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Miley e Tiara, dois collies de pelo curto, convenceram os pesquisadores de que os video games podem ajudar a manter o cérebro canino ágil.

Ambos participaram de um estudo científico da faculdade de veterinária de Viena, onde centenas de cães, com pelo menos seis anos de idade, aprenderam a usar uma tela com seus focinhos.

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Objetivo: verificar se a prática regular de atividades computacionais que estimulam os neurônios caninos pode diminuir a degeneração que vem com a idade.

Os primeiros resultados são bastante promissores. "No laboratório, os cães idosos responderam positivamente ao treinamento cognitivo, prestando-se voluntariamente aos jogos na tela para fins educacionais", afirma a universidade em um comunicado.

Todos os cães do experimento, incluindo os idosos, se familiarizaram com as telas interativas e aprenderam exercícios desenvolvidos por cientistas.

O estudo abre novas perspectivas para tratar o envelhecimento canino, estima a equipe vienense.

"Às vezes, com cães velhos, tendemos a pensar que vamos deixá-los tranquilos no sofá, dormindo o dia todo", declarou à AFP Lisa Wallis, uma das autoras do estudo.

"E assim não fazemos nada de bom", acrescenta a pesquisadora de ciências cognitivas.

"O cérebro precisa de mais estímulo e também problemas para resolver", avança o professor Ludwig Huber, um dos responsáveis ​​pelo estudo.

Ao contrário dos brinquedos para cães, pouco sofisticados, Huber vê nas telas "uma possibilidade infinita de estímulo" e jogos de complexidade variada.

No final de 2017, um estudo nos Estados Unidos sugeriu que uma atividade diária com videogames tem um efeito benéfico em alguns idosos.

Uma startup dos EUA está prometendo fazer backup dos cérebros de seus clientes para a nuvem e preservar suas memórias usando uma técnica pioneira que já foi testada em coelhos e porcos. O problema é que, de acordo com o fundador da empresa, o processo é 100% fatal. Chamada Nectome, a companhia foi criada em 2016, por pesquisadores do renomado Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

A empresa espera oferecer uma aplicação comercial de um novo processo para a preservação dos cérebros, denominado criopreservação estabilizada com aldeído. A técnica, que faz com que o órgão seja vitrificado, ou essencialmente transformado em vidro, é bastante promissora e ganhou dois prêmios por ser concluída com sucesso em um porco.

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Mas há uma desvantagem fundamental no processo. Para que a vitrificação seja concluída com sucesso, ela deve ser realizada no momento da morte. Isso porque o cliente deve ter seu fluxo sanguíneo substituído pelos produtos químicos de embalsamamento que preservam a estrutura neuronal, mesmo quando ele está sem vida.

Mesmo com esse adendo, 25 pessoas já pagaram US$ 10 mil e entraram numa espécie de lista de espera para utilizar o serviço de preservação cerebral quando ele for lançado. A quantia em dinheiro, segundo a empresa, é totalmente ressarcível caso a pessoa mude de ideia. A Nectome acredita que o processo é legal em certos estados dos EUA, onde a eutanásia ou o suicídio assistido são práticas legais. Mesmo assim, a empresa não prevê o uso real de sua técnica até 2021.

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--> Nova capa para celular é capaz de aferir pressão arterial

Uma equipe de médicos brasileiros demonstrou que smartphones podem facilitar e baratear as neurocirurgias. Os pesquisadores, do Hospital das Clínicas (HC) da Universidade de São Paulo (USP) adaptaram smartphones ao endoscópio - o instrumento utilizado para observar o interior do organismo. O novo recurso foi descrito em um artigo publicado nesta terça-feira, 13 na principal revista científica internacional de neurocirurgia, Journal of Neurosurgery.

A neuroendoscopia é um procedimento neurocirúrgico pouco invasivo utilizado em alguns casos para corrigir hidrocefalia, remover tumores, tratar doenças vasculares e outros problemas no cérebro. No novo estudo, os cientistas demonstraram a aplicação do novo recurso em neurocirurgias realizadas em 42 pacientes no HC.

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De acordo com o autor principal do estudo, Maurício Mandel, do HC-USP e do Hospital Israelita Albert Einstein, a ideia inicial era apenas baratear os procedimentos de neuroendoscopia, mas o recurso acabou mostrando diversas vantagens em relação aos métodos convencionais.

Segundo ele, um sistema de neuroendoscopia custa de R$ 200 mil a R$ 300 mil. A nova opção os custos são reduzidos ao preço de um iPhone - a marca de smartphone utilizada no estudo - e do adaptador que integra o endoscópio ao celular, que custa cerca de R$ 1 mil.

"Com essa redução de custos, é muito provável que esse recurso possa ser utilizado no SUS, em várias escalas, com aplicação em outros tipos de cirurgia. Mas ao desenvolver o novo sistema, descobrimos que o trabalho do cirurgião também se torna mais seguro e mais simples", disse Mandel ao jornal O Estado de S. Paulo.

De acordo com Mandel, com o método convencional, o cirurgião introduz um neuroendoscópio em uma pequena incisão no crânio, no nariz ou no céu da boca do paciente. O neuroendoscópio inclui uma fonte de luz para iluminar o campo de cirurgia, lentes de aumento e uma câmera, que envia as imagens a um monitor na sala de operação, além de canais para inserção de instrumentos cirúrgicos.

"Com o smartphone, o cirurgião não precisa virar a cabeça para olhar o monitor. Em vez disso, ele utiliza o celular como uma tela de alta definição bem na frente do endoscópio. Com isso, ganhamos a enorme vantagem de podermos olhar para o campo cirúrgico enquanto trabalhamos. Isso facilita a manobra do equipamento, porque a tela se move junto com o endoscópio, tornando o procedimento muito mais intuitivo e seguro", explicou Mandel.

Além disso, segundo Mandel, o método permite gravar e transmitir em tempo real - por wi-fi ou bluetooth - todas as imagens da neurocirurgia. Elas podem ser enviadas, por exemplo, a um monitor onde outros cirurgiões podem acompanhar o procedimento. "Com o celular acoplado, temos a possibilidade de transmitir a cirurgia ao vivo para um colega em qualquer parte do mundo."

