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Uma graduada autoridade da Rússia advertiu os Estados Unidos para que não enviem soldados para ações em terra na Síria. O vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, disse que Moscou considera inaceitável a possibilidade de que os EUA usem suas forças sem coordenação com o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad.

A declaração de Ryabkov foi dada durante uma conferência internacional em Viena, que busca discutir o fim do conflito sírio. Nesta semana, o secretário de Defesa dos EUA, Ash Carter, disse que seu país reavalia a estratégia no Iraque e na Síria e que pode realizar ações unilaterais por terra, se necessário, para atacar militantes do Estado Islâmico. No momento, os norte-americanos não têm soldados na Síria.

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A Rússia realiza uma campanha aérea na Síria desde 30 de setembro e é aliada do governo de Assad. Os EUA, por outro lado, desejam que o atual líder saia, como parte de uma solução política para a crise. Os maiores aliados e os maiores críticos do regime sírio buscam negociar uma saída capaz de encerrar a guerra civil de quatro anos e meio no país.

Também nesta sexta-feira, ativistas da oposição da Síria disseram que um ataque do governo sírio com mísseis matou mais de 40 pessoas e deixou dezenas de outras feridas, em um subúrbio de Damasco. O ataque desta sexta-feira ocorreu no subúrbio de Douma, controlado pela oposição.

O grupo de ativistas Comitês de Coordenação Local e o Observatório Sírio para os Direitos Humanos afirmaram que 11 mísseis terra-terra foram disparados em Douma e que alguns deles atingiram um mercado. As entidades e uma terceira rede de ativistas, sediada na área, confirmaram o número de mortos. A região é um alvo frequente de ataques do governo, com aviões e helicópteros.

Outro vice-ministro das Relações Exteriores russo, Mikhail Bogdanov, disse que a Rússia e a Arábia Saudita trocaram listas de grupos da oposição que devem ser envolvidos no diálogo político sobre a guerra civil. Ele informou que a lista tem 38 nomes, "mas pode ser ampliada". Segundo ele, os sauditas fizeram uma lista similar e os norte-americanos prometem fazer o mesmo.

Vários participantes das conversas de hoje em Viena destacaram que só o fato de elas ocorreram já é um sinal de progresso. Não há nessas negociações, porém, um fim à vista para o conflito. Fonte: Associated Press.

A orquestra Buena Vista Social Club levou nessa quinta-feira (15) o "son" cubano à Casa Branca, durante uma cerimônia na qual o presidente americano, Barack Obama, homenageou uma iniciativa governamental de educação para crianças hispânicas.

Na primeira apresentação de um conjunto radicado em Cuba na sede da Presidência americana em mais de meio século, os músicos tocaram clássicos de seu repertório como "Chan-Chan" e "La Casa de Tula", diante de centenas de pessoas.

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A vocalista Omara Portuondo, de 85 anos, encerrou o breve concerto de menos de uma hora com o bolero "Quizás", misturando espanhol e inglês. Os outros quatro integrantes do conjunto original ainda vivos - o guitarrista Eliades Ochoa, o trompetista Manuel "Guajiro" Mirabal, o alaudista Barbarito Torres e Jesús "Aguaje" Ramos a acompanharam no palco.

Obama, que não assistiu ao show, disse em seguida que o Buena Vista Social Club, que saltou à fama mundial após o lançamento de um álbum homônimo em 1997, representava um "símbolo do forte laço" entre os povos americano e cubano. "Um laço de amizade", acrescentou.

Estados Unidos e Cuba restabeleceram em julho relações diplomáticas formais depois de mais de meio século de ruptura e desconfiança e os dois países mantêm conversações para uma normalização completa dos laços bilaterais.

O Buena Vista Social Club fez apresentações em Washington em agosto e atualmente prossegue em turnê por outras cidades dos Estados Unidos.

O Líder Supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, rechaçou nesta quarta-feira negociações diretas com os Estados Unidos, dizendo que os norte-americanos querem usá-los para minar a República Islâmica.

Desde que o Irã e seis potências lideradas pelos EUA chegaram a um acordo em julho para limitar o programa nuclear de Teerã em troca da retirada de sanções econômicas internacionais, houve especulações sobre uma melhora no diálogo entre os dois governos, para enfrentar, por exemplo, as crises na Síria e no Iraque e outras questões regionais.

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Khamenei, porém, rechaçou essa possibilidade, dizendo que nada de positivo surgiria de conversas com Washington. "A negociação com os EUA está descartada por causa dos incontáveis danos que ela inflige", afirmou o líder, segundo seu site oficial. "Além disso, não há vantagem, também. Nós somos contra negociações com os EUA porque as conversas significariam infiltração dos EUA. Eles querem abrir um caminho para a imposição."

