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O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse nesta terça-feira que o pedido de desculpas do presidente de Israel, Reuven Rivlin, à presidente Dilma Rousseff põe fim ao mal-estar provocado pelas declarações do porta-voz da chancelaria, Yigal Palmor. Segundo o assessor, não houve uma retratação e sim escusas por Palmor chamar o Brasil de "anão diplomático".

Rivlin ligou ontem para a presidente Dilma para explicar a posição do governo israelense no conflito que se estende por mais de um mês na Faixa de Gaza. "Foi uma conversa muito simpática onde ele expôs as razões do governo de Israel e a presidente expôs o porquê tínhamos adotado a posição que adotamos", revelou Garcia após participar, em Brasília, do lançamento do site "O Brasil da Mudança", organizado pelo Instituto Lula.

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De acordo com o assessor, a posição do governo brasileiro sobre o conflito não mudou e Brasil e Israel manterão as relações diplomáticas. Garcia deu o assunto por encerrado. "Ficou claro concretamente que há uma disposição dos dois governos de manter uma relação histórica", disse Garcia.

Há duas semanas, o porta-voz disse que o Brasil estava se transformando em "um parceiro diplomático irrelevante, que cria problemas em vez de contribuir para soluções". Em resposta às afirmações, o Brasil chamou de volta ao País, para consultas, o embaixador em Tel Aviv, Henrique Sardinha Filho. A ação irritou o governo israelense, que disse ter ficado "desapontado" com a atitude do governo brasileiro.

O presidente de Israel, Reuven Rivlin, telefonou na tarde desta segunda-feira (11) para a presidente Dilma Rousseff para lhe pedir desculpas pelas declarações dadas pelo porta-voz da chancelaria, Yigal Palmor. Há duas semanas, ele classificou o Brasil de "anão diplomático" e disse que o País estava se transformando em "um parceiro diplomático irrelevante, que cria problemas em vez de contribuir para soluções".

Em resposta às afirmações, o Brasil chamou de volta ao País, para consultas, o embaixador em Tel Aviv, Henrique Sardinha Filho, o que causou irritação ao governo israelense que disse ter ficado "desapontado" com a atitude do governo brasileiro. Segundo nota sobre o telefonema distribuída pelo Palácio do Planalto, "o chefe de Estado israelense apresentou desculpas pelas recentes declarações do porta-voz de sua Chancelaria em relação ao Brasil" e "esclareceu que as expressões usadas por esse funcionário não correspondem aos sentimentos da população de seu país em relação ao Brasil".

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Os dois presidentes conversaram ainda sobre a grave situação atual na Faixa de Gaza, segundo a nota do Planalto. Dilma afirmou que o governo brasileiro "condenará e condena ataques a Israel, mas que condena, igualmente, o uso desproporcional da força em Gaza, que levou à morte centenas de civis, especialmente mulheres e crianças". Dilma fez questão ainda de reiterar "a posição histórica do Brasil em todos os foros internacionais de defesa da coexistência entre Israel e Palestina, como dois Estados soberanos, viáveis economicamente e, sobretudo, seguros".

O presidente de Israel, por sua vez, também de acordo com informação do Planalto, destacou que seu país estava defendendo-se dos ataques com mísseis que seu território vinha sofrendo.

Na conversa com o presidente israelense, Dilma disse que tem "esperança de que a continuidade do cessar-fogo e as negociações atuais entre as partes possam contribuir para uma solução definitiva de paz na região". Para Dilma, ainda conforme informou o Planalto, "a crise atual não poderá servir de pretexto para qualquer manifestação de caráter racista, seja em relação aos israelenses, seja em relação aos palestinos".

Dilma lembrou ainda os "laços históricos que unem os dois países há várias décadas". Na semana passada, o Brasil já havia decidido que o embaixador do Brasil em Israel, Henrique Sardinha, deveria retornar nos próximos dias a Tel Aviv. O entendimento do Planalto era de que a convocação de Sardinha para consultas sobre a ofensiva israelense na Faixa de Gaza já cumpriu o gesto político que o governo federal queria fazer a Israel.