"O recurso abre portas para algumas possibilidades que nem imaginamos ainda. Às vezes, na medicina, há casos difíceis ou raros que mesmo um cirurgião muito experiente pode nunca ter encontrado em sua carreira. Se temos a oportunidade de compartilhar a cirurgia ao vivo com um colega mais experiente, isso pode ser muito bom para os pacientes", disse Mandel.

Recurso pedagógico

Segundo Mandel, o estudo descreve o uso do smartphone adaptado ao neuroendoscópio em cirurgias realizadas em 42 pacientes, mas a equipe do HC já utilizou o recurso em mais de 150 casos - incluindo tratamento para hidrocefalia, aneurismas e a retirada de hematomas provocados por trauma. De acordo com ele, como todos os passos da cirurgia são gravados, o conteúdo está sendo utilizado também para fins pedagógicos.

"Mostramos também no estudo que a integração de smartphone e neuroendoscópio proporcionou que nossos residentes aprendessem muito mais rápido a realizar neurocirurgias."

O acoplador utilizado pelos pesquisadores para integrar smartphone e neuroendoscópio já existia no mercado e era utilizado especialmente para facilitar a entubação de pacientes. "Tivemos a ideia de utilizar o acoplador para a neurocirurgia. Foi preciso fazer algumas adaptações", contou Mandel.

Durante as cirurgias descritas no estudo, os pesquisadores utilizaram iPhones modelos 4, 5 e 6, combinados com diversos tipos de neuroendoscópios. As imagens foram enviadas por Wi-Fi diretamente a um monitor de vídeo que permaneceu na sala de operação, para o caso de ser necessário utilizar o procedimento convencional. Mas não foi preciso recorrer ao monitor externo nenhuma vez.

Todas as cirurgias foram bem sucedidas e não houve nenhum tipo de complicação relacionada ao uso do smartphone, de acordo com o estudo. Uma das conclusões do artigo é que o baixo custo do novo recurso permite sua utilização em áreas onde a infraestrutura médica não é suficiente para a aquisição e manutenção de equipamentos caros.

Além de Mandel, os demais autores do artigo são Carlo Emanuel Petito e Rafael Tutihashi, também do HC-USP e do Hospital Albert Einstein, Wellingson Paiva, Fernando Gomes Pinto, Almir Ferreira de Andrade, Manoel Jacobsen Teixeira e Eberval Gadelha Figueiredo - todos do HC-USP - e Suzana Abramovicz Mandel, do Hospital Albert Einstein.

Uma equipe de cirurgiões indianos extraiu da cabeça de um paciente um tumor cerebral de quase dois quilos durante uma complexa e delicada operação, de sete horas de duração, realizada em 14 de fevereiro passado em um hospital de Mumbai.

Santlal Pal, 31 anos, funcionário de uma loja, sobreviveu à operação, já está consciente e se encontra em bom estado, indicaram nesta quinta-feira os cirurgiões do hospital BYL Nair de Mumbai.

"Antes da operação, Pal parecia ter duas cabeças, uma montada em cima da outra", explicaram os médicos. "Foi uma cirurgia extremamente complexa", disse à AFP o chefe de neurocirurgia do hospital, Trimurti Nadkarni.

Após a operação, foi observado que o tumor tinha 1,87 kg, o mais pesado já extraído de um paciente que sobreviveu, indicou um comunicado do hospital. O tumor mais pesado extraído até então pesava 1,4 kg.

“Ei, eu quero e preciso te contar a minha história”, disse surgindo repentinamente a adolescente Pamela Rebeka, 16 anos, à equipe de reportagem do LeiaJá, durante a festa de Natal do Grupo de Ajuda à Criança Carente com Câncer (GAC-PE), que funciona em um espaço dentro do Hospital Oswaldo Cruz, área central do Recife. A instituição é referência em Pernambuco com o principal objetivo de atender não apenas crianças, como também adolescentes com a doença.

A história de Pamela surpreende, está intrinsecamente ligada ao Natal, e vai emocionar a muitos, neste domingo (24), véspera da data festiva tão esperada por muitos. A mãe de Pamela, Maria Paula, conta que tudo começou em 2010. A menina começaria a sentir fortes dores de cabeça e, por vezes, começou a se sentir muito mal em casa.

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A descoberta viria logo em seguida: um câncer no cérebro. Um choque ainda maior para a família aconteceu posteriormente: Pamela não poderia passar por uma cirurgia para a retirada do tumor, devido a estar em uma região delicada. Quem vê a garota sorridente, empolgada e bastante comunicativa não imagina pelo que já passou: entre 2010 e 2013, aproximadamente, de acordo com a mãe, ela já foi submetida a mais de 30 sessões de quimioterapia e outras 30 de radioterapia em busca de vencer a doença.

Durante todo esse tempo, altos e baixos. O câncer atingiu o olho esquerdo da jovem afetando, em parte, a visão. Também ficou um ano sem conseguir andar devido a uma infecção que atingiu o seu corpo. Maria Paula recorda, durante a conversa, que foram muitas noites de Natal dentro do hospital longe da família e se emociona por saber que este será diferente. “Pamela, quantos natais passamos no hospital, hein?”, indagou à filha, que sorriu pensativa preferindo o silêncio. “Hoje, graças a Deus, o diagnóstico é de que ela está curada. O tumor diminuiu”, complementou a mãe.

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Pamela Rebeka diz que o Natal tem um significado bem diferente. “Em 2011, a médica me deu alta para eu passar a festa com minha família porque ela acreditava ser o meu último natal. Eu nunca vou esquecer isso e aqui eu estou”, recordou com empolgação.

Ela, neste Natal, pediu menos violência e que as pessoas não chorem sem motivos. “Em geral, não chorem por qualquer coisa porque você pode passar por situações muito maiores. Eu desejo menos violência também”.