Khamenei não indicou se a proibição das conversas poderia afetar a implementação do acordo nuclear.

O Irã é um importante aliado do presidente sírio, Bashar al-Assad, dando ao regime dele apoio militar e financeiro contra grupos rebeldes, incluindo o Estado Islâmico. Milícias xiitas que combatem extremistas sunitas no Iraque também recebem apoio iraniano.

Desde que começaram as negociações sobre um acordo nuclear, Khamenei faz críticas frequentes aos EUA, aparentemente tentando dar garantias à base ultraconservadora de que um pacto com o Ocidente não alterará as fundações da República Islâmica. Dias após o anúncio do acordo em Viena, em 14 de julho, Khamenei disse que o Irã continuaria vendo os EUA como um inimigo.

A relação bilateral está congelada desde a Revolução Islâmica de 1979, quando o xá iraniano, um aliado dos norte-americanos, foi forçado a fugir do país e se exilar. As relações pioraram também quando, após a fuga do xá e o estabelecimento da república, ativistas tomaram 52 norte-americanos como reféns na embaixada dos EUA em Teerã. O grupo ficou refém durante 444 dias.

Nesta quarta-feira, Khamenei disse que os EUA encontraram maneiras, durante as conversas nucleares, para se "infiltrar" no Irã e que haviam agido contra os interesses iranianos, sem dar detalhes. Fonte: Dow Jones Newswires.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, conversaram por telefone na sexta-feira, em um raro ato diplomático em meio a anos de paralisação nos esforços pela paz. Em comunicado, o gabinete de Netanyahu afirmou que o líder israelense desejou a Abbas um feliz Eid el-Fitr, o feriado muçulmano que encerra o Ramadã.

Segundo a nota, o primeiro-ministro de Israel disse a Abbas que os cidadãos de seu país querem a paz e que o governo "continuará a agir em prol da estabilidade regional". De acordo com a agência de notícias palestina WAFA, Abbas disse a Netanyahu que é importante alcançar um acordo de paz ao longo do próximo ano.

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Contudo, os dois líderes continuam a discordar a respeito das fronteiras do Estado palestino. Enquanto os palestinos querem retomar áreas capturadas por Israel em 1967, Netanyahu rejeita a proposta de discutir o tema usando o ano como base para determinação de fronteiras. Fonte: Associated Press.

O Departamento de Estado norte-americano anunciou nesta sexta-feira (29) que Cuba foi formalmente retirada da lista dos países que contribuem com o terrorismo. “O prazo de 45 dias que o Congresso tinha para notificação [caso tivesse parecer contrário] terminou e o Secretário de Estado decidiu rescindir a designação de Cuba como Estado Patrocinador do Terrorismo, efetivamente a partir de hoje”, afirmou, em uma nota oficial, o porta-voz da chancelaria americana, Jeff Rathke.

A retirada de Cuba da lista era uma reivindicação do governo cubano para o pleno restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países. O processo de reaproximação foi iniciado no ano passado de maneira secreta, mas em dezembro, os presidentes Barack Obama e Raúl Castro anunciaram o início do diálogo para o pleno restabelecimento, após quase 50 anos de rompimento.

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As duas chancelarias trabalham em conjunto em reuniões em Washington e em Havana para acertar os pontos necessários para a plena retomada e especialmente para a reabertura das respectivas embaixadas em Cuba e nos Estados Unidos.

A intenção do presidente norte-americano de retirar Cuba da lista foi anunciada em abril, pouco antes do início da Cúpula das Américas realizada no Panamá. Na época, o Departamento de Estado encaminhou um relatório ao Congresso, em que defendia a retirada, “por não haver nenhum indício de que Cuba houvesse colaborado com nenhum tipo de organização terrorista nos seis meses anteriores à elaboração do documento".

Pela lei do país, o Congresso deveria analisar o relatório e apresentar um parecer sobre a decisão em 45 dias. A reaproximação dos Estados Unidos e de Cuba divide os Democratas e os Republicanos. A maioria republicana no Senado e na Câmara tende a rejeitar a proposta do governo Obama de reaproximação, enquanto que os Democratas apoiam a decisão.

A lista dos países que contribuem com o terrorismo global tinha quatro países: Cuba, Irã, Sudão e Síria. A retirada de Cuba é positiva e importante para o restabelecimento das relações políticas e diplomáticas e também representa uma mudança de percepção clara do governo norte-americano com a ilha. A maioria das restrições comerciais continua porque estão vinculadas ao embargo econômico que ainda não foi retirado e que depende da votação de uma lei pelo Congresso.