O presidente do Egito, Abdel-Fattah el-Sissi, está na Arábia Saudita para encontrar um dos seus mais fortes defensores, o Rei Abdullah, para conversar sobre pontos cruciais da segurança na região.

O monarca da Arábia Saudita forneceu ao Egito ao menos US$ 12 bilhões em ajuda para salvar sua economia, depois que os militares, liderados por el-Sissi, tiraram o presidente islâmico do País do poder, no ano passado.

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El-Sissi chegou ao fim deste domingo, em sua primeira visita ao reino, desde que foi eleito presidente em maio. Os dois líderes tiveram um breve encontro em junho, quando o Rei Abdullah parou em Cairo para parabenizar el-Sissi por sua vitória.

Diplomatas egípcios e sauditas dizem que deste vez é esperado que os dois conversem sobre cinco pontos principais: a guerra em Gaza; o conflito na Líbia; a guerra civil na Síria, o avanço dos militantes islâmicos no Iraque; e o terrorismo. Fonte: Associated Press.

O governo do Chile convocou o embaixador do país em Tel-Aviv para consulta em ato de repúdio à ofensiva de Israel na Faixa de Gaza. O ministro do Exterior chileno disse, em nota, que o país está "preocupado e desanimado" com a intensificação dos ataques.

O documento informa ainda que o governo chileno acredita que a ofensiva "desencadeia uma punição coletiva sobre a população palestina", em referência às mais de 1.000 mortes já provocadas pelos ataques, que atingiram inclusive hospitais e escolas.

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Israel tenta impedir o lançamento de foguetes pelo Hamas a partir da Faixa de Gaza. No entanto, o governo do Chile diz que a resposta israelense é desproporcional. Fonte: Associated Press.

O assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, rebateu na manhã desta sexta-feira, 25, a declaração do porta-voz da chancelaria de Israel, Yigal Palmor, de que o Brasil é um "anão diplomático" e "parceiro diplomático irrelevante".

"(O porta-voz) é o sub do sub do sub do sub do sub do sub", afirmou Garcia a jornalistas, antes de solenidade no Palácio do Planalto de posse dos membros do Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. Questionado se a declaração do porta-voz não teria sido deselegante, Garcia respondeu: "Eu não sou especialista em elegância."

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Em uma rápida conversa com jornalistas, o assessor especial da Presidência também ironizou a estatura do porta-voz. Indagado sobre como o episódio estava sendo visto pelo Palácio do Planalto, o assessor respondeu: "Eu não sei, porque ele (o porta-voz da chancelaria) foi filmado daqui pra cima, não dá pra saber a estatura dele."

A réplica de Israel à dura nota do governo brasileiro, que classificou de "inaceitável" a escalada desproporcional da ofensiva militar sobre Gaza, mexeu com os brios do Itamaraty e do Planalto e resultou numa tréplica do ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo. Mas na avaliação de diplomatas e assessores presidenciais a ordem é encerrar a escalada verbal entre os dois países e evitar bate-boca.

O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, rebateu nesta quinta-feira (24) as declarações do porta-voz da Chancelaria de Israel, que teria chamado o Brasil de "anão diplomático" ao criticar a decisão do País de chamar para consultas seu embaixador em Tel-Aviv por causa da ofensiva militar israelense contra a Faixa de Gaza. Em evento em São Paulo, o ministro também rebateu nota da Chancelaria israelense que afirmou quer a decisão brasileira ignorava o direito de Israel de se defender.

"Somos um dos 11 países do mundo que têm relações diplomáticas com todos os membros da ONU e temos um histórico de cooperação pela paz e de ação pela paz internacional. Se há algum anão diplomático, o Brasil não é um deles", disse o ministro, citado pela agência Reuters. "Não contestamos o direito de Israel de se defender, jamais contestamos isso. O que contestamos é a desproporcionalidade das coisas", acrescentou.