A garota está cheio de planos para o futuro. “Quero ser cantora, fotógrafa e aparecer na TV. A gente pode tudo”, afirmou quando inesperadamente cantou uma música que, sem se dar conta, tem tudo a ver com a sua própria história: “Remove a minha pedra, me chama pelo nome, muda a minha história, ressuscita os meus sonhos, transforma a minha vida, me faz um milagre”, diz uma parte do trecho cantado por ela.

As pombas podem ser mais inteligentes do que pensamos: de acordo com estudo publicado nesta segunda-feira (4) na revista Current Biology, essas aves lidam com noções de tempo e espaço da mesma forma que os humanos e os macacos.

Trata-se da descoberta mais recente com objetivo de mostrar que os denominados "animais de ordem inferior", como as aves, os répteis e peixes são capazes de tomar decisões inteligentes.

"Sem dúvidas, a habilidade cognitiva das aves é considerada agora cada vez mais próxima às dos primatas, tanto humanos como não-humanos", relatou o autor do estudo, Edward Wasserman, professor de psicologia experimental na Universidade de Iowa. "Os sistemas nervosos das aves são capazes de feitos muito maiores do que o termo pejorativo 'cérebro de passarinho' sugeriria", ressaltou.

Os pesquisadores mostraram às aves uma tela de computador na qual aparecia uma linha horizontal por 2 a 8 segundos. Em alguns casos a linha media 24 centímetros de comprimento, enquanto em outros, apenas 5 centímetros. No experimento, as pombas deveriam bicar um entre quatro símbolos visuais para indicar se a linha que viam era comprida ou curta, ou se aparecia rapidamente ou por um tempo maior.

Quando respondiam corretamente, eram recompensadas com comida. Os pesquisadores, depois, tornaram a tarefa mais complexa, introduzindo mais longitudes de linha e fazendo com que o teste variasse, para que as pombas tivessem que ser confundidas à respeito das questões de espaço e tempo.

"As pombas compreenderam que as maiores linhas também tinham uma duração maior e que as linhas de maior duração eram também as maiores", disse o estudo. Os experimentos em humanos e macacos têm mostrado resultados similares.

Porém, a área do cérebro humano onde ocorre esse processamento cognitivo, o lóbulo parietal, parece não existir nas pombas. Isso sugere que esse complexo processamento acontece em outra parte do cérebro dessa ave.

"O córtex cerebral não é a única (parte) que serve para se ter a noção de tempo e espaço", declarou o co-autor do estudo, Benjamin de Corte, um estudante formado pelo Instituto Neurociências da Universidade de Iowa. "As pombas têm outros sistemas cerebrais que permitem perceber essas dimensões".

Um grupo de cientistas brasileiros descobriu que os adolescentes obesos apresentam falhas de conectividade entre diferentes regiões do cérebro que estão envolvidas na regulação do apetite. O trabalho foi possível graças a uma técnica avançada de ressonância magnética.

O novo estudo, realizado por cientistas da Santa Casa de São Paulo e da Universidade de São Paulo (USP), foi apresentado anteontem no encontro anual da Sociedade Radiológica da América do Norte, nos Estados Unidos. Segundo os autores da pesquisa, se for possível identificar com mais precisão as alterações cerebrais associadas à obesidade, a técnica poderia ser utilizada um dia para ajudar a evitar o problema.

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A obesidade infantil, de acordo com os pesquisadores, aumentou de 10% a 40% nos últimos 10 anos, na maioria dos países. "Os resultados mostraram que os adolescentes obesos de fato apresentam falhas na substância branca do cérebro. Essas falhas aparecem em diversas regiões do cérebro, sendo que algumas dessas regiões são muito importantes para a regulação do apetite", disse o autor principal do estudo, Ricardo Uchida, professor da Santa Casa de São Paulo. Mas ainda não é possível determinar se as falhas na conectividade cerebral são causa ou consequência da obesidade.

"O estudo não tem alcance para determinar relação causal. Mas, embora não tenhamos certeza, temos algumas hipóteses. Sabemos, por estudos anteriores, que a obesidade infantil causa prejuízos nas células e, portanto, suspeitamos que essas lesões são causadas pela obesidade", disse Uchida ao Estado.

Ele lembra que, segundos estudos anteriores, a obesidade é fator de risco para Alzheimer e que há ligação entre obesidade na infância e baixo QI. Problemas de atenção e memória também são frequentes entre adultos obesos. "Tudo isso pode estar ligado. Se a obesidade produz mesmo lesões no cérebro, isso explicaria algumas das consequências neurológicas já observadas em estudos."

Método

O estudo envolveu 59 adolescentes obesos com idades entre 11 e 18 anos e 61 adolescentes não obesos. Os cientistas compararam os dois grupos controlando variáveis como gênero, idade, condição socioeconômica e nível educacional. Os participantes foram submetidos a exame de ressonância magnética conhecido como imageamento por tensor de difusão (DTI, na sigla em inglês), com a intenção de avaliar a integridade da massa branca dos cérebros.

O DTI mede o que os cientistas chamam de "anisotropia funcional" (AF), isto é, os movimentos microscópicos das moléculas de água que cercam as fibras de matéria branca do cérebro. Quanto mais baixo o valor AF, mais falhas na massa branca cerebral. Os resultados mostraram perda da integridade da matéria branca em várias regiões do cérebro dos jovens obesos.

"Se formos capazes de identificar as alterações cerebrais associadas à obesidade, essa técnica de ressonância magnética poderia ser utilizada para ajudar a evitar a obesidade e as complicações associadas", disse uma das autoras do estudo, Pamela Bertolazzi, pesquisadora do laboratório de neuroimagem da USP As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O diretor administrativo do Instituto Estadual do Cérebro, Edival Silva de Matos, de 36 anos, está desaparecido desde a noite de quinta-feira (19), quando foi visto em um restaurante na Lapa, na região central do Rio de Janeiro. Desde então, não compareceu ao trabalho na sexta-feira e continuava sumido até a tarde deste sábado (21).