O presidente da República em exercício, o vice-presidente Michel Temer, extinguiu o Consulado-Geral do Brasil em Beirute, no Líbano. A decisão consta de decreto publicado no Diário Oficial da União. O documento transfere para a Embaixada do Brasil em Beirute a competência para o exercício do serviço consular antes prestado pelo Consulado-Geral agora extinto.

O Departamento de Estado norte-americano confirmou neste sábado (4) a participação do presidente Barack Obama na reunião da Cúpula das Américas, marcada para os dias 10 e 11 de abril, na cidade do Panamá. De acordo com a diplomacia dos Estados Unidos, durante o encontro Obama deve interagir com o presidente de Cuba, Raul Castro, embora não esteja programada uma reunião bilateral.

"Ao decidir participar da reunião, o presidente Barack Obama sabia que Cuba tinha sido convidada e que haveria uma interação. Os dirigentes estarão juntos a maior parte do tempo. Haverá, portanto, um intercâmbio com Raul Castro", declarou a secretária de Estado adjunta para a América Latina, Roberta Jacobson.

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Segundo ela, além do encontro bilateral com o presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, nenhuma outra reunião está programada. "Portanto, não sei exatamente que tipo de interação ocorrerá", acrescentou a diplomata.

A Cúpula das Américas, com a presença de 34 chefes de Estado, assume um destaque particular por ocorrer após o anúncio histórico, em 17 de dezembro, da restauração das relações diplomáticas entre Washington e Havana, depois de meio século de tensões herdadas da Guerra Fria.

Em janeiro, fevereiro e março, representantes dos dois países participaram de encontros oficiais para o restabelecimento das relações diplomáticas e reabertura das embaixadas. A intenção do governo norte-americano era reabrir a chancelaria em Havana antes da Cúpula das Américas. Cuba faria o mesmo com a embaixada nem Washington.

Entretanto, o Departamento de Estado indicou ser pouco provável que as respetivas embaixadas sejam reabertas até a realização da reunião.

Os Estados Unidos e Cuba fizeram uma segunda rodada de negociações sobre a restauração de suas relações diplomáticas nesta sexta-feira. Entretanto, um avanço imediato ainda está longe de ocorrer.

A intenção do governo norte-americano é reabrir ambas embaixadas até abril, quando ocorre a cúpula de líderes das Américas, evento no qual é esperada a presença dos presidentes Barack Obama e Raul Castro. Entretanto, Cuba espera primeiro ser removida da lista de terrorismo norte-americana, o que impede o país de qualquer ação comercial básica dentro dos Estados Unidos.

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O governo norte-americano está revisando a situação cubana, mas ainda não tomou nenhuma decisão.

Em uma conferência nesta sexta-feira com a presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, o Secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse que as discussões sobre o reestabelecimento de embaixadas são técnicas e que a revisão da questão do terrorismo em Cuba está sendo analisada separadamente.

"Esse é um conjunto de negociações bastante comum, que diz respeito ao movimento de diplomatas, acesso, viagens, questões diferentes. O patrocínio do Estado ao terrorismo é um processo distinto. Não é uma negociação. É uma avaliação que é feita sob um espectro bastante específico, pelo Congresso, e deve ser avaliada separadamente", disse. Fonte: Associated Press.

O comunicado divulgado pela diplomacia do Brasil e Reino Unido após o encontro entre os ministros de Relações Exteriores na quarta-feira (25) na capital britânica fez crítica ao uso da pena de morte. A menção ao tema acontece em meio à crise diplomática entre Brasil e Indonésia gerada pela morte de um brasileiro em solo indonésio punido por tráfico de drogas e com outro à espera da execução.

"O secretário e o ministro de Relações Exteriores expressaram profunda preocupação com a continuidade da aplicação da pena capital e concordam com a continuidade do trabalho com o objetivo de uma moratória global para a pena de morte", cita o comunicado divulgado após o dia de reuniões entre o chanceler britânico Philip Hammond e o ministro brasileiro Mauro Vieira. O texto diz ainda que os dois países estão comprometidos em promover e proteger os direitos humanos.

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A menção ao tema acontece em meio à crise diplomática entre Brasília e Jacarta. Na semana passada, o país asiático protestou oficialmente contra a decisão da presidente Dilma Rousseff de se recusar a receber as credenciais do novo embaixador indonésio no Brasil, Toto Riyanto. Dias depois, o vice-presidente da Indonésia, Jusuf Kalla, afirmou que o governo local estaria reavaliando a compra de 16 unidades dos aviões brasileiros EMB-314 Super Tucano.

