Ano novo, dívidas novas. Sempre que passa a euforia do último mês do ano, as festas natalinas e o reveillon, as obrigações chegam “lembrando ao seu bolso” que um novo ano começou. Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), matrícula escolar - juntamente com o material - fazem uma somatória que podem pesar no bolso. Por isso, é preciso estar preparado para esses desembolsos que vão ser necessários, se não quiser começar 2018 com novas inadimplências e pagar altos juros típicos do setor financeiro do Brasil.
O mês de dezembro de todos os anos é marcado como um mês de incremento dos recursos, por conta do pagamento do 13º salário. O educador financeiro Arthur Lemos ressalta que esse recurso "extra" deve ser empenhado para tentar quitar essas dívidas e auxiliar aquelas pessoas que estejam inadimplentes perante o mercado. Fazer provocações do tipo: "o que vou fazer com o meu 13º salário? Quais tipos de economias devo fazer?", são importantes para mentalizar o estado financeiro em que se encontra.
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"Educação Financeira é um processo muito particular. O que funciona para uns, pode não funcionar para outros. Talvez o melhor primeiro passo para qualquer família e/ou indivíduo é entender a situação em que está inserido atualmente, ou seja, fazer um diagnóstico de sua realidade financeira", explica o financista.
Arthur, que também é fundador da Empreender Dinheiro, ainda chama a atenção para a necessidade de se programar, anotar tudo o que sai, e o que entra no "caixa". “Muitos brasileiros gastam mais do que ganham por não ter noção de seu salário líquido, ou seja, aquele que vai chegar em suas mãos com os descontos já feitos em folha: impostos, retenções. Se você ganha R$ 2 mil, não pode fazer uma dívida desse mesmo valor; não esquece que ainda faltam os impostos que incidem sobre ele. É importante, também, ter noção do que se está gastando, e do que se entra em 'caixa'. Uma listagem de todo o orçamento é de suma importância para a manutenção desse controle”, alerta o planejador. Ele ainda complementa: “uma dica é que faça um registro fiel de todas as suas despesas por categoria, durante pelo menos 30 dias", explana.
Para se ter noção da importância da “Educação Financeira”, em maio de 2017 o número de consumidores inadimplentes no país chegou a 61 milhões, de acordo com o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor. Trata-se do maior registro da série histórica desde 2012. Somente no mês de maio de 2017, cerca de 900 mil consumidores ingressaram no cadastro de inadimplência.
Arthur Lemos afirma que muito disso deve-se a falta de uma compreensão desse gerenciamento financeiro na escola, dentro de casa com os pais. “Ao longo de todo o ano, não só no fim, nós somos bombardeados de informações para o consumo excessivo desde quando vamos dormir, até a hora em que nos acordamos. Por isso, em algum momento as pessoas entendem que precisam comprar determinado produto e vão ao comércio. É aí onde está um dos problemas, porque ele acaba ultrapassando as barreiras do 13º salário”, confirma.
O dia 20 de dezembro foi a data limite para o pagamento da segunda parcela do 13º salário. “Nós podemos fazer três perguntas: O que eu quero? Quanto custa? E, por fim, quando eu quero realizar? Com essas informações eu consigo minimamente desenhar o planejamento financeiro; começando 2018 com um entendimento mais claro da situação. É importante salientar que economizar é um processo importante, mas ele não traz necessariamente um conforto financeiro. Economias acontecem quando as pessoas começam a consumir de maneiras mais conscientes e com o entendimento de suas obrigações anuais, no caso do IPTU, IPVA; que não são dívidas esporádicas. Todos sabem que esses impostos são anuais e certamente deveriam capitalizar elas nas suas obrigações financeiras”, ressaltou o educador.
No vídeo abaixo o educador financeiro dá algumas dicas de como tentar usar bem o seu dinheiro neste fim de ano. Confira e tente colocar em prática.
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