Ele é do Sul do Brasil e mora sozinho no Rio. Por isso, ontem foram colegas de trabalho que, preocupados com a falta de notícias de Matos, registraram o desaparecimento na Polícia Civil. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA).

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A Polícia Civil informou apenas que estão em andamento as investigações para esclarecer o paradeiro de Matos, e que no momento não é possível a divulgação de outras informações para não prejudicar o trabalho investigativo.

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo, África do Sul, realizou um grande avanço no campo da engenharia biomédica. De acordo com um estudo publicado no site Medical Express, pela primeira vez, cientistas desenvolveram uma maneira de conectar o cérebro humano à internet em tempo real.

O projeto converte ondas de um eletroencefalograma em uma corrente de código aberto. Os sinais são então transmitidos para um computador Raspberry Pi de baixo custo, que exibe os dados em um site aberto onde qualquer pessoa pode visualizar a atividade.

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O professor Adam Pantanowitz, supervisor do projeto, informou que o objetivo é simplificar a compressão das pessoas sobre o próprio cérebro através do monitoramento contínuo. "No futuro, será possível baixar e fazer o upload de informações do cérebro”, explicou, em entrevista ao site Medical Express.

Um estudo publicado na última semana pela Universidade de Montreal e a Universidade McGill, no Canadá, aponta que jogos de tiro em primeira pessoa (FPS) em demasia podem causar danos cerebrais. A pesquisa foi feita ao longo de quatro anos, com pessoas de 18 a 30 anos que não tinham o hábito de jogar. 

Os pesquisadores canadenses Gregory West e Veronique Bohbot dividiram as pessoas recrutadas em dois grupos, nos quais um utilizaria a memória especial para navegação, chamada hipocampo, e outro, os núcleos caudados, ligados à formação de hábitos. 

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O experimento apontou que 85% das pessoas que jogaram mais de seis horas tiveram uma degradação no hipocampo. Os jogadores que mais dependem desta parte do cérebro são os jogadores de tiro em primeira pessoa, que, com o passar do tempo, tendem a perder a capacidade de lembrar de espaços. 

De acordo com o professor Gregory West, pessoas com redução na matéria cinzenta do hipocampo se tornam mais suscetíveis a desenvolver estresse pós-traumático, depressão e até Alzheimer.

A deterioração, no entanto, está ligada a uma questão de perspectiva de jogo, e não ao conteúdo diretamente. O experimento realizou o mesmo teste com um Super Mario 3D no mesmo espaço de tempo e não foi prejudicial ao hipocampo. 

Você anda esquecendo nomes, números de telefones ou informações importantes? Sabia que é possível treinar a sua memória para fazer um melhor uso dela? Assim como o resto do corpo, o cérebro também precisa de exercícios e, em qualquer momento da vida, é possível trabalhar para que o seu funcionamento seja otimizado. Estimulando a sua mente você retarda o declínio cognitivo que ocorre com o passar dos anos. Confira estas dicas para manter sua mente em forma e a memória funcionando.

Criar imagens

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Associar as coisas a imagens pode te ajudar a memorizar informações. O cérebro lida melhor com imagens do que com dados abstratos. Basta relacionar imagens, que inclusive podem ser criações próprias da sua imaginação, aquilo que se deseja memorizar. Ao criar uma representação forte o bastante o cérebro estará mais apto a armazenar aquela informação.

Ginástica mental

O cérebro precisa de exercícios para se manter ativo e com bom funcionamento. Você pode escolher entre atividades como palavras-cruzadas, aulas de um novo idioma ou qualquer outra coisa que estimule o raciocínio. A atividade intelectual melhora a memória e as funções cerebrais.

Compartimentar o cérebro

O seu cérebro pode ser organizado como uma grande escrivaninha cheia de gavetas. Armazenar as informações - e as imagens citadas anteriormente - em cada uma delas, te ajuda a organizar os dados e acessá-los de maneira mais fácil quando preciso.

Boa alimentação

Um prato balanceado, colorido, e com alimentos saudáveis melhora o funcionamento do seu corpo e mente. Alguns alimentos, inclusive, são bastante indicados para manter uma memória impecável. Morango, linhaça, quinoa, salmão, tomate, uva, chás verde, branco ou vermelho e ovo prometem manter a mente sempre alerta.

Atividade física

Mexer o corpo favorece sua saúde de um modo geral. E a saúde da mente também está inclusa no pacote. Os exercícios físicos melhoram a função cardiovascular, aumentam o fluxo sanguíneo do cérebro e promovem o crescimento dos neurônios. Além disso, também estimulam as conexões do hipocampo, área responsável pela memória.

Publicado originalmente em uninassau.edu.br

Uma boa noite de sono pode reforçar lembranças negativas no cérebro, disseram pesquisadores na terça-feira, dando credibilidade científica ao velho conselho de evitar ir para a cama com raiva.

Cair no sono enquanto a mente está concentrada em uma memória ruim recém-formada ajuda a gravá-la no cérebro, tornando mais difícil se livrar dela mais tarde, relatou uma equipe de pesquisadores da China e dos Estados Unidos em um artigo publicado na revista científica Nature Communications.

"Este estudo sugere que há certo mérito neste antigo conselho: 'Não vá para a cama com raiva'", disse à AFP Yunzhe Liu, coautor do estudo, que conduziu a pesquisa na Universidade Normal de Pequim. "Nós sugerimos que primeiro se resolva a briga, antes de ir dormir", acrescentou.

Liu e colegas testaram o impacto do sono na memória de 73 estudantes universitários. Os participantes, todos homens, foram treinados durante dois dias para associar imagens específicas com memórias negativas. Mais tarde, eles olhavam para as fotos novamente e eram instruídos a recordar as associações negativas, ou a lutar contra elas e não deixar a memória ficar na sua mente.

O teste foi feito duas vezes - uma vez depois de que os participantes tiveram uma noite de sono, e uma vez apenas meia hora depois de uma sessão de treinamento. Durante todo esse tempo, os cientistas examinaram a atividade cerebral dos participantes. Os participantes acharam muito mais difícil suprimir as memórias negativas depois de dormir, segundo a equipe.