A Indonésia espera um pedido de desculpas do governo brasileiro pelo adiamento da apresentação das credenciais do embaixador indonésio no Brasil e está analisando todas as áreas da cooperação bilateral, disse hoje (23) o porta-voz da diplomacia indonésia, Armanatha Nasir, à Agência Lusa.

O porta-voz da diplomacia indonésia disse à Lusa que "um pedido de desculpa está subjacente" na declaração enviada ao governo brasileiro sobre os passos que deve tomar para resolver a situação diplomática criada pelo adiamento da apresentação das credenciais do embaixador indonésio, Toto Riyanto.

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Armanatha Nasir falou com os jornalistas após uma reunião no Ministério dos Negócios Estrangeiros da Indonésia, na qual o embaixador Toto Riyanto relatou o que ocorreu.

O diplomata foi chamado a Jacarta, após a presidenta Dilma Rousseff ter adiado na sexta-feira (20) o recebimento das suas credenciais. “Achamos que é importante que haja uma evolução na situação para que a gente tenha clareza em que condições estão as relações da Indonésia com o Brasil. O que nós fizemos foi atrasar um pouco o recebimento de credenciais, nada mais que isso”, explicou a presidenta após a cerimônia.

"Trata-se de um passo muito extraordinário e anti-diplomático", disse Armanatha Nasir, explicando que Toto Riyanto foi convidado formalmente para apresentar as suas credenciais e, quando já se encontrava no Palácio do Planalto, "foi-lhe dito que tal não iria acontecer".

Dilma recebeu as credenciais dos embaixadores da Venezuela, do Panamá, de El Salvador, do Senegal e da Grécia.

Em resposta, o governo indonésio enviou uma declaração às autoridades brasileiras informando que chamou Toto Riyanto de volta "até que o governo do Brasil determine quando as credenciais deverão ser apresentadas" e onde constam todos os "passos que devem ser tomados pelo Brasil", disse o porta-voz, sem dar mais detalhes.

"Todos os aspectos das nossas relações estão atualmente sendo analisados e revistos, bem como o que poderemos fazer para seguir em frente e o que precisa ser feito nos próximos meses, semanas e dias", disse Armanatha Nasir.

O diretor-geral para os Assuntos Europeus e Americanos no Ministério dos Negócios Estrangeiros indonésio, Dian Triansyah Djani, que também falou com os jornalistas, destacou que a Indonésia "é um país amigável", mas "toda a cooperação deve ser baseada no respeito mútuo e na aceitação da sua soberania".

A diplomacia indonésia convocou o embaixador brasileiro no país, Paulo Soares, logo após a recusa das credenciais para transmitir a sua nota de protesto em relação ao que ocorreu, que qualificou de "inaceitável".

Armanatha Nasir ressaltou que a Indonésia tem explicado ao Brasil, "em nível técnico, em nível ministerial e até em nível dos chefes de Estado", que a condenação de dois brasileiros à pena de morte é uma questão de "implementação da lei" indonésia. "Esperamos que eles entendam isso", acrescentou o porta-voz.

Em janeiro, a execução de Marco Archer por tráfico de drogas gerou mal-estar entre os dois países, após Dilma ter falado com o presidente indonésio, Joko Widodo,  pedindo clemência. Outro brasileiro, Rodrigo Gularte, que também foi condenado por tráfico de drogas, está no corredor da morte.

Atualmente, o Brasil e a Indonésia estão também divididos em um contencioso no âmbito da Organização Mundial do Comércio relativo ao bloqueio à carne bovina brasileira, que vigora na Indonésia desde 2009.

Jacarta e Brasília têm acordos em várias áreas, desde defesa à proteção das florestas, sendo que a Indonésia é o principal parceiro comercial do Brasil no Sudeste Asiático.

A Agência Brasil entrou em contato com a assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores, mas não obteve retorno até o fechamento da reportagem.

O Ministério das Relações Exteriores da Indonésia chamou o embaixador brasileiro em Jacarta, Paulo Soares, para consultas, depois da decisão da presidente Dilma Rousseff de não aceitar as credenciais do embaixador da Indonésia em Brasília, Toto Ryianto, na cerimônia da manhã desta sexta-feira (20). O governo da Indonésia também chamou seu embaixador de volta a Jacarta até que o governo brasileiro marque uma data para que ele apresente suas credenciais e classificou, em nota, de "inaceitável" o tratamento dado ao diplomata pelo governo brasileiro. O Itamaraty não comentou a decisão da Indonésia.