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De acordo com a agência de notícias palestina Ma'an News, 116 palestinos foram mortos por ataques israelenses em Gaza nesta quinta-feira, elevando a 797 o número de palestinos mortos desde o início da ofensiva; no mesmo período, 31 soldados israelenses foram mortos por foguetes disparados desde Gaza.

Reação israelense

Mais cedo, o Ministério das Relações Exteriores israelense havia reagido às críticas feitas pelo Brasil à postura de Israel no conflito com os palestinos na Faixa de Gaza. As autoridades israelenses chamaram o País de "anão diplomático". "Essa é uma demonstração lamentável de por que o Brasil, um gigante econômico e cultural, continua sendo um anão diplomático", disse o porta-voz Yigal Palmor nesta quinta-feira, 24, de acordo com o jornal The Jerusalem Post.

Na quarta-feira, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou uma nota afirmando que o País considera "inaceitável" o conflito e chamou para consultas o embaixador brasileiro em Tel-Aviv, Henrique Sardinha. "Condenamos energicamente o uso desproporcional da força por Israel na Faixa de Gaza, do qual resultou elevado número de vítimas civis, incluindo mulheres e crianças", dizia a nota da chancelaria brasileira.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) Ban Ki-moon e o secretário de Estado norte-americano John Kerry foram para o Cairo nesta segunda-feira (21) para tentar encerrar as duas semanas de combates entre Israel e o grupo islâmico Hamas que já deixou pelo menos 510 palestinos e 20 israelenses mortos, além de desalojar dezenas de moradores de Gaza, obrigados a deixar suas casas.

Apesar dos novos esforços para um cessar-fogo liderados por Ban e Kerry, aviões israelenses continuam a atingir casas em Gaza, enquanto o Hamas dispara mais foguetes e seus integrantes tentam entrar em Israel.

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Em apenas um ataque israelense, 25 pessoas morreram e ficaram soterradas nos escombros de uma casa na cidade de Khan Younis, ao sul do território, dentre elas 24 de uma mesma família. "Isso não indica que Israel é implacável? Somos mentirosos? As provas estão aqui, nos refrigeradores do necrotério. As provas estão nos refrigeradores."

Militantes do Hamas tentaram mais uma vez entrar em território israelense por meio de túneis. O Exército de Israel disse que 10 integrantes do grupo foram motos depois de terem sido detectados e atacados por aeronaves israelenses.

O Hamas também disparou mais 50 foguetes contra Israel, dentre eles dois contra Tel-Aviv, sem provocar danos ou deixar feridos. Desde o início da operação israelense, o Hamas já disparou cerca de 2 mil foguetes contra Israel.

O ministro da Defesa de Israel, Moshe Yaalon, declarou nesta segunda-feira que está preparado para manter a ofensiva "pelo tempo necessário" para interromper os disparos de foguetes e outros ataques vindos de Gaza.

O Hamas disse que antes de interromper os disparos, quer garantias de que Israel e o Egito aliviarão significativamente o bloqueio contra Gaza, que já dura sete anos.

"A resistência (Hamas) não vai responder a qualquer pressão", afirmou o porta-voz do Hamas Sami Abu Zuhri em mensagem de texto, numa referência aos novos esforços para um cessar-fogo. O domingo foi o dia mais violento em Gaza desde o início do conflito, em 8 de julho. Mais de 100 palestinos foram mortos, segundo autoridades locais.

Em resposta ao aumento da violência, o Conselho de Segurança da ONU expressou "sérias preocupações" sobre o crescente número de civis mortos e exigiu um fim imediato dos combates.

Na manhã desta segunda-feira, um ataque aéreo israelense atingiu a casa da família Siyam, no sul de Gaza, perto da cidade de Rafah, informou o Centro Palestinos para os Direitos Humanos. Dez pessoas morreram, dentre elas quatro crianças pequenas e uma bebê de 9 meses, informou Ashraf al-Kidra, que trabalha para a instituição. Fonte: Associated Press.

O presidente Vladimir Putin desmentiu informações sobre a intenção da Rússia de reabrir uma base em Cuba que era utilizada durante a Guerra Fria para espionar os Estados Unidos, segundo um comunicado publicado nesta quinta-feira no site do Kremlin.

O jornal russo Kommersant afirmou na quarta-feira que a Rússia e as autoridades comunistas de Cuba acordaram reabrir "a princípio" a base de Lourdes, fechada desde 2001.

Mas Putin afirmou categoricamente que "isso não é certo", ao ser interrogado por um jornalista russo em Brasília, onde participa de uma reunião de cúpula das potências emergentes, indica o site do Kremlin.

"Fechamos este centro, de comum acordo com nossos amigos cubanos. Não temos a intenção de retomar suas atividades", acrescentou.

O centro de escutas foi criado em 1964 após a crise dos mísseis de Cuba. Fica a apenas 250 km da costa americana e foi a maior base da ex-União Soviética fora de suas fronteiras, com cerca de 3.000 funcionários.

Era utilizado para ouvir sinais de rádio, incluindo os de barcos e submarinos, e as comunicações de satélites.

Rússia e Cuba voltaram nos últimos anos a estreitar seus laços políticos e econômicos, que foram abalados com a dissolução da URSS, em 1991.

Putin visitou a ilha na semana passada, em sua primeira escala de um giro pela América Latina que também o levou à Argentina e ao Brasil. Na ocasião, Moscou perdoou 90% da dívida de Cuba, que datava da época soviética, de cerca de 32 bilhões de dólares.

Irritada com a resposta do Ocidente sobre a Ucrânia e ansiosa para diversificar suas opções, a Rússia está se movimentando rapidamente para reforçar laços com a Coreia do Norte em uma manobra diplomática que poderia complicar o esforço liderado pelos EUA para pressionar Pyongyang a desistir de seu programa de armas nucleares.

A estratégia proativa da Rússia na Ásia, que também envolve um aproximação com a China e foi apelidada de "Pivô de Putin", começou anos atrás, como uma resposta de Moscou à construção de alianças e reequilíbrio das forças militares de Washington no Pacífico. Mas a iniciativa ganhou um novo sentido de urgência desde a crise na Ucrânia.

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"Ao fortalecer a sua relação com a Coreia do Norte, a Rússia está tentando aumentar seu poder de barganha ante os Estados Unidos e o Japão", disse Narushige Michishita, especialista em segurança de Coreia do Norte e Ásia no Instituto Nacional de Pós-Graduação em Estudos Políticos do Japão. Michishita acrescentou que, para Putin, mostrar a Washington que não vai ser intimidado pelas sanções é "um dos mais fatores importantes" para cortejar Pyongyang agora.

Moscou segue cautelosa com a possibilidade de ter uma Coreia do Norte com armas nucleares em sua fronteira. Mas, ao longo dos últimos meses, o país cortejou a Coreia do Norte com promessas de aumento dos projetos de comércio e desenvolvimento, trocas políticas importantes e uma votação na Duma sobre o cancelamento de uma dívida de US$ 10 bilhões da era soviética.

Uma visita de três dias em abril pelo vice-primeiro-ministro Yuri Trutnev, que também é o enviado presidencial para o distrito federal russo no extremo leste, marcou o "ápice de uma nova fase nas relações russas e norte-coreanas tomando forma - um tipo de renascimento, se você preferir", disse Alexander Vorontsov, especialista em Coreia do Norte na Academia de Ciências da Rússia, escreveu recentemente em seu blog 38 Norte.

"Ainda é uma questão aberta se a crise atual na Ucrânia irá resultar em mais mudanças substanciais na política russa com relação à Coreia do Norte, particularmente ao lidar com suas questões nucleares e de mísseis", disse Vorontsov. "Com o Ocidente aumentando a pressão sobre a Rússia como resultado de diferenças sobre a Ucrânia, o fato de que Moscou e Pyongyang estão sujeitas a sanções dos EUA irá objetivamente aproximá-las e fazer com que se aproximem da China." Fonte: Associated Press.

A Rússia e a China vetaram uma resolução no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que pretendia dar poderes ao Tribunal Penal Internacional para investigar possíveis crimes de guerra na Síria.

Esta é a quarta vez que os países usam o seu poder de veto como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU para desviar a atenção contra o governo do presidente Bashar Assad.

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Dezenas de países assinaram um contrato para apoiar a resolução, que foi redigida pela França e que procurava um caminho de justiça para o conflito, que entra em seu quarto ano.

Se tivesse sido aprovada, a resolução permitiria um julgamento de crimes de guerra sem distinção entre governo e oposição.

Antes da votação, o secretário-geral adjunto da ONU, Jan Eliasson, pediu que os membros do Conselho encontrassem uma unidade e "colocassem fim a este longo pesadelo". Fonte: Associated Press.

O príncipe Charles divulgou hoje comentários comparando o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ao ditador alemão Adolf Hitler no episódio da interferência de Moscou na Ucrânia. A situação dividiu os analistas e também políticos britânicos, que expressaram críticas e alguma simpatia pela observação da realeza da Grã-Bretanha.

O jornal Daily Mail informou que o herdeiro do trono britânico fez os comentários na cidade de Halifax, para Marienne Ferguson, cuja família fugiu da Polônia antes que fosse invadida pelos nazistas em 1939.

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Ferguson, que é voluntária em museu de imigração no qual Charles visitou, disse que quando o príncipe soube sobre seu passado familiar respondeu que Putin está fazendo a mesma coisa que Hitler. Ele se referia ao episódio de anexação da Crimeia - que pertencia à Ucrânia - ao território russo.

"Devo dizer que concordo com ele e tenho certeza que muitas pessoas também", disse Ferguson. "Mas fiquei muito surpresa de ele ter comentado isso porque eu sei que eles (membros da família real) normalmente não falam essas coisas", explicou.

Os comentários causaram uma série de comentários na mídia da Grã-Bretanha, onde Charles tem sido acusado de comprometer a neutralidade política da família Real com fortes opiniões na educação, arquitetura e meio ambiente.

O deputado do Partido Trabalhista, Mike Gapes, disse que em uma democracia constitucional "a monarquia deve ser vista e não ouvida". O vice-premiê, Nick Clegg, rebateu e disse que o príncipe era "livre para expressar suas próprias ideias".

O escritório que representa o príncipe não se manifestou, assim como representantes do Kremlin. Fonte: Associated Press.

Em 2011, quando assumiu o governo, a presidente Dilma Rousseff avisou que não pretendia dedicar tanto tempo a viagens internacionais, como fizeram os seus dois antecessores. Ninguém no Itamaraty imaginava, porém, que a mudança seria tão drástica. Nos seus três primeiros anos, Dilma recebeu um terço dos presidentes e fez pouco mais da metade de viagens na comparação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no mesmo período de mandato

A redução incomoda diplomatas e até mesmo correligionários, que reclamam de ver o Brasil perder a influência construída em oito anos de governo Lula.

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Assessores mais próximos da presidente creditam a escassez de visitas de Estado ao País à agenda apertada e ao aumento na quantidade de cúpulas a que os mandatários hoje precisam comparecer, o que facilita encontros bilaterais. Dilma, porém, nunca escondeu a pouca paciência com os meandros da diplomacia. Para marcar uma viagem ou uma visita, diplomatas precisam suar para convencê-la.

Por causa do estilo, o foco da política externa de Dilma nesses três primeiros anos passou longe da ideia de "caixeiro-viajante", como Lula costumava se autointitular. Em meio a suspeitas de que os Estados Unidos espionaram a Petrobras e até comunicações dela própria, a presidente acabou voltando seus esforços externos a discussões sobre soberania e governança global da internet.

Nos seus três anos de governo, Dilma recebeu presidentes 21 vezes - alguns deles, como Cristina Kirchner, da Argentina, José Mujica, do Uruguai, mais de uma vez. Em alguns casos, em visitas quase informais, como quando Mujica foi apenas jantar com a presidente no Palácio do Alvorada em uma visita que só foi anunciada no dia seguinte, em uma nota do Palácio do Planalto. Em seus primeiros três anos de governo, Lula havia recebido 63 visitantes. Fernando Henrique Cardoso, 50.

Estoque

O estoque de pedidos de visitas, tanto ao Brasil quanto para que a presidente vá a outros países, alcança algumas dezenas. Mesmo na América do Sul, supostamente a prioridade da sua política externa, Dilma ainda não foi a todos. Uruguai, Argentina, Paraguai e Venezuela, os parceiros do Mercosul, receberão atenção especial. Dilma também já foi três vezes ao Peru - uma delas, para a Cúpula América do Sul-Países Árabes -, mas Bolívia e Equador ainda esperam uma atenção, e têm cobrado. Colômbia, Guiana e Suriname também não estão nos planos, assim como não há menção de um volta pelo Caribe, tão caro a Lula e com quem o Brasil aumentou exponencialmente os negócios.

A necessidade de ver um fim prático para as visitas e viagens já deixou o Brasil em situações difíceis, segundo diplomatas. Em 2012, não queria ir para a Cúpula ASPA, em Lima, um grupo criado e incentivado pelo Brasil - terminou convencida na última hora. Em 2011, na sua primeira visita à África, só concordou em ir a Angola e Moçambique depois do encontro IBAS (Índia, Brasil e África do Sul), em Pretória, uma semana antes. Presidentes, diplomatas e ministros dos países visitados tiveram que cancelar compromissos e viagens para atender a comitiva brasileira.

A preferência da presidente são os encontros em que acredita haver resultados práticos e impacto mundial, como o G20 - encontro dos 20 países mais ricos do mundo - e os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), além da Assembleia das Nações Unidas, em Nova York, quando fez o discurso pela governança global na internet e cobrou duramente o presidente dos EUA, Barack Obama.

Nas viagens, Dilma tem por hábito fazer diversos encontros bilaterais curtos. Assessores próximos explicam que essa é sua preferência e que acredita ser suficiente. Os diplomatas afirmam que Dilma consegue bons resultados. Objetiva, a presidente costuma cobrar sem problemas respostas para assuntos que não evoluem e passar recados duros. Em Bruxelas, na última cúpula Brasil-União Europeia, deixou claro ao outro lado que não gostou das ameaças da União Europeia de questionar a zona franca de Manaus, por exemplo.

Insubstituível

O embaixador Sérgio Danese, subsecretário-geral de Comunidades Brasileiras no Exterior, sustenta que as viagens de presidentes em encontros são uma força "quase insubstituível" na promoção dos interesses brasileiros. Um dos pontos essenciais, defende o embaixador, são as visitas de Estado, seja recebendo, seja viajando a diferentes países.

Além disso, afirma Danese, as viagens e visitas do presidente colaboram para não apenas promover os interesses do País, mas elevar o nível de participação do Brasil nos foros decisivos e ampliar parcerias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Irã vai triplicar o número de emissários comerciais em suas embaixadas no exterior com o objetivo de aumentar os laços comerciais com outros países. Segundo Miraboutaleb Badri, da Organização de Promoção do Comércio do Irã, o governo iraniano está aumentando o número de emissários comerciais em embaixadas de 11 para 30.

De acordo com ele, os emissários serão enviados para Alemanha , Itália, Sérvia, Espanha e Suíça. A medida faz parte dos esforços do presidente, Hassan Rouhani, para impulsionar as relações comerciais. Fonte: Associated Press.

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A União Europeia concordou nesta segunda-feira em impor sanções contra outros 15 indivíduos russos e ucranianos por seu papel na crise da Ucrânia, disseram fontes diplomáticas.

Essas 15 pessoas estarão sujeitas às mesmas medidas de proibição de emissão de vistos e congelamento de ativos que já foram impostas a outros 50 indivíduos. Embora Moscou não tenha mostrado sinais de mudança de curso na Ucrânia, membros da UE seguem relutantes em aplicar sanções econômicas mais amplas no atual estágio, apontaram as mesmas fontes.

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Mais cedo, o porta-voz da Comissão Europeia, Pia Ahrenkilde-Hansen, disse que a atual situação da Ucrânia ainda não obrigou as autoridades a chegar na fase três das sanções, o que implicaria bloqueios a setores econômicos da Rússia. O porta-voz também considerou que os países europeus acreditam que o nível atual de sanções está "no nível adequado".

Segundo fontes próximas da Comissão, as novas sanções têm como alvo pessoas mais próximas do presidente russo Vladimir Putin, incluindo funcionários de empresas estatais de energia, como a Rosneft e Gazprom.

Os governos da UE devem aprovar formalmente as sanções ainda hoje, que devem ser anunciadas na manhã de terça-feira. Fonte: Dow Jones Newswires e Market News International.

Os Estados Unidos e as Filipinas fecharam um acordo de defesa, com duração de dez anos, permitindo aos militares norte-americanos que ampliem sua presença nesse país do Sudeste Asiático.

Segundo a Casa Branca, o acordo será assinado nesta segunda-feira, encerrando oito meses de negociações, pouco antes da chegada do presidente Barack Obama a Manila, a capital filipina. A visita de Obama será a última parada de um giro pela Ásia, durante o qual o presidente norte-americano também esteve no Japão, Coreia do Sul e Malásia.

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O pacto dará às forças militares dos EUA acesso temporário a campos militares selecionados nas Filipinas e lhes permitirá também mobilizar aviões de caça e navios com antecedência. Fontes: Associated Press e Dow Jones Newswires.

O Equador ordenou que todos os 20 funcionários do Departamento de Defesa dos EUA pertencentes a um grupo militar na embaixada norte-americana deixem o país até o fim do mês, segundo informações obtidas pela Associated Press.

Em carta datada de 7 de abril, o Equador ordenou que o grupo interrompa todas as operações, disse o porta-voz da embaixada norte-americana Jeffrey Weinshenker.

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O presidente Rafael Correa reclamou publicamente em janeiro da presença de muitos militares norte-americanos no Equador. O presidente disse que o grupo consistia de 50 pessoas e os acusou de se infiltrarem em todos os setores do país.

Weinshenker informou que o grupo militar possui 20 funcionários do Departamento de Defesa, nem todos uniformizados. No ano passado, Washington forneceu US$ 7 milhões em auxílio à segurança equatoriana, incluindo treinamento técnico para manutenção de aeronaves e cooperação no combate às ações de tráfico de drogas, tráfico humano e terrorismo, disse o porta-voz norte-americano.

Ele também afirmou que a cooperação militar dos EUA no Equador acumula quatro décadas e que todas as atividades foram realizadas com a aprovação explícita dos equatorianos. Fonte: Associated Press.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou lei que deverá impedir a entrada do embaixador iraniano para as Nações Unidas, Hamid Aboutalebi, recentemente escolhido, de entrar no país. A legislação impede a entrada nos Estados Unidos de qualquer pessoa que tenha se envolvido em espionagem ou terrorismo e que ainda represente ameaça à segurança dos Estados Unidos.

Hamid Aboutalebi tem relação com a tomada da embaixada norte-americana em 1979 em Teerã. Obama diz partilhar das preocupações do judiciário de que terroristas podem usar dos direitos diplomáticos para entrar nos Estados Unidos. O presidente ponderou, no entanto, que tratará a legislação como um consultivo, sem a preocupação de que interfira em seu critério para recepção de embaixadores.

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A Casa Branca disse que Aboutalebi foi uma escolha inaceitável. A administração norte-americana recusou-se a conceder-lhe visto de entrada nos Estados Unidos.

O primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, disse nesta segunda-feira que as atitudes da Rússia em relação à Ucrânia são "agressivas, militaristas e imperialistas" e é tempo de todas as nações do mundo reconhecerem a profundidade e a gravidade das ações do Kremlin.

Harper disse também que "provocadores russos enviados pelo regime de Vladimir Putin" estão ocupando prédios em cidades no leste da Ucrânia. O premiê disse também que o presidente russo representa a ameaça mais significativa para a paz e para a estabilidade no mundo desde o fim da Guerra Fria.

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O premiê disse que Putin está determinado a voltar no tempo, mas que irá falhar nessa empreitada.

O ministro das Relações Exteriores, John Baird, disse que não sabe com quem "a Federação Russa pensa que está brincando quando tenta fingir que o assunto não tem nada a ver com eles".

Harper se reuniu nesta segunda-feira com os embaixadores da Ucrânia, Estônia, Polônia e Letônia. Fonte: Associated Press.

A Rússia proibiu a entrada de 13 pessoas, entre legisladores e altos funcionários do governo do Canadá, em retaliação às sanções que o país impôs a autoridades e empresários russos por conta da crise política no Leste Europeu.

Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores informou que o movimento é uma resposta à ação "inaceitável pelo lado canadense, que impôs danos graves para as relações bilaterais entre os países".

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Porém, a nota do Ministério informa que a Rússia continua aberta para uma "cooperação construtiva com o Canadá". Fonte: Associated Press.

A Agência Nacional de Segurança (NSA), dos Estados Unidos, espionou a empresa de tecnologia chinesa Huawei Technologies, em 2009, e autoridades chinesas, incluindo o presidente Hu Jintao, informou a revista alemã Der Spiegel, citando documentos vazados por Edward Snowden.

Além do presidente Hu Jintao, a NSA tinha como alvo o Ministério do Comércio chinês, o Ministério das Relações Exteriores e bancos. A Der Spiegel não forneceu detalhes sobre os oficiais espionados.

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Ao se referir a uma apresentação da NSA, a revista alemã informou que a agência acessou arquivos de e-mail de executivos da Huawei, incluindo mensagens do presidente da empresa, Ren Zhengfei. A NSA também acessou dados secretos de produtos da Huawei.

De acordo com a Der Spiegel, a operação de espionagem da Huawei, denominada Shotgiant, foi conduzida com o envolvimento da Casa Branca, a Agência Central de Inteligência e do Federal Bureau of Investigation. Um dos motivos da espionagem era encontrar provas de envolvimento da Huawei e o Exército Popular de Libertação.

Até o fechamento do artigo da Der Spiegel, a Casa Branca não havia respondido à solicitação da revista. A Der Spiegel publicou uma declaração do porta-voz da Huawei, Bill Plummer. "Se a espionagem realmente foi realizada, é de conhecimento que a empresa é independente e não tem nenhum vínculo com qualquer governo".

A revista também informou que a NSA infiltrou a rede da Huawei e copiou uma lista de 1,4 mil clientes e documentos internos.

Dois anos após o início da alegada espionagem da NSA, em 2011, os Estados Unidos excluíram a Huawei, concorrente da Cisco Systems e Juniper Networks, de uma concorrência para a construção de uma rede sem fio nos Estados Unidos, alegando preocupações com a segurança nacional. Fonte: Dow Jones Newswires.

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