E os exames revelaram que as lembranças provavelmente estavam sendo armazenadas em uma parte do cérebro com conexões de memória de longo prazo. Sabe-se que o sono afeta a forma como a informação recém-adquirida é armazenada e processada no cérebro, passando de redes de curto prazo para redes de longo prazo.

Memórias de eventos negativos ou traumáticos muitas vezes duram mais do que as lembranças positivas ou neutras, disseram os pesquisadores. Mas elas podem, até certo ponto, ser conscientemente controladas. A incapacidade de suprimir memórias ruins já foi associada a uma série de problemas psiquiátricos, incluindo depressão e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).

Antes deste estudo, "não sabíamos se era melhor ou pior suprimir memórias (negativas) antes ou depois do sono", disse Liu. Uma melhor compreensão desses processos pode ajudar a aperfeiçoar o tratamento de condições como o TEPT.

"Por exemplo, a privação de sono imediatamente após experiências traumáticas pode impedir que memórias traumáticas se consolidem, e assim proporcionar a oportunidade de bloquear a formação de memórias traumáticas", escreveram os autores do estudo.

Um grupo de pesquisadores japoneses e britânicos descobriu que uma "reorganização" dos circuitos do cérebro pode eliminar a "dor fantasma" frequente na maioria das pessoas que tiveram membros amputados. O estudo também aponta um potencial método de tratamento com base em técnicas de inteligência artificial.

A pesquisa, publicada nesta quinta-feira (27) na revista Nature Communications, foi liderada por cientistas da Universidade de Osaka (Japão), com a colaboração de pesquisadores da Universidade de Cambridge (Reino Unido).

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No experimento, os cientistas usaram um equipamento de interface cérebro-máquina, com o objetivo de treinar um grupo de dez indivíduos para controlarem braços robóticos com seus cérebros. Segundo o artigo, quando os pacientes tentavam controlar a prótese associando o movimento ao braço amputado, a "dor fantasma" aumentava. Mas, quando eles foram treinados para associar o movimento da prótese ao braço que não foi afetado, a dor diminuiu consideravelmente.

De acordo com um dos autores, Ben Seymour, do Departamento de Engenharia da Universidade de Cambridge, entre 50% e 80% das pessoas com membros amputados sofrem com a "dor fantasma".

Engenharia

"Embora o membro tenha sido perdido, a pessoa ainda sente dor como se ele estivesse lá. É um tipo de dor semelhante à que é provocada por queimaduras, mas os analgésicos convencionais são ineficazes para tratá-la. Fizemos esse estudo para ver se conseguíamos desenvolver um tratamento baseado na engenharia, em vez dos convencionais com drogas", disse Seymour.

Os cientistas já suspeitavam que a "dor fantasma" está associada a falhas nos circuitos da parte do cérebro responsável por processar os estímulos sensoriais e executar movimentos. No novo estudo, eles usaram a interface cérebro-máquina para decodificar a atividade dos neurônios e a ação mental necessária para que os pacientes movessem seu "braço fantasma". Depois, com uso de técnicas de inteligência artificial, converteram esse movimento no controle do braço robótico.

"Descobrimos que, quanto mais o lado afetado do cérebro se aperfeiçoava no uso d o braço robótico, pior ficava a dor. A parte do cérebro que comanda o movimento funcionava bem, mas eles não têm o retorno sensorial normal", disse o líder do estudo, Takufumi Yanagisawa, da Universidade de Osaka.

Os cientistas então alteraram a técnica para treinar o "lado errado" do cérebro, isto é, os pacientes que tiveram o braço esquerdo amputado foram treinados para mover o braço robótico decodificando movimentos associados ao braço direito, e vice-versa.

Treinados com a técnica invertida, os pacientes tiveram a dor reduzida. Segundo Yanagisawa, ao aprenderem a controlar o braço robótico com o "lado errado" do cérebro, os pacientes tiraram vantagem da plasticidade - a capacidade cerebral para se reestruturar e aprender novas coisas. "A dor está claramente ligada à plasticidade. Combinar técnicas de inteligência artificial com novas tecnologias é um caminho promissor para tratá-la", disse o cientista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cabecear a bola tem um impacto significativo nas funções cerebrais, concluiu um estudo científico liderado pela universidade escocesa de Stirling e publicado pela revista EBioMedicine.

As capacidades da memória podem ver-se reduzidas entre 41 e 67%, segundo o estudo, durante as 24 horas posteriores a cabecear a bola. A investigação se baseou em uma série de 24 cabeceadas realizadas por 24 jogadores, com uma bola propulsada por uma máquina na velocidade de uma cobrança de escanteio de uma partida de futebol.

"Constatamos depois desta seção de cabeçadas uma diminuição das funções cerebrais e da capacidade de memória dos sujeitos", explicou a doutora Magdalena Ietswaart, especialista de neurociência da Universidade de Stilring, nesta segunda-feira à BBC.

"Apesar desta diminuição ser temporária, acreditamos que pode afetar o cérebro a longo prazo", completou. Em maio, a federação inglesa de futebol anunciou que autorizou um estudo sobre os possíveis vínculos entre o jogo de cabeça e as lesões cerebrais. A família de Jeff Astle, ex-atacante do West Bromwich, falecido em 2002 aos 59 anos, havia pedido uma investigação que concluiu que sua morte foi resultado de "um acidente de trabalho".

As bolas utilizadas na época em que Astle era profissional, contudo, eram muito mais pesadas que as de hoje, especialmente porque retinham mais água.

Nanopartículas resultantes da poluição ambiental atingem o cérebro e podem provocar doenças como o Alzheimer, segundo um estudo britânico de casos registrados na Cidade do México.

Apesar de o vínculo com a doença neurológica, cuja causa exata é desconhecida, ainda precisar ser demonstrado, o estudo da Universidade Lancaster da Grã-Bretanha evidencia "a presença de nanopartículas de magnetita no tecido cerebral humano".

Os resultados publicados na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) dos Estados Unidos sugerem que "partículas menores a 200 nanômetros são suficientemente pequenas para entrar no cérebro através do nervo olfativo". Para chegar a esta conclusão, os cientistas de Lancaster, coordenados por Barbara Maher, analisaram mostras de tecido cerebral de 37 pessoas falecidas.

Deste grupo, 29 eram moradores com idades entre 3 e 85 anos da capital mexicana, que registra um índice de contaminação elevado, e as outras oito pessoas eram idosos da cidade inglesa de Manchester, com variados níveis de doenças neurodegenerativas.

De acordo com os autores do estudo, as partículas encontradas são similares à "nanoesferas" de óxido de ferro - sensível ao campo magnético -, abundantes no ar contaminado urbano, resultado da combustão ou fricção. Sua presença no cérebro seria particularmente tóxica, mas ainda resta muito por examinar antes de poder concluir que desempenham um papel no Alzheimer.

"Ainda não existe conhecimento suficiente para determinar se esta fonte externa de magnetita procedente da contaminação ambiental constitui um fator na doença", advertiu Joanna Collingwood, da Universidade de Warwick.

De acordo com Peter Dobson, da mesma instituição e que também não participou na pesquisa, "outros estudos apontam para uma origem externa da magnetita encontrada no cérebro, mas ainda não podemos estar absolutamente seguros".

Durante anos, os médicos tiveram acesso a mapas confiáveis ​​do corpo e seus órgãos - circulação sanguínea, sistema digestivo, nervos e similares -, mas sempre com uma frustrante zona cinzenta: o cérebro.

Nesta quarta-feira, uma equipe de neurocientistas, especialistas em computação e engenheiros disseram ter compilado o que "poderia ser o mapa mais preciso até o momento" do espaço misterioso que há entre os nossos ouvidos.

Os pesquisadores descobriram cerca de 100 regiões, não reportadas anteriormente, da camada exterior enrugada do órgão - chamada de córtex cerebral ou massa cinzenta.

"Estes novos conhecimentos e ferramentas devem ajudar a explicar como nosso córtex evoluiu e os papéis das suas áreas especializadas em saúde e doença", disse Bruce Cuthbert, dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, que cofinanciaram a pesquisa, publicada na revista Nature.

Um dia, eles podem permitir "uma precisão sem precedentes em cirurgias cerebrais", acrescentou.

Por mais de um século, inicialmente usando nada além de conjeturas, os cientistas procuraram delinear as diferentes áreas do cérebro e suas funções.

Em 1800, os chamados "frenologistas" dividiram o órgão em seções que controlam certos sentidos e traços de caráter.

A região responsável pelo "espírito combativo" (destructiveness), por exemplo, pairava em algum lugar acima da orelha, enquanto a área relativa ao "amor paternal" ficava na parte de trás da cabeça, e a da "esperança", no topo.

Esta teoria hoje extinta se tornou desacreditada com o surgimento da dissecação e de outros métodos de análise científica.

Como a astronomia

Em 1909, o neurologista alemão Korbinian Brodmann publicou o que é talvez o mais conhecido mapa do cérebro, baseado na descoberta de que diferentes regiões são constituídas por diferentes tipos de células.

O mapa de Brodmann, que dividiu o córtex cerebral em algumas dúzias de áreas, ainda é utilizado hoje.

Já se sabe há algum tempo aproximadamente quais regiões controlam os movimentos voluntários musculares, a linguagem, a visão, o som e os aspectos da personalidade, por exemplo.

Mas os cientistas ainda discordam sobre quantas regiões do cérebro existem - e mais ainda sobre o que cada uma delas faz.

Antes do novo mapa, havia 83 áreas conhecidas em cada metade do cérebro - um número que agora aumentou para 180, segundo a equipe de pesquisadores.

A descoberta foi possível graças à combinação de dados de diferentes métodos de registro de imagens usados ​​para estudar os cérebros de 210 adultos.

Os pesquisadores então testaram seu novo software em um outro grupo de 210 adultos, e descobriram que ele era capaz de identificar com precisão as regiões mapeadas nos cérebros deles também, apesar da variabilidade individual.

"A situação é análoga à astronomia, onde telescópios terrestres produziram imagens relativamente borradas do céu antes do advento da óptica adaptativa e dos telescópios espaciais", disse o autor do estudo Matthew Glasser, da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington no Missouri.

Um vídeo sobre a pesquisa pode ser visto no link https://www.youtube.com/watch?v=UHDfvfYCY0U

Pesquisadores mapearam, pela primeira vez, os efeitos do vírus zika isolado no Brasil em neurosferas humanas, estruturas celulares que reproduzem o cérebro em formação. O trabalho permitiu identificar mais de 500 genes e proteínas alterados na infecção pelo vírus.

"É uma descoberta importante porque permite que pesquisadores do mundo inteiro entendam com mais profundidade como o zika age e possam encontrar formas de bloqueá-lo. O vírus pode matar a célula de diferentes formas. Mas agora a gente sabe, como num script, o que ele está fazendo. A pesquisa de quem estuda drogas que inibem infecção e replicação viral, se já se sabe qual é o script do vírus, fica muito mais fácil", disse a neurocientista Patrícia Garcês, do Laboratório de Neuroplasticidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto D’Or de Pesquisa.

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O estudo, que reuniu cientistas da Universidade de Campinas, Instituto Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Instituto de Biologia da UFRJ, foi publicado pelo jornal científico PeerJ, em sistema de preprint (antes da revisão por colegas).

Os pesquisadores identificaram que o vírus age de diferentes formas. Ele interrompe o ciclo celular, impedindo as células de se dividir e de dar origem aos neurônios. Provoca danos no DNA da célula, que acaba replicando o próprio vírus no organismo. Por fim, o vírus leva as células à morte.

"A célula tem genes e proteínas para dar origem aos neurônios. Mas, como esses genes e proteínas estão desregulados pela ação do zika, isso acaba não acontecendo. O vírus manipula a célula a favor dele e utiliza toda a maquinaria celular para se autorreplicar. Ao perceber esses problemas, a célula inicia um processo de autodestruição", disse ela.

As neuroesferas foram cultivadas com a presença dos vírus. Ao fim de 12 dias, não havia células porque todas entraram no processo de autodestruição. "Acreditamos que esse seja o mecanismo que cause a microcefalia porque essas células são as mães do neurônio. Os bebês com microcefalia quase não têm neurônios", afirmou a pesquisadora.

Para identificar os genes e proteínas afetados pelo vírus, os pesquisadores combinaram duas técnicas sofisticadas: transcriptoma (sequenciamento do RNA, em que é possível observar os genes) e proteômica (análise das proteínas expressadas na célula). Depois, os dados foram comparados com os de neuroesferas não infectadas pelo zika.

Genes que atuam na produção neuronal estavam sub-regulados. Já os genes relacionados ao reparo do DNA ou estavam suprarregulados (esses genes atuam além do que deveriam e acabam levando à morte celular). "Vimos muita proteína relacionada à replicação viral. Talvez seja a primeira coisa que o vírus faça na célula. Ele para tudo o que está acontecendo na célula e começa a replicar o genoma dele."

Conhecer a dinâmica da infecção permitirá aos pesquisadores testar drogas que impeçam a ação do vírus no organismo. A cloroquina, droga já usada para malária, se mostrou promissora. "A cloroquina consegue bloquear a infecção antes do vírus entrar na célula. Também tem ação antiviral depois que o vírus entrou na célula, pois bloqueia a replicação viral. Por enquanto só temos teste em células, é importante salientar isso. Há artigos científicos, com testes em animais, que a cloroquina se mostrou tóxica. Precisamos ampliar os estudos", afirmou.

A música ajuda os bebês no aprendizado da fala, revela um estudo publicado nesta segunda-feira nos Estados Unidos, que observou o comportamento de um grupo de crianças em idade de amamentação que participaram de jogos que incluíam o uso de ritmos musicais.

Os pesquisadores compararam a evolução de um grupo de 20 menores de nove meses, aos quais ensinaram a reproduzir ritmos musicais em um pequeno tambor, enquanto um segundo grupo de 19 bebês, da mesma idade, recebeu outro tipo de brinquedos, como carrinhos ou cubos.

Uma semana depois desta experiência, os bebês foram submetidos a testes para determinar as áreas exatas do cérebro onde houve maior atividade.

Constatou-se que as crianças incentivadas a participar de jogos que envolviam música tiveram maior atividade nas regiões do cérebro importantes para o aprendizado da linguagem.

A linguagem, assim como a música, tem fortes características rítmicas, afirmam os pesquisadores. O ritmo das sílabas ajuda a distinguir os sons e a compreender o que uma pessoa diz e é essa capacidade de identificar os diferentes sons que ajuda os bebês a aprender a falar.

"Nosso estudo é o primeiro realizado em bebês que sugere que se expor a ritmos musicais pode melhorar a capacidade de detectar ritmos na linguagem", explica Christina Zhao, pesquisadora do Instituto de Aprendizado e Ciências do Cérebro (I-LABS) na universidade do estado de Washington (noroeste).

Zhao é a principal autora deste trabalho, publicado na revista da Academia de Ciências dos Estados Unidos.

"Para adquirir a capacidade de falar, os bebês devem ser capazes de reconhecer os tons e os ritmos e ter a capacidade de se antecipar", explicou a pesquisadora.

"Isto significa que um estímulo musical precoce pode ter efeitos mais amplos nas capacidades cognitivas", acrescentou.

Um novo estudo realizado por cientistas britânicos mostra pela primeira vez como o LSD (dietilamida do ácido lisérgico) afeta a atividade do cérebro ao provocar complexas alucinações visuais. Segundo os autores da pesquisa, publicada na revista científica PNAS, seus resultados abrem caminho para a aplicação de drogas psicodélicas no tratamento de doenças psiquiátricas.

O estudo também revelou o que acontece no cérebro das pessoas quando elas relatam uma mudança fundamental na qualidade de sua consciência quando estão sob o efeito de LSD: a "dissolução do ego".

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As pesquisas sobre os efeitos do LSD no cérebro humano ficaram estagnadas depois que a substância foi banida nos Estados Unidos no fim da década de 1960, mas, nos últimos anos, cresce cada vez mais o interesse da comunidade científica internacional pelo estudo de drogas psicodélicas para fins terapêuticos e para o estudo de doenças mentais.

Uma equipe de pesquisadores liderada por Robin Carhart-Harris, do Imperial College London (Reino Unido) administrou LSD em 20 voluntários saudáveis e utilizou uma combinação de diversas técnicas de escaneamento cerebral de última geração para visualizar como a substância altera o funcionamento do cérebro. Metade dos voluntários recebeu uma dose de 75 microgramas de LSD e a outra metade recebeu placebo.

Uma das principais descobertas da pesquisa foi o que acontece no cérebro quando uma pessoa tem complexas e oníricas alucinações visuais sob o efeito de LSD. Em condições normais, a informação captada pelos olhos é processada em uma área do cérebro que fica na parte de trás da cabeça, conhecida como córtex visual. No entanto, quando os voluntários ingeriram LSD, várias áreas adicionais - e não apenas o córtex visual - contribuíram para o processamento da visão.

"Observamos alterações cerebrais sob o efeito do LSD que sugerem que os voluntários estavam 'vendo com os olhos fechados' - embora eles estivessem vendo coisas que faziam parte de sua imaginação e não do mundo exterior", disse Carhart-Harris.

Segundo ele, sob o efeito do LSD, os voluntários tinham muito mais áreas do cérebro que o normal contribuindo para o processamento visual - ainda que eles estivessem de olhos fechados. "Além disso, descobrimos que a intensidade desse efeito está correlacionada com a intensidade de visões complexas e oníricas relatadas pelos pacientes", declarou.

De acordo com Carhart-Harris, normalmente o cérebro consiste em redes independentes que operam funções distintas e especializadas, como a visão, o movimento e a audição - além de funções mais complexas como a atenção. No entanto, sob o efeito de LSD, a separação entre essas redes entra em colapso e o cérebro do indivíduo se torna mais "integrado", ou "unificado".

"Nossos resultados sugerem que esse efeito é a base da profunda alteração do estado de consciência descrito pelas pessoas que usam LSD. O efeito também está relacionado com o que as pessoas às vezes chamam de 'dissolução do ego', que é uma perda do sentido normal do 'eu', que é substituído por uma noção de reconexão consigo mesmo, com os outros e com a natureza. Essa experiência às vezes é vista de um ponto de vista religioso, ou espiritual - e parece estar associada a melhoras no bem estar quando os efeitos da droga passam", explicou o cientista.

O cérebro de uma pessoa se torna cada vez mais compartimentalizado à medida que ela se desenvolve, segundo Carhart-Harris, fazendo com que elas se tornem mais focadas e rígidas em seus pensamentos à medida que amadurecem.

"De várias formas, o cérebro sob o efeito do LSD lembra o estado de nossos cérebro quando somos crianças: livre e sem barreiras. Isso também faz sentido quando consideramos a natureza hiperemotiva e imaginativa da mente infantil", afirmou.

Música e LSD

Em um estudo anterior, publicado na revista científica European Neuropsychopharmacology, os cientistas já haviam descrito alterações na atividade do córtex visual sob o efeito da droga e demonstraram que a combinação de LSD e música fazia com que essa região do cérebro se comunicasse mais com a área conhecida como parahipocampo.

O parahipocampo é associado à capacidade de formar imagens na mente e à memória pessoal. Quando maior sua comunicação com o córtex cerebral, mais os indivíduos relatavam visões complexas como assistir cenas de suas próprias vidas.

"Essa foi a primeira vez que testemunhamos a interação entre um composto psicodélico e a música com a biologia do cérebro", disse o estudante de doutorado Mendel Kaelen, do Imperial College London, um dos autores do estudo sobre a música.

Os autores dos estudos acreditam que as descobertas podem abrir caminho para que as drogas psicodélicas possam ser usadas no tratamento de distúrbios psiquiátricos. Segundo eles, o LSD poderia ser especialmente útil para doenças que aprisionam os pacientes em padrões negativos de pensamento, como a depressão e a dependência de drogas.

"Um dos focos principais das nossas próximas pesquisas é descobrir como podemos usar esse conhecimento para desenvolver abordagens terapêuticas mais efetivas para o tratamento de problemas como depressão. A associação de música e LSD pode ser uma ferramenta terapêutica poderosa, se for fornecida da maneira certa", afirmou Kaelen.

David Nutt, autor principal do estudo sobre a música e o LSD, afirmou que a nova pesquisa é uma das mais importantes das últimas décadas.

"Os cientistas esperaram 50 anos por esse momento, em que seria revelado como o LSD altera a biologia do nosso cérebro. Pela primeira vez podemos realmente ver o que está acontecendo no cérebro em um estado psicodélico", disse Nutt.

"Agora podemos entender melhor por que o LSD tem um impacto tão grande na consciência de si dos usuários, na música e na arte. Esses resultados podem ter grandes impactos para a psiquiatria e deverá ajudar pacientes a superar condições como a depressão. Ela também nos ajudará a aprofundar nossa compreensão sobre a própria consciência", afirmou Nutt.

Em mais uma peça do quebra-cabeça que vem sendo montado por cientistas na tentativa de solucionar o vínculo entre zika e microcefalia, pesquisadores do Rio mostram que a infecção reduz o desenvolvimento do cérebro fetal em 40%, quando comparado com outro que não teve contato com o vírus. O estudo, que tem financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), foi publicado pela revista Science.

O trabalho, liderado pelo pesquisador Stevens Rehen, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, usou minicérebros. São estruturas de menos de dois milímetros, obtidas a partir de células-tronco, que reproduzem o cérebro de um feto de dois meses. Têm as camadas, os ventrículos e características anatômicas observadas num cérebro. A diferença é que não têm vascularização, então não conseguem crescer além dessa fase.

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Em pesquisa anterior, a equipe de Rehen já havia demonstrado a destruição de células neuronais pelo zika. Desta vez, o minicérebro foi infectado pelo zika no 35º dia de desenvolvimento (equivalente ao feto no segundo mês de gestação) e teve a taxa de crescimento acompanhada pelo período de 11 dias.

"O que a gente observa é a redução de crescimento em torno de 40%. De certa forma, o resultado é equivalente ao que é observado in vivo. A partir desse resultado, nós temos um modelo para testar possibilidades de tratamento", afirmou Rehen.

É nessa fase do desenvolvimento que começa a ser formado o córtex, área nobre do cérebro. "São camadas de cérebro que se formam durante o desenvolvimento. Quando se impede isso de acontecer, se formam alterações que temos visto nos bebês cujas mães tiveram zika, como microcefalia, lisencefalia (ausência de circunvoluções no cérebro)." Os pesquisadores também contaminaram o minicérebro com o vírus da dengue. "Ele infecta até mais do que o da zika, mas não causa estragos", explicou o especialista.

Na próxima etapa do trabalho, os pesquisadores querem entender como o zika entra nas células neuronais. Estudo do pesquisador Arnold Kriegstein, da Universidade da Califórnia, mostrou que células do cérebro em desenvolvimento têm o receptor AXL.

"A pesquisa sugere que seja através desse receptor que o zika entra nas células. Já havia evidências de que vários vírus, como o da Febre Oeste do Nilo e o da dengue, usam esse receptor. É como uma porta que é utilizada por outros vírus para acessar a célula. Ele mostrou que tem a porta. Ninguém colocou o vírus para abrir. Agora vamos testar o bloqueio desse receptor para ver se de fato o vírus não entra", afirmou.

Rehen já encomendou o anticorpo para AXL e o inibidor desse receptor - os insumos são importados. Agora depende dos trâmites burocráticos para a pesquisa andar. São pelo menos 60 dias até o material chegar.

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