"A maneira com que o ministro das relações exteriores do Brasil subitamente informou ao embaixador designado sobre o adiamento da entrega de suas credenciais, quando o embaixador já estava no palácio presidencial, é inaceitável para o governo da Indonésia", diz o texto. A nota diz ainda que a Indonésia é um Estado soberano, com um "sistema judiciário independente e imparcial, e nenhum país estrangeiro pode interferir na aplicação das suas leis dentro da sua jurisdição, incluindo a aplicação das leis que tratam do tráfico de drogas".

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Ryianto, que está no Brasil desde novembro do ano passado, era o primeiro da lista de seis embaixadores que apresentariam suas credenciais hoje. Ao conferir a lista, no entanto, a presidente Dilma Rousseff decidiu não recebê-lo. O embaixador já estava no Palácio do Planalto quando foi informado por Mauro Vieira de que suas credenciais não seriam recebidas.

"Nós achamos importante que haja uma evolução na situação para que a gente tenha clareza em que condições estão as relações da Indonésia com o Brasil. O que nós fizemos foi atrasar um pouco o recebimento das credenciais. Nada mais do que isso", afirmou a presidente Dilma ao final da cerimônia em que recebeu outros cinco embaixadores. Esse é o segundo gesto diplomático duro que o Brasil faz com a Indonésia. Há um mês, quando outro brasileiro preso no país, Marcos Archer, foi fuzilado, o País retirou seu embaixador em Jacarta por cerca de 10 dias. Não receber as credenciais, no entanto, não é algo comum e não há precedentes recentes no Itamaraty.

A presidente Dilma Rousseff não recebeu, nesta sexta-feira (20), a carta credencial do novo embaixador da Indonésia no Brasil, Toto Riyanto. Com isso, ele não poderá representar a Indonésia em audiências ou solenidades oficiais no Brasil.

Riyanto esteve no Palácio do Planalto nesta manhã para repassar ao governo brasileiro a carta credencial, assim como os novos embaixadores da Venezuela, de El Salvador, do Panamá, do Senegal e da Grécia. No entanto, a cerimônia foi encerrada sem a participação do indonésio.

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Em entrevista, Dilma negou retaliação à Indonésia. “Achamos que é importante que haja uma evolução na situação para que a gente tenha clareza em que condições estão as relações da Indonésia com o Brasil. O que nós fizemos foi atrasar um pouco o recebimento de credenciais, nada mais que isso”, explicou a presidenta em entrevista após a cerimônia. Foi a primeira vez que ela conversou com jornalistas desde o fim de dezembro, antes de tomar posse do segundo mandato.

No dia 17 de janeiro, o brasileiro Marco Archer foi fuzilado na Indonésia, em cumprimento à pena de morte por tráfico de drogas. Após a execução, Dilma convocou o embaixador brasileiro na Indonésia, um ato diplomático que demonstrou a insatisfação do Brasil. Outro brasileiro condenado à pena de morte no país, Rodrigo Gularte, aguarda execução.

Cerimônia

Em rápida solenidade realizada na manhã desta sexta-feira, Dilma recebeu as cartas credenciais dos seguintes embaixadores: Edwin Emilio Vergara Cárdenas, do Panamá; Maria Lourdes Urbaneja Durant, da Venezuela; Diana Marcela Vanegas Hernández, de El Salvador; Amadou Habibou Ndiaye, de Senegal; e Nikolaos Tsamados, da Grécia.

Com informações da Agência Brasil.

O Governo brasileiro manifestou, por meio de nota publicada hoje pelo Ministério das Relações Exteriores, repúdio ao assassinato de 21 trabalhadores egípcios, alegadamente em território líbio, por membros do grupo autodenominado "Estado Islâmico". Classificou ainda o episódio como "brutal" e estendeu condolências às famílias das vítimas e ao povo egípcio.

"A intolerância religiosa e o recurso à violência política merecem o mais veemente repúdio do Governo e do povo brasileiro. O Governo brasileiro estende às famílias das vítimas e ao povo e Governo da República Árabe do Egito suas condolências e sua solidariedade", destacou, em nota.

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Há semanas, militantes do Estado Islâmico na Líbia mantinham 21 cristãos coptas egípcios como reféns, ameaçando-os de morte. Um vídeo divulgado na noite de ontem mostrou a decapitação em massa desses cristãos.

O governo egípcio declarou um período de luto de sete dias e o presidente Abdel Fattah el-Sissi convocou uma reunião de segurança nacional de emergência para discutir uma resposta. Aviões de guerra do Egito atacaram alvos do Estado Islâmico na Líbia hoje, algumas horas depois de o grupo extremista divulgar o vídeo que mostrava a decapitação de vários cristãos coptas egípcios que eram mantidos reféns.

Um porta-voz das forças armadas anunciou a ocorrência dos ataques na rádio estatal, marcando a primeira vez que o Egito reconhece publicamente uma ação militar na vizinha Líbia, onde grupos extremistas considerados como uma ameaça para ambos os países têm explorado o caos após um levante em 2011 contra o ditador Muamar Kadafi. Os aviões de guerra atacaram esconderijos de armas e campos de treinamento. Segundo o porta-voz das forças armadas, os "ataques intensos" tinham por objetivo "a vingança do derramamento de sangue e contra os assassinos". (Aline Bronzati - aline.bronzati@estadao.com, com agências internacionais)

O porta-voz do ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, classificou nesta sexta-feira de desprezível a charge publicada por um jornal grego de esquerda, que representa o ministro em um uniforme nazista, em referência ao Holocausto.

A vinheta, publicada no domingo, é vil e seu autor deveria se envergonhar, comentou na coletiva de imprensa da manhã desta sexta-feira Martin Jager, porta-voz de Schäuble, ao ser interrogado a respeito.

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"Existe o princípio da liberdade de expressão e faço uso do meu a título pessoal" expressando esta opinião, afirmou Jager.

A charge mostra Schäuble no uniforme do Wehrmacht, o exército alemão, e é intitulada "as negociações começaram", em referência às discussões econômicas sobre a dívida grega e as reformas que o país deve empreender.

"Insistimos em fazer sabão com sua gordura", afirma o personagem. "Estamos preparados para discutir sobre o adubo a partir de suas cinzas".

Durante a Segunda Guerra Mundial, os nazistas fabricaram sabão e adubo com os cadáveres dos prisioneiros exterminados, majoritariamente judeus, nos campos de concentração.

A iniciativa diplomática franco-alemã para resolver a crise na Ucrânia é uma medida bem-vinda, mas o processo deve ser complicado, afirmou neste sábado o ministro das Relações Exteriores da Letônia, Edgar Rinkevics. A Letônia detém a presidência rotativa da União Europeia.

Rinkevics disse ter sido consultado sobre a mais recente iniciativa diplomática pelo ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank Walter Steinmeier, antes das conversações em Kiev e Moscou nos últimos dias. Segundo ele, o foco das conversas deve ser a implementação de qualquer acordo por parte da Rússia.

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"Minha única preocupação seria não termos uma situação em que seguimos pressionando por novas propostas, novas ideias", disse Rinkevics ao The Wall Street Journal, nos bastidores da Conferência de Segurança de Munique. "Temos muitos bons documentos já assinados a partir de Genebra... E eles não foram implementados."

Depois de ouvir o que chamou de "retórica dura" do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em Munique, no sábado, ele ressaltou não ter "nenhuma ilusão de que o (...) processo de discussão (...) será fácil".

Rinkevics disse que não pode comentar os detalhes das propostas feitas pelo presidente da França, François Hollande, e pela chanceler da Alemanha, Angela Merkel, em suas viagens na quinta-feira a Kiev e na sexta-feira a Moscou.

No entanto, ele se disse confiante de que, mesmo se as propostas oferecidas a Moscou contenham mais concessões em comparação com os acordos alcançados em Minsk em setembro, eles não deixarão a Ucrânia encurralada. "Eu sei que algumas propostas da Rússia foram rejeitadas pelo fórum da Normandia mesmo antes das conversações com Kiev e Moscou - então acredito que existem algumas linhas que não serão cruzadas."

O fórum da Normandia inclui Rússia, Ucrânia, França, Alemanha e os EUA e promoveu discussões no último verão do Hemisfério Norte. Fonte: Dow Jones Newswires.

Personalidades proeminentes da dissidência cubana pediram, nesta quinta-feira, ao Congresso americano que mantenha o embargo a Havana, durante uma visita a Washington na qual denunciaram a recente aproximação bilateral.

"Suspender o embargo significa legitimar a ditadura, dar oxigênio para que continuem no poder reprimindo, prendendo e assassinando", disse Sara Fonseca, integrante do grupo opositor Damas de Branco.

O fim das restrições comerciais para a ilha, em vigor desde 1962, só beneficiaria o governo porque "a ditadura cubana tem em suas mãos cada empresa econômica que existe em Cuba", explicou Fonseca, exilada nos Estados Unidos.

"A família Castro é dona de Cuba", afirmou.

O presidente Barack Obama deu um passo histórico, ao mudar, em dezembro a política de isolamento de Washington com relação a Cuba, e em janeiro pediu ao Congresso - dominado pela oposição republicana - que inicie este ano a discussão da suspensão do embargo à ilha.

Mas os dissidentes cubanos, entre eles a presidente da Damas de Branco, Berta Soler, advertiram na quinta-feira aos legisladores que qualquer concessão feita a Cuba deve ocorrer só se houver mudanças na ilha, como a legalização de partidos independentes e a celebração de "eleições democráticas".

Jorge Luis García Pérez, conhecido como Antúnez, ressaltou que estas mudanças "significam a separação do poder dos irmãos Castro".

Assim está "reconhecido na atual lei dos Estados Unidos com relação a Cuba e deve permanecer", disse, em alusão à lei Helms-Burton, de 1996.

Segundo a nova política da Casa Branca com relação a Cuba, que permitiu a primeira reunião bilateral de alto nível em 35 anos, funcionários americanos disseram esperar provocar mudanças na situação dos direitos humanos na ilha.

Mas Antúnez, que esteve preso de 1990 a 2007 na ilha comunista e depois foi detido temporariamente várias vezes, destacou que a aproximação entre Washington e Havana é uma "miragem manipulada pela ditadura, pura e simplesmente para se perpetuar no poder".

"A ditadura cubana é um sistema irreformável", indicou.

A audiência ocorreu dois dias depois de uma sessão em uma comissão do Senado, na qual um grupo similar de dissidentes denunciou reiteradas violações aos direitos humanos na ilha e se mostraram céticos às novas políticas de Washington.

Entre as primeiras votações secretas do Plenário na volta dos trabalhos legislativos estarão as indicações da presidente Dilma Rousseff (PT) de diplomatas que devem encabeçar embaixadas do Brasil em quatro países: Finlândia, Jamaica, Sudão do Sul e Namíbia.

Indicado para a embaixada na Finlândia, Antônio Francisco da Costa e Silva Neto foi sabatinado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) em 20 de novembro. Ele destacou as vantagens de o Brasil ter acordos bilaterais em transferência de tecnologia e em cooperação tanto em pesquisa e inovação quanto em educação – desde o básico até o Programa Ciência sem Fronteiras.

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Antônio Neto também falou sobre a possibilidade de incremento dos investimentos finlandeses no Brasil, em setores como os de papel e celulose, indústria naval, extração de petróleo e de defesa.

No encontro, ele salientou os altos índice de desenvolvimento do país e sua sólida política social, que o coloca na 24ª posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O Brasil é o principal destino dos investimentos finlandeses na América Latina,  já atuando no país quase todas as grandes empresas da Finlândia.

Relação bilateral

O diplomata Eduardo Carvalho, indicado para a Namíbia, foi sabatinado no mesmo dia. Ele destacou pontos da relação bilateral, como a ampla cooperação no campo militar, uma vez que o Brasil forma 80% dos oficiais da Marinha do país africano.

"Nós temos, portanto, uma força militar amiga e que fala português, coisa rara em qualquer país", registrou Carvalho, salientando que assim o idioma ganhou força na Namíbia.

Outro destaque é a cooperação das duas nações em educação. Contudo, o comércio bilateral ainda é muito pequeno, reconheceu Carvalho na reunião. O fluxo conjunto é de apenas US$ 25 milhões. Ele apontou possibilidade de aumentar o leque de serviços, com a participação de empresas brasileiras na construção de infraestrutura em estradas, portos e aeroportos e, no futuro, na exploração de prováveis jazidas de petróleo.

Também deve ser votada a indicação da atual embaixadora do Brasil na Etiópia, Isabel Cristina de Azevedo Heyvaert, para exercer, cumulativamente, o cargo de embaixadora do Brasil no Sudão do Sul. Como já ocupa o cargo de embaixadora, ela não precisou passar por nova sabatina.

Conexão

Também a representação brasileira em Kingston atualmente depende dos votos do Senado para definir seu novo chefe. Carlos Alberto Michaelsen Den Hartog, ministro de segunda classe do Ministério das Relações Exteriores, foi aprovado na sabatina de 27 de novembro para comandar a Embaixada do Brasil na Jamaica.

Segundo Hartog, o governo da Jamaica tem intenção de atrair empresas brasileiras para a construção, no país, de um grande "hub logístico" — centro de operações para concentrar e redistribuir cargas, atividades ou pessoas —, capaz de aproveitar a vantagem geográfica jamaicana para o transporte de cargas em toda a região do Caribe e sul dos Estados Unidos.

*Com informações da Agência Senado

A Suécia rejeitou uma recomendação feita pelo Equador no caso de Julian Assange, que prevê agilizar o processo a refugiados, em benefício do fundador do site WikiLeaks, segundo documento ao qual membros da ONU devem se submeter e que foi divulgado pela ONU em Genebra.

O Equador sugeriu à Suécia "agilizar os mecanismos de cooperação jurídica internacional nos órgãos judiciais e da promotoria para garantir o devido processo e, especificamente, nos casos em que a pessoa afetada esteja protegida por decisão de asilo ou estatuto de refugiado", segundo prevê o Exame Periódico Universal (EPU), uma revisão internacional de direitos humanos que todos os países da ONU devem se submeter a cada cinco anos.

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Assange é procurado pela justiça sueca por supostas agressões sexuais contra duas mulheres, acusações de ele nega.

O caso remonta a 2010, quando o fundador do site de vazamento de documentos secretos foi acusado de estupro e assédio sexual na região de Estocolmo.

A Suécia aceitou, ao contrário, outras três recomendações para estudá-las até junho próximo, quando deverá se pronunciar ante o Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Uma foi elaborada por Cuba, que pede à Suécia para "tomar medidas concretas para assegurar que o acesso às provas seja garantido a qualquer pessoa sob qualquer regime de detenção", uma das reivindicações do juiz destituído Baltasar Garzón, que comanda a defesa de Julian Assange.

A segunda foi apresentada pelo Equador, que defende "medidas para limitar o tempo de prisão ou situação equivalente de privação de liberdade, sem a formulação de acusações e com fins de investigação".

A terceira recomendação que a Suécia vai avaliar foi apresentada pela Argentina, que pediu a adoção de "medidas concretas para assegurar que as garantias de não devolução possam ser dadas a qualquer pessoa sob controle das autoridades suecas enquanto for considerado um refugiado de país terceiro, incluindo para isso, e se for necessário, a adoção de medidas legislativas".

Assange está refugiado na embaixada equatoriana em Londres desde agosto de 2012.

O presidente de Cuba, Raúl Castro, disse neste sábado que seu país e os EUA deram um passo para normalizar suas relações, mas ainda está pendente o mais importante: o fim do embargo econômico.

Em discurso na Assembleia Nacional, Castro reconheceu que a suspensão do embargo "será uma luta longa e difícil", que também necessitará da mobilização da comunidade internacional e da sociedade americana.

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Ele ainda destacou que a decisão de restabelecer relações diplomáticas com os EUA não significa que Cuba renunciará às ideias socialistas que marcaram o rumo da nação por mais de meio século.

"Não se deve pretender que para melhorar as relações com os EUA Cuba renuncie às ideias pelas quais lutou", afirmou Castro.

Cuba foi declarada uma nação socialista em abril de 1961, pouco mais de três meses depois que os EUA romperam relações com a ilha e fecharam sua embaixada.

"Foi dado um passo importante, mas ainda falta resolver o essencial, que é o fim do bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba, recrudescido nos últimos anos em particular no âmbito das transações financeira", enfatizou.

O presidente cubano disse estar disposto a falar sobre qualquer tema, mas isso significa que também se deve abordar a situação nos EUA. "Temos firmes convicções e muitas preocupações sobre o que ocorre nos EUA em matéria de democracia e direitos humanos." Fonte: Associated Press

O presidente israelense Reuven Rivlin admitiu neste domingo os erros passados e presentes de Israel ante a comunidade árabe, à qual estendeu a mão num momento em que vários conflitos com os palestinos sacodem Jerusalém Oriental.

Rivlin resolveu, em um gesto cheio de simbolismo, dirigir-se à comunidade de árabes israelenses por ocasião do aniversário do chamado "massacre de Kafr Qasim", ocorrido em 29 de outubro de 1956. A polícia de fronteira de Israel matou naquele dia 47 civis árabes israelenses para impor o toque de recolher nesse povoado perto de Tel-Aviv.

"Estou aqui para dizer outra vez: um crime atroz aconteceu aqui", afirmou Rivlin em Kafr Qasim. "Vim aqui, nestes dias difíceis, para estender-lhes a mão e dizer que estes dias de desafios ameaçam nos levar a um banho de sangue e sofrimento", afirmou.

As declarações do presidente israelense, cujo papel é basicamente honorário, foram feitas em um momento em que Jerusalém Oriente, na parte palestina da cidade anexada por Israel, vive um clima de distúrbios.

A polícia enfrenta manifestantes desde que, na quarta-feira passada, um palestino de 21 anoa jogou seu carro contra um grupo de pessoas, matando um bebê. A polícia em seguida o matou.

Os árabes israelenses são os descendentes dos 160.000 palestinos que permaneceram em sua terra depois da criação do Estado hebreu em 1948. Hoje representam mais de 20% dos oito milhões de israelenses.

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