito bancário e depósitos, que, segundo o estudo, terminou o ano passado em 141,4%. Isso quer dizer que o volume de empréstimos tomados pela sociedade é mais que o dobro do valor depositado nos bancos. Nesse critério, o Brasil teve o indicador mais elevado entre os 31 países avaliados. Para efeito de comparação: o indicador é de 75,8% na China, 79,8% na Índia e 106,4% na Rússia. No caso russo, o país recebeu nota amarela pelo número.

Outro foco de vulnerabilidade do Brasil é o crescimento do crédito bancário ao setor privado. De 2008 a 2012, a carteira de financiamentos e empréstimos teve média expansão anual de 12,7% no Brasil. O desempenho recebeu nota amarela da Fitch. Nesse critério, o desempenho da China, com crescimento da carteira de 16% no período, recebeu avaliação vermelha. Os demais Bric (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia e China) tiveram números mais modestos: 6,8% para a Rússia e 9,5% para a Índia.

A terceira vulnerabilidade brasileira é a maturidade da dívida pública. O critério não é detalhado no estudo, mas a Fitch destaca o montante da dívida pública brasileira que tem vencimento no curto prazo, o que equivale a 8,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Novamente, o País recebeu nota amarela no critério. Nessa avaliação, a China tem apenas 2,3% do PIB e a Rússia, 1,2% do PIB.

Nos demais critérios da pesquisa, o Brasil não recebeu notas vermelhas ou amarelas. Dentre essas avaliações, estão o financiamento das contas externas, relação entre reservas internacionais e serviço da dívida externa, total da dívida externa, resultado das contas públicas, parcela da dívida adquirida por estrangeiros e tamanho do crédito em relação ao PIB